PSAU - Tese de doutoramento
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- Adherence to health-related behaviors: Effectiveness of implementation intentions and posthypnotic suggestion in college studentsPublication . Carvalho, Cláudia Maria Constante Ferreira de; Leal, Isabel Pereira; Mazzoni, GiulianaOn the basis of Gollwitzer’s (1993, 1999) implementation intentions’ concept, and Kirsch & Lynn’s (1997) response set theory, this dissertation tested the effectiveness of a combined intervention of implementation intentions with hypnosis with posthypnotic suggestions in enhancing adherence to a simple (mood report) and a difficult (physical activity) health-related task. Participants were enrolled in a university in New Jersey (N=124, Study 1, USA) and in two universities in Lisbon (N=323, Study 2, Portugal). In both studies participants were selected from a broader sample based on their suggestibility scores using the Waterloo-Stanford Group C (WSGC) scale of hypnotic susceptibility and then randomly assigned to the experimental groups. Study 1 used a 2x2x3 factorial design (instruction x hypnosis x level of suggestibility) and Study 2 used a 2 x 2x 2 x 4 factorial design (task x instructions x hypnosis x level of suggestibility). In Study 1 participants were asked to run in place for 5 minutes each day for a three-week period, to take their pulse rate before and after the activity, and to send a daily email report to the experimenter, thus providing both a self-report and a behaviora measure of adherence. Participants in the goal intention condition were simply asked to run in place and send the e-mail once a day. Those in the implementation intention condition were further asked to specify the exact place and time they would perform the physical activity and send the e-mail. In addition, half of the participants were given a post-hypnotic suggestion indicating that the thought of running in place would come to mind without effort at the appropriate moment. The other half did not receive a posthypnotic suggestion. Study 2 followed the same procedure, but additionally half of the participants were instructed to send a mood report by SMS (easy task) and half were assigned to the physical activity task described above (difficult task). Study 1 result’s showed a significant interaction between participant’s suggestibility level and posthypnotic suggestion (p<.01) indicating that posthypnotic suggestion enhanced adherence among highly suggestible participants, but lowered it among low suggestible individuals. No differences between the goal intention and the implementation intentions groups were found. In Study 2, participants adhered significantly more (p<.001) to the easy task than to the difficult task. Results did not revealed significant differences between the implementation intentions, hypnosis and the two conditions combined, indicating that implementation intentions was not enhanced by hypnosis with posthypnotic suggestion, neither was effective as single intervention in enhancing adherence to any of the tasks. Hypnosis with posthypnotic suggestion alone significantly reduced adherence to both tasks in comparison with participants that did not receive hypnosis. Since there were no instruments in Portuguese language to asses hypnotic suggestibility, the Waterloo-Stanford Group C (WSGC) scale of hypnotic susceptibility was translated and adapted to Portuguese and was used in the screening of a sample of college students from Lisbon (N=625). Results showed that the Portuguese sample has distribution shapes and difficulty patterns of hypnotic suggestibility scores similar to the reference samples, with the exception of the proportion of Portuguese students scoring in the high range of hypnotic suggestibility, that was found lower than the in reference samples. In order to shed some light on the reasons for this finding participant’s attitudes toward hypnosis were inquired using a Portuguese translation and adaptation of the Escala de Valência de Actitudes y Creencias Hacia la Hipnosis, Versión Cliente, and compared with participants with no prior hypnosis experience (N=444). Significant differences were found between the two groups with participants without hypnosis experience scoring higher in factors indicating misconceptions and negative attitudes about hypnosis.
