NEURO - Dissertações de mestrado
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- A perceção do espaço e tempo em crianças com perturbação do espectro do autismoPublication . Salgado, Mariana Rodrigues; Nelas, Ana Maria Blom Vidal AbreuIntrodução: A Perturbação do Espetro do Autismo (PEA), atualmente é caracterizado por deficits na interação social, comunicação e comportamentos repetitivos, além disso ainda inclui respostas sensoriais atípicas, como hipersensibilidade e hipossensibilidade. As alterações sensoriais em indivíduos com esta perturbação têm impactos a nível do seu processamento visual e auditivo, bem como na perceção do movimento, acabando por afetar habilidades como a integração das informações sensoriais e a comunicação social. Estudos evidenciam que indivíduos com PEA frequentemente mostram um foco excessivo em detalhes visuais, comprometendo a perceção global, levando a dificuldades a nível da interpretação das expressões faciais e os contextos sociais. No processamento auditivo, é frequente a hipersensibilidade a sons muito altos e dificuldades a nível da filtragem de estímulos relevantes, prejudica a comunicação e a interação social. O processamento temporal, normalmente apresenta alterações em crianças com PEA, que leva a dificuldades em calcular durações e sequenciar ações. A ligação que existe entre o processamento espacial e temporal é complexa e demonstram que os deficits numa área podem influenciar a outra, levando ao prejuízo na integração de informações tanto visuais como auditivas. Estas dificuldades prejudicam a compreensão e resposta a estímulos de diferentes modalidades sensoriais, prejudicando estes indivíduos em situações sociais e ambientes onde existam muitos estímulos. Por fim, a carência na integração sensorial pode ter diversas origens, mostrando que os deficits espaciais e temporais, interagem mutuamente para moldar as dificuldades que são características da PEA. Metodologia: Com o objetivo de perceber se as dificuldades de processamento sensorial se manifestam tanto em tarefas visuoespaciais de processamento de quantidade de espaço (modalidade visual) como em tarefas de processamento de quantidade de tempo (modalidades visual e auditiva), desenvolvemos um protocolo experimental constituído por três tarefas apresentadas numa tela de computador a noventa e duas crianças entre os 4 e 6 anos de idade divididas em três grupos: PEA (n = 32); GC emparelhado por idade cronológica (n = 28); e GC emparelhado por idade desenvolvimental (n = 32). As Tarefas tinham uma duração aproximada de 20/30 minutos e as crianças respondiam pressionando um de dois botões do rato. Recolhemos dados sobre a precisão e tempo de reação das respostas. V Resultados: Os resultados mostram que existem diferenças significativas tanto quando comparamos os grupos entre si, como quando comparamos em duas das modalidades dentro de cada grupo de estudo, com exceção da tarefa de modalidade visuoespacial. O grupo PEA foi onde existiu uma maior proporção de respostas corretas, mas também foi o grupo onde teve um tempo de resposta mais elevado. Tanto na tarefa de modalidade visual, como na tarefa de modalidade auditiva as crianças com PEA mostraram uma maior precisão de desempenho e mais tempo de processamento. Já na tarefa de modalidade visuoespacial, mostraram um desempenho semelhante aos do Grupo de Controlo. Conclusão: Este estudo mostrou que indivíduos com PEA têm uma maior precisão nas tarefas de processamento temporal visual e auditivo, mas apresentam tempos de resposta mais longos, sugerindo que o processamento é mais detalhado, priorizando a precisão em vez da rapidez. Por outro lado, as semelhanças entre os três grupos no desempenho da tarefa visuoespacial demonstram uma possível área de preservação das capacidades de processamento sensorial na PEA. Parece então que a modalidade visual ou auditiva não é o fator preponderante, já que é o processamento temporal que mostra alterações na estratégia de tomada de decisão (com mais respostas certas e mais tempo de processamento). Estes resultados reforçam a importância de procurar programas que respeitem as estratégias de tomada de decisão desta população, implicando um ritmo de processamento mais lento e uma maior precisão, de modo a tornar a interação social mais eficaz e contribuindo para a diminuição do stress e uma melhoria na sua qualidade de vida das crianças com PEA
