PEDU - Dissertações de Mestrado
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Recent Submissions
- Ensinar em contexto prisional: Motivações e desafiosPublication . Fernandes, Ana Rita Soares Pinto; Gaitas, SérgioA investigação “Ensinar em Contexto Prisional: Motivações e Desafios” explora as motivações e desafios dos professores em contexto prisional. Pretende identificar os fatores que motivam os professores a escolherem e permanecerem neste contexto, compreender os desafios enfrentados e verificar se as suas perspetivas em relação ao contexto mudaram ao longo do tempo. Parte-se da hipótese de que os desafios impactam na motivação docente. O estudo fundamenta-se nas Teorias da Expectativa-Valor (e.g., Alston et al., 2017; Miner, 2015; Van Eerde & Thierry, 1996; Watt & Richardson, 2015) e da Autodeterminação (e.g., Cernev & Hentschke, 2012; Deci & Ryan, 1985; Savolainen, 2018; Watt & Richardson, 2015). Foram realizadas 13 entrevistas estruturadas via Zoom com professores de várias regiões do país que lecionavam no ano letivo 2023/2024. A análise dos resultados foi efetuada com base na Análise de Conteúdo proposta por Bardin (1977). Os resultados indicam que os professores são motivados pelo desejo de impactar positivamente na vida dos alunos, isto é, de fazer a diferença e por uma forte necessidade de realização pessoal e profissional. Embora enfrentem dificuldades, encontram gratificação no seu trabalho, sendo influenciados por Fatores Humanos, Pedagógicos, Contextuais, Organizacionais e Políticos e de Formação. Conclui-se que, para aumentar a motivação e enfrentar os desafios, são necessários investimentos em formação, recursos e reconhecimento
- Influência dos pares nos comportamentos dos alunos e o seu envolvimento na escolaPublication . Ramos, Chamora Vera Cruz Costa dos; Silva, José CastroSegundo Brazelton e Greenspan (2004), a relação que os jovens mantêm no seio do grupo tem um atributo fundamental no seu processo de desenvolvimento, pelo que, é importante incutir nas crianças e jovens o verdadeiro significado da amizade ao estabelecerem a relação entre pares "dentro e fora da escola". Esta é uma tarefa dos pais, da escola e de toda a comunidade educativa, e esses mesmos autores (Brazelton & Greenspan, 2004) defendem que toda a aprendizagem de crianças e jovens é justificada pelos conhecimentos adquiridos nas "primeiras relações com os outros (pares)". O presente estudo procurou descrever as conceções sobre comportamentos (des)adequados de pares em alunos de 2º e 3º ciclo de ensino, procurando ainda identificar e perceber de forma mais clara quais as diferenças existentes nos comportamentos (des)adequados entre os pares nos alunos do 2º e 3º ciclo. Este estudo contou com a participação de 181 participantes, sendo alunos do 2º e 3º ciclo de um agrupamento de escolas no conselho de Amadora. Os alunos foram selecionados através da técnica de amostragem por conveniência. O instrumento utilizado para a coleta dos dados necessários foi o questionário. Para avaliar as relações entre os pares, utilizou-se o questionário de relação entre pares na escola, de Grácio e Silva (2014). Face à questão de investigação do presente estudo, segundo os objetivos definidos e de acordo com os resultados obtidos, pode-se verificar que o comportamento dos alunos pode ser afetado pela relação que estes mantêm entre si, seja pela observação/imitação, com o objetivo de integração e tendo os colegas como modelos.
- A relação entre as crenças sobre o erro dos alunos, as emoções e o clima do erro na disciplina de matemática em alunos do 3º e 4º anoPublication . Malaquias, Petra Andreia Correia; Peixoto, FranciscoA matemática e percecionada pelos alunos como um desafio, e a perceção que os alunos têm quanto ao seu ambiente em sala de aula pode ter um grande impacto na forma como aprendem. O erro ao ser praticamente inevitável durante o processo de aprendizagem, pode ser percecionado de diversas formas e ter repercussões quanto as suas emoções e crenças de aprendizagem em sala de aula. O estudo teve como objetivo analisar as relações entre a perceção que os alunos têm quanto ao ambiente em sala de aula em relação ao erro, a perspetiva dos alunos quanto aos erros e as emoções sentidas pelos alunos em sala de aula. Neste estudo participaram 197 alunos do 1º ciclo, sendo que 99 alunos frequentavam o 3º ano de escolaridade e 98 alunos frequentavam o 4o ano de escolaridade. A recolha de dados foi realizada em sala de aula através de três questionários que analisaram a perceção dos alunos relativamente ao clima em sala de aula e aos erros e as emoções relativamente a matemática. Os resultados obtidos indicaram que o clima de aprendizagem e uma variável que se apresenta correlacionada com diversas variáveis como as emoções, a reação negativa do professor e a utilização do erro para a aprendizagem.
