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- Reflexões de um médico de família a propósito do curso de pós-graduação em Literacia em Saúde: Modelos, estratégias e intervençãoPublication . Nunes, José MendesComeço por enunciar três características (sem prejuízo de alguém poder encontrar mais) do médico de família (MF) que fazem dele um dos técnicos de saúde com maior responsabilidade pela Literacia em Saúde (LS). Em primeiro lugar, se considerarmos o continuo saúde-doença, o MF trabalha no polo da saúde enquanto os restantes especialistas trabalham no polo da doença. Isto faz do MF especialista da saúde enquanto os especialistas hospitalares são especialistas da doença. Assim o MF tem oportunidade de partilhar informação sobre saúde em condições de saúde e em condições de doença, mesmo nas circunstâncias de doença ele tem a oportunidade, vocação e formação para abordar a “parte saudável” do doente, fazendo expandir o lado saudável em desfavor da doença em vez da abordagem dos especialistas da doença que, focados na doença, “comprimem” o lado saudável que qualquer doente têm. Aliás, basta alguém ter uma doença que logo é designado de doente e reduzido à sua doença (“o diabético”, “o alcoólico”, etc.), independentemente do que têm de saudável. A segunda característica é a pluralidade de agentes de saúde com quem interage e com quem tem interface. Ele contacta com todos os restantes especialistas, hospitalares ou não. Tem interfaces comunicacionais com enfermagem e outros técnicos de saúde como nutricionistas, psicólogos, terapeutas da fala, fisioterapeutas, farmacêuticos, etc. Mas, para além disso, contacta com autarcas, padres, estruturas comunitárias (lares, centros de dia). Contacta com a Segurança Social, familiares de doentes, amigos e até vizinhos. Então o MF tem oportunidade de influenciar não só o doente, mas também o seu contexto micro e macrossocial. Finalmente, o MF presta cuidados em continuidade que vão desde a conceção até à morte. Portanto, partilha informação sobre saúde nas diversas fases da vida pessoal, do ciclo familiar, nas diversas etapas da vida, nos momentos de felicidade e nos de tristeza, na austeridade e na abundância, na saúde na doença. Por consequência, o MF deve, por excelência, um profissional de comunicação e da relação. Deixem que lembre o que se entende por LS. É a capacidade das pessoas em obter, processar, compreender/integrar, usar e poder usar informação (sobre saúde) necessária para tomar decisões sobre problemas de saúde, defesa da saúde e escolha de estilos de vida saudáveis (Sørensen, Van Den Broucke, Fullam, Doyle, & Pelikan, 2012).
- Empresas familiares e não familiares: da subtileza do silêncio à ousadia da orientação empreendedoraPublication . Rodrigues, Raquel Pires; Pimentel, Duarte Nuno GonçalvesO presente estudo tem como objetivo estudar a orientação empreendedora e silêncio em dois contextos: empresas familiares e não familiares. Assim, foram estabelecidos 4 objetivos – (1) verificar, se tal como encontrado na literatura, as empresas não familiares apresentam níveis de orientação empreendedora diferentes aos das empresas familiares; (2) explorar se existem diferenças na perceção de silêncio em empresas familiares e não familiares; (3) aferir se a perceção de silêncio nos colaboradores tem influência na orientação empreendedora, e por fim, (4) perceber se a influência entre a perceção de silêncio nos colaboradores e orientação empreendedora, varia entre empresas familiares e não familiares. A amostra contou com 245 colaboradores, 99 de empresas familiares e 146 de empresas não familiares, que responderam de forma voluntária ao questionário partilhado online. Os resultados demonstraram que, na presente amostra, não foram encontradas diferenças significativas entre empresas familiares e não familiares no que diz respeito à orientação empreendedora. Relativamente à variável silêncio, foram encontradas diferenças significativas entre empresas familiares e não familiares, sendo que as empresas familiares revelaram maiores níveis de silêncio. Por último, não foi encontrada qualquer influência entre perceção de silêncio nos colaboradores e orientação empreendedora, e essa influência não variou entre empresas familiares e não familiares.
