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- Perceção da situação e estratégias de coping em pessoas com níveis elevados e baixos de stressPublication . Matias, Sara Dantas; Neto, David DiasA literatura existente aponta para uma ligação entre diferentes níveis de stress e a adoção de estratégias de coping. No entanto, torna-se relevante aprofundar e Compreender a interação entre diferentes níveis de stress, utilização de estratégias de coping e o contexto em que são utilizadas. Assim, este estudo tem como principais objetivos: (i) Explorar o que constituem experiências de stress para os participantes; (ii) Identificar estratégias de coping para lidar com o stress; e (iii) Comparar os grupos de pessoas com níveis mais elevados e níveis mais reduzidos de stress, relativamente à perceção de um stressor e ao tipo de estratégias de coping utilizadas. A amostra foi constituída por 29 indivíduos, permitindo aceder à perspetiva de dois grupos com diferentes níveis de stress e idades compreendidas entre os 21 e os 85 anos. Utilizou-se a variável respostas ao stress, relativamente a um acontecimento particular e, de seguida, realizou-se uma entrevista semiestruturada. A análise temática mista permitiu identificar três categorias relativamente à perceção de stress: Ameaça; Perda/Dano; e Desafio. No que diz respeito às estratégias de coping surgiram os seguintes temas: Ruminação; Evitamento; Comunicação; Suporte Emocional; Distratores de Ansiedade; Reestruturação Cognitiva; Resolução de Problemas; e Aceitação. Este estudo realça a existência de determinadas estratégias utilizadas apenas num certo contexto, i.e., estratégias somente adotadas em situações consideradas difíceis para os sujeitos. Para além disto, é evidenciada a adoção de diferentes estratégias, consoante os seus níveis de stress.
- Avaliação do controlo inibitório e viés atencional através de eye-tracking: Um novo paradigma stop-signal emocionalPublication . Barros, Gonçalo Dias de Carvalho; Ribeiro, FilipaO objetivo desta tese foi desenvolver e validar uma Tarefa Stop-Signal Emocional Modificada (MESST), com recurso à tecnologia de rastreio ocular (Eye-tracking), para avaliar a resposta inibitória e os vieses atencionais em resposta a estímulos emocionais. Embora o estudo tenha sido conduzido numa amostra normativa, esta validação inicial visa, futuramente, aplicar o paradigma em populações clínicas, como a Perturbação Obsessivo-Compulsiva (POC), dado que a tarefa inclui estímulos idiossincráticos com potencial para explorar marcadores cognitivos relevantes para esta condição. A amostra foi composta por 33 participantes normativos (18-29 anos), sendo que o estudo avaliou variáveis como o StopSignal Reaction Time (SSRT) e métricas de Eye-tracking, incluindo a latência à primeira fixação e o tempo total de permanência no estímulo. Também se explorou como os traços de impulsividade e ansiedade da amostra influenciam o desempenho na MESST. Os resultados indicam que estímulos emocionalmente carregados aumentam, significativamente, as dificuldades inibitórias e induzem vieses atencionais, sobretudo na manutenção do olhar. Embora não tenha sido observada uma correlação significativa entre os traços de ansiedade e impulsividade nos marcadores centrais como o SSRT, latência à primeira fixação e tempo total de permanência do olhar nas funções cognitivas avaliadas, foi identificado que níveis mais elevados de impulsividade estão associados a uma menor precisão na avaliação emocional de estímulos aversivos genéricos. A tecnologia de Eye-tracking permitiu uma análise contínua e detalhada do comportamento visual atencional, fornecendo uma compreensão mais aprofundada dos processos cognitivos associados à inibição e ao processamento emocional. Esta validação inicial fornece uma base sólida para continuar a validação e aplicação futura do paradigma em populações clínicas com POC.