- Diálogo no cuidado: Comunicação entre cuidador e doente em cuidados paliativosPublication . Maceira, Pedro Luís de Almeida; Coelho, AlexandraProblema: A comunicação entre cuidadores informais e doentes em contexto de cuidados paliativos é essencial e desafiante devido às limitações impostas pelo estado avançado da doença. No entanto, a forma como os cuidadores gerem esta comunicação e as barreiras que enfrentam é ainda pouco explorada. Objetivo: O objetivo deste estudo é compreender a forma como os cuidadores informais comunicam com os doentes em contexto de cuidados paliativos, na perspetiva do cuidador. Método: Este estudo exploratório consistiu numa análise secundária. Realizou-se uma análise temática com base em entrevistas a 13 cuidadores informais. Resultados: Os resultados indicam dois temas centrais: "limitações na comunicação em contexto de doença avançada" e "ganhos na comunicação resultantes do cuidar na doença", com oito e três subtemas, respetivamente. Discussão: Os resultados apontam para uma dualidade na experiência comunicacional dos cuidadores, oscilando entre vulnerabilidade e resiliência. As limitações identificadas apontam para comportamentos de protective buffering. Alguns cuidadores relatam melhorias na relação e novas formas de comunicação. Conclui-se que, embora a comunicação aberta seja desafiante, é essencial para a qualidade dos cuidados e para o bem-estar da díade.
- A relação entre a motivação, a resiliência, a intenção de abandono da profissão e os grupos de recrutamento dos professores na RAMPublication . Araújo, Diogo Ramos; Silva, José CastroUm dos tópicos mais falados e debatidos na atualidade é o estado da profissão docente. As constantes manifestações por todo o país, em conjunto com as queixas das escolas que não conseguem fornecer professores suficientes para os seus alunos, pintam um quadro perturbador relativamente ao possível futuro desta profissão. Nesse sentido, a literatura tem alterado o seu foco para compreender como conseguimos reter professores nas escolas, procurando desta forma combater o problema em vigor. Dois dos construtos que tem sido amplamente investigados são a motivação e a resiliência, assim como o seu fator preditor do abandono de profissão. Por outro lado, os grupos de recrutamento são um construto pouco investigado pela literatura, contudo, os autores desta área referem existir diferenças na maneira como os docentes agem, pensam e lecionam, suscitando o interesse na presente investigação. O presente estudo procurou analisar se estas variáveis sofriam alterações dependendo do grupo de recrutamento do professor, no contexto das escolas de 2º e 3º Ciclo da Região Autónoma da Madeira (RAM). Os dados foram recolhidos através de um questionário online, utilizando algumas perguntas de caráter sociodemográfico, uma escala referente à motivação, Factors Influencing Teaching (FIT)-Choice Scale e um instrumento avaliativo da resiliência Multidimensional Teacher´s Resilience Scale (MTRS). De notar que o abandono de profissão foi medido através de uma pergunta referente à intenção de abandonar a profissão, que é considerada uma medida que prevê o abandono em si. O estudo contou com 198 participantes, 145 do sexo feminino e 53 do sexo masculino, sendo que estes docentes possuíam entre 1 a 49 anos de experiência na profissão. Por fim, os resultados evidenciaram diferenças entre a motivação dos professores de diferentes grupos de recrutamento, permitiram observar a relação entre a motivação e a resiliência como preditores da intenção de abandono de profissão e adicionaram literatura importante para o contexto docente da RAM
- A Perceção dos alunos de bem-estar na escolaPublication . Martins, Miguel Filipe dos Santos; Gaitas, SérgioO Bem-estar na escola que tem vindo a ser frequentemente abordado tanto por investigadores como por outros profissionais do campo da educação. À luz de recentes investigações, o Bem-estar é um fator a ser tomado em consideração no ambiente escolar, na vida dos alunos e no seu sucesso académico. Não obstante, parece persistir a ausência de consenso relativamente à definição do constructo. Sendo os alunos o principal elemento da vida escolar, este estudo teve como objetivo procurar conhecer as perspetivas dos alunos sobre o Bem-estar na escola, tentando perceber o que estes entendem que é estar bem na escola e não estar bem na escola, sobre o que influencia positiva e negativamente o Bem-estar na escola, quem são as entidades que contribuem positiva e negativamente para o seu Bem-estar na escola e como contribuem. Procurou-se ainda explorar o que é que os alunos propõem para promover o Bem-estar na escola. Para esta investigação foram entrevistados um total de 115 alunos em focus group desde o 1º ciclo do ensino básico ao Ensino Secundário de duas escolas públicas do distrito de Lisboa. Os resultados revelaram que, para os alunos o Bem-estar na escola é caracterizado principalmente pelas relações com os pares, professores, auxiliares e familiares, experiência de emoções positivas e negativas, pelas vivências não monitorizadas, pelos fatores do contexto e pelas práticas dos professores. Ao longo deste trabalho, estes resultados serão discutidos com base nas teorias do Bem-estar na Escola.