- Adjustment to aging and subjective well-being in an older cross-national community-dwelling samplePublication . Dachröden, Sofia Caetano de Almeida Freifrau von Humboldt; Leal, Isabel PereiraObjectivos: O presente trabalho teve como objectivos conceptualizar o ajustamento ao envelhecimento (AaE), e construir um modelo estrutural para as variáveis predictoras do AaE e do bem-estar subjectivo (BES) na adultícia avançada. Método: Este trabalho compreendeu três etapas: a revisão sistemática da literatura; o estudo exploratório qualitativo; e o estudo quantitativo. Na revisão sistemática para o AaE e o BES na idade avançada, uma extensa pesquisa foi realizada, utilizando bases de dados relevantes. Na etapa qualitativa exploratória, um total de 253 participantes foram entrevistados acerca do seu AaE e a sua idade subjectiva. Adicionalmente foram analisadas 154 entrevistas acerca da percepção de espiritualidade dos idosos, no contexto do AaE. Na etapa quantitativa, uma amostra de 1291 idosos, com idades entre 75 e 102 anos, não institucionalizados e de diferentes nacionalidades participaram neste estudo. Os participantes preencheram a escala proposta e os instrumentos validados respeitantes ao AaE, BES e ao sentido interno de coerência. Resultados: Na revisão sistemática do AaE, foram seleccionados 13 artigos a partir de um total de 1291, enquanto no BES, 14 artigos foram seleccionados a partir de 616 artigos. Estes preencheram os critérios de inclusão e englobaram um total de 18.253 participantes no total, em ambas as revisões. Os resultados do estudo qualitativo revelaram que "sentido existencial", foi a resposta de AaE mais frequente. O conceito 'ajustamento e idade' foi explicado por um modelo distinto para cada nacionalidade envolvida. A espiritualidade foi elucidada por um modelo com três factores. Os resultados obtidos pelo estudo quantitativo indicaram uma escala de AaE de cinco factores e 22 itens factores, com boas propriedades psicométricas (em termos de propriedades de distribuição, pesos factoriais estatisticamente significativos, validade factorial, convergente, discriminante, de critério e externa, e fiabilidade). Cinco factores foram apurados para a escala AaE: (a) sentido de propósito e ambições; (b) zest e espiritualidade; (c) corpo e saúde; (d) aging in place e estabilidade; e (e) suporte social. Adicionalmente, os resultados indicaram que a espiritualidade foi a variável predictora mais forte em ambos os modelos estruturais do AaE e do BES. Conclusões: Os resultados apresentados no estudo qualitativo enfatizaram a necessidade de um entendimento profundo das percepções do AaE e da idade subjectiva, de um modelo para o ‘ajustamento e idade’, destacando a pertinência da espiritualidade para o AaE. Os resultados do estudo quantitativo evidenciaram a escala de AaE como um instrumento trans-cultural, originalmente desenvolvido, com validade e fiabilidade e com aplicação na pesquisa e prática clínica na área da saúde. Finalmente, esta investigação destacou a necessidade de explorar as variáveis predictoras do AaE e BES, em especial a espiritualidade. Investigações futuras e abordagens clínicas com esta faixa etária deverão integrar o AaE e o BES como constructos multi-dimensionais pertinentes em diferentes contextos culturais para a promoção de um envelhecimento adequado, num contexto salutogénico de saúde.