- Dinâmicas emocionais e assimetria cortical: O prazer na música tristePublication . Borges, Guilherme Manuel Martins; Nunes, Maria VâniaEnquadramento Teórico: Emoções como tristeza e prazer coexistem frequentemente em experiências paradoxais, como ocorre ao ouvir música triste, desafiando a visão tradicional das emoções. Apesar dos avanços no estudo dessas emoções, os mecanismos neurobiológicos que as medeiam ainda são os que mais carecem de compreensão. O paradoxo do prazer na tristeza representa uma oportunidade única para explorar as dinâmicas neurais envolvidas na modulação de estados emocionais complexos. Objetivo: Investigar como a assimetria alfa frontal (AAF) é influenciada pela perceção de prazer em músicas percebidas como tristes ou associadas a valência emocional negativa. O estudo visa aprofundar o conhecimento sobre a interação entre a perceção de emoções complexas e a sua modulação de respostas neurais refletidas na AAF. Metodologia: A amostra foi composta por 20 participantes. Foram recolhidos dados de eletroencefalografia durante a escuta de 30 excertos musicais, a AAF foi calculada para cada um destes. No fim de cada excerto, os participantes avaliaram subjetivamente a perceção de prazer, tristeza, valência, ativação e familiaridade. A análise estatística incluiu estatística descritiva, testes de Kruskal-Wallis, Mann-Whitney e respetivas correções. Resultados: A AAF apresentou uma relação direta com o prazer, com uma diferença estatisticamente significativa entre o prazer baixo (M = -0.0105) e o prazer alto (M = 0.0346) nas músicas tristes. Na música percebida como neutra, a AAF apresentou valores consistentemente positivos, tanto no prazer baixo (M = 0.0051), como no médio (M = 0.0231) e alto (M = 0.0360), contudo sem mudanças tão marcantes entre os níveis de prazer. Nas valências emocionais, a AAF foi menos pronunciada nas condições de valência positiva (entre M = 0.0025 e M = 0.0287) e mais elevada nas valências negativas, com valores que variaram de M = -0.0024 no prazer baixo a M = 0.0316 no prazer alto. Discussão: A ativação acentuada do hemisfério esquerdo, refletida pela AAF positiva, pode contribuir para a perceção de prazer em músicas tristes, indicando uma possível reavaliação cognitiva. A música neutra revela uma AAF com menores diferenças, enquanto na música triste a sobreposição de prazer e tristeza aparenta reduzir a AAF. As valências positivas divergiramda literatura, talvezdevido à dificuldade em evocar alegria. Este estudo evidencia como a interação entre prazer e tristeza pode modular a AAF, sugerindo um processamento neural complexo em respostas emocionais ambíguas.
- Emotional processing in alexithymia: Behavioral evidencePublication . Luís, Ana Isabel Dias dos Santos; Mares, InêsSocial cognition plays a crucial role in primate survival. A key facet of social cognition is the recognition of others’ emotions, which facilitates social interactions by providing insights into others’ mental states and enabling us to adjust our behaviors accordingly. This dissertation focuses on understanding emotional processing deficits associated with alexithymia - a personality trait characterized by difficulties identifying and describing emotions - in a neurotypical population. To achieve this goal, we designed two experiments to investigate whether the emotional processing deficits associated with alexithymia extend to neutral expressions (Experiment I) and to explore their possible connection to altered holistic processing (Experiment II). In both experiments, perceptual difficulty was increased by adding visual noise, known to exacerbate alexithymia-related deficits. Alexithymia traits were independently measured using the Toronto Alexithymia Scale (TAS-20). In the first experiment, 35 university students were presented with 30 images of fearful faces, neutral faces, and objects, which they were asked to categorize. Results showed lower accuracy across all categories associated with increasing alexithymia scores. In the second experiment, 90 upright and inverted faces (displaying fear, happiness, and neutral expressions) were presented to 49 university students in a similar design to Experiment I. Participants with higher alexithymia scores performed worse when holistic processing was disrupted by image inversion, compared to upright presentation. Our analysis suggests that individuals with higher levels of alexithymia exhibit a general impairment in perceptual categorization, contrasting with the anticipated emotion-specific deficits (Experiment I) and rely on holistic processing (Experiment II).
- A relação entre o controlo inibitório e o sistema numérico aproximado em crianças pré-escolares com fragilidades comportamentaisPublication . Pini, Fabiana Cristina Barbosa; Rato, JoanaIntrodução: As dificuldades no desempenho matemático durante a infância tendem a persistir ao longo da vida e estão associadas a menores perspetivas de sucesso académico e profissional. Em particular, crianças pré-escolares com fragilidades comportamentais podem apresentar dificuldades no controlo inibitório, uma função executiva essencial para o desenvolvimento de competências numéricas e para a regulação do comportamento. O presente estudo investiga a relação entre o controlo inibitório e o sistema numérico aproximado (SNA) em crianças com fragilidades comportamentais, considerando a relevância do desenvolvimento precoce de competências numéricas fundamentais. Metodologia: Foram avaliadas 101 crianças pré-escolares entre 5 e 6 anos, em que 37 apresentaram elevados índices em subescalas de hiperatividade e problemas de conduta, identificadas através do Strengths and Difficulties Questionnaire (SDQ). Todas as crianças realizaram tarefas Go/No-Go e de estimativa numérica de curta duração, Numeracy Screener. Resultados: No contexto desta população, não houve uma evidência estatisticamente relevante entre o desempenho em tarefas não simbólicas e o controlo inibitório para este grupo de crianças com fragilidade comportamental. Conclusão: Este estudo representa um passo na caracterização da interação entre competências numéricas e controlo de impulso em crianças pré-escolares portuguesas com indicadores de fragilidades comportamentais, recorrendo a instrumentos de avaliação padronizados.