- Expectativa e dor: Um estudo experimental sobre a influência de instruções verbaisPublication . Rosa, Patrícia Gomes; Valente, Maria Alexandra FerreiraA experiência da dor é influenciada por fatores biológicos, psicológicos, sociais e culturais, sendo que a expectativa em relação a estímulos dolorosos, também desempenha um papel fundamental na modulação da experiência da dor. Este estudo tem como objetivo avaliar a relação entre a expectativa do estímulo e a intensidade da dor, tolerância à dor e níveis de stress em adultos saudáveis, utilizando o paradigma Cold Pressor Arm Wrap (CPAW) para indução de dor aguda. A amostra foi composta por 40 jovens adultos. Os participantes foram divididos em dois grupos, recebendo instruções de conotação negativa (grupo experimental) ou neutra (grupo controlo), com o objetivo de induzir diferentes expectativas em relação ao ensaio experimental. A intensidade da dor foi avaliada através de uma escala numérica de 0 a 10, a tolerância à dor foi medida pelo tempo até o desconforto se tornar insuportável para o participante, e o stress foi monitorizado através variabilidade da frequência cardíaca (VFC) como um marcador psicofisiológico. Os resultados não confirmaram a hipótese de que as instruções influenciariam significativamente as expectativas de dor, exceto no parâmetro da tolerância à dor, sugerindo que o efeito placebo é mais relevante ao quanto um individuo consegue suportar a dor, e não à dor em si. A segunda hipótese também não foi confirmada, sendo que a expectativa não está associada à intensidade da dor, à tolerância à dor e ao stress. A análise destacou ainda a variabilidade inter-individual presente no estudo nas respostas à dor, reforçando que fatores contextuais e emocionais desempenham um papel significativo na perceção da dor. Este estudo enfatiza a necessidade de metodologias mais robustas para explorar como as expectativas moldam a experiência individual da dor, contribuindo para uma melhor compreensão dos mecanismos subjacentes à modulação da dor.
- A relação entre o controlo inibitório e o sistema numérico aproximado em crianças pré-escolares com fragilidades comportamentaisPublication . Pini, Fabiana Cristina Barbosa; Rato, JoanaIntrodução: As dificuldades no desempenho matemático durante a infância tendem a persistir ao longo da vida e estão associadas a menores perspetivas de sucesso académico e profissional. Em particular, crianças pré-escolares com fragilidades comportamentais podem apresentar dificuldades no controlo inibitório, uma função executiva essencial para o desenvolvimento de competências numéricas e para a regulação do comportamento. O presente estudo investiga a relação entre o controlo inibitório e o sistema numérico aproximado (SNA) em crianças com fragilidades comportamentais, considerando a relevância do desenvolvimento precoce de competências numéricas fundamentais. Metodologia: Foram avaliadas 101 crianças pré-escolares entre 5 e 6 anos, em que 37 apresentaram elevados índices em subescalas de hiperatividade e problemas de conduta, identificadas através do Strengths and Difficulties Questionnaire (SDQ). Todas as crianças realizaram tarefas Go/No-Go e de estimativa numérica de curta duração, Numeracy Screener. Resultados: No contexto desta população, não houve uma evidência estatisticamente relevante entre o desempenho em tarefas não simbólicas e o controlo inibitório para este grupo de crianças com fragilidade comportamental. Conclusão: Este estudo representa um passo na caracterização da interação entre competências numéricas e controlo de impulso em crianças pré-escolares portuguesas com indicadores de fragilidades comportamentais, recorrendo a instrumentos de avaliação padronizados.
