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- Diagnóstico tardio em mulheres com Perturbação do Espetro do AutismoPublication . Gaspar, Daniela Rita Ramalho; Ornelas, J. H.Problema: O diagnóstico tardio da perturbação do espetro do autismo (PEA), é uma problemática que afeta em particular o género feminino. Diversos fatores contribuem para esta realidade, incluindo preconceitos de género, diferenças socioculturais e o masking. Objetivos: A presente dissertação tem como objetivo compreender o impacto do diagnóstico tardio da perturbação do espetro do autismo (PEA), nas mulheres. Método: A metodologia aplicada é de natureza qualitativa. O instrumento usado foi um questionário adaptado de um guião de entrevista semiestruturada. Foram recolhidos 11 testemunhos anónimos de participantes mulheres que dominam a língua portuguesa. As idades variam entre os 20 e os 47 anos. Dados recolhidos: O masking é um fator preponderante para o diagnóstico tardio. Receber o diagnóstico é um momento de transição na vida destas mulheres, predominando o sentimento de alívio. Os interesses específicos têm um papel fundamental na gestão das sensibilidades sensoriais. O desenvolvimento de relações pessoais seguras e um acompanhamento terapêutico adequado ao diagnóstico, promovei uma melhoria na qualidade de vida e na redução de dificuldades associadas à saúde mental.
- Go in flow: Impacto das orientações e da predisposição para o flow no bem-estar mentalPublication . Ventura, Cláudia Alexandra Conde; Gouveia, Maria JoãoEnquadramento: As investigações no âmbito do bem-estar mental continuam em constante expansão. Neste sentido, alguns traços de personalidade têm vindo a ser associados a este conceito, como é o caso do flow disposicional e das orientações para as atividades. Objetivos: O presente estudo procurou investigar se a) as orientações para as atividades e o flow disposicional predizem significativamente o bem-estar mental; b) se existem diferenças significativas entre praticantes e não praticantes de tuning em termos de orientações (hedónicas, eudaimónicas e extrínsecas), disposição para o flow e bem-estar mental e c) a possibilidade de o flow disposicional assumir um papel mediador na relação entre as orientações para as atividades e o bem-estar mental. Método: A amostra foi constituída por 200 condutores praticantes de tuning (n=100) e não praticantes (n=100) sendo que as suas idades variaram entre os 18 e os 75 anos de idade (M =26,89; DP = 9,352). O flow disposicional foi medido através da Escala de Flow Disposicional-2, as orientações para as atividades através da Escala de Motivos Hedónicos, Eudaimónicos e Extrínsecos para as Atividades e o bem-estar mental através da Escala de Bem-Estar Mental de Warwick-Edinburgh. Resultados: Foi possível verificar que as dimensões “perceção de desempenho” e “concentração” relativas ao flow disposicional predizem significativamente o bem-estar mental. Verificou-se também que em todas as dimensões das variáveis em estudo se verificaram diferenças estatisticamente significativas entre os grupos, à exceção da dimensão de flow disposicional “envolvimento na tarefa”. Constatou-se a existência de efeito mediador do flow disposicional na relação entre as orientações para as atividades e o bem-estar mental.
- O consumo de substâncias lícitas e ilícitas entre estudantes universitários em Portugal: Um estudo empírico sobre padrões, contextos, e motivações do consumoPublication . Seatra, Patrícia Chacatas; Martins, Jorge SimõesO presente estudo teve como principal objetivo proceder a uma descrição e caracterização detalhada e abrangente do consumo de substâncias lícitas (café, tabaco e álcool) e ilícitas (canábis, estimulantes e alucinogénios) em estudantes a frequentar o Ensino Superior em Portugal. Mais concretamente, o presente estudo procura ou descrever o panorama atual do consumo de substâncias em estudantes universitários portugueses. Este estudo contou com 633 participantes, com idades compreendidas entre 18 e 59 anos, a frequentar o Ensino Superior em Portugal. A recolha de dados foi realizada através de um questionário online incluindo questões relacionadas com cada tipo de substância (tabaco, cafeína, álcool, canábis, estimulantes e alucinogénios). Através dos resultados obtidos, foi possível concluir que a substância mais consumida entre os estudantes, é o álcool, sendo que o consumo começa a ser feito numa idade precoce e durante o período do secundário. As substâncias ilícitas (canábis, estimulantes e alucinogénios) são adquiridas na sua grande maioria através de amigos. Os consumos são maioritariamente feito em grupos à exepcção do tabaco e do café. De notar que, as mulheres demonstraram consumir mais por motivos emocionais e os homens por motivos de intensificação. Apenas as motivações para o consumo do café e do álcool apresentam correlações significativas com as medidas de consumo. Em suma, o consumo de substâncias constitui-se como, um problema de saúde pública a nível nacional, sendo necessário desenvolver programas de consciencialização e prevenção, especificamente desenvolvidos para estudantes universitários e contextos de ensino superior em Portugal.