- Perceções das crianças, dos pais e dos profissionais sobre as experiências e vivências de pré-escolar num contexto naturalPublication . Albino, Mariana Guerreiro da Conceição; Mata, LourdesO presente estudo teve como objetivo principal compreender e caracterizar as vivências e experiências das crianças, dos pais e dos profissionais da educação de pré-escolar num contexto de educação natural, focando as atividades, as rotinas, os espaços, as relações interpessoais e as aprendizagens das crianças. Para tal, contou-se com a participação de 28 crianças, 16 pais e 17 profissionais de uma escola-floresta situada na Área Metropolitana de Lisboa. A recolha de dados foi realizada através de entrevistas semi-estruturadas com os profissionais e crianças, tendo sido, com estas, utilizada a metodologia focus-group. Adicionalmente, foram aplicadas escalas sobre participação, benefícios e autoeficácia aos profissionais. Com os pais, utilizaram-se questionários com diferentes tipos de questões e instrumentos. Recorreu-se assim a uma abordagem metodológica mista, aliando análises qualitativas com outras quantitativas. Constatou-se que as crianças gostavam de atividades e brincadeiras ligadas à natureza (apanhar flores) e dos espaços (casa da árvore, cozinha de lama) e não gostavam de interrupções nem de momentos estruturados da rotina que implicassem menos movimento. Tinham noção de uma rotina estruturada e da sua participação no planeamento, também reforçada pelos profissionais. As relações entre crianças e entre crianças e profissionais foram positivamente mencionadas por todos os grupos de participantes. Constatou-se a existência de intencionalidade pedagógica e destacaram-se aprendizagens socioemocionais, relacionadas com o cuidado e proteção da natureza. Foram mencionados benefícios associados ao risco, à criatividade, à autonomia e à promoção da saúde física e mental. Por outro lado, a adaptação, a autonomia e o reconhecimento das aprendizagens foram classificados como desafios. Os pais mencionaram constrangimentos relacionados com a logística, a segurança e com as aprendizagens.
- Dispositivos digitais e idade pré-escolar: Perceções e mediação parentaisPublication . Villar, Patrícia Andrade Dias Posser; Salvador, LilianaOs dispositivos digitais (DD), cada vez mais presentes na vida das crianças, têm sido associados a benefícios e riscos para o seu desenvolvimento, dependendo do modo como são usados. Os pais desempenham um papel central na forma como os seus filhos usam os DD, pelo que é crucial perceber que estratégias seguem para gerir esse uso e que fatores podem explicar a forma como o fazem. O presente estudo tem como principais objetivos descrever e relacionar as perceções que os pais têm sobre o uso de dispositivos digitais (DD) pelos seus filhos, as práticas que usam para o mediar, bem como a frequência com que utilizam esses dispositivos. Foram inquiridos 232 pais portugueses com filhos em idade pré-escolar através de um questionário online partilhado nas redes sociais, que incluía dois instrumentos construídos por Nikken e Schols (2015), traduzidos e adaptados para o presente estudo. Foi realizada uma análise fatorial confirmatória para garantir a validade do instrumento. Os principais resultados permitiram perceber que os pais percecionam mais os efeitos negativos dos DD, comparativamente com os outros tipos de perceções. Além disso, utilizam maioritariamente as estratégias de mediação restritiva e de supervisão. Foi possível identificar correlações positivas fracas e moderadas entre todas as estratégias de mediação e as perceções parentais dos efeitos positivos dos DD. Adicionalmente, observou-se uma correlação entre a frequência de uso dos DD (dos pais e filhos) e as perceções dos DD como babysitters, uma correlação entre a frequência de uso dos DD pelos filhos e as estratégias de mediação parental ativa e co-uso e, por fim, uma correlação entre a frequência de uso de DD pelos pais e pelos filhos. Estes resultados levantam questões para estudos futuros.
