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PFOR - Dissertações de Mestrado

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  • Impacto diferencial dos traços antissociais na perpetração de crimes sexuais
    Publication . Sousa, Mariana de Jesus; Basto Pereira, Miguel
    Os traços antissociais e a psicopatia constituem-se como fatores de risco significativos para a perpetração de crimes. Em particular, a investigação tem sugerido uma relação entre a perpetração de crimes sexuais e comportamentos impulsivos e irresponsabilidade, ainda que a investigação científica raramente inclua crimes sexuais cometidos em contextos online. Assim, a presente investigação propõe-se analisar o impacto dos traços antissociais e psicopatia na perpetração de crimes sexuais online e de contacto, explorando duas hipóteses de investigação. Este estudo conta com uma amostra de 316 participantes adultos da população geral. Os resultados deste estudo indicam que traços de Impulsividade/Irresponsabilidade e indicadores de traços de psicopatia secundária estão associados a uma maior probabilidade de incorrer em crimes sexuais. Estes resultados vão ao encontro da evidência empírica, que realça estes traços como os maiores preditores da prática destes crimes, uma vez que dificulta a capacidade de inibir comportamentos e a procura de gratificação imediata, o que consequentemente compromete a capacidade do indivíduo de refletir sobre as consequências das suas ações.
  • Palavras que magoam: Um modelo preditivo da agressividade verbal com base em variáveis psicossociais numa amostra comunitária
    Publication . Cruz, Marta Sofia Pascoal; Rodrigues, Andreia de Castro
    Nos últimos anos tem-se observado um aumento significativo do discurso de ódio por todo o mundo. Apesar do crescente interesse científico, a investigação nesta área apresenta limitações. Neste sentido, a agressividade verbal tem sido considerada uma manifestação aproximada do fenómeno. Não obstante, destaca-se uma lacuna relativamente aos fatores psicossociais que podem estar associados à expressão da agressividade verbal. A presente investigação objetivou determinar os níveis de agressividade geral e verbal, empatia, compaixão, preconceito (polimorfo/sexual e sexismo), atitude multicultural e comportamentos antissociais, numa amostra comunitária; verificar a existência de disparidades de género ao nível das variáveis supramencionadas; e explorar as relações entre estes construtos psicológicos com vista à composição de um modelo preditivo da agressividade verbal enquanto possível manifestação associada ao discurso de ódio. A amostra final contou com 104 mulheres e 54 homens da população geral. Os resultados evidenciaram diferenças significativas ao nível da empatia, compaixão, preconceito polimorfo e sexismo, atitude multicultural e comportamentos antissociais, com as mulheres a reportar valores mais elevados, à exceção dos preconceitos polimorfo e sexismo e comportamentos antissociais, onde as pontuações dos homens foram superiores. De um modo geral, apuraram-se associações significativas entre a agressividade global e a dimensão verbal, tanto para a amostra total, como para as subamostras feminina e masculina. Detetaram-se também correlações significativas entre a agressividade verbal e o preconceito sexual apenas para a amostra total e subamostra masculina. Observaram-se, ainda, associações significativas entre a agressividade verbal e a compaixão para a amostra total e subamostra feminina. Verificou-se o mesmo padrão para as correlações encontradas entre a agressividade verbal e os comportamentos antissociais. O modelo de regressão sugeriu que a compaixão e o preconceito sexual representam fatores protetores, ao passo que a empatia e os comportamentos antissociais representam fatores de risco para comportamentos verbalmente agressivos.