- Indirect genetic effects on social behavior and dna methylation pattern in ZebrafishPublication . Maeva Pinget; Teles, MagdaThe social environment, more particularly the genetic makeup of conspecifics, may influence individuals' social behavior, a henomenon known as indirect genetic effects (IGEs). Previous work has demonstrated how genetic variation in the social environment affects the behavioral output of zebrafish oxytocin receptor mutants (OXTR). It was found that the interaction between an individual's genotype and the genotype of its conspecifics affects social behaviors, indicating that the social environment can either rescue or promote phenotypes associated with specific genes. Nevertheless, the mechanisms behind this behavioral plasticity remain poorly understood. In the present study, we used the same experimental paradigm published in Ribeiro et al. (2020) of growing fish of different genotypes in different environmental conditions (1 wild-type in a group of 4 OXTR mutants; 1 mutant in a group of 4 wild-types and the respective controls, a group of 5 mutants and a group of 5 wildtypes) to explore the mechanism that underlies the interaction between genes and environment. After growing under these particular conditions, group behavioral analysis was conducted, and the forebrain of all individuals was collected for nanopore sequencing to quest for differential methylation patterns in the different experimental groups. Our results indicate that group genotypic composition significantly influences social interactions depending on the individual’s genotype and the genotype of the conspecifics. These genotype interactions affected not only individual behavior but also group dynamics. Analysis of genomic DNA revealed a strong signal of a differentially methylated CpG island in the fish forebrain, aligned with the behavioral data. These findings suggest that the social environment can drive phenotypic changes and that epigenetic marks, such as DNA methylation, may be one of the underlying mechanisms mediating these effects.
- Emotional processing in alexithymia: Behavioral evidencePublication . Luís, Ana Isabel Dias dos Santos; Mares, InêsSocial cognition plays a crucial role in primate survival. A key facet of social cognition is the recognition of others’ emotions, which facilitates social interactions by providing insights into others’ mental states and enabling us to adjust our behaviors accordingly. This dissertation focuses on understanding emotional processing deficits associated with alexithymia - a personality trait characterized by difficulties identifying and describing emotions - in a neurotypical population. To achieve this goal, we designed two experiments to investigate whether the emotional processing deficits associated with alexithymia extend to neutral expressions (Experiment I) and to explore their possible connection to altered holistic processing (Experiment II). In both experiments, perceptual difficulty was increased by adding visual noise, known to exacerbate alexithymia-related deficits. Alexithymia traits were independently measured using the Toronto Alexithymia Scale (TAS-20). In the first experiment, 35 university students were presented with 30 images of fearful faces, neutral faces, and objects, which they were asked to categorize. Results showed lower accuracy across all categories associated with increasing alexithymia scores. In the second experiment, 90 upright and inverted faces (displaying fear, happiness, and neutral expressions) were presented to 49 university students in a similar design to Experiment I. Participants with higher alexithymia scores performed worse when holistic processing was disrupted by image inversion, compared to upright presentation. Our analysis suggests that individuals with higher levels of alexithymia exhibit a general impairment in perceptual categorization, contrasting with the anticipated emotion-specific deficits (Experiment I) and rely on holistic processing (Experiment II).
- Avaliação do controlo inibitório e viés atencional através de eye-tracking: Um novo paradigma stop-signal emocionalPublication . Barros, Gonçalo Dias de Carvalho; Ribeiro, FilipaO objetivo desta tese foi desenvolver e validar uma Tarefa Stop-Signal Emocional Modificada (MESST), com recurso à tecnologia de rastreio ocular (Eye-tracking), para avaliar a resposta inibitória e os vieses atencionais em resposta a estímulos emocionais. Embora o estudo tenha sido conduzido numa amostra normativa, esta validação inicial visa, futuramente, aplicar o paradigma em populações clínicas, como a Perturbação Obsessivo-Compulsiva (POC), dado que a tarefa inclui estímulos idiossincráticos com potencial para explorar marcadores cognitivos relevantes para esta condição. A amostra foi composta por 33 participantes normativos (18-29 anos), sendo que o estudo avaliou variáveis como o StopSignal Reaction Time (SSRT) e métricas de Eye-tracking, incluindo a latência à primeira fixação e o tempo total de permanência no estímulo. Também se explorou como os traços de impulsividade e ansiedade da amostra influenciam o desempenho na MESST. Os resultados indicam que estímulos emocionalmente carregados aumentam, significativamente, as dificuldades inibitórias e induzem vieses atencionais, sobretudo na manutenção do olhar. Embora não tenha sido observada uma correlação significativa entre os traços de ansiedade e impulsividade nos marcadores centrais como o SSRT, latência à primeira fixação e tempo total de permanência do olhar nas funções cognitivas avaliadas, foi identificado que níveis mais elevados de impulsividade estão associados a uma menor precisão na avaliação emocional de estímulos aversivos genéricos. A tecnologia de Eye-tracking permitiu uma análise contínua e detalhada do comportamento visual atencional, fornecendo uma compreensão mais aprofundada dos processos cognitivos associados à inibição e ao processamento emocional. Esta validação inicial fornece uma base sólida para continuar a validação e aplicação futura do paradigma em populações clínicas com POC.