- Agressão e vitimização em meio escolar : Contributos para a prevenção e intervençãoPublication . Rodrigues, Patrícia Andreia Gonçalves das Neves; Cardoso, Jorge Manuel Santos; Leal, Isabel PereiraObjetivo: Assente no modelo ecológico, este estudo pretendeu: investigar os fatores de risco e protetores para o desenvolvimento de comportamentos agressivos e de vitimização pelos pares; analisar a natureza das associações longitudinais entre as formas e funções da agressão, a vitimização e os sintomas internalizantes e, por fim; propor um programa interventivo, com estratégias multimodais, para o combate à agressão e vitimização no contexto escolar. Método: Adolescentes, entre os 11 e os 19 anos (M = 15, DP = 1,9), participaram em 4 estudos: dois em corte transversal: 1) caracterização das perceções de agressividade e estudo dos fatores de vulnerabilidade para as formas e funções da agressão, de acordo com o modelo ecológico (N= 851) e, 2) caracterização das perceções de vitimização, por tipo, frequência e severidade e identificação dos seus preditores, numa perspetiva ecológica (N=584); 3) um estudo transversal e longitudinal, onde se analisaram as relações entre a agressão, a vitimização, e o aumento de sintomas internalizantes (N=132); e, 4) um estudo prospetivo, orientado para análise dos resultados de um programa de intervenção desenvolvido para o combate à agressão e vitimização em meio escolar (N=132). As análises dos dados quantitativos foram realizadas com recurso a estatística descritiva, regressões lineares hierárquicas e aos testes t de Student para amostras emparelhadas e para amostras independentes. Todas as análises estatísticas foram efetuadas com o IBM SPSS Statistics. Resultados: Bons preditores do comportamento agressivo, o suporte social familiar e dos amigos, bem como o ambiente escolar, mostraram-se fatores protetores de agressão e vitimização nos adolescentes em estudo. Verificámos uma tendência similar entre rapazes e raparigas para o envolvimento em comportamentos agressivos, mas as últimas apresentaram uma maior propensão para serem vítimas de agressão relacional. Prospectivamente a agressão e a vitimização não evidenciaram um papel significativo no desenvolvimento de sintomas internalizantes, mas os sintomas depressivos mostraram ser preditores explicativos da agressão e da vitimização reativa. O programa de intervenção atingiu os objetivos propostos, visto ter-se verificado uma redução no número de situações problemáticas sinalizadas. Constatámos ainda uma diminuição significativa dos comportamentos agressivos diretos reativos, bem como da vitimização (direta e direta reativa). Conclusões: Este estudo contribuiu para a análise dos fatores preditores da agressão e da vitimização ao procurar discriminar as funções da agressão e um leque mais alargado de tipos de vitimização, por comparação com outros estudos que se têm focado mais nas formas diretas e relacionais da agressão e da vitimização. Os resultados obtidos contribuíram para os estudos longitudinais, onde se relacionam estas variáveis na fase da adolescência. Por fim, o programa de intervenção assinalou a importância de uma ação universal, na prevenção da agressividade e vitimização em meio escolar, com recurso a múltiplas estratégias interventivas, que aumentem o suporte entre os jovens e as suas famílias, os pares e a escola.
- Avaliação do impacto de uma intervenção em gestão do stress em pacientes sujeitos a radioterapia e em situação de fadiga oncológica : um estudo quase experimentalPublication . Deep, Cláudia Alexandra Ferreira de Carvalho Ng; Leal, Isabel Pereira; Patrão, Ivone Alexandra MartinsRESUMO: A intervenção em gestão do stress cognitivo-comportamental (IGSCC) composta por reestruturação cognitiva, treino em estratégias de coping e relaxação muscular é apontada por parte da Comunidade Científica como eficaz na redução da fadiga oncológica (FO). No entanto, esta opinião não é consensual e parte da investigação argumenta que a terapia cognitivo-comportamental não reestrutura a experiência da crise, durante o tratamento de radioterapia. A FO, altamente debilitante, é suportada por parte dos doentes oncológicos e surge como resultado do processo oncológico (doença e tratamentos). Manifesta-se em exaustão física, mental, emocional e social, impactando a qualidade de vida. A sua etiologia é patopsicofisiológica, com vários factores correlacionados: crenças disfuncionais, estados emocionais com significativa ansiedade, depressão e stress, baixa percepção e satisfação com o suporte social, baixa qualidade de