Psicologia do Desenvolvimento
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Browsing Psicologia do Desenvolvimento by Subject "Adolescência"
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- Dinâmicas grupais na adolescênciaPublication . Pereira, Maria Gouveia; Pedro, Isaura; Amaral, Virgílio Ribeiro; Martins, Margarida Alves; Peixoto, FranciscoDiversos estudos têm evidenciado que o grupo de amigos assume para os adolescentes importância a vários níveis: suporte instrumental e emocional, ajuda na resolução das tarefas desenvolvimentais e na construção da identidade (Alves Martins, 1998; Gouveia-Pereira, 1995, 1998; Palmonari, Pombeni & Kirchler, 1990, 1991, 1992; Sherif, 1984). Na linha dos trabalhos de Tajfel (1982, 1983) acerca das relações intergrupais e segundo Cotterel (1996), o grupo proporciona experiências emocionais positivas, através da aceitação e reconhecimento do indivíduo, em contrapartida, o indivíduo ganha no sentido da pertença, da solidariedade entre os membros do grupo. Definimos como objectivo analisar a percepção que os adolescentes têm do seu grupo de pares e dos outros grupos, num estabelecimentos escolar na área de Lisboa. Para analisar essa percepção, procurámos contemplar a formação e o percurso do grupo, locais de encontro, dimensões identitárias e avaliativas, e em função destas, compreender a diferenciação relativamente aos outros grupos, junto de 42 adolescentes. A amostra foi constituída por 42 adolescentes a frequentar os 7.º e 9.º anos de escolaridade. Para a recolha dos dados utilizaram-se metodologias qualitativas com entrevistas de grupo aprofundadas. Os resultados evidenciam que a formação dos grupos é fortemente influenciada pela dinâmica escolar. Ao nível das relações intergrupais a forma como os adolescentes se diferenciam dos outros grupos é diferente consoante se encontram no 7.º ano ou no 9.º ano. Os do 9.º ano apresentam maior capacidade de diferenciação relativamente aos outros grupos, e diferenciam- se através de dimensões, quer avaliativas quer de natureza mais comportamental, enquanto os do 7.º ano apenas o fazem através desta última dimensão. ------ ABSTRACT ------ Several studies showed that adolescent peer group play an important role at different levels: they are a source of instrumental and emotional support, developmental tasks resolution and construction of identity (Alves Martins, 1998; Gouveia-Pereira, 1995, 1998; Palmonari, Pombeni & Kirchler, 1990; 1991; 1992 & Sherif, 1984). Following the research of Tajfel (1982, 1983) on intergroup relations and the findings of Cotterel (1996) it is stated that the group gives positive emotional experiences through acceptance and recognition of the individual, and the adolescent gains the feeling of belonging and solidarity between group members. The goal of the present study is to analyze the adolescent’ perception of their peer. The formation and history of the peer group, meeting places, dimensions of identity and of evaluation were analyzed in order to better understand the groups’ identity in relation to other groups. Participants were 42 adolescents from the 7th and the 9th year of secondary school. In order to collect the data qualitative group interviews were conducted. Results showed that group formation is strongly influenced by school dynamics. School year plays a role at the level of the perception of intergroup relations. Adolescents from 9th year show a greater capacity for differentiation in relation to other groups wile younger students only differentiated the other groups through behavior dimensions.
- Julgamentos de justiça em contexto escolar e comportamentos desviantes na adolescênciaPublication . Sanches, Ana Cristina Pires; Pereira, Maria GouveiaPesquisas no âmbito da justiça, nomeadamente no âmbito do modelo relacional da autoridade (Tyler & Lind, 1992) têm demonstrado que as pessoas quanto mais percepcionam as autoridades como justas mais as legitimam e mais adoptam comportamentos próactivos face ao grupo. Nesta investigação partimos da hipótese de que os julgamentos de injustiça relativamente à autoridade escolar por parte dos adolescentes estão relacionados com os comportamentos desviantes na adolescência. Além disso, analisamos também a mediação da avaliação das autoridades institucionais na relação entre os julgamentos de justiça e os comportamentos desviantes. Os participantes foram 331 adolescentes, com idades compreendidas entre os 12 e os 18 anos. Os resultados mostraram que quanto mais positivos são os julgamentos de justiça acerca dos professores, no que respeita aos procedimentos utilizados e à qualidade da relação, menor é o envolvimento dos adolescentes em actos de desvio. Esta relação foi mediada pela avaliação da autoridade institucional e mostrou-se significativa mesmo controlando o efeito da idade e do género. Estes resultados evidenciam que a percepção que os adolescentes têm acerca da relação estabelecida com a autoridade escolar é um factor central na compreensão do desvio e que os julgamentos de justiça procedimental/ relacional desempenham um papel relevante no desenvolvimento dessas relações. ABSTRACT Research in the justice field, namely in the field of the Relational Model of Authority (Tyler & Lind, 1992) have showed that the more people perceive authorities as fair, the more they legitimate those authorities and adopt pro-active behaviours towards the group. In this research our hypothesis is that adolescents’ perceptions of injustice about school authority are related with deviant behaviors in adolescence. We also analyze the mediation of the evaluation of institutional authorities in the relationship between justice perceptions and deviant behavior. Participants were 331 adolescents, aged between 12 and 18 years old. Results showed that as the adolescents’ justice judgments about teachers increase (in what regards the procedures used and the relationship’s quality), their involvement in deviant acts decreases. This relationship was mediated by the evaluation of institutional authority and it was significant even after controlling the effect of age and gender. These results indicate that adolescents’ perception of their relationship with school authorities is a key factor for understanding deviance, and that judgments about procedural and relational justice have an important role in the development of that relationship.
- O papel mediador da regulação emocional na relação entre vinculação e solidão emocional e social na adolescênciaPublication . Pacheco, Beatriz Gomes Fouto; Veríssimo, ManuelaA literatura atual enfatiza a importância do estabelecimento de relações de vinculação de base segura, para o desenvolvimento de habilidades mais adaptativas de regulação emocional e, em concomitância, a aquisição de competências sociais que impeçam a emergência de sentimentos de solidão social e emocional. Por conseguinte, o objetivo central do presente estudo é examinar o papel mediador da regulação emocional, na relação entre a vinculação e solidão social e emocional na família e no grupo de pares, de adolescentes portugueses que frequentam o ensino secundário. A par disto, torna-se pertinente expandir o conhecimento atual às representações de vinculação do adolescente e conceptualizar a solidão como um construto multidimensional. A amostra compreendeu 100 adolescentes, sendo que 47 são do sexo feminino e 53 do sexo masculino. A média de idades corresponde a 16,67 e o desvio padrão a 1,064. Os instrumentos utilizados foram o Adolescent Script Assessment (ASA) para avaliar a qualidade da vinculação, o Relational Provisions Loneliness Questionnaire (RPLQ) para avaliar a solidão social e emocional na família e no grupo de pares e o Emotion Regulation Index for Children and Adolescents (ERICA) e Emotion Regulation Questionnaire for Children and Adolescents (ERQ-CA) para avaliar a regulação emocional. Os resultados demonstraram que o script de vinculação é preditor direto da supressão (β = -.41, p<.001), mas não da reavaliação cognitiva (β = -.05, p>.05). Para além disso, o script de vinculação é preditor direto da solidão na família (β = .33, p<.001), mas não da solidão com os pares (β = .004, p>.05). No entanto, os resultados reivindicam para uma mediação total entre a qualidade da vinculação, supressão e solidão com os pares. Desta forma, os jovens que apresentam valores mais baixos na qualidade da vinculação e mais supressão, dispõem de valores mais elevados de solidão com os pares.
- Perfis de solidão, práticas parentais e segurança nas relações de vinculaçãoPublication . Pinto, Davide Lopes; Veríssimo, ManuelaA solidão é uma experiência universal e normativa, consequência da necessidade humana de pertencer a algo ou alguém. No entanto, quando alguém sente que não pertence ou não tem proximidade com outros, surge a solidão. Como a solidão decorre dos relacionamentos sociais, pode falar-se da quantidade (quando há falta, surge a solidão social) ou da qualidade desses relacionamentos (quando há falta, surge a solidão emocional). Com a entrada na adolescência, aumenta a possibilidade de surgirem sentimentos de solidão uma vez que, no processo de construção da sua identidade, os adolescentes começam a distanciar-se da família e os pares ganham maior relevância. Embora haja um crescente interesse pelas questões da solidão na adolescência, a maior parte dos estudos não considera as diferentes facetas que a solidão pode tomar. Esta investigação pretende analisar os sentimentos de solidão, considerando as diferentes formas que a mesma pode tomar e verificar se há uma associação com a segurança das relações de vinculação e com as práticas parentais. A amostra é constituída por 682 adolescentes com idades entre os 11 e 16 anos de idade e respetivas mães e pais participaram do estudo. Os instrumentos utilizados foram Child Rearing Parctices Report - Questionnaire (CRPR-Q) a serem preenchidos pelos pais e os dois questionários Relational Provision Loneliness Questionnaire [RPLQ] e o Experiências nas Relações Próximas – Estruturas Relacionais [ERP-ER]) a serem preenchidos pelos adolescentes. Os resultados revelaram a existência de três perfis de solidão totalmente distintos entre si. Os resultados mostraram que os três perfis de solidão variavam entre si na qualidade da segurança da vinculação com ambos os progenitores sendo o perfil “Sem Solidão” com os valores mais altos e o perfil “Socioemocionalmente Solitários no Contexto de familiar” com os valores mais baixos. Relativamente às Práticas Parentais, apenas há diferenças nas práticas parentais entre os progenitores, sendo o “Cuidado da Mãe” o mais alto em todos os perfis.
- Qualidade da amizade na era digital: Associações entre a qualidade da amizade e os comportamentos online na adolescênciaPublication . Azevedo, Jussane Martha de; Fernandes, Marília Solange OrnelasAs relações de amizade na adolescência contribuem na contrução da identidade, autorregulação e raciocinio moral (Hartup,1993; Piaget, 1970; Rubin et al., 2010). A amizade é definida como uma relação de afeto voluntária onde há reciprocidade e compreensão mútua (Leibowitz, 2018; Parker et al, 2006; Youniss & Smollar, 1987 ). Envolve aspectos positivos (E.g.: validação, intimidade, apoio) (Rubin et al, 2008; Selman, 1980) e aspectos negativos (E.g.: conflitos e desentendimentos) (Hartup, 1993). Além dos contextos tradicionais, atualmente os adolescentes relacionam-se virtualmente (e.g. chats de mensagens, mídias sociais e jogos), favorecendo intimidade, suporte e gestão de conflitos. Durante o confinamento causado pela COVID-19 o uso das tecnologias para manutenção da amizade foi fator protetor na saude mental de jovens (Anasuyari et al, 2023; James et al, 2023). O impacto negativo das tecnologias é estudado há décadas (Greenfield, 1999; Griffiths, 2000; Morahan-Martin & Schumache, 2000; Young, 1998). Porém, o uso da internet favorece a aquisição e manutenção da amizade (Colasante et al., 2022; Davis, 2012; Kaye & Quinn, 2020; Valkenburg & Peter, 2007). As experiências online são intrinsecamente entrelaçadas na complexidade de fatores biológicos e ambientais (Hollenstein & Colasante, 2020). Há uma fusão dos espaços online e offline, uma realidade híbrida (Kelly, 2019). O presente estudo teve como objetivo examinar as associações existentes entre comportamento online e a qualidade da amizade numa amostra (n=311) de jovens (10 a 15 anos) estudantes do 5º ao 9º ano de uma Escola Pública de Cascais. Os resultados mostraram que os jovens tiveram boa qualidade global da amizade. Utilizam a internet para aquisição de informações, conhecer pessoas, aprendizados e aprofundamento. Além da manutenção das amizades já existentes.
- A relação entre vinculação parental e solidão em pré-adolescentes e adolescentesPublication . Alves, Catarina Veríssimo Nunes; Ribeiro, OlíviaOs sentimentos de solidão podem ter impactos negativos no bem-estar geral dos adolescentes. A solidão é uma experiência emocional desagradável, ocorre devido à diferença entre as relações sociais desejadas e as que as pessoas realmente têm, adicionalmente a solidão é uma experiência subjetiva e não significa que as pessoas estejam isoladas socialmente. Esta pode ser vista como unidimensional ou multidimensional. A vinculação tem sido um dos tópicos mais estudados em psicologia e a sua importância para o indivíduo é indiscutível. Uma vinculação segura é um fator de proteção para os pré-adolescentes e é possível que influencie o indivíduo em diversos contextos. A pré-adolescência é um período de mudanças e descobertas, sendo uma faixa etária em que a compreensão de fatores de risco e de proteção é crucial para o bem-estar e evolução destes indivíduos. Esta investigação tem por objetivo compreender a relação entre a solidão e a vinculação parental, através da adoção do modelo multidimensional da solidão e considerando ambos os pais. Participaram no estudo cerca de 327 pré-adolescentes/adolescentes, com idades compreendidas entre os 10 e os 16 anos. Os resultados apontam para a possibilidade da solidão estar efetivamente associada à vinculação parental, pois níveis mais altos de solidão correspondem a níveis mais baixos de vinculação segura. Através da utilização do modelo multidimensional, foi possível observar também que os diferentes contextos, família e pares, exercem papéis diferentes no crescimento dos adolescentes, tanto a nível da integração como da intimidade. Esta investigação mostra-nos então a influência que as relações familiares têm na prevenção da solidão, promovendo o bem-estar geral dos jovens.
- As relações entre pares de jovens adolescentes socialmente retiradosPublication . Correia, João Carlos Verdelho; Santos, António JoséPela primeira vez, na realidade nacional, procurou estudar-se o fenómeno da retirada social na adolescência, isto é, da remoção própria, recorrente e consistente da interação social com os pares. Com base em amostras retiradas de um projeto de investigação longitudinal ainda em curso, procurámos atingir três grandes objetivos: validar um instrumento que permita a sua correta avaliação; caracterizar as relações sociais destes jovens, quer com o grupo de pares, quer com os seus melhores amigos; e, finalmente, analisar a influência de diferentes trajetórias desenvolvimentais de retirada social e de diferentes padrões de amizade no ajustamento psicossocial destes indivíduos ao longo de um ano. Os dados foram recolhidos com base em 3 instrumentos: o Extended Class Play (Burgess, Rubin, Wojslawowicz Bowker, Rose-Krasnor, & Booth-LaForce, 2003) — que permite captar as avaliações que os pares fazem do comportamento, funcionamento e reputação sociais dos colegas —, as Nomeações de Amizade (Bukowski, Hoza, & Boivin, 1994) e o Friendship Quality Questionnaire (Parker & Asher, 1993) — destinado a aceder às perceções que os sujeitos têm de vários aspetos qualitativos da sua melhor amizade. Uma Análise Fatorial Confirmatória permitiu concluir que o modelo hexafatorial do ECP revelou uma boa qualidade de ajustamento global e local, bem como fiabilidade compósita e validade fatorial, convergente e discriminante e, ainda, boa adequação para género e idade. No que diz respeito às relações sociais, verificámos que os jovens socialmente retirados eram descritos pelos pares como sendo significativamente mais isolados, excluídos e vitimizados, mas também mais prosociais do que os seus colegas. Por outro lado, não diferiam destes no número, nem na qualidade de amizade relatada, ainda que tendessem a ter amigos significativamente mais isolados e excluídos, bem como menos agressivos do que os adolescentes do grupo de controlo. Finalmente, observámos que os adolescentes, que no decurso de um ano deixam de ser considerados pelos pares como retirados, são significativamente menos retirados e excluídos num segundo momento avaliativo do que os que continuam ou passam a sê-lo, mesmo controlando os níveis iniciais destas dimensões. Por outro lado, os sujeitos sem amigos em nenhum dos momentos avaliativos considerados são mais excluídos e vitimizados, bem como menos prosociais do que os que têm sempre um amigo recíproco. Os resultados serão discutidos à luz do que tem sido reportado na literatura, refletindo-se sobre as dificuldades sociais que os jovens retirados enfrentam, bem como sobre o possível efeito protetor da participação numa melhor amizade.
- Teoria da mente ao longo do desenvolvimento normativo : Da idade escolar até à idade adultaPublication . Martins, Carla; Barreto, Ana Luísa; Castiajo, PaulaA teoria da mente, enquanto marco do desenvolvimento sócio-cognitivo normativo emergente em idade pré-escolar, define-se como a capacidade para compreender e atribuir estados mentais – desejos, cognições, crenças e emoções – a si e aos outros, o que, por seu turno, permite a previsão e interpretação do comportamento dos outros (Astington & Barriault, 2001). Mas como se carateriza a teoria da mente no âmbito do desenvolvimento normativo ao longo do ciclo vital? E como se avalia? O presente artigo pretende responder a ambas as questões através de uma revisão teórica deste constructo no âmbito do desenvolvimento normativo em idade escolar, adolescência e idade adulta e uma síntese das principais metodologias desenvolvidas para a sua avaliação.
- Vergonha na transição para a adolescência: Qual o papel das perceções de segurança na vinculação ao pai e à mãe?Publication . Gerulaitis, Sandra Regina Gomes; Guedes, MaryseA minha prática de ensino supervisionada realizou-se numa instituição da rede pública, com uma turma do 2.º ano de escolaridade, com 25 crianças, 12 do sexo masculino e 13 do sexo feminino, e a docente titular de turma. Atualmente, é conhecida a importância de estabelecer com as famílias uma relação de parceria eficaz, de modo a que se criem ambientes favoráveis para as crianças e para a sua motivação para a aprendizagem. Assim, tendo conhecimento acerca destes pressupostos, foram elaboradas as seguintes questões de investigação: 1) De acordo com a perspetiva dos pais, professores e crianças, como se define o envolvimento parental e qual é a sua importância? 2) Quais são as práticas da professora para promover o envolvimento parental? 3) De acordo com a perspetiva dos pais e professores, o envolvimento parental tem algum impacto no sucesso e aprendizagem das crianças? A investigação realizada foi de natureza qualitativa e utilizaram-se, como instrumentos de recolha de dados, notas de campo, entrevistas à professora titular e a algumas crianças, um questionário aos pais e uma análise da aplicação ClassDojo que é utilizada, habitualmente, na rotina escolar do grupo. A análise dos dados permitiu compreender a importância do envolvimento parental no contexto em estudo, identificar as práticas da professora para promover o envolvimento parental e aferir se há alguma relação, neste contexto, entre o envolvimento dos pais e a aprendizagem e sucesso do grupo de crianças.
- Vinculação à mãe e ligação aos pares na adolescência: O papel mediador da auto-estimaPublication . Rocha, Magda; Mota, Catarina Pinheiro; Matos, Paula MenaDe acordo com a teoria da vinculação, a qualidade da relação com as figuras parentais desempenha um papel fundamental na forma como os jovens se percebem a si e aos outros, contribuindo a qualidade destes laços para o desenvolvimento da auto-estima e dos laços que se constroem posteriormente com os pares. O objectivo deste estudo é observar a contribuição da qualidade da vinculação à mãe na predição da ligação aos pares, tendo em conta a hipótese do papel mediador da auto-estima, numa amostra de 742 adolescentes de ambos os géneros, entre os 13 e os 23 anos (M=17,09; DP=1,84), provenientes de famílias intactas e famílias com pais divorciados. O estudo recorreu ao Questionário de Vinculação ao Pai e à Mãe (Matos & Costa, 2004), ao Inventory of Parental and Peer Attachment (Armsden & Greenberg, 1987), e ainda à Rosenberg’s Self-Esteem Scale (Rosenberg, 1965). Todos os questionários apresentam valores adequados, quer de consistência interna, quer de ajustamento às análises factoriais confirmatórias de 1ª ordem. Os resultados, obtidos através da metodologia das equações estruturais, são indiciadores da qualidade da vinculação à mãe enquanto preditora, directa e indirecta, da qualidade da ligação aos pares. No modelo testado, a auto-estima é predita positivamente pela qualidade do laço emocional e negativamente pela inibição da exploração e individualidade e ansiedade de separação na vinculação à mãe. Os resultados são ainda concordantes com o papel mediador da auto-estima na associação entre qualidade da vinculação à mãe e ligação aos pares.