PFOR - Dissertações de Mestrado
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Browsing PFOR - Dissertações de Mestrado by advisor "Pereira, Miguel Basto"
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- As características psicossociais em função da natureza das condenações criminaisPublication . Lopes, Diogo Filipe Cavaco; Pereira, Miguel BastoO comportamento criminal é um fenómeno com características heterogéneas em termos de perpetuação e das necessidades de intervenção para a prevenção da reincidência. Nesse sentido, diferentes estudos apontam para a pertinência da exploração das características psicossociais e individuais em sujeitos com comportamentos criminais, de forma a compreender que fatores predispõem a atividade criminal e promovem a manutenção deste comportamento. Neste sentido, o presente estudo procura analisar e comparar as competências socias e emocionais e o autocontrolo em quatro grupos com diferentes condenações, consoante a sua tipologia e gravidade. A amostra foi constituída 367 indivíduos do sexo masculino, com idades entre 18 e 83 anos, a cumprir pena em 12 Estabelecimentos Prisionais de Portugal continental. Os participantes foram distribuídos por quatro grupos, segundo a natureza do crime cometido: 1) crimes não violentos; 2) crimes violentos (excluindo homicídio e crimes sexuais), 3) crimes sexuais e; 4) homicídios. Os resultados sugerem não existirem diferenças significativas nas competências sociais e emocionais entre os grupos de condenados. No entanto, foram encontradas diferenças nos níveis de autocontrolo. Indivíduos condenados por crimes violentos (excluindo homicídio e crimes sexuais) apresentaram um menor autocontrolo em comparação com os outros grupos. Esta investigação reforça a importância de uma avaliação e intervenção individualizada dos reclusos, tendo em consideração o tipo e natureza do crime cometido, e a necessidade de desenvolver programas de promoção do autocontrolo e regulação emocional.
- O descomprometimento moral e a afiliação a pares com comportamentos desviantesPublication . Palhas, Ana Carolina Gomes; Pereira, Miguel BastoO descomprometimento moral consiste num processo cognitivo que permite aos indivíduos justificarem ações contrárias aos seus valores morais, o que por sua vez pode facilitar o comportamento desviante. O presente estudo tem como objetivo investigar se existem diferenças entre os níveis de descomprometimento moral dos reclusos consoante o número de amigos que estiveram em situação de reclusão. A amostra deste estudo é caracterizada por 411 reclusos do sexo masculino, com idades compreendidas entre os 19 e 83 anos (M = 38.33, DP = 10.95). Além da avaliação sobre o número de amigos em conflito com a lei, administrou-se a Escala Civic Moral Disengagement (CMD), de forma a avaliar o descomprometimento moral (Caprara et al., 2009; Almeida & Basto-Pereira, 2019). Os resultados indicam que os reclusos que têm mais amigos que estiveram ou estão presos revelam níveis de descomprometimento moral mais elevados comparativamente aos reclusos que possuem menos ou nenhum amigo preso. Os resultados destacam a relevância da afiliação a pares com comportamentos desviantes nos processos de descomprometimento moral na população forense, com implicações críticas para a prevenção do crime e a redução da reincidência. Avaliações que considerem redes sociais e intervenções precoces para jovens em risco aparentam ser essenciais para reduzir a reincidência e promover uma reintegração social eficaz.
- O descomprometimento moral na idade adulta: amostra forense e comunitáriaPublication . Mendes, Maria Inês Soares; Pereira, Miguel BastoO descomprometimento moral consiste num processo de reconstrução cognitiva, através do qual os indivíduos racionalizam e justificam os comportamentos antissociais. A literatura científica sugere que a criminalidade, assim como o descomprometimento moral, tende a diminuir à medida que o individuo atinge a idade adulta. Contudo as lacunas na literatura relativamente à manifestação e evolução do descomprometimento moral depois da adolescência impossibilitam compreender totalmente a sua influência no comportamento criminal. Nesse sentido, o presente estudo procura: 1) compreender se existem diferenças nos índices descomprometido moral na população forense e na população comunitária 2) averiguar se diferenças entre as duas populações persistem ao longo da idade adulta 3) perceber se a idade adulta interfere com o descomprometimento moral. A amostra foi constituída por 531 indivíduos do sexo masculino, 299 provenientes de Estabelecimentos Prisionais e 232 da comunidade. Os participantes foram divididos em três grupos etários: início da idade adulta, meia-idade e terceira idade. Os dados foram recolhidos através do preenchimento de um questionário sociodemográfico e da Civic Moral Disengagement Scale (CMD). Os resultados sugerem existirem diferenças significativas entre as duas populações ao nível do descomprometimento moral, contudo, indicam que em estádios mais tardios da vida adulta, as diferenças tendem a desaparecer. Este estudo contribuiu para compreender que o descomprometimento moral apresenta distintos níveis de gravidade ao longo da idade adulta, tanto na população comunitária como em indivíduos que apresentam envolvimento no sistema de justiça.