- A transmissão intergeracional do sexismo benevolente em mulheres: Uma leitura sistémica das dinâmicas de reprodução e de bloqueioPublication . Resende, Susana Antunes; Miranda, Mariana PiresA investigação sobre o sexismo benevolente (SB) emerge na literatura como justificação para manter o sistema de género através da romantização deste tipo de sexismo. O presente estudo procurou perceber de que forma a perceção das mulheres sobre o SB da família de origem está associada ao SB internalizado e, como consequência, às experiências sexistas benevolentes com o parceiro. Foi ainda proposto um potencial fator de bloqueio desta transmissão entre sistemas familiares: a pertença a múltiplos sistemas sociais. 225 participantes, entre os 18 e os 66 anos, que se utocategorizavam como sendo do género feminino e se encontravam num relacionamento heterossexual, responderam a um questionário online. Os resultados comprovaram a primeira hipótese que defendia um efeito indireto entre o SB percebido nos pais, o SB internalizado e as experiências com SB do parceiro. Além disto, o modelo proposto na segunda hipótese foi também confirmado na dimensão intimidade heterossexual, sendo que a pertença a um maior número de grupos reduziu a relação entre o SB dos pais e o SB internalizado. Estes resultados são discutidos em relação com outros estudos neste campo, tendo sido formuladas novas hipóteses para estudos futuros e analisadas as implicações clínicas.
- Perceções das crianças, dos pais e dos profissionais sobre as experiências e vivências de pré-escolar num contexto naturalPublication . Albino, Mariana Guerreiro da Conceição; Mata, LourdesO presente estudo teve como objetivo principal compreender e caracterizar as vivências e experiências das crianças, dos pais e dos profissionais da educação de pré-escolar num contexto de educação natural, focando as atividades, as rotinas, os espaços, as relações interpessoais e as aprendizagens das crianças. Para tal, contou-se com a participação de 28 crianças, 16 pais e 17 profissionais de uma escola-floresta situada na Área Metropolitana de Lisboa. A recolha de dados foi realizada através de entrevistas semi-estruturadas com os profissionais e crianças, tendo sido, com estas, utilizada a metodologia focus-group. Adicionalmente, foram aplicadas escalas sobre participação, benefícios e autoeficácia aos profissionais. Com os pais, utilizaram-se questionários com diferentes tipos de questões e instrumentos. Recorreu-se assim a uma abordagem metodológica mista, aliando análises qualitativas com outras quantitativas. Constatou-se que as crianças gostavam de atividades e brincadeiras ligadas à natureza (apanhar flores) e dos espaços (casa da árvore, cozinha de lama) e não gostavam de interrupções nem de momentos estruturados da rotina que implicassem menos movimento. Tinham noção de uma rotina estruturada e da sua participação no planeamento, também reforçada pelos profissionais. As relações entre crianças e entre crianças e profissionais foram positivamente mencionadas por todos os grupos de participantes. Constatou-se a existência de intencionalidade pedagógica e destacaram-se aprendizagens socioemocionais, relacionadas com o cuidado e proteção da natureza. Foram mencionados benefícios associados ao risco, à criatividade, à autonomia e à promoção da saúde física e mental. Por outro lado, a adaptação, a autonomia e o reconhecimento das aprendizagens foram classificados como desafios. Os pais mencionaram constrangimentos relacionados com a logística, a segurança e com as aprendizagens.