- Evolution of northeast atlantic and mediterranean scorpionfish scorpaena and their venom protein profilesPublication . Araújo, Marta Maria Lages; Almada, Frederico José Oliveira de; Francisco, Sara Isabel da Silva MartinsVenomous marine vertebrates remain poorly studied compared to their terrestrial counterparts. Venoms are valuable resources for the discovery of new compounds with biotechnological potential, namely, in health sciences. However, to discover new proteins with pharmaceutical interest, it is necessary to acquire basic knowledge on venomous species and their venom “cocktails”. Phylogeny can be used as a roadmap to guide research in this field, by allowing to know the relationships between species and prospect about the existence of similar proteins in closely related species not yet studied. Scorpaena are known marine venomous fish, with species distributed throughout all the oceanic basins. In some NE Atlantic and Mediterranean Sea countries, they are known to be part of the range of species caught by artisanal fishing, and for causing episodes of envenomation. In this work, the phylogeny of 8 of the 9 Scorpaena species from the NE Atlantic and Mediterranean Sea was studied. This was the first phylogeny to encompass such a wide number of species of this genus. In parallel, protein profiles from five Scorpaena species were investigated, concluding that their venom profiles seem to differ in protein composition, even comparing sister species. This result supports the hypothesis of fish venoms suffering natural selection and allows to recognize the utility of phylogeny in guiding biotechnological studies with venoms from marine organisms.
- O que é que os filhos sabem? Estudo sobre infidelidade, ética relacional, coesão familiar e intimidadePublication . Candeias, Ana Catarina Mateus; Pereira, Maria GouveiaDesde há muito tempo que a literatura investiga a temática da infidelidade (Prado, 2016). Este estudo pretende relacionar os filhos terem, ou não, conhecimento da infidelidade da mãe ou do pai, com a sua perceção sobre coesão familiar, atitudes acerca da infidelidade, ética relacional e intimidade. A amostra contabiliza 338 jovens-adultos, com idades entre os 18 e os 35 anos. Os instrumentos utilizados foram: Escala de Coesão, versão Portuguesa de Gomes, H. Peixoto, F., e Gouveia-Pereira, M. (2017); Escala de Atitudes de Infidelidade (Afonso, 2011); Questionário Multidimensional de Comportamentos Extra-relacionais (Viegas & Moreira, 2015); Relational Ethics Scale (Hargrave, Jennings & Anderson,1991); e Escala de Avaliação da Intimidade na Relação, versão Portuguesa de Moreira e Canavarro (2007). Os resultados demonstram que os filhos tendem a ter atitudes mais negativas quando o pai foi infiel. Mostram, igualmente, que não há diferenças entre homens e mulheres, terem sido infiéis, ou não, quanto às suas atitudes face à infidelidade. Filhos de pai infiel tendem a ter uma Ética Vertical de Justiça e de Direito mais baixa. Filhos de mãe infiel, tendem a ter uma Ética Vertical de Justiça, de Direito e Ética Horizontal de Justiça mais baixa. Quanto à Coesão Familiar, apresenta correlação positiva entre a infidelidade do pai e a coesão desagregada. Contudo, a coesão aglutinada tem maior impacto nas atitudes acerca da infidelidade dos filhos. Quanto à intimidade não difere entre os dois grupos. Assim, espera-se que novas investigações continuem a abordar a temática, reunindo as perceções de filhos, mães e pais.
- Redefinition of the circalittoral zone and its assemblages from Azores insular shelves through video surveyPublication . Mano, Ana Luísa Sinde Araújo Torres; Santos, Pedro Afonso; Tempera, FernandoOs oceanos enfrentam uma crise de perda de biodiversidade graças ao crescimento das atividades humanas e das alterações climáticas, enquanto o conhecimento do ambiente marinho e destes impactos continua escasso. Tal conhecimento reflete-se no circalitoral das plataformas insulares dos Açores e nas correspondentes comunidades, alvo do nosso estudo que teve como objetivo descrevê-los através da: (i) identificação dos padrões verticais baseado nas comunidades existentes, (ii) investigação da sua interação com importantes descritores ambientais, e (iii) comparação das comunidades com os biótopos estabelecidos pela EUNIS. A diversidade de morfotipos foi apurada por “drop down” câmaras colocadas de 50 a 200 m de profundidade em três ilhas do arquipélago e, posteriormente, estudada quanto à sua distribuição aos níveis individual e da comunidade. Os resultados apoiam a redefinição do circalitoral para os Açores. Aos 80 m, a luz que chega ao fundo marca o início da dominância de bioconstruções coralinas e comunidades faunísticas eretas. A partir dos 110 m a insuficiente luz seleciona apenas comunidades animais. Começando pelo circalitoral inferior, esponjas dominam até ca. 140 m enquanto os corais negros alcançam o circalitoral profundo, hidrodinamicamente estável permitindo a subsistência de uma mistura de esponjas e gorgónias frágeis dos ca. 140 m aos 200 m. Porém, a definição dos limites desta sub-zona deverá ser refinada com base na influente estabilidade térmica. A maioria dos biótopos identificados representa VMEs não contemplados na EUNIS, evidenciando a importância do conhecimento proveniente destes e de outros estudos para ações de conservação das plataformas insulares dos Açores e, possívelmente de outros arquipélagos da Macaronésia.