- Predictive antisocial spectrum questionnaire: exploring psychometric properties in male inmatesPublication . Neves, Alexandra Faria; Pereira, Miguel BastoOs traços antissociais têm impacto considerável na vida de um indivíduo, no seu percurso académico e no mercado de trabalho, nas suas relações amorosas e familiares e na relação que estabelece com a sociedade. Para uma intervenção focada nas características do individuo é necessária a existência de instrumentos de avaliação robustos. Neste âmbito, a presente investigação teve como objetivos contribuir com: 1) uma revisão do Antisocial Spectrum, identificando itens preditivos considerando dois grupos (população forense e comunitária); 2) uma exploração das propriedades psicométricas desses itens numa amostra masculina da população prisional portuguesa. A amostra deste estudo é composta por 435 adultos, 205 homens (M = 37.24, SD = 10.66) que se encontravam em reclusão em 6 estabelecimentos prisionais na área da grande Lisboa e 230 homens na comunidade não condenados por crimes (M = 43.73, SD = 19.09). A amostra respondeu às medidas de autorrelato: Escala Antisocial Spectrum (AS Spectrum) e Escala de Crenças Criminógenas (CCS). Realizou-se uma análise fatorial exploratória que revelou uma estrutura de dois fatores (Impulsividade/Irresponsabilidade; Relação Interpessoal) com 10 itens que discriminam entre os dois grupos em análise. Os resultados indicam que o Predictive Antisocial Spectrum Questionnaire apresenta valores satisfatórios relativamente à sensibilidade dos itens e das dimensões, validade fatorial, validade convergente e fiabilidade, nomeadamente consistência interna. Este questionário apresenta-se como um instrumento de avaliação promissor para medir traços antissociais em reclusos do sexo masculino. Limitações, recomendações para investigações futuras e implicações clínicas e sociais são discutidas.
- Relação entre a exposição a violência doméstica e as diferentes formas de problemas comportamentais internalizantes e externalizantes durante a infânciaPublication . Mendes, Inês Baião; Pereira, Miguel BastoInvestigações prévias sugerem que, durante o desenvolvimento, a exposição a violência doméstica poderá representar um impacto significativo ao nível comportamental. Neste sentido, a literatura propõe que crianças expostas a este tipo de violência têm consequentemente um risco mais elevado de manifestar problemas comportamentais e ao nível da saúde mental. A presente investigação teve como objetivos avaliar se a exposição a violência doméstica é um fator de risco para problemas externalizantes (e.g. comportamento agressivo, comportamento externalizante, comportamento delinquente e problemas de atenção) e internalizantes (e.g. ansiedade e depressão) em crianças entre 2 e 11 anos. Para a realização deste estudo foi utilizada uma amostra composta por 158 crianças residentes em Portugal, 55.7% (n=88) do sexo masculino e 44.3% (n=70) do sexo feminino, com uma média de idades de 6.16 anos (DP=1.83). Os pais das crianças preencheram o Questionário Sociodemográfico e o Child Behavior Checklist (CBCL). Os resultados do presente estudo sugerem que a exposição de crianças a violência doméstica é um fator de risco para problemas externalizantes, mas não é um fator de risco para problemas internalizantes. Estudos futuros deverão aprofundar estas questões de investigação com uma amostra mais ampla e devem utilizar múltiplas fontes de informação em simultâneo. Implicações clínicas e sociais são discutidas.
- Traços Antissociais e Competências Sociais e Emocionais: Dois lados da mesma moeda?Publication . Ricardo, Diana Alexandra Teixeira; Pereira, Miguel BastoAo longo dos anos, as Competências Sociais e Emocionais têm sido propostas como um elemento protetor contra diferentes tipos de problemas comportamentais. Contudo, poucos estudos científicos exploraram a relação entre as Competências Sociais e Emocionais e os padrões de funcionamento antissocial. A presente investigação tem como objetivo explorar a relação entre diferentes tipos de Competências Sociais e Emocionais (i.e. Autogestão e Motivação, Autoconsciência, Consciência Social e Comportamento Pró-Social e Tomada de Decisão) e padrões de funcionamento antissocial como características de Impulsividade/Irresponsabilidade e padrões de funcionamento antissocial nas relações interpessoais. Este estudo foi conduzido numa amostra de 312 indivíduos do sexo masculino em situação de reclusão, com idades entre os 20 e os 83 anos. Os participantes completaram questionários de autorreporte que avaliaram as Competências Sociais e Emocionais e os traços antissociais. As análises realizadas indicaram uma relação inversa entre algumas dimensões das Competências Sociais e Emocionais e traços antissociais de personalidade. Este estudo sugere a importância de intervir especificamente na dimensão Tomada de Decisão das Competências Sociais e Emocionais de forma a promover reduções nas características antissociais nesta população.
- "Unravelling the risk factors of suicidalbehaviors in male inmates"Publication . Oliveira, Catarina Alexandra Lima de; Pereira, Miguel BastoOs reclusos dispõem de um risco particularmente acrescido de agir consoante pensamentos suicidas, quando comparando com a população geral. Contudo, são raros os estudos que distinguem os reclusos que pensam, daqueles que tentam o suicídio. Tendo em mente esta distinção ideação para a ação, este estudo pretende identificar os fatores de risco da ideação suicida e da sua transição para as tentativas de suicídio. A amostra incluiu 411 reclusos condenados (M = 37.94; SD = 10.91) de 15 estabelecimentos prisionais portugueses. Aproximadamente 29.1% dos reclusos reportou um histórico de ideação suicida, dos quais 19.22% cometeram uma tentativa de suicídio. A Impulsividade/Irresponsabilidade apresentou-se como fator de risco central para a ideação suicida (OR = 1.44; 95% CI: 1.01-1.04), enquanto as competências interpessoais de autogestão e motivação emergiram como o único fator protetor para as tentativas de suicídio (OR =0.59; 95% CI: 0.41-0.87). O histórico de prática de comportamentos autolesivos apresentou-se como o único fator de risco tanto para a ideação suicida, como para as tentativas de suicídio. Este estudo contribui para o conhecimento dos comportamentos suicidas em homens em situação de reclusão, permitindo retirar implicações práticas para intervenções em estabelecimentos prisionais. São também discutidas as potenciais limitações deste estudo e sugestões de investigação futuras.