vida e limitada resiliência. Este estudo procura avaliar o impacto da IGSCC, durante a radioterapia, sobre a FO, contribuindo para uma maior compreensão deste constructo tão complexo. É um estudo longitudinal, comparativo e correlacional, recorre a 3 grupos avaliados em 3 momentos: antes da radioterapia (M1), logo após o fim da radioterapia (M2) e seis meses após o fim da radioterapia (M3). O grupo de intervenção é composto por 35 indivíduos com FO sujeitos a IGSCC, o grupo de controlo é composto por 35 sujeitos com FO e apenas sujeitos a radioterapia e o grupo sem FO é composto por 35 sujeitos sem FO e apenas sujeitos a radioterapia. Todos os sujeitos foram previamente seleccionados e colocados aleatoriamente no respectivo grupo depois de responderem ao Termómetro Emocional (Bizarro, Patrão, & Deep, 2012). Avaliou-se ainda a dinâmica emocional, social, cognitiva, a personalidade, a qualidade de vida e as características sociodemográficas e clínicas. Verificou-se que os resultados obtidos dependeram do tipo de tratamento (com ou sem IGSCC) e que quando um paciente tem intervenção psicológica o sofrimento emocional, a ansiedade, a depressão, o impacto e a necessidade de ajuda diminuem (p˂,05). Igualmente verificou-se que a IGSCC alterou as crenças do grupo de intervenção, ajudando-o a lidar com o cancro, reduzindo o sofrimento psicológico e incrementando o bem-estar (p˂,05). Quanto aos padrões de regulação emocional verificou-se o impacto positivo da IGSCC a curto e longo prazo: a IGSCC reestruturou a vivência de crise e reduziu a gravidade da sintomatologia, ainda que se tenha assistido à perda de resultados positivos no grupo de intervenção no M3. A satisfação com o suporte social, resiliência e qualidade de vida também confirmam o impacto positivo da IGSCC a curto e longo prazo (p˂,05). Este estudo demonstra correlações (r˂,05) entre factores estudados: os padrões de regulação emocional estão positivamente correlacionados com a baixa qualidade de vida, e negativamente correlacionados com a resiliência e a satisfação com o suporte social. A IGSCC contribuiu para um maior bem-estar: teve impacto positivo sobre a experiência psicossocial do GI reestruturando a experiência de crise e reduzindo a gravidade dos sintomas. A IGSCC permitiu a reestruturação cognitiva, estabeleceu estratégias de enfrentamento apropriadas e ensinou os pacientes a relaxar. Embora a FO tenha um caráter patopsicofisiológico, com a IGSCC é possível alcançar níveis mais baixos de ansiedade, depressão e stress, considerando-se esta intervenção eficaz na gestão da FO. As implicações clínicas do estudo referem-se a necessidade de detectar a FO e intervir terapeuticamente.
- Avaliação do perfil factorial da personalidade de mulheres que sofreram um parto prematuroPublication . Botelho, Teresa Margarida Morais Pita; Ribeiro, José Luís Pais; Leal, Isabel PereiraDeterminar a estrutura da personalidade de mulheres que sofreram um parto prematuro consubstanciou a questão de investigação, operacionalizada num desenho metodológico de cariz exploratório, observacional e transversal. A amostra, recolhida em duas instituições de saúde na área da Grande Lisboa, foi constituída por 301 mães prematuras. O levantamento dos dados demográficos, clínicos e psicológicos baseou-se num protocolo de avaliação sustentado em dois instrumentos: Questionário de Caracterização da Amostra e Inventário da Personalidade NEO-Revisto (Modelo dos Cinco Factores). As variáveis clínicas e demográficas caracterizam as participantes da seguinte forma: média de 28,39 anos quando o filho prematuro nasceu; 67,12% primíparas; 79,07% de raça caucasiana; 86,05% casadas; 89,03% coabitavam com parceiro; 64,12% planearam, 95,68% desejaram e 95,59% vigiaram a gravidez; 23,23% tinha outro filho prematuro; 77,74% trabalhou durante a gravidez; 66,77% dos partos foram por cesariana; a criança prematura nasceu com uma média de 31,63 semanas de gestação e 1647,90 gramas. As variáveis psicológicas traçam um perfil de personalidade evidenciado pela elevada extroversão (E; p = 0,0001) e baixo neuroticismo (N; p = 0,0001). Assim, as participantes revelam ser pouco hostis (N2; p = 0,0001), pouco deprimidas (N3; p = 0,0001), pouco vulneráveis (N6; p = 0,02) e menos auto-conscientes (N4; p = 0,02). São mais assertivas (E3; p = 0,0001), mais activas (E4; p = 0,0001) e têm mais emoções positivas (E6 p = 0,0001). Valorizam pouco a estética (02; p = 0,01) e as acções (04; p = 0,02), mas revelam mais ideias (05; p = 0,0001) e mais valores (06; p = 0,04). São altruístas (A3; p = 0,04), com boa