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- Emoções à flor da pele: O papel das dificuldades de regulação emocional na relação empatia-agressão na população reclusa portuguesa feminina e masculinaPublication . Matias, Inês de Oliveira; Rodrigues, Inês de CastroO presente estudo procurou dar resposta às questões “Existem diferenças entre reclusos/as portugueses/as nos níveis de agressão, empatia e dificuldades de regulação emocional?” e “Como se relacionam a agressão, empatia e dificuldades de regulação emocional numa amostra de reclusos/as portugueses/as?”. Recorrendo a uma amostra de 281 homens e 88 mulheres, utilizaram-se medidas de autorrelato para avaliar os construtos de empatia, dificuldades de regulação emocional e agressão. Os resultados revelaram diferenças significativas entre reclusos e reclusas somente nos níveis de empatia global, empatia cognitiva e agressão física. Mulheres pontuaram de modo significativamente superior nestas medidas de empatia, enquanto os homens evidenciaram níveis significativamente mais elevados de agressão física. Foi detetada uma correlação direta significativa entre a empatia e a agressão na subamostra masculina, efeito inexistente ao nível da amostra total e da subamostra feminina. De modo geral, detetaram-se correlações significativas entre agressão e dificuldades de regulação emocional e entre esta última e empatia, incluindo as várias facetas de cada construto. As dificuldades de regulação emocional mediaram positiva e significativamente a relação entre empatia e agressão. Este efeito estendeu-se às dimensões afetiva e cognitiva (esta apenas na amostra total) da empatia. Estas evidências sugerem que a empatia representa, na verdade, um fator de risco para a agressão, através do efeito das dificuldades de regulação emocional, o que tem implicações relevantes perante a intervenção realizada junto desta população, que até agora via a empatia enquanto fator de proteção, salientando-se a necessidade de uma personalização deste trabalho, maximizando o potencial de cada indivíduo
- Psicopatia e empatia na população prisional portuguesaPublication . Reis, Joana Canilho Mendes Garcia; Rodrigues, Andreia de CastroProblema: A psicopatia e a empatia apresentam-se como dois construtos fundamentais no contexto das relações interpessoais. Não obstante, destaca-se uma inconsistência de resultados obtidos em estudos anteriores e uma escassez de informações relativas à população prisional portuguesa, no que diz respeito à presença destes conceitos e à relação entre ambos. Objetivo: Objetivou-se determinar os níveis de empatia e psicopatia na população prisional portuguesa, verificar se existe uma relação entre empatia e psicopatia e compreender as diferenças nos níveis de empatia e psicopatia e nesta relação considerando três variáveis sociodemográficas relativas ao sexo dos/as participantes, existência de filhos e status de relacionamento. Método: A recolha de dados foi realizada em nove estabelecimentos prisionais em Portugal. A amostra total é constituída por 384 participantes, a cumprir pena efetiva de prisão. Os resultados foram obtidos através do preenchimento de um questionário sociodemográfico, da Basic Empathy Scale – BES-A e da Levenson Self-Report Psychopathy Scale – LSRP. Resultados: A análise dos dados evidenciou que o sexo dos/as participantes influencia o nível de empatia, na medida em que os indivíduos do sexo feminino possuem um valor médio de empatia total e empatia cognitiva superior. A existência de uma relação amorosa influencia o nível de psicopatia, com os indivíduos em relacionamentos amorosos a reportarem um valor médio inferior de psicopatia. Não foram encontradas evidências de que a empatia se correlaciona com o nível de psicopatia, embora os resultados demonstrem que a relação entre empatia e psicopatia pode variar entre os grupos definidos pelo sexo. As análises de moderação realizadas indiciam que o sexo dos/as participantes moderou o efeito da psicopatia na empatia.