- Dinâmicas emocionais e assimetria cortical: O prazer na música tristePublication . Borges, Guilherme Manuel Martins; Nunes, Maria VâniaEnquadramento Teórico: Emoções como tristeza e prazer coexistem frequentemente em experiências paradoxais, como ocorre ao ouvir música triste, desafiando a visão tradicional das emoções. Apesar dos avanços no estudo dessas emoções, os mecanismos neurobiológicos que as medeiam ainda são os que mais carecem de compreensão. O paradoxo do prazer na tristeza representa uma oportunidade única para explorar as dinâmicas neurais envolvidas na modulação de estados emocionais complexos. Objetivo: Investigar como a assimetria alfa frontal (AAF) é influenciada pela perceção de prazer em músicas percebidas como tristes ou associadas a valência emocional negativa. O estudo visa aprofundar o conhecimento sobre a interação entre a perceção de emoções complexas e a sua modulação de respostas neurais refletidas na AAF. Metodologia: A amostra foi composta por 20 participantes. Foram recolhidos dados de eletroencefalografia durante a escuta de 30 excertos musicais, a AAF foi calculada para cada um destes. No fim de cada excerto, os participantes avaliaram subjetivamente a perceção de prazer, tristeza, valência, ativação e familiaridade. A análise estatística incluiu estatística descritiva, testes de Kruskal-Wallis, Mann-Whitney e respetivas correções. Resultados: A AAF apresentou uma relação direta com o prazer, com uma diferença estatisticamente significativa entre o prazer baixo (M = -0.0105) e o prazer alto (M = 0.0346) nas músicas tristes. Na música percebida como neutra, a AAF apresentou valores consistentemente positivos, tanto no prazer baixo (M = 0.0051), como no médio (M = 0.0231) e alto (M = 0.0360), contudo sem mudanças tão marcantes entre os níveis de prazer. Nas valências emocionais, a AAF foi menos pronunciada nas condições de valência positiva (entre M = 0.0025 e M = 0.0287) e mais elevada nas valências negativas, com valores que variaram de M = -0.0024 no prazer baixo a M = 0.0316 no prazer alto. Discussão: A ativação acentuada do hemisfério esquerdo, refletida pela AAF positiva, pode contribuir para a perceção de prazer em músicas tristes, indicando uma possível reavaliação cognitiva. A música neutra revela uma AAF com menores diferenças, enquanto na música triste a sobreposição de prazer e tristeza aparenta reduzir a AAF. As valências positivas divergiramda literatura, talvezdevido à dificuldade em evocar alegria. Este estudo evidencia como a interação entre prazer e tristeza pode modular a AAF, sugerindo um processamento neural complexo em respostas emocionais ambíguas.
- A personalidade na tomada de decisão de consumo: Um estudo psicofisiológicoPublication . Canelas, Bernardo Rodrigues Duarte; Nunes, Maria Vânia da Silva NunesCompreender os fatores psicofisiológicos que influenciam a tomada de decisão é crucial para obter insights sobre o comportamento de tomada de decisão contextualmente situado. Esta dissertação investiga a influência da personalidade na tomada de decisão de consumo e os processos neurais implícitos nesta relação. Para este estudo, foi constituída uma amostra de 40 participantes. Para avaliar os traços de personalidade foi utilizado o Inventário de Personalidade NEO-PI-R, para analisar os processos neurais implícitos envolvidos na tomada de decisão foi utilizada eletroencefalografia (EEG), com uma abordagem de potenciais relacionados a eventos (ERP). Foi desenvolvida uma tarefa de tomada de decisão de consumo baseada em preferência onde foram utilizadas imagens de frascos perfume geradas por recurso a inteligência artificial generativa de modo a mitigar vieses como a familiaridade com marcas. Os resultados indicam que a personalidade é preditor significativo do número de decisões de intenção de compra, e que a abertura à experiência emergiu como o maior preditor, nomeadamente a faceta da sensibilidade estética. A abertura à experiência está associada a diferenças na atividade cerebral durante a tomada de decisão sobre intenção de compra, existindo nos participantes mais abertos à experiência maior amplitude dos potenciais N200 e N300 nas regiões frontais e P300 nas regiões parietais. As conclusões deste estudo sugerem que diferenças individuais no traço abertura à experiência envolvem uma dissociação funcional no processo de tomada de decisão de consumo que implicam processos de avaliação e julgamento distintos, refletidos na localização e amplitude dos potenciais, no contexto deste estudo.