auto-disciplina (C5; p = 0,002) mas menos deliberadas (C6; p = 0,03) atribuindo pouca importância ao dever (C3; p = 0,0001). Consideradas fortemente femininas, elegem dimensões de afirmação e investimento pessoal e social que se podem revelar antagónicas ao processo de gestação emocional. A estrutura de personalidade da mãe prematura é objecto de reflexão à luz do que se entendem ser os constructos contemporâneos de "Feminino" e "Materno". ------ ABSTRACT ------ The main object of the study was to determine the personality structure of women who delivered prematurely. Based on an exploratory, observational and transversal research design, a sample of 301 premature mothers was obtained in 2 health institutions on the outskirts of Lisbon. The demographic, clinical and psychological data was collected through a research protocol based on the Revised NEO Personality Inventory (Five-Factor Model) and a Sample Questionnaire. The clinical and demographic variables portray the participant in the following manner: average 28,39 years when pre-term child was born; 67,12% were first time mothers; 79,07% were Caucasian; 86,05% were married; 89,03% lived with partner in family home; 64,12% planned, 95,68% desired and 95,59% monitored the pregnancy; 23,23% had previously given birth to another premature child; 77,74% worked during pregnancy; 66,77% of births were through cesarean section; neonates were born with mean gestational age 31,63 weeks and mean weight of 1647,90 grams. The psychological variables, when compared with normative values (Portuguese population) depict a personality profile high in Extroversion (E; p = 0,0001) and low in Neuroticism (N; p = 0,0001). The participants can be characterized as not being hostile (N2; p = 0,0001), vulnerable (N6; p = 0,02) depressed (N3; p = 0,0001) or self-conscious (N4; p = 0,02). Instead they are assertive (E3; p = 0,0001), active (E4; p = 0,0001) and have more positive emotions (E6 p = 0,0001). Although they do not appreciate aesthetics (02; p = 0,01) and actions (04; p = 0,02), they are prone to having more ideas (05; p = 0,0001) and values (06; p = 0,04). Altruistic (A3; p = 0,04), self-disciplined (C5; p = 0,002), less deliberate (C6; p = 0,03) they are not very committed to duty (C3; p = 0,0001). Being what the authors consider as very "feminine", their extroverted and active nature on both the personal and social level is analyzed in view of what is commonly expected of a mother-to-be in the process of "emotional gestation".
- Avaliação dos factores psicossociais em cuidadores familiares: estudo comparativo Brasil - PortugalPublication . Delalibera, Mayra Armani; Barbosa, António; Leal, Isabel PereiraOs cuidadores familiares desempenham um papel muito importante ao realizar os cuidados complexos exigidos por um doente em situação de doença avançada, incluindo a gestão e administração de medicamentos, cuidados de higiene, alimentação, cuidados físicos, transporte e ainda, por muitas vezes, regem as tarefas domésticas. Entretanto, cuidar de um familiar com uma doença terminal pode acarretar riscos para a saúde física e psicológica do cuidador, levando-o a estados de fadiga física e mental, ansiedade, depressão, stress, isolamento social, deterioração da saúde e da qualidade de vida. Tanto a vivência de prestação de cuidados quanto a experiência de luto após à perda do ente querido são influenciadas pelo contexto sociocultural em que estão inseridas. O principal objetivo desta investigação foi identificar, através de um estudo prospectivo e longitudinal, fatores psicossociais que poderiam afetar o processo de cuidar e a fase inicial do luto de cuidadores familiares de doentes em cuidados paliativos. Como objetivos secundários pretendeu-se verificar as possíveis alterações na percepção da sobrecarga do cuidador, no funcionamento familiar, no suporte social e na sintomatologia psicopatológica em dois momentos de avaliação e comparar os resultados entre a população de cuidadores familiares brasileiros e portugueses. A investigação foi dividida e apresentada em cinco estudos empíricos. Primeiramente foi realizada uma revisão sistemática da literatura sobre a sobrecarga do cuidador, a validação do instrumento de avaliação da relações familiares FRI (Family Relationship Index), e em seguida foi descrito a pesquisa realizada com a população de cuidadores familiares brasileiros, com a população de cuidadores portugueses e finalmente o artigo que engloba a comparação entre os dados coletados com os cuidadores familiares brasileiros e portugueses. A amostra total do