- Construção da memória de dor: Influência das características psicológicas e do efeito placebo na memória de dor numa população não clínicaPublication . Beirão, Madalena de Almeida; Canaipa, RitaAs experiências de dor são subjetivas e complexas. Apesar de frequentemente resultarem em memórias duradouras, o conhecimento científico atual sobre a forma como essas memórias de dor são construídas e moduladas por processos psicológicos é ainda limitado. O presente estudo teve como objetivo investigar se características psicológicas e a vulnerabilidade ao efeito placebo estão relacionadas com a recordação de um episódio de dor, induzido no laboratório em população jovem não clínica. Na sessão de laboratório os participantes preencheram questionários que mediram características psicológicas: Pain Catastrophizing Scale (PCS), Life Orientation Test (LOT), Multidimensional Assessement of Interoceptive Awarness (MAIA), Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS), State-Trait Anxiety Inventory Form Y-1 (STAI Y-1), State-Trait Anxiety Inventory Form Y-2 (STAI Y-2). De seguida, foram sujeitos a uma tarefa de manipulação do placebo com estímulos térmicos de intensidade variável, avaliados através da Escala Visual Analógica (VAS) da Dor. Duas semanas depois foram contactados por email para recordarem a dor máxima sentida na sessão de laboratório. Foram recrutados 29 participantes. Os resultados demonstraram que recordavam a máxima dor sentida como significativamente menos intensa do que tinham reportado no momento no laboratório. Os participantes com níveis de ansiedade mais elevados apresentavam maior sensibilidade à dor e vulnerabilidade ao placebo, mas não se verificaram correlações entre a as características avaliadas, a sensibilidade ao placebo e a memória de dor. Estes resultados sugerem a necessidade de desenvolver mais estudos para identificar quais os fatores que influenciam a construção e recordação das memórias das experiências de dor.
- Imagem corporal positiva em mulheres jovens com o diagnóstico de cancro da mama: O impacto do suporte social percebido e das estratégias de copingPublication . Almeida, Márcia Alexandra dos Santos; Brandão, TâniaEste estudo teve como objetivo investigar a imagem corporal positiva de mulheres jovens com cancro da mama, considerando o apoio social percebido por elas e as estratégias de coping utilizadas. Considerando que o estudo sobre a imagem corporal positiva relacionada com mulheres mais jovens com cancro da mama carece de maior estudo e investigação, o estudo procurou especificamente entender se as estratégias de coping explicam a relação entre o apoio social percebido e a imagem corporal positiva. Participaram 157 mulheres com idades entre os 26 e os 50 anos, que responderam a três escalas: Body Appreciation Scale-2 (BAS-2), Escala Multidimensional de Suporte Social Percebido (MSPSS) e o Brief Cope. Os resultados mostraram que o apoio social tem um impacto positivo significativo em algumas estratégias de coping, sugerindo que quanto maior o apoio social, melhores são as estratégias de coping ativo. Além disso, constatou-se que o apoio social também influencia positivamente a imagem corporal. Mesmo considerando as estratégias de coping, o apoio social manteve um efeito direto e significativo sobre a imagem corporal. Verificou-se ainda que o apoio social melhora as estratégias de coping, as quais, por sua vez, promovem uma imagem corporal positiva, mediando parcialmente essa relação. Estes resultados trazem importantes implicações para a prática e a investigação, sublinhando a relevância do apoio social e o papel das estratégias de coping na melhoria da imagem corporal positiva em mulheres jovens com cancro da mama.
- Papel do suporte social na resiliência de imigrantes da CPLP em PortugalPublication . Morgado, Denise Saraiva; Miguel, MartaO presente estudo procurou investigar qual o papel do suporte social na capacidade de resiliência em indivíduos adultos imigrantes da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) em Portugal. Reconhecendo a perceção de suporte social e a sua função na resiliência, esperou compreender as instâncias desta população, também em função da nacionalidade (Brasileira vs. Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa - PALOP) e a forma como são percecionadas as respostas às mesmas no contexto português. A amostra foi constituída por 177 imigrantes oriundos da CPLP, com idades compreendidas entre os 18 e 72 anos. A recolha dos dados, realizada sobretudo via online, foi desenvolvida através de um questionário sociodemográfico antecedente a dois instrumentos de medida quantitativa (1) Escala de Provisões Sociais (EPS); (2) Escala de Resiliência para Adultos (ERA). Os resultados revelaram que o Suporte Social desempenha um papel significativo na Resiliência percebida pela população imigrante da CPLP em Portugal. E ainda, que aspetos individuais como a nacionalidade e a causa migratória conduzem a diferentes respostas de Suporte Social e consequentemente de Resiliência.