- Expectativa e dor: Um estudo experimental sobre a influência de instruções verbaisPublication . Rosa, Patrícia Gomes; Valente, Maria Alexandra FerreiraA experiência da dor é influenciada por fatores biológicos, psicológicos, sociais e culturais, sendo que a expectativa em relação a estímulos dolorosos, também desempenha um papel fundamental na modulação da experiência da dor. Este estudo tem como objetivo avaliar a relação entre a expectativa do estímulo e a intensidade da dor, tolerância à dor e níveis de stress em adultos saudáveis, utilizando o paradigma Cold Pressor Arm Wrap (CPAW) para indução de dor aguda. A amostra foi composta por 40 jovens adultos. Os participantes foram divididos em dois grupos, recebendo instruções de conotação negativa (grupo experimental) ou neutra (grupo controlo), com o objetivo de induzir diferentes expectativas em relação ao ensaio experimental. A intensidade da dor foi avaliada através de uma escala numérica de 0 a 10, a tolerância à dor foi medida pelo tempo até o desconforto se tornar insuportável para o participante, e o stress foi monitorizado através variabilidade da frequência cardíaca (VFC) como um marcador psicofisiológico. Os resultados não confirmaram a hipótese de que as instruções influenciariam significativamente as expectativas de dor, exceto no parâmetro da tolerância à dor, sugerindo que o efeito placebo é mais relevante ao quanto um individuo consegue suportar a dor, e não à dor em si. A segunda hipótese também não foi confirmada, sendo que a expectativa não está associada à intensidade da dor, à tolerância à dor e ao stress. A análise destacou ainda a variabilidade inter-individual presente no estudo nas respostas à dor, reforçando que fatores contextuais e emocionais desempenham um papel significativo na perceção da dor. Este estudo enfatiza a necessidade de metodologias mais robustas para explorar como as expectativas moldam a experiência individual da dor, contribuindo para uma melhor compreensão dos mecanismos subjacentes à modulação da dor.
- Adaptação linguística do Questionário de 90 sintomas / Symptom Checklist90 (SCL-90) e estudo de fiabilidade (teste-reteste) numa amostra universitária da população portuguesaPublication . Rodrigues, Carlota Canhas Correia Silva; Trigo, MiguelO SCL-90 é um questionário de autorrelato utilizado em diversos contextos, construído para avaliar o desconforto psicológico em nove dimensões sintomáticas (Somatização, Obsessão-compulsão, Sensibilidade interpessoal, Depressão, Ansiedade, Hostilidade, Ansiedade fóbica, Ideação paranoide e Psicoticismo). A presente investigação tem como objetivo adaptar linguisticamente o Questionário de 90 Sintomas (SCL-90) e verificar a sua fiabilidade (teste-reteste) numa amostra de estudantes universitários portugueses, com idades compreendidas entre os 18 e os 25 anos. Para o efeito, fizeram-se três estudos. O primeiro, centrou-se na tradução e retrotradução do instrumento e na realização de três grupos focais para conseguir a melhor adaptação linguística e cultural possível. O segundo, determinou a consistência interna do instrumento e a sua estabilidade temporal (teste-reteste) e o terceiro estudo a validade convergente e divergente do SCL-90 e três outras medidas. Os resultados indicaram uma consistência interna satisfatória em todas as dimensões, com os valores do alfa de Cronbach em limites considerados bons (varia entre 0,961 e 0,835). A fiabilidade teste-reteste demonstrou ter uma forte estabilidade ao longo do tempo. Estes resultados sugerem que o SCL-90 é um instrumento confiável e eficaz para avaliar o desconforto psicológico, quer em contextos clínicos ou de investigação.