- É como se nos víssemos ao espelho : As narrativas de auto-consciência dos psicoterapeutas antes e depois do confronto com o desempenho realPublication . Pereira, Raquel Alexandra da Silva; Neto, David DiasA investigação na área da psicoterapia tem enfatizado a relevância do papel do terapeuta, e nomeadamente os benefícios da auto-reflexão e auto-consciência em termos de eficácia clínica. Para além da resistência que os psicoterapeutas parecem fazer em adotar estratégias de desenvolvimento de auto-consciência, este processo pode ser dificultado pelo seu enviesamento que os leva a sobrestimar significativamente as suas capacidades. O presente estudo tem como objetivo explorar os processos da auto-consciência através das narrativas dos psicoterapeutas, e averiguar a existência de diferenças antes e depois de ouvirem uma gravação de uma das suas psicoterapias. Numa amostra de vinte psicoterapeutas em formação cognitivocomportamental e integrativa, foram realizadas a cada participante duas entrevistas semiestruturadas baseadas em cinco domínios concretos da auto-consciência: reconhecimento da experiência emocional, avaliação das próprias competências, reconhecimento dos preconceitos e enviesamentos implícitos, e consciência acerca dos valores pessoais. Os resultados mostram que tanto os domínios como os processos de AC parecem ser distintos e independentes entre si. Ao nível dos processos, as narrativas dos terapeutas vão no sentido de um elevado nível de AC, mas isto verifica-se quando associado a descrições dos aspetos mais positivos da sua prática. O presente estudo discute a fraca expressão das diferenças entre as narrativas anterior e posterior dos terapeutas, assim como a dificuldade em aceder aos aspetos mais negativos da sua prática. Embora o confronto com o desempenho real tenha promovido a auto-reflexão e o ganho subjetivo de consciência, será esta estratégia suficiente para o aumento geral da auto-consciência dos psicoterapeutas?
- Relação entre o jardim de infância e a comunidade envolvente num contexto do Movimento da Escola ModernaPublication . Santos, Beatriz Baldo dos; Gomes, Elisabete XavierO presente relatório resulta da Prática Supervisionada em contexto de Jardim de Infância, realizada durante o Mestrado em Educação Pré-escolar, que teve a duração de quatro meses, com um grupo heterogéneo de dezanove crianças com idades compreendidas entre os quatro e os seis anos. O jardim de infância situa-se dentro de um jardim público. Com este relatório final tive como objetivo compreender a importância da relação entre o jardim-de-infância e a comunidade envolvente do mesmo e qual o papel da metodologia utilizada em contexto de sala, o modelo do Movimento da Escola Moderna. A abordagem metodológica usada para a realização deste relatório orientou-se pelo paradigma qualitativo interpretativo com recurso à entrevista realizada à Educadora Cooperante da prática supervisionada, à observação direta do grupo onde foi realizada a mesma prática e à análise documental de instrumentos de regulação do modelo pedagógico realizados durante o mesmo período. Ao longo da elaboração deste trabalho, pude verificar que as aprendizagens em contexto social parecem promover a aquisição dessas mesmas aprendizagens de forma mais significativa e, consequentemente, as crianças apropriam-se das vivências com um maior envolvimento no seu próprio processo de aprendizagem. Neste sentido, no decorrer da minha prática pedagógica, bem como na elaboração do presente relatório foi-me possível entender o quão importante é promover a um grupo de crianças vivências diferenciadas. Dar a oportunidade de descobrirem e construírem a sua aprendizagem fora da sala.