  • Perceptions of portuguese law enforcement officers about their interviewing practices
    Publication . Pinheiro, Samuel Alexandre de Sousa Santos; Almeida, Telma Sousa
    Given the pivotal role of witness testimony in criminal proceedings, effective investigative interviewing is essential for ensuring accurate and reliable evidence collection. Evidence-based models such as the Cognitive Interview (CI) emphasise openness, accuracy, and procedural fairness. This study examined Portuguese police officers’ knowledge, perceptions, and self-reported use of CI techniques through a mixed-methods approach. A total of 333 officers completed a comprehensive self-report questionnaire assessing their familiarity with, and application of, various CI components, as well as their broader interviewing practices. Quantitative and qualitative analyses revealed a marked preference for simpler, more intuitive CI elements (e.g., rapport-building, uninterrupted account), and limited knowledge of more cognitively demanding techniques (e.g., change temporal order, change perspective). While conceptual understanding of key CI components—particularly mental reinstatement of context—was generally weak, many officers demonstrated adherence to recommended practices in the interview’s introductory phase, including procedural explanations and rapport-building. Despite reporting limited access to CI training, officers widely perceived it as useful and expressed strong interest in continued professional development and formal guidance documents. These findings underscore the need for structured, ongoing training in evidence-based interviewing techniques. This study represents a critical contribution to the investigative interviewing literature in Portugal and highlights promising avenues for institutional improvement, supported by the receptivity of officers to enhanced training.
  • Características e impacto do abuso sexual infantil em contextos intrafamiliares e extrafamiliares
    Publication . Dinis, Cláudia Sofia Vermelho; Almeida, Telma Sousa
    O abuso sexual infantil é uma problemática com repercussões psicológicas, físicas e sociais significativas. Existem diferenças importantes entre os abusos que ocorrem em contextos intrafamiliares e extrafamiliares, refletindo variações nas dinâmicas, nos padrões de comportamento dos abusadores e nas consequências para as vítimas. O presente estudo teve como objetivo explorar as características específicas do abuso sexual intrafamiliar e extrafamiliar no contexto português, considerando práticas abusivas, duração e frequência dos abusos, perfil das vítimas e estratégias utilizadas pelos abusadores. Adicionalmente, procurouse examinar as consequências psicológicas de curto prazo para as vítimas em cada tipo de contexto (intrafamiliar vs. extrafamiliar). Para este fim, foram analisados processos e acórdãos judiciais dos tribunais de Lisboa e Almada, resultando numa amostra total de 206 casos. Os resultados evidenciaram maior gravidade nas práticas abusivas em contexto intrafamiliar, associadas também a uma maior frequência de episódios de abuso. Foi ainda observada uma variação nas estratégias de aliciamento e segredo utilizadas pelos abusadores, com diferenças significativas nas consequências psicológicas apresentadas pelas vítimas de acordo com o tipo de contexto de abuso. Em suma, o estudo identificou características distintas do abuso sexual infantil em contextos intrafamiliares e extrafamiliares, sublinhando a importância de intervenções direcionadas às especificidades de cada contexto para o apoio e proteção das vítimas.
  • Autismo e o sistema de justiça: O impacto da empatia nas decisões de atribuição de pena
    Publication . Santos, Cláudia Filipa Machado; Almeida, Telma Sousa
    O presente estudo teve como objetivo investigar o impacto da empatia dos jurados e do conhecimento sobre a identificação de condição de Perturbação do Espetro do Autismo (PEA) na sua tomada de decisões sobre a severidade da pena atribuída a um ofensor acusado de violação. Participaram, no total, 202 indivíduos, que foram divididos em dois grupos: um que foi informado sobre a identificação de condição de autismo do réu, enquanto o outro não recebeu essa informação. Adicionalmente, todos os participantes completaram uma escala de empatia. Os resultados indicaram que a empatia foi significativamente associada à atribuição de penas menos severas, enquanto a informação sobre a identificação de condição de autismo não impactou significativamente a severidade da pena. Além disso, não foi observada interação significativa entre empatia e identificação de condição de autismo nas decisões de pena. Estes resultados sugerem que, em casos de alta carga moral, como crimes sexuais, a empatia dos jurados pode moderar a severidade da pena, contribuindo para a compreensão de como a empatia e informações sobre saúde mental influenciam resultados judiciais, destacando implicações para práticas judiciais mais justas.