estudo foi constituída por 135 cuidadores familiares, sendo 60 brasileiros e 75 portugueses. Os participantes foram avaliados em dois momentos, a primeira avaliação (T0) decorreu durante a fase de prestação de cuidados e o segundo momento de avaliação (T1) decorreu entre o primeiro e o segundo mês após o óbito do doente. A maioria dos cuidadores era do sexo feminino, casados, filhos do doente e coabitava com o mesmo, dedicava mais de 16 horas do seu dia aos cuidados ao doente, e tinham a percepção de pouco suporte prático por parte dos familiares ou amigos. Os cuidadores portugueses apresentaram níveis mais elevados de sobrecarga do que os brasileiros, e em ambas as populações, o maior nível de sobrecarga estava associada a mais sintomatologia psicopatológica e menor apoio prático. Nos cuidadores portugueses, a elevada sobrecarga estava relacionada com a percepção de falta de apoio emocional, o que não acontece no caso dos brasileiros. Em ambos os países, a percepção de maior apoio está relacionada com melhor funcionamento familiar. Na fase aguda de luto, os níveis de ansiedade e somatização da população brasileira decresceram, já em Portugal, os valores de sintomatologia mantiveram-se, atingindo níveis de ansiedade, somatização e sintomas peritraumáticos significativamente mais elevados comparativamente aos dos cuidadores brasileiros. Estes resultados confirmam a existência de diferenças culturais que importa aprofundar em futuros estudos.
- O Ciclo psico-oncológico no cancro da mama: Estudo do Impacto Psicossocial do Diagnóstico e dos TratamentosPublication . Patrão, Ivone Alexandra Martins; Leal, Isabel PereiraEsta investigação teve como objectivo geral o estudo do impacto do ciclo psicooncológico do cancro da mama (estádio 1 “até chegar ao diagnóstico”, estádio 2 “da aceitação do diagnóstico ao tratamento “ e estádio 3 “dos tratamentos em diante”). Uma amostra total de 300 mulheres com cancro da mama foi avaliada, em 3 momentos, em relação: estado e controlo emocional, neuroticismo, suporte social, coping e qualidade de vida (QDV). A análise das alterações nas variáveis psicossociais ao longo do ciclo psicooncológico revelou uma trajectória que transparece um reduzido impacto psicossocial do cancro da mama, como acontecimento de vida negativo, o que indica em última análise um bom ajustamento a todos os níveis (emocional, social e físico). Para além disso, constatou-se uma alteração dos níveis de neuroticismo, que diminuem significativamente ao longo dos estádios da doença. A resposta emocional e a influência na QDV, em cada estádio do ciclo psicooncológico, são significativamente diferentes face ao diagnóstico (estádio 1), após a cirurgia (estádio 2) e tratamentos (estádio 3). Uma resposta emocional adaptada está associada a uma estratégia de coping eficaz, satisfação com o suporte social percepcionado e boa QDV a todos os níveis. Os modelos estruturais de impacto psicossocial ajustados, em cada estádio do ciclo psico-oncológico, indicam que quando o impacto desse processo de doença é reduzido surge uma resposta emocional equilibrada, uma resposta cognitiva adaptativa e uma resposta de satisfação com o suporte social, presentes em mulheres que realizam acompanhamento psicológico durante a doença. *****ABSTRACT***** The main purpose of this study is to investigate the impact of psycho-oncology cycle of the breast cancer (phase 1 “diagnosis”, phase 2 “surgery”, phase 3 “treatments”). A total of 300 women diagnosed with breast cancer were evaluated, at 3 moments, in relation to: emotional state, emotional control, neuroticism, social support, coping and quality of life (QoL). The analysis of the changes occurred in the psychosocial variables throughout the psycho-oncological cycle illustrated a slight impact of the breast cancer, as negative life event. This results show a good adjustment at all levels (emotional, social and physically). The levels of neuroticism indicated significant changes all the way throughout time. The emotional, cognitive response, and the QoL in each phase of the psychosocial cycle suffered significant changes concerning diagnosis (phase 1), surgery (phase 2) and treatments (phase 3). Furthermore, results indicate that an adapted emotional response is associated to efficient coping strategy, and satisfaction with the perceived social support and good QoL at all levels. The structural equation models of the psychosocial impact in each stage of the psychooncological cycle indicated that when the impact is small the emotional, cognitive and social responses are equilibrated.