- Adaptation and validation of the whiteness scale: The impact of whiteness on mental health decision-making in PortugalPublication . Oliveira, Júlia da Silva Pereira de; Bú, Emerson Araújo DoABSTRACT: Whiteness, as a pervasive mechanism underlying racialized social dynamics, remains largely underexplored in post-colonial contexts like Portugal. This dissertation adapts and validates the Whiteness Scale for the Portuguese context, advancing theoretical discussions on how Whiteness operates within a society still grappling with the legacies of colonialism. Across five studies, we provide rigorous evidence for the scale’s validity and reliability. Studies 1a and 1b (n = 54) focused on item development and content validation through expert evaluations and pre-testing within the target population. Study 2 (n = 255) identified a unidimensional factor structure, demonstrating strong internal consistency, and providing convergent and discriminant validity by showing associations with biological racism and social dominance orientation, while being unrelated to external motivation to avoid prejudice. Study 3 (n = 306) confirmed this factor structure, further linking Whiteness to Lusotropicalism and political conservatism, while showing no associations with physical traits such as sleep patterns. Study 4 (n = 244) established criterion validity, revealing that higher levels of Whiteness were associated with reduced perceptions of psychological distress and a lower likelihood of recommending supportive actions (i.e., medical leave) for Black (vs White) patients. Collectively, these studies offer compelling evidence of the scale’s construct validity, providing an important instrument for understanding how Whiteness perpetuates racial inequalities in clinical and healthcare settings, and beyond.
- Determinantes da qualidade de vida profissional numa amostra de psicólogos clínicos em PortugalPublication . Rodrigues, Vicente Ferreira Salavessa Russo; Neto, David DiasAo longo das recentes décadas tem-se assistido a um interesse crescente em compreender como é que os psicólogos clínicos se sentem ao lidar, diariamente, com clientes que se encontram em sofrimento, investigando-se as estratégias que os mesmos adotam e as variáveis que poderão influenciar o seu bem-estar psicológico. Contudo, ainda nos encontramos com muitas questões por responder, nomeadamente no contexto português. Este estudo foca-se na Qualidade de Vida Profissional (QVP), mais especificamente nas suas dimensões caracterizantes: Satisfação por compaixão (SC) e Fadiga por Compaixão (FC), composta pelo Burnout e Stress Traumático Secundário (STS). Pretendeu-se investigar as relações entre estes fenómenos e as características sociodemográficas e do trabalho de 456 psicólogos clínicos a viver em Portugal, além de explorar o impacto que as estratégias de coping e o autocuidado podem ter. Para tal, foram aplicadas três regressões lineares múltiplas, que nos permitiram verificar como os diferentes tipos de estratégias de coping – Estratégias de Coping Focadas nos Problemas (ECFP), nas Emoções (ECFE) e Evitantes (ECE) – afetam cada dimensão da QVP. Os resultados revelaram que as ECFP potenciam a SC, enquanto as ECFE e ECE contribuem para o aumento de Burnout e STS. No que concerne o autocuidado, mediou significativamente a relação entre as ECFP e SC e a relação entre as ECE e Burnout. Proporcionando uma visão sobre como o contexto profissional dos psicólogos clínicos em Portugal impacta a QVP, aferimos que as ECFP e o autocuidado aumentam a SC, enquanto as ECE contribuem para a FC.