- Principais eventos da psicoterapia existencial: perspectiva dos clientesPublication . Krause, Carolina Teixeira; Sousa, Daniel Cunha Monteiro deObjetivo: Sabe-se pouco sobre os fatores que realmente agem para que ocorra a mudança terapêutica. O objetivo deste trabalho foi identificar quais os aspectos da psicoterapia existencial foram considerados pelos clientes, os mais significativos para o resultado do processo terapêutico. Há poucos estudos na literatura com o mesmo objetivo deste trabalho, sendo assim, espera-se que este trabalho acrescente dados à literatura existente e contribua para a compreensão do processo terapêutico da psicoterapia existencial. Método: Foram convidadas a participar deste estudo três pessoas que já haviam recebido alta ou estavam na etapa final da psicoterapia. Para recolha de dados, o instrumento utilizado foi o Client Change Interview (CCI; Elliott et al., 2001), adaptado para a língua portuguesa por Sales et al. (2007), como Entrevista de Mudança Psicoterapêutica do Cliente. Trata-se de uma entrevista qualitativa que registra as mudanças ocorridas, desde o início da terapia, e os aspectos que colaboraram com os resultados. A análise de dados foi feita de acordo com a metodologia fenomenológica de Giorgi (2009). Resultados: Foram identificados elementos invariantes nas entrevistas das três participantes que, segundo elas, colaboraram com o resultado do processo terapêutico. Estes elementos foram: sentimentos positivos quanto a psicoterapia e a terapeuta, bem como aspectos relacionados à postura da terapeuta de disponibilidade e aceitação incondicional e a capacidade empática. Todas mencionaram sentimentos de confiança na relação terapêutica e também que a intervenção terapêutica possibilitou novas perspectivas e estratégias na resolução dos seus problemas, trouxe melhoria na sua percepção interna e na elaboração de seus sentimentos.
- O papel das memórias autobiográficas na triangulação entre passado, presente e futuroPublication . Roque, Inês Marta Silva Soares; Pires, António Augusto PazoO objectivo desta investigação prende-se com a exploração da triangulação entre passado, presente e futuro, tendo por base as relações que a memória autobiográfica estabelece com diferentes variáveis, como a aceitação e reminiscência sobre o passado, a centralidade de evento, a identidade e a valência emocional. Foi aplicado um protocolo constituído pelo Questionário Sociodemográfico, Tarefa “Eu sou” e “Eu Serei”, Aceitação/Reminiscência sobre o Passado (ACPAST/REM), Escala de Centralidade de Evento (CES), Inventário de Ansiedade Estado e Traço (STAI – Y), Inventário de Depressão de Beck (BDI) e Escala de Desejabilidade Social de 20 Itens (EDS – 20), a uma amostra de 60 indivíduos (46 do género feminino – 76,7% e 14 do género masculino – 23,3%), com uma média de idades igual a 32,9 anos (DP = 13,2 anos). Os resultados demonstram que a reminiscência não estabelece relações significativas nem com a ansiedade-traço, nem com as valências emocionais do presente e do futuro. A aceitação do passado apresenta uma relação inversa com a sintomatologia depressiva e uma relação directa com a valência emocional do presente, mas não estabelece nenhuma relação significativa com a valência emocional do futuro. O impacto da centralidade de um evento stressante e/ou traumático nas expectativas futuras não apresenta uma relação significativa com a valência emocional do futuro; no entanto, quanto maior o impacto da centralidade desse tipo de evento na história de vida, menor a aceitação do passado. Concluímos que a influência do passado sobre o presente é mais directa do que a influência do passado sobre o futuro.
- Sentir o perigo: o impacto dos níveis de severidade da tarefa na resposta emocional dos membros de equipas de desencarceramentoPublication . Santana, Alexandra Coelho; Quinteiro, Pedro MarquesO presente estudo teve como principal objetivo compreender o impacto da tarefa de desencarceramento na resposta emocional dos membros de equipas de desencarceramento, tendo como foco principal a emoção da felicidade e tristeza. Nesse sentido, foram introduzidos imprevistos que alterassem o nível de severidade, criando duas condições distintas. A condição 1 referente à baixa severidade e a condição 2 correspondente a alta severidade. A amostra é composta por 9 equipas da condição 1 e 9 equipas da condição 2, cada equipa constituída por 5 elementos, fazendo um total de 90 participantes. Os elementos das equipas tem idades compreendidas entre os 19 e os 27 anos (M=24,1798; DP=2,12967), em que 23 dos participantes (25,6%) referem já ter experiência prévia enquanto bombeiro e 64 participantes (71.1%) indicam não ter experiência prévia. Para avaliar as emoções foi utilizado um formulário que continha a emoção da felicidade, orgulho, tristeza e raiva extraídas da lista pré-existente de Shaver referida no estudo Weiss, Suckow e Conprazano (1999). Os resultados sugerem que as hipóteses foram apenas parcialmente corroboradas. No entanto, é possível compreender que apesar de não se constatarem evidências estatísticas que suportem o impacto da tarefa de desencarceramento na resposta emocional dos elementos das equipas de desencarceramento, existem evidencias estatísticas que existe impacto da condição 1 (baixa severidade) na emoção da felicidade e impacto da condição 2 (elevada severidade) na emoção da tristeza.
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