- Crescimento pós-traumático e crenças centrais em mulheres com cancro da mama : Um programa de intervençãoPublication . Ramos, Ana Catarina Marques Barge; Leal, Isabel Pereira; Tedeschi, Richard G.O cancro da mama, compreendido como um acontecimento traumático, pode potenciar diversas reacções negativas como respostas individuais ao processo de doença. Porém, na literatura, aumenta a evidência de mudanças positivas que ocorrem como resultado do coping individual com o cancro da mama - Crescimento Pós-Traumático (CPT). Diversos factores contribuem para o desenvolvimento de CPT, tais como, stress do acontecimento, disrupção de crenças centrais, ruminação intrusiva e deliberada, suporte social e expressão emocional. A intervenção em grupo potencia a reconstrução cognitiva, a expressão emocional e a percepção de crescimento individual após a doença oncológica. A presente investigação foi desenvolvida com os seguintes objectivos: a) implementação e avaliação de uma intervenção em grupo para facilitar o CPT; b) estudo do modelo de CPT, introduzindo novas variáveis: o stress do acontecimento e a percepção de doença; c) exploração dos factores que predizem a disrupção de crenças centrais. A amostra foi constituída por 205 mulheres (M = 54,32 anos; DP = 10,05) com diagnóstico de cancro da mama não metastático, divididas em grupo de controlo (n = 147) e grupo experimental (n = 58). A intervenção em grupo teve uma duração de 8 semanas e periodicidade semanal, e teve como principal objectivo a promoção de CPT. A avaliação das variáveis psicossociais (CPT, stress do acontecimento, sintomas de Perturbação Pós-Stress Traumático, disrupção de crenças centrais, ruminação, suporte social e expressão emocional) ocorreu em três momentos: baseline, 6 meses (após intervenção) e 12 meses depois (followup). Os instrumentos não aferidos para a população portuguesa foram validados no presente estudo. Os resultados do Modelo de Crescimento Latente evidenciaram um crescimento significativo de CPT desde o primeiro para o terceiro momento de avaliação, sendo que a participação no grupo de intervenção determina o aumento de CPT. Os resultados do Modelo de Equações Estruturais demonstraram que o stress do acontecimento e a percepção de doença contribuem para o modelo de CPT. A disrupção de crenças centrais é o principal preditor de CPT, sendo mediado pela ruminação intrusiva e deliberada. No âmbito da análise dos factores preditores da disrupção de crenças centrais, os resultados demonstraram que o stress do acontecimento, sintomas de Perturbação Pós-Stress Traumático, percepção de doença e realização de mastectomia são factores que conduzem à disrupção de crenças centrais. Em conclusão, esta investigação com desenho longitudinal proporciona importantes evidências empíricas sobre a eficácia desta intervenção em grupo no aumento de CPT, repercutindo-se em possíveis implicações sobre a viabilidade da aplicação desta intervenção em contexto hospitalar. A inclusão do stress e da representação emocional e cognitiva da doença no modelo de CPT evidencia a relevância de considerar estas variáveis em futuros estudos sobre CPT.