- The role of oxytocin in reproductive success and mating behavior in ZebrafishPublication . Francisco, Samantha Martins; Oliveira, Rui FilipeA oxitocina é um neuropeptídeo que desempenha um papel em uma variedade de comportamentos sociais, incluindo ligação de pares e cuidado parental. No entanto, seu papel no comportamento reprodutivo e de acasalamento é menos compreendido. Esta tese investigou o papel da oxitocina no comportamento reprodutivo e de acasalamento em peixes-zebra. Peixes-zebra com uma mutação knockout que elimina a produção do ligante da oxitocina, apresentaram fertilidade reduzida (ovos fertilizados) e fecundidade (ovos postos). Isso foi verdade para cruzamentos entre knockouts e cruzamentos entre knockouts (machos ou fêmeas) com wild-types (machos ou fêmeas), enquanto os cruzamentos entre wild-types tiveram o maior número de ovos postos e fertilizados. Quanto ao comportamento de acasalamento como a duração de circulação, alinhamento lateral e liderança/seguimento, que são comportamentos iniciados pelo macho, estes também foram significativamente reduzidos em peixes-zebra machos knockouts. Além disso, a duração da liderança/seguimento foi considerada um preditor significativo da taxa de fertilidade, enquanto todos os quatro preditores (circulação, liderança, alinhamento lateral, genótipo) foram considerados preditores significativos de ovos postos e todos, exceto circulação, para ovos fertilizados. Estes achados sugerem que a oxitocina desempenha um papel significativo no comportamento de acasalamento e no sucesso reprodutivo em peixes-zebra. Contudo, mais investigações são necessárias para entender os mecanismos específicos pelos quais a oxitocina influencia esses comportamentos. No entanto, os achados desta tese fornecem um ponto de partida valioso para pesquisas futuras.
- Caracterização do perfil de desenvolvimento de uma amostra de crianças com Perturbação Neuromotora associada a Síndrome GenéticoPublication . Pavão, Isaac Viveiros; Nunes, Maria Vânia Silva; Gil, IolandaExistem evidências de longa data que indicam que alguns pacientes com perturbações neuromotoras, como a paralisia cerebral podem ter causas genéticas. Na Paralisia Cerebral existem variadas etiologias e manifestações. Hoje em dia, ao contrário do que se acreditava no passado, muitos dos pacientes que apresentam problemáticas relativas a alterações das funções motoras tem etiologias genéticas associadas. A heterogeneidade dos fenótipos é uma marca dos indivíduos com este tipo de perturbações neuromotoras de origem genética. Existe uma variação considerável do funcionamento cognitivo nestas crianças, no entanto, como grupo, estas revelam muitas vezes uma baixa capacidade intelectual associada a disfunções executivas. É importante sublinhar ainda, que nestes casos clínicos, podemos encontrar perturbações do neurodesenvolvimento associada a lesões neurológicas, limitações tónicas, musculares e no controlo motor voluntario e involuntário. Uma amostra de 26 crianças com síndromes genéticas associada a perturbações neuromotoras, com idade média de 64 meses, foi coletada ao longo de seis meses num centro de reabilitação. O perfil de desenvolvimento dessas crianças foi caracterizado usando a escala de desenvolvimento Griffiths III, a fim de identificar as áreas mais deficitárias, bem como as áreas em que têm habilidades mais fortes. Nos resultados foi possível observar limitações marcadas em todas áreas do desenvolvimento. Por fim, com esta divulgação espera-se contribuir para a sensibilização da importância da avaliação precoce, de forma a criar janelas de oportunidade para o trabalho feito com crianças com etiologia genética.