- Diferenças entre o conhecimento parental e as crenças parentais, consoante as características sociodemográficas, em pais com filhos dos 0-6 anosPublication . Henriques, Ana Patrícia Narciso Pomar; Veríssimo, ManuelaO conhecimento parental diz respeito ao conhecimento sobre os marcos e os processos de desenvolvimento infantil, à sensibilidade parental e às práticas parentais. As crenças parentais dizem respeito a um conjunto de teorias, sobre a educação das crianças, sobre o desenvolvimento infantil e os aspetos que influenciam o mesmo. O conhecimento parental influência as crenças parentais e têm impacto nas práticas parentais, na interação que os pais têm com os filhos e, influenciam o desenvolvimento infantil durante os primeiros anos. Vários estudos identificaram que as características sociodemográficas influenciam o conhecimento e as crenças parentais. Este estudo analisa se conhecimento e as crenças parentais diferem consoante as características sociodemográficas (sexo - mãe/pai, idade, nível de escolaridade, estatuto socioeconómico e local de residência). A amostra foi constituída por 953 mães e 96 pais de crianças com idades entre os 0 e os 6 anos. Os pais preencheram um questionário online, desenvolvido com o objetivo de analisar o conhecimento e as crenças parentais sobre o desenvolvimento infantil. Os resultados demonstraram que não existem diferenças entre o conhecimento parental e as crenças parentais, consoante o estatuto socioeconómico e o local de residência, conforme era esperado. Sendo que, não foi possível realizar comparações entre o sexo, a idade e o nível de escolaridade. Estes resultados podem sugerir que na sociedade atual já não existem diferenças acentuadas entre os diferentes contextos em que os indivíduos se inserem, conforme existia em gerações anteriores.
- Turmas multinível: Um caminho para uma Educação mais Inclusiva? Perceção dos benefícios e possíveis barreiras a enfrentar por professores do 1º ciclo.Publication . Silva, Joana Pardal da; Gaitas, SérgioO presente estudo pretende identificar as práticas pedagógicas empregues pelos professores em turmas multinível, procurando explorar a sua relação com a educação inclusiva. Adicionalmente, pretende-se compreender as motivações dos professores para o trabalho neste contexto desafiante, identificando os benefícios e desafios percebidos pelos diferentes intervenientes da comunidade educativa (e.g., professores, auxiliares de ação educativa e famílias). Esta investigação foi conduzida ao longo de um ano letivo numa escola da região de Lisboa que, por opção pedagógica, organiza as suas turmas em grupos com anos de escolaridades diferentes (1º ao 4º ano). Através de uma abordagem qualitativa, a recolha de dados ocorreu por meio de observações livres e estruturadas em 3 salas de aula multinível (recorrendo a uma grelha de observação construída para o objetivo) e, também, entrevistas semi-estruturadas a 3 docentes, 5 auxiliares de ação educativa e 10 encarregados de educação (com recurso a um guião de entrevista construído para o efeito). Os principais resultados revelam que as professoras empregam diversas práticas de diferenciação pedagógica no trabalho com grupos multinível. Entre as principais estratégias estão a tutoria entre pares e a adaptação dos conteúdos com diferentes níveis de complexidade. As professoras destacam diversos benefícios sócio-emocionais e académicos do trabalho com estes grupos, em especial para os alunos, sendo esta perceção é partilhada pela maioria da comunidade educativa entrevistada. Ainda, os desafios apresentados são essencialmente referentes à insuficiência de recursos. O desenvolvimento desta investigação mostra-se relevante colmatando algumas lacunas na investigação, em Portugal, acerca dos grupos multinível. Desta forma, abre caminho para estudos futuros explorarem mais acerca desta temática e a sua relação com a Inclusão.