  • Impacto das estratégias de estabelecimento de relação nos relatos de crianças vítimas
    Publication . Barbosa, Inês Monteiro; Almeida, Telma Sousa
    O presente estudo investigou a influência do estabelecimento de relação (rapport-building) na quantidade de detalhes fornecidos por crianças vítimas, durante entrevistas realizadas no âmbito do procedimento das Declarações para Memória Futura (DMF), uma medida específica do sistema judicial português. A literatura enfatiza a importância do estabelecimento de relação em entrevistas investigativas como facilitador da comunicação, especialmente em contextos de vulnerabilidade. Este estudo centrou-se em analisar o impacto de diferentes estratégias de estabelecimento de relação na quantidade de detalhes fornecidos pelas crianças, assim como a influência de fatores individuais e relacionais, incluindo a idade e sexo da criança, e a sua relação com o alegado ofensor (intrafamiliar vs. extrafamiliar). A amostra foi composta por 146 entrevistas de crianças entre os 3 e os 17 anos de idade, conduzidas em vários Tribunais Criminais Portugueses. Os resultados indicaram que o reforço positivo e o apoio emocional foram preditores significativos no aumento dos detalhes reportados, enquanto variáveis como a idade e o sexo da criança, assim como a sua relação com o alegado ofensor não demonstraram efeitos significativos na quantidade de informações fornecidas. Estes resultados sugerem que algumas estratégias de estabelecimento de relação parecem contribuir para uma maior riqueza de detalhes nos testemunhos infantis, independentemente de variáveis demográficas e relacionais. Este estudo reforça assim a importância do uso estruturado de estratégias de estabelecimento de relação em entrevistas investigativas com crianças, com implicações para o desenvolvimento de práticas de entrevista e políticas que garantam o apoio adequado a testemunhas infantis em contextos judiciais.
  • O impacto do diagnóstico de autismo na credibilidade do testemunho
    Publication . Júlio, Daniela Alexandra Bastos; Almeida, Telma Sousa
    O presente estudo investigou o impacto do diagnóstico de autismo na credibilidade atribuída ao testemunho de uma alegada vítima de violação, analisando a influência da informação do diagnóstico e do sexo de jurados fictícios. O estudo contou com 261 participantes, distribuídos em três condições experimentais, onde leram vinhetas com relatos de vítimas com e sem diagnóstico de autismo e com e sem informação adicional acerca dessa condição. A análise de variâncias revelou que a condição “Sem Autismo” resultou numa maior credibilidade atribuída à vítima por parte dos participantes, e que a presença de informação diagnóstica apesar de ter tido um efeito positivo na credibilidade, não foi estatisticamente significativa. Além disto, verificou-se que as mulheres atribuíram uma maior credibilidade ao testemunho da vítima de uma maneira geral, em comparação com os homens, mas estas diferenças também não foram estatisticamente significativas. Os resultados evidenciam que comportamentos alinhados com expectativas sociais de reação à violação influenciam a perceção de credibilidade do testemunho da vítima de violação.
  • As características psicossociais em função da natureza das condenações criminais
    Publication . Lopes, Diogo Filipe Cavaco; Pereira, Miguel Basto
    O comportamento criminal é um fenómeno com características heterogéneas em termos de perpetuação e das necessidades de intervenção para a prevenção da reincidência. Nesse sentido, diferentes estudos apontam para a pertinência da exploração das características psicossociais e individuais em sujeitos com comportamentos criminais, de forma a compreender que fatores predispõem a atividade criminal e promovem a manutenção deste comportamento. Neste sentido, o presente estudo procura analisar e comparar as competências socias e emocionais e o autocontrolo em quatro grupos com diferentes condenações, consoante a sua tipologia e gravidade. A amostra foi constituída 367 indivíduos do sexo masculino, com idades entre 18 e 83 anos, a cumprir pena em 12 Estabelecimentos Prisionais de Portugal continental. Os participantes foram distribuídos por quatro grupos, segundo a natureza do crime cometido: 1) crimes não violentos; 2) crimes violentos (excluindo homicídio e crimes sexuais), 3) crimes sexuais e; 4) homicídios. Os resultados sugerem não existirem diferenças significativas nas competências sociais e emocionais entre os grupos de condenados. No entanto, foram encontradas diferenças nos níveis de autocontrolo. Indivíduos condenados por crimes violentos (excluindo homicídio e crimes sexuais) apresentaram um menor autocontrolo em comparação com os outros grupos. Esta investigação reforça a importância de uma avaliação e intervenção individualizada dos reclusos, tendo em consideração o tipo e natureza do crime cometido, e a necessidade de desenvolver programas de promoção do autocontrolo e regulação emocional.
