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- Fatores relacionados com as crenças dos docentes sobre educação inclusiva: Revisão sistemática com meta-análisePublication . Piteira, Sofia Raquel Piedade; Gaitas, SérgioA Educação Inclusiva (EI) foi uma das reformas mais significativas a nível global no caminho para a igualdade de direitos na educação. Os docentes desempenham um papel central nesta reforma, e diversos fatores podem estar relacionados com as suas crenças sobre a EI. A presente revisão sistemática com meta-análise procurou assim investigar a relação entre as crenças dos docentes sobre EI e (1) características sociodemográficas (sexo, idade); (2) características do seu percurso profissional (anos de experiência, formação específica em EI, experiência com alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE)); e (3) crenças de autoeficácia e conhecimento sobre EI (autoeficácia para a prática da EI, conhecimento percebido sobre EI). Foram incluídos na revisão 34 estudos, publicados em 22 países entre 2015 e 2024, totalizando 78 efeitos padronizados (d de Cohen). A meta-análise multinível revelou que as crenças dos docentes sobre EI estão relacionadas com os anos de experiência (β = 0.22, p = .019), a participação em formação específica (β = 0.20, p = .017) e a experiência com alunos com NEE (β = 0.24, p = .010), enquanto o sexo e a idade não apresentaram efeitos significativos. Devido ao número reduzido de estudos, as variáveis de autoeficácia e conhecimento percebido foram sintetizadas narrativamente, sugerindo uma associação entre as crenças dos docentes e a sua autoeficácia para a prática da EI. Conclui-se que os percursos profissionais dos docentes constituem preditores significativos das crenças inclusivas, destacando a importância de formações e experiências práticas para modificar sistemas de crenças e promover a EI.
- Envolvimento parental, sentimento de pertença à escola e desempenho académico de alunos dos 2º e 3º ciclos do Ensino BásicoPublication . Osório, Tatiana Werneck Sabatié Tavares; Salvador, LilianaO percurso escolar dos alunos é influenciado por um conjunto de fatores individuais, familiares e contextuais, que interagem e impactam o processo de ensino e aprendizagem. Entre esses fatores, o desempenho académico se destaca como uma variável central, comummente utilizada como um indicador de sucesso educativo e adaptação escolar. Contudo, o desempenho académico dos alunos, não pode ser compreendido de forma isolada, sendo influenciado por dimensões afetivas e psicológicas como o envolvimento parental e o sentimento de pertença à escola. O presente estudo teve como principal objetivo analisar as relações entre o envolvimento parental, o sentimento de pertença à escola e o desempenho académico dos alunos dos 2º e 3º ciclos do Ensino Básico em Portugal. Adicionalmente, procurou-se compreender se essas relações diferem consoante o estatuto migrante dos alunos. Participaram neste estudo 463 estudantes, dos quais 121 eram migrantes, que responderam a “Escala de Avaliação do Sentimento de Pertença à Escola” de (Ventura & Lima, 2016), a Escala de Perceção de Práticas de Envolvimento Parental na Escolaridade: “Os meus pais e a minha escolaridade”, e subescala “Sentimentos/ atitudes em relação ao envolvimento parental” (Pereira & Monteiro, 2014), além de um questionário sociodemográfico. Os resultados revelaram que tanto o envolvimento parental, como o sentimento de pertença à escola estão relacionados positivamente com o desempenho académico dos alunos, sendo os alunos com melhor desempenