Psicologia Forense
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Browsing Psicologia Forense by advisor "Rodrigues, Andreia Luísa Gonçalves Teixeira Castro"
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- Atitudes de guardas prisionais face aos delinquentes, burnout e sintomas psicopatológicosPublication . Francisco, Henrique Magalhães; Rodrigues, Andreia Luísa Gonçalves Teixeira CastroO presente estudo tem como principal objetivo avaliar e compreender as atitudes dos guardas prisionais face aos delinquentes. Para além disso, pretende verificar a presença ou não da síndrome de burnout e de sintomas psicopatológicos (depressão, ansiedade, hostilidade, ideação paranoide) e, avaliar a relação entre burnout e sintomas psicopatológicos em guardas prisionais de modo a entender que tipo de influência têm nas suas atitudes. Para tal, foram aplicados a Escala de Atitudes em Relação aos Delinquentes (EARD), a Medida de Burnout de Shirom Melamed (MBSM) e o Inventário de Sintomas Psicopatológicos (BSI) a uma amostra de 132 guardas prisionais. Os resultados revelaram que os guardas prisionais evidenciaram atitudes negativas face aos delinquentes. Relativamente ao burnout e aos sintomas psicopatológicos os resultados obtidos foram baixos, mas foram encontradas correlações significativas, positivas e fortes entre estas variáveis. Estes resultados salientam a importância da formação profissional dos guardas prisionais para a tomada de consciência de certos sintomas psicopatológicos e das suas atitudes face aos delinquentes, atendendo ao papel ressocializador que estes têm na sociedade.
- Autocontrolo e psicopatia numa amostra de mulheres condenadasPublication . Silva, Emma de Thouars da; Rodrigues, Andreia Luísa Gonçalves Teixeira CastroApesar do aumento do estudo em torno de mulheres e do cometimento de crimes pelas mesmas, esta linha de investigação continua, no geral, a ser parca. Igualmente, o autocontrolo e a psicopatia têm vindo a ser amplamente estudadas em populações recluídas, apesar de haver uma presença mais notória de estudos que abordam o sexo masculino do que o feminino. Assim, o presente estudo visa averiguar os níveis de psicopatia e autocontrolo, bem como relacioná-los com outros dados determinantes, nomeadamente o historial de consumo de substâncias e o cometimento ou não de crimes violentos, numa amostra feminina recluída em Portugal. Para tal, contámos com uma amostra de 94 mulheres recluídas nos estabelecimentos prisionais de Odemira, Tires e Santa Cruz do Bispo, que responderam a um questionário sociodemográfico, bem como à “Escala de Desejabilidade Social de 20 Itens”, à “Escala Breve de Autocontrolo” e ao Levenson Self-Report Psychopathy Scale – VP. Verificámos, para além de níveis médios de autocontrolo, que participantes com consumos apresentavam níveis mais baixos neste construto. Encontrámos também diferenças significativas de autocontrolo entre mulheres que cometeram o crime de homicídio e que não o cometeram, tendo, as que cometeram este crime, apresentado níveis mais altos neste construto. No que toca à psicopatia, para além de pontuações acima da média, encontrámos diferenças significativas no Fator 2 da escala entre mulheres que reportaram o cometimento de homicídio vs o não cometimento do mesmo. Ainda, encontrámos uma associação negativa e significativa entre o autocontrolo e a psicopatia. Finalmente, a psicopatia constituiu-se um preditor do autocontrolo.
- Burnout e Empatia em Guardas PrisionaisPublication . Veiga, Mariana Alves; Rodrigues, Andreia Luísa Gonçalves Teixeira CastroExistem poucas profissões que se desenvolvem em contextos tão hostis como a de guarda prisional. Desta forma, o presente trabalho teórico visa contribuir para a reflexão da profissão de guarda prisional, explorando a relação entre dois constructos bastantes atuais, o burnout e a empatia. Para tal, o presente estudo conta com uma amostra composta por 132 guardas prisionais, de ambos os sexos, que exerciam as suas funções em estabelecimentos prisionais pertencentes à zona de Lisboa, Porto e Beja. Os níveis de burnout e de empatia foram avaliados através da Medida de Burnout de Shirom-Melamed (MBSM) e da Escala Básica de Empatia (BES-A), respetivamente. Os resultados evidenciaram que a maioria dos/das guardas prisionais que constituem a amostra possuem baixos níveis de empatia e de burnout, estando este grupo de profissionais mais suscetível a experienciar sintomas de desgaste físico e cognitivo do que sintomas de exaustão emocional. Tanto a empatia cognitiva como a empatia afetiva demonstraram ser preditores significativos dos sintomas de burnout, sendo sugerida a possibilidade de a empatia cognitiva atuar como fator de proteção no desenvolvimento de sintomas de burnout, nomeadamente, de exaustão emocional.
- Caracterização dos níveis de psicopatia e agressividade em meio prisional: diferentes níveis de violênciaPublication . Simões, Marta Rita Real Caldas; Rodrigues, Andreia Luísa Gonçalves Teixeira CastroProblema: A psicopatia e a agressividade apresentam-se como dois construtos fundamentais quando se fala em criminalidade violenta e grave. No entanto, o nível de violência dos diferentes crimes ainda é pouco claro no meio científico, assim como, como é que a sua relação se expressa com níveis de psicopatia e agressividade. Objetivo: O objetivo principal deste estudo quantitativo é compreender as diferenças nos níveis de psicopatia e agressividade em diferentes tipos de crime em Portugal, no meio prisional. Método: A recolha de dados foi realizada em 7 estabelecimentos prisionais masculinos. A amostra é constituída por 188 participantes, a cumprir pena de prisão efetiva pelo crime de Furto, Roubo ou Homicídio. O protocolo de instrumentos de avaliação continha 2 escalas (Levenson Self-Report Psychopathy Scale - LSRP-VP e Questionário de Agressividade - QA) e um questionário sociodemográfico. Resultados: Todos os fatores de psicopatia e agressividade apresentaram uma correlação estatisticamente significativa entre si. Os resultados revelaram uma relação estatística e marginalmente significativa entre os níveis da psicopatia global e os diferentes crimes, F (2, 185) = 2.91; p = 0.57. Existe também uma relação estatisticamente significativa entre os níveis de agressividade física e os diferentes crimes, F (2,185) = 3.3; p = 0.04 e entre os níveis de raiva e os diferentes crimes, F(2,185) = 3.83; p = 0.024. Por fim, a psicopatia e a agressividade não são preditores do tipo de crime, (F (2, 185) = 2.318, p = .101).
- A decisão judicial e os seus fatores em casos de Abuso Sexual de menoresPublication . Correia, Beatriz Arnaldo; Rodrigues, Andreia Luísa Gonçalves Teixeira CastroEste trabalho tem como objetivo compreender as tomadas de decisões judiciais por parte dos magistrados em processos de crime de abuso sexual de menores, mais especificamente identificar os fatores legais e extralegais que são tidos em consideração tanto como agravantes, como atenuantes. Subjacente a estes fatores é possível identificar elementos presentes no processo da tomada de decisão judicial como as crenças e experiências pessoais e sociais dos magistrados que poderão influenciar estes agentes a basear as suas decisões, parcial ou totalmente, na maneira como percepcionam o crime, as características do crime, dos arguidos e das vítimas. Ainda, este trabalho tem como objetivo sensibilizar para as fragilidades do sistema de justiça relativamente ao processo humano a que os juízes recorrem de forma inevitável para lá da lei. Este tipo de investigação ainda é pouco explorada em Portugal, o que torna o seu aprofundamento ainda mais urgente. Este estudo incidiu sobre 50 acórdãos de crime de abuso sexual de menores onde constam julgamentos judiciais recorridos. Os acórdãos foram recolhidos através das plataformas online ECLI e DGSI, compreendidos no período entre 2016 e 2023, referentes aos vários Tribunais de Relação de Portugal e o Supremo Tribunal de Justiça. Neste estudo, o método de investigação utilizado foi a análise de conteúdo do teor de cada acórdão. Concluiu-se que os juízes dão ênfase ao que é obrigatório por lei aplicar nestes casos (fatores legais) mas, também, foi possível observar que estes profissionais tomaram juízos de valor sobre os arguidos, o crime e as vítimas, provavelmente com base nas suas crenças e experiências pessoais, sociais e culturais (fatores extralegais).
- A decisão setencial em casos de violência doméstica: fatores legais e extralegaisPublication . Almeida, Carolina Inês Coelho; Rodrigues, Andreia Luísa Gonçalves Teixeira CastroPerante a visibilidade que o crime de violência doméstica tem vindo a obter junto da sociedade, bem como o aumento do número de casos reportados às entidades policiais e o desfasamento existente entre estes e o número de casos julgados, considera-se útil um estudo sobre os fatores associados à tomada de decisão sentencial. A presente investigação visa contribuir nesse sentido, sendo o seu principal objetivo a identificação dos fatores evocados por parte dos juízes para fundamentar a decisão sentencial, bem como a determinação da medida concreta da pena. Para tal, foi efetuada uma Análise Temática de 60 acórdãos pertencentes a 5 comarcas diferentes. Tendo por base a literatura especializada, assim como o material analisado, foram identificados dois conjuntos de fatores significativamente associados às decisões judiciais, no âmbito dos fatores legais e extralegais, organizados em três temas principais: (i) Crime; (ii) Pena; e (iii) Arguido. Em geral, foi possível verificar a presença de fatores legais e fatores extralegais, estes últimos essencialmente ligados diretamente ao arguido.
- Diferenças de Género nas Decisões Sentenciais de Figuras Parentais que Cometeram Crimes de Violência Severa Contra Menores a CargoPublication . Cabral, João Esteves Nunes Tavares; Rodrigues, Andreia Luísa Gonçalves Teixeira CastroOs estudos sobre diferenças de género no contexto judicial têm vindo a produzir descobertas enquadradas numa de três grandes teorias – a hipótese do cavalheirismo, o paternalismo familial e a teoria da dupla desviância/ hipótese da mulher malvada – que defendem que, dentro do sistema de justiça, as mulheres podem ser protegidas ou demonizadas. Tendo por base estas teorias, o presente trabalho propôs-se a analisar a maneira como figuras parentais que cometeram crimes de violência severa contra menores a cargo são representadas nas decisões sentencias. Como tal, foram selecionados 100 acórdãos para análise temática, tendo o pull final sido constituído por 66 acórdãos analisados segundo o método de análise temática de Braun & Clarke. Os resultados do estudo indicam-nos que o discurso das decisões sentencias é composto maioritariamente por três grandes subgrupos – “Descrição do Ato”; “Justificações do Tribunal para as suas Escolhas”; e “Agravantes”. Complementarmente, as descobertas deste estudo indicam-nos que, comparativamente às figuras paternas, as figuras maternas tiveram mais menções de atenuantes e uma maior menção de aspetos acerca da sua personalidade, quais as suas motivações para o cometimento do crime e quais as suas perceções acerca da saúde das suas vítimas; tendo, no entanto, sido subjetivamente mais punidas e criticadas pelos seus delitos o que, consequentemente, deu suporte à teoria da dupla desviância/ hipótese da mulher malvada.
- A família e o processo de reclusão de mulheres portuguesasPublication . Carmo, Ana Vidal de Carvalho do; Rodrigues, Andreia Luísa Gonçalves Teixeira CastroO contexto prisional é considerado um dos cenários mais propícios ao desenvolvimento de perturbações mentais e de tentativas de suicídio na população reclusa feminina, sendo o afastamento da família um dos principais motivos. O presente estudo tem como objetivos compreender o impacto da família ao longo do processo de reclusão e entender a perspetiva futura destas mulheres a nível familiar. Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo e exploratório, com recurso a uma entrevista semi-estruturada e ao Questionário Sociodemográfico e Jurídico-Penal, a 12 mulheres portuguesas com idades compreendidas entre os 33 e os 67 anos e que estão a cumprir pena nos Estabelecimentos Prisionais de Tires e de Santa Cruz do Bispo Feminino. Para a análise de dados recorreu-se a uma análise de conteúdo. Os resultados mostram que a família assume um papel de destaque ao longo de todo o processo de reclusão, atuando como uma fonte de motivação para a mudança do comportamento criminal, e de força e esperança para suportar a vivência prisional e de perspetivar um futuro em liberdade mais otimista, estando associada a uma diminuição da reincidência. O contacto com a família, essencialmente nas visitas, é considerado por estas mulheres como indispensável à manutenção dos laços afetivos familiares, ao seu bem-estar e dos seus, contudo, são constatados diversos obstáculos a este nível, de caráter logístico e/ou económico, ou do próprio staff prisional. Concluímos o estudo com sugestões para estudos futuros e implementação de práticas no sistema prisional.
- “Ninguém se magoou realmente” – A legitimação da “área cinzenta” da Violência Sexual e o Reflexo dos Papéis de GéneroPublication . Vieira, Aixa Louro de Almeida Teixeira; Rodrigues, Andreia Luísa Gonçalves Teixeira CastroO presente estudo propôs-se a expandir a literatura criminológica/forense qualitativa com recurso à metodologia de vinhetas que, até à data, tem canalizado os seus esforços na violência sexual, mais concretamente, no crime de violação com recurso a penetração forçada. Para tal, procurou-se explorar uma amplitude de atos conhecidos pela literatura como “área cinzenta”, possivelmente considerada mais subtil e, portanto, tendencialmente banalizada, legitimada e normalizada na sociedade. Este estudo pretendeu responder às questões: “Qual a perceção de estudantes universitários no que concerne à “área cinzenta” da violência sexual? Em que medida existe, ou não, legitimação? E quais as eventuais diferenças de género associadas?”. A amostra foi constituída por 164 estudantes universitários, residentes em Portugal, 71.3% (n = 117) do sexo feminino e 28.7% (n = 47) do sexo masculino, com uma idade média de 23 anos (DP = 5.84). Os cursos representados neste estudo são a Psicologia, a Criminologia, a Sociologia, o Serviço Social, o Direito, a Medicina, a Enfermagem, entre outros. A análise de dados foi feita com recurso ao método de análise temática de Braun & Clarke e dela surgiram três principais temas a analisar: “Caracterização dos sujeitos”, “Consentimento” e “Gravidade”. O presente estudo permitiu evidenciar diferenças na representação e tratamento das vítimas em função do género, permitindo clarificar que comportamentos se enquadram na “área cinzenta” da violência sexual. Adicionalmente, este estudo também permitiu evidenciar discurso coincidente com menorização do impacto dos atos, dado que suportam a ideia de que existe ambiguidade nas perceções sobre os comportamentos em estudo, com instâncias de menorização da conduta agressiva e em particular com discurso de racionalização das ações do/a agressor/a, levando a, de forma complementar, que tenham surgido críticas à vítima. Existe, neste sentido, um discurso que se enquadra na “Victim Blaming”, fenómeno que se mantém atual, embora subtil.