- "Unravelling the risk factors of suicidalbehaviors in male inmates"Publication . Oliveira, Catarina Alexandra Lima de; Pereira, Miguel BastoOs reclusos dispõem de um risco particularmente acrescido de agir consoante pensamentos suicidas, quando comparando com a população geral. Contudo, são raros os estudos que distinguem os reclusos que pensam, daqueles que tentam o suicídio. Tendo em mente esta distinção ideação para a ação, este estudo pretende identificar os fatores de risco da ideação suicida e da sua transição para as tentativas de suicídio. A amostra incluiu 411 reclusos condenados (M = 37.94; SD = 10.91) de 15 estabelecimentos prisionais portugueses. Aproximadamente 29.1% dos reclusos reportou um histórico de ideação suicida, dos quais 19.22% cometeram uma tentativa de suicídio. A Impulsividade/Irresponsabilidade apresentou-se como fator de risco central para a ideação suicida (OR = 1.44; 95% CI: 1.01-1.04), enquanto as competências interpessoais de autogestão e motivação emergiram como o único fator protetor para as tentativas de suicídio (OR =0.59; 95% CI: 0.41-0.87). O histórico de prática de comportamentos autolesivos apresentou-se como o único fator de risco tanto para a ideação suicida, como para as tentativas de suicídio. Este estudo contribui para o conhecimento dos comportamentos suicidas em homens em situação de reclusão, permitindo retirar implicações práticas para intervenções em estabelecimentos prisionais. São também discutidas as potenciais limitações deste estudo e sugestões de investigação futuras.
- Espelhos digitais, corpos (des)conectados: a influência das redes sociais na satisfação com a aparência e no evitamento sexualPublication . Martins, Rita Alexandra Silva; Carvalheira, Ana AlexandraA influência das redes sociais na imagem corporal tem sido amplamente documentada pela comunidade científica, no entanto, estudos sobre o evitamento sexual e imagem corporal permanecem escassos. Este estudo teve como objetivo resolver esta lacuna ao explorar as relações entre a utilização das redes sociais, a satisfação com a aparência e o evitamento sexual. Deste modo, os objetivos do presente estudo foram: (1) investigar as variáveis associadas à utilização do Instagram e do TikTok; (2) explorar alguns dos fatores associados à satisfação com a aparência; (3) examinar fatores associados ao evitamento sexual; (4) analisar o papel mediador da satisfação com a aparência na relação entre o uso das redes sociais (Instagram e TikTok) e o evitamento sexual numa amostra de 380 participantes (M = 27,7 anos). Análises de regressão múltipla revelaram que a idade, o género e a orientação sexual estavam significativamente associados à utilização do Instagram, enquanto a idade, o género e o nível de escolaridade estavam associados à utilização do TikTok. Para além disso, o género, a orientação sexual, a utilização do TikTok e a comparação social da aparência revelaram uma associação significativa com a satisfação com a aparência. Por sua vez, a idade, o género, a situação relacional, a satisfação com a aparência, a exposição corporal durante o sexo e a satisfação sexual estavam associados ao evitamento sexual. Os modelos de mediação indicaram que o uso do Instagram e do TikTok, juntamente com a satisfação com a aparência, explicaram 10,1% da variância no evitamento sexual. Estes resultados destacam a falta de investigação do evitamento sexual por parte da comunidade científica e enfatizam a necessidade contínua de destigmatizar as discussões acerca da sexualidade.
- Cibercondria: Possível relação com a Literacia Digital em Saúde e Doença Crónica?Publication . Evangelho, Margarida Pamplona de Meireles Pacheco; Pimenta, FilipaIntrodução: A cibercondria caracteriza-se por um padrão comportamental de pesquisas online de informações sobre saúde, de caracter repetitivo e excessivo, que escalam um estado de sofrimento e ansiedade no indivíduo. A literacia digital em saúde é a capacidade de compreender e avaliar informações sobre saúde em plataformas online. Este estudo tem por objetivo investigar a possibilidade de uma relação entre estes construtos, analisar se a doença crónica apresenta uma influência no grau de cibercondria e determinar a possível existência de diferenças no nível de literacia digital em saúde entre as amostras com doença crónica e sem doença crónica. Método: O estudo incluiu uma amostra não probabilística de 302 participantes (Midade=33,51; SDidade=10,78), recolhida através da internet, dos quais 52,6% são do sexo feminino e 21,2% têm pelo menos uma doença crónica. Os participantes preencheram as escalas eLiteracia em Saúde, Cyberchondria Severity Scale Short-Form (CSS-12) e Clinical Outcome Routine Evaluation – Outcome Measure (CORE-OM); os dados referentes à doença crónica foram recolhidos a partir do questionário de caracterização sociodemográfica e clínica. Resultados: O modelo proposto apresentou um ajustamento aceitável (GFI= ,825; CFI= ,886; TLI= ,877; X 2 /df=1,906; RMSEA= ,055). Os resultados concluíram que adultos com maior nível de literacia digital em saúde (β= ,241; p= ,001) e maior ansiedade (β= ,296; p= ,001) apresentavam maior cibercondria. A doença crónica não apresentou uma relação com a cibercondria (β= ,017; p= ,771). O nível de literacia digital em saúde concluiu-se marginalmente significativo entre as amostras com e sem doença crónica (p= ,071). Discussão: Apesar da literacia digital em saúde ser considerada um fator protetor à saúde, uma correlação positiva entre esta e a cibercondria revela que um nível elevado de literacia contribui para o comportamento compulsivo de pesquisas online sobre saúde. Recomenda-se a promoção de uma melhor educação no uso das tecnologias, uma consciencialização sobre a cibercondria e medidas que reduzam a ansiedade relacionada com a saúde. Futuras investigações sobre o construto da cibercondria serão cruciais para um melhor entendimento do mesmo, bem como dos seus fatores de risco e consequências para a saúde dos indivíduos.