  • “Defeito ou feitio?” O sexismo e a personalidade de estudantes universitários e a sua relação com crenças de violência sexual
    Publication . Franco, Rita Canteiro da Gama; Rodrigues, Andreia de Castro
    A Organização Mundial de Saúde define a violência sexual como um leque de ações, com vários graus, que pode variar deste o assédio verbal até à penetração forçada. Pode ocorrer a partir do uso de força física, intimidação, incapacidade da vítima para consentir, pressão social e coerção. A violência sexual trata-se de uma problemática de saúde pública, pode incorrer em qualquer contexto e tem como principal vítima, as mulheres. A presente investigação foi desenvolvida na tentativa de contribuir para a literatura desta temática a partir de um método quantitativo e foi conduzida com uma amostra de estudantes universitários (n = 166). Tem como objetivo entender os níveis de Sexismo Ambivalente, Traços de Personalidade e Crenças de Violência Sexual neste grupo, e a maneira como estas duas primeiras variáveis se podem relacionar com a terceira. Para tal, os dados utilizados foram recolhidos através da aplicação, via online, do Inventário de Personalidade de 10 Itens – Versão Portuguesa (TIPI-P), da Escala de Crenças de Violência Sexual (ECVS) e Inventário de Sexismo Ambivalente (ASI). Os resultados obtidos demonstraram que, houve diferenças entre sexos e cursos universitários, em todas as variáveis. Os homens apresentaram níveis superiores em todos os tipos de Sexismo, comparativamente às mulheres. Relativamente aos cursos, existem diferenças significativas, verificando-se que Economia apresenta níveis superiores de Sexismo Ambivalente, comparativamente a Psicologia e que Engenharia apresenta níveis superiores de Sexismo Hostil, comparativamente a Psicologia. Nos Traços de Personalidade, existem diferenças significativas entre sexos, sendo que as mulheres apresentaram níveis superiores de Amabilidade e os homens níveis superiores de Neuroticismo. Nos cursos, Psicologia apresentou níveis inferiores de Extroversão, comparativamente a Direito. No que toca às Crenças de Violência Sexual, os homens apresentaram mais crenças legitimadoras de violência sexual. No que concerne aos cursos, foram encontradas diferenças significativas em vários cursos, tanto no score total como nos cinco fatores da escala. Por fim, tanto o Sexismo Ambivalente como os Traços de Personalidade apresentaram relação com as Crenças de Violência Sexual. No entanto, a variável do Sexismo Ambivalente foi a única que revelou capacidade preditiva para as mesmas.
  • The impact of early sexual initiation among male inmates
    Publication . Lopes, Maria Frederica Peixoto de Sousa Mouga; Basto-Pereira, Miguel
    ABSTRACT: Several studies have addressed the impact of early sexual initiation during adulthood, but it remained unclear how this experience might impact male inmates. The current study expanded on Ahmed et al.’s (2006) research by examining the impact of early sexual initiation on different health and antisocial outcomes among male inmates. Four hundred and one adult male inmates currently serving their prison sentences in Portugal completed questionnaires to evaluate the impact of early sexual initiation. Participants who reported early sexual initiation were likely to report more substance abuse behaviors, violent behavior, and having friends who had also been arrested. Contrary to expect, early sexual initiation appeared to have only a marginally significant impact on condom use during the last intercourse and self-control, and no relationship was observed with suicidal ideation. Different socioeconomic and psychosocial factors might increase the likelihood of early sexual initiation among male inmates and affect the impact this experience has on adulthood. These findings highlight the need for adequate screening, interventions, and sex education policies. Future scientific directions and recommendations are discussed.