- Depressão pós-parto, interacção mãe-bebé e desenvolvimento infantilPublication . Figueiredo, Bárbara; Óscar F. GonçalvesInexistente
- Fatores determinantes no ajustamento psicológico ao desfiguramento facial adquirido : Importância da autorregulação, representação cognitiva, emoções e autoconceitoPublication . Mendes, José Carlos da Silva; Figueiras, Maria João; Moss, Timothy PeterA face desempenha um importante papel no quotidiano de todos os indivíduos, e a presença de um desfiguramento facial (diferenças visíveis na face), pode encaminhar o indivíduo a comportamentos de evitamento social, sofrer de ansiedade, depressão, vergonha, raiva, humilhação e isolamento. Apesar de o desfiguramento facial adquirido ter sido alvo de várias investigações na última década, são desconhecidos estudos realizados em Portugal. Pretendeu-se com este estudo, contextualizar o desenvolvimento do desfiguramento facial adquirido causado por doença (cancro cabeça e pescoço) ou originado pelo trauma (queimados, agressão, outros), apontando as teorias e modelos com maior contributo na avaliação e intervenção em indivíduos com diferenças visíveis na face. Foi ainda objetivo deste estudo, apresentar as propriedades psicométricas da Escala de Avaliação da Aparência de Derriford (DAS-24), considerado um instrumento de elevada pertinência na avaliação do sofrimento e dificuldades sentidas com a aparência. Por fim, pretendeu-se compreender a possível influência dos traços de personalidade no investimento esquemático e autoconsciência da aparência em indivíduos sem diferenças visíveis e por último, investigar e contribuir para uma melhor compreensão do ajustamento às diferenças visíveis na face, considerando as características da personalidade (neuroticismo, extroversão, abertura à experiência, amabilidade, conscienciosidade, afeto negativo/positivo e otimismo); autoconceito; perceção da satisfação com o suporte social; investimento esquemático e autoconsciência da aparência. Uma amostra de 508 participantes com idades compreendidas entre os 17 e 89 anos, preencheram um questionário para recolha de informação sociodemográfica, investimento esquemático e autoconsciência da aparência, permitindo apresentar a DAS-24 como uma escala psicometricamente robusta na avaliação da autoconsciência da aparência. Uma amostra de 214 participantes, com idades compreendidas entre os 17 e 64 anos, responderam a um questionário para recolha de informação sociodemográfica, dimensões da personalidade, investimento esquemático e autoconsciência da aparência. Por último, uma amostra de 67 participantes sujeitos a uma intervenção cirúrgica na face, responderam a um questionário para recolha de informação sociodemográfica; características da personalidade; perceção com o suporte social; autoconceito; investimento esquemático e autoconsciência da aparência, em dois momentos distintos de avaliação (durante o internamento e 12 meses após a cirurgia). Os resultados apresentam uma relação entre as características da personalidade e o investimento esquemático e a autoconsciência da aparência, quer na amostra clínica como na não clínica, onde a autoconsciência da aparência se expressa como um atributo relevante no ajustamento ao desfiguramento facial. Considera-se ainda que o autoconceito sofre também uma alteração por influência das crenças relacionadas com as preocupações com a aparência. Observou-se que a autoconsciência da aparência é influenciada por diversas variáveis, onde o indivíduo perante as diferenças visíveis na face regula os seus pensamentos e emoções. Salientase que o otimismo tem um efeito direto sobre a autoconsciência da aparência quando surgem as diferenças visíveis, sendo esse efeito direto substituído pelo afeto negativo ao longo do tempo. Esta investigação permitiu concluir que as características da personalidade; alteração do autoconceito e a regulação dos afetos, influenciam o investimento esquemático e autoconsciência da aparência, confirmando-se a complexidade e a diversidade de fatores que influenciam o ajustamento psicológico ao desfiguramento facial.
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