- Exploring behavioural addictions and insomnia: A study with portuguese adolescentsPublication . Nunes, Marta Bastos Uva; Pimenta, FilipaIntrodução: A investigação aponta que 11-30% dos adolescentes experienciam perturbações do sono, particularmente insónia, sendo o sono fundamental para o desenvolvimento saudável. Este estudo propõe-se a compreender 1) que variáveis explicam a insónia, 2) se o autocontrolo medeia a relação entre a Dependência de Comida (DC), Dependência de Internet (DI) e Dependência do Smartphone (DS) e insónia. Método: Participaram 1.566 jovens madeirenses com idades compreendidas entre os 12-19 anos (M=14,79, DP=1,89), que responderam a um questionário sociodemográfico, de acesso à internet e do estado mental, seguido da Portuguese Yale Food Addiction Scale, Internet Addiction Test, Smartphone Addiction Scale – Short Version, General Functioning dimension of the Family Assessment Device, Brief Self-Control Scale, e Athens Insomnia Scale. Resultados: Os modelos apresentaram bons ajustamentos. Adolescentes que apresentam maiores níveis de Dependência de Comida (β=,181; p<,001), Dependência da Internet (β=,098; p=,003), Comportamento Orientado para o Prazer e Impulsividade (β=,334; p<,001), Acesso a Ecrãs no Quarto Antes de Dormir (β=,111; p<,001), maior Frequência de Uso de Ecrãs Antes de Dormir (β=,096; p<,001), menores níveis de Apoio e Confiança (β=-,140; p<,001), e que são do sexo feminino (β=,127; p<,001), têm níveis de insónia mais elevados. A mediação revelou que existem efeitos positivos diretos das dependências na insónia e efeitos indiretos positivos do autocontrolo disfuncional na insónia. Discussão: É sublinhada a pertinência de desenvolver intervenções com adolescentes focadas na promoção da higiene do sono promovendo a adoção de hábitos saudáveis, trabalhando variáveis que tenham impacto em características impulsivas do autocontrolo.
- Atitudes em relação a delinquentes no corpo da guarda prisionalPublication . Rodrigues, Daniela Duarte; Rodrigues, Andreia de CastroOs elementos do Corpo da Guarda Prisional assumem um papel de relevo no processo de reabilitação e reinserção da população reclusa. Torna-se, portanto, imperativo que não adotem atitudes negativas em relação à mesma que possam enviesar e comprometer o desempenho das suas funções. O presente estudo procurou, assim, conhecer as atitudes destes/as profissionais em relação a delinquentes e averiguar em que medida estas são influenciadas por variáveis de natureza sociodemográfica e psicológica, esperando que a informação recolhida pudesse contribuir para a identificação de lacunas no seu processo de recrutamento e formação. Para tal, foi administrado um questionário sociodemográfico, a Escala de Atitudes em relação aos Delinquentes (EARD) e a Escala de Empatia Básica versão breve adaptada (BES-A) a uma amostra de 109 guardas prisionais de todo o país. Os resultados revelaram que os/as guardas prisionais apresentaram, em média, atitudes menos positivas em relação a delinquentes do que amostras semelhantes de estudos anteriores. Foram também encontradas diferenças nas suas atitudes ao nível dos anos de serviço e posicionamento político, bem como uma correlação estatisticamente significativa entre estas e a idade dos/as participantes. No entanto, ao contrário do esperado, nem a escolaridade nem a empatia demonstraram ter uma influência significativa nas atitudes em relação a delinquentes. Por fim, estes resultados foram interpretados em função do estado da arte e de possíveis implicações práticas, sendo salientada a importância de introduzir uma componente psicossocial na formação inicial e contínua de guardas prisionais.