- The developmental sequences of events underlying persistence in criminal convictions during adulthoodPublication . Basto-Pereira, Miguel; Jolliffe, Darrick; Farrington, David P.The relationship between multiple vulnerabilities experienced and accumulated during development, and later life-course persistent offending trajectories is well-established. However, no studies have yet systematically examined how the sequences in which these vulnerabilities are experienced may influence the persistence of criminal behaviour into adulthood. Therefore, this work investigated how the sequences in which risk factors were experienced may contribute to accruing adult criminal convictions among males with justice involvement during adolescence. To this end, we employed the rich and detailed Cambridge Study in Delinquent Development, a longitudinal study that followed 411 boys from South London from age 8 to age 61. Using an innovative methodological approach, the sequences of risk factors experienced at ages 8–10, 12–14, and 16–18 were mapped and analysed as predictors of adult convictions. Childhood vulnerabilities such as parenting-related problems, low attainment, and risk-taking behaviour at ages 8–10 emerged as key starting points for the developmental sequences leading to adult convictions. At ages 12–14, hyperactivity and low IQ were identified as significant risk factors, followed by school failure and sexual promiscuity at ages 16–18. A very small number of prevalent sequences of risk factors appeared to promote the continuity of convictions from adolescence into adulthood. Our findings suggest that enhancing parenting strategies and fostering school success may prevent the cascade of risk factors promoting life-course persistent offending trajectories. At the transition to adulthood, the most common risk factors and crime-predictive sequences seem to undermine key opportunities for earlier crime desistance.
- Microagressões e ambivalência da experiência pós-migratória de refugiados sírios em PortugalPublication . Fernandes, Maria Inês Gomes Queirós; Matos, LisaComo resposta à crise migratória intensificada em 2015, Portugal acolheu pessoas em situação de refúgio de diferentes países, nomeadamente, nacionais sírios em fuga da guerra civil. As pessoas refugiadas estão expostas a diversos desafios e stressores diários, incluindo microagressões, durante o período pós-migratório passíveis de gerar sofrimento psicológico significativo. O presente estudo qualitativo explorou a exposição a microagressões e impacto na saúde mental de 39 refugiados sírios a viver em Portugal. Através de análise temática foi possível identificar: a) experiências negativas, que incluíram microagressões e desafios de integração; b) experiências positivas, promotoras de crescimento pessoal e profissional); e c) experiências de dualidade de crise de identidade devido à ambiguidade de sentimento de pertença e de identidade cultural dos participantes. Os resultados sugerem que, apesar do impacto negativo das microagressões na saúde mental dos refugiados, o apoio social e oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional permitiram mitigar e relativizar as experiências negativas. Os resultados sugerem a necessidade de promover oportunidade de inclusão que fomentem sentimento de pertença das comunidades recém-chegadas aos países de acolhimento.
- Exploring weight management beliefs during the menopausal transition: A qualitative comparative study based on Health Belief ModelPublication . Leitão, Mafalda; Faustino R. Pérez‐López; Marôco, João; Pimenta, FilipaObjectives: While most women experience weight gain during the menopausal transition, a subset successfully maintains a healthy weight. This study explores the determinants influencing different weight experiences during the menopausal transition, using the Health Belief Model (HBM). Qualitative design. individual interviews with 62 Portuguese post‐menopausal women were performed. Among them, 31 women maintained a normal weight from pre‐menopause to post‐menopause, with a variation not exceeding 5% of pre‐menopausal weight, while another 31 women transitioned from normal weight in pre‐menopause to overweight or obesity in post‐menopause, with an increase above 7% of pre‐menopausal weight. Deductive‐dominant content analysis and multiple correspondence analysis were performed. Prominent differences exist between the Unhealthy Weight Gain Group (UWG‐G) and the Healthy Weight Maintenance Group (HWM‐G). The UWG‐G lacks perceived susceptibility in pre‐menopause and perceives obesity as stigmatizing. They prioritize immediate changes as benefits, while the HWM‐G focuses on self‐concept. Both groups face barriers like food cravings and weight loss challenges in middle‐aged. For cues to action, the UWG‐G emphasizes social support and self‐care resources, while the HWM‐G emphasizes age progression and healthy behaviour adherence. The HWM‐G presents higher self‐efficacy. This study confirms the suitability of the HBM in understanding weight management beliefs among post‐menopausal women, highlighting differences between women who maintain a healthy weight and those who experience weight gain during this life phase. This facilitates identifying key determinants (perceived susceptibility, perceived severity, perceived benefits, perceived barriers, cues to action and self‐efficacy) crucial for future interventions in weight management. Health Belief Model, Menopausal transition, Obesity, Post-menopausal women, Weight gain, Weight management