- A Perceção dos alunos de bem-estar na escolaPublication . Martins, Miguel Filipe dos Santos; Gaitas, SérgioO Bem-estar na escola que tem vindo a ser frequentemente abordado tanto por investigadores como por outros profissionais do campo da educação. À luz de recentes investigações, o Bem-estar é um fator a ser tomado em consideração no ambiente escolar, na vida dos alunos e no seu sucesso académico. Não obstante, parece persistir a ausência de consenso relativamente à definição do constructo. Sendo os alunos o principal elemento da vida escolar, este estudo teve como objetivo procurar conhecer as perspetivas dos alunos sobre o Bem-estar na escola, tentando perceber o que estes entendem que é estar bem na escola e não estar bem na escola, sobre o que influencia positiva e negativamente o Bem-estar na escola, quem são as entidades que contribuem positiva e negativamente para o seu Bem-estar na escola e como contribuem. Procurou-se ainda explorar o que é que os alunos propõem para promover o Bem-estar na escola. Para esta investigação foram entrevistados um total de 115 alunos em focus group desde o 1º ciclo do ensino básico ao Ensino Secundário de duas escolas públicas do distrito de Lisboa. Os resultados revelaram que, para os alunos o Bem-estar na escola é caracterizado principalmente pelas relações com os pares, professores, auxiliares e familiares, experiência de emoções positivas e negativas, pelas vivências não monitorizadas, pelos fatores do contexto e pelas práticas dos professores. Ao longo deste trabalho, estes resultados serão discutidos com base nas teorias do Bem-estar na Escola.
- O papel mediador do bem-estar afetivo entre autonomia e satisfação no trabalho: Uma análise das interconexõesPublication . Bento, Ana Carolina Frazão; Caetano, AntónioA satisfação no trabalho, embora não seja um tema novo no mundo organizacional, continua a ser relevante na atualidade, devido às suas inúmeras vantagens, como o aumento da produtividade dos colaboradores, diminuição do burnout, absentismo, entre outros. Posto isto, torna-se fundamental compreender os fatores que predizem maiores níveis de satisfação no contexto organizacional. Embora existam diversos estudos que averiguaram a relação entre autonomia no trabalho e satisfação no trabalho, não foram encontradas investigações sobre o papel mediador do bem-estar afetivo no trabalho nessa relação. Da mesma forma, faltam evidências empíricas que analisem simultaneamente as inter-relações entre autonomia no trabalho e bem-estar afetivo no trabalho, e entre o bem-estar afetivo no trabalho e satisfação no trabalho. É objetivo deste estudo preencher estas lacunas. Para analisar essas interconexões, utilizou-se um delineamento não experimental, transversal e de natureza correlacional. A amostra deste estudo é constituída por 184 colaboradores de diversas organizações que responderam a um questionário online. Os dados foram analisados através de regressões lineares, recorrendo-se à aplicação IBM SPSS Statistics e à macro PROCESS do SPSS, revelando a existência de um efeito estatisticamente significativo e positivo entre a autonomia e a satisfação, sendo o bem-estar afetivo um mediador parcial dessa relação. Da mesma forma, a autonomia tem um efeito positivo no bem-estar afetivo no trabalho, enquanto o bem-estar afetivo tem uma influência positiva na satisfação no trabalho. As organizações, com base nesta informação, podem implementar medidas de intervenção, promovendo uma maior autonomia nos colaboradores e criando ambientes de trabalho mais saudáveis.
- Entre a dor e a superação: Luto materno e o papel dos filhos vivosPublication . Cláudio, Guilherme José Adão dos Santos Martinez; Rodrigues, Vitor AmorimA experiência do luto materno após a perda de um filho é um processo profundamente complexo e pessoal. Esta investigação tem como objetivo explorar as dinâmicas complexas do luto materno e o papel dos irmãos através de uma análise qualitativa fenomenológica interpretativa (Interpretative phenomenological analysis, IPA). Através dos resultados obtidos, foi possível ter uma visão mais ampliada sobre a forma única como os irmãos contribuem no processo de luto das mães e de toda a experiência subjacente de perda materna, através da visão de oito mães enlutadas portuguesas, por meio de uma entrevista e posterior análise da experiência. Foram identificados cerca de seis temas principais, com várias subtemáticas: (1) transformação da visão de ser-no-mundo, papel materno e estado de alienação; (2) singularidade e individualidade de cada filho; (3) intersubjetividade do luto, proteção emocional e dor dupla - impacto na família e controlo da narrativa; (4) medo da morte dos outros filhos; (5) busca pela continuidade simbólica do filho falecido e (6) filhos como fonte de propósito, força, significado e mudança no processo de luto. As conclusões aqui apresentadas podem ter implicações significativas na abordagem e no acompanhamento do luto materno em psicoterapia, bem como na maneira de lidar com os irmãos e na relação destes com as mães durante esta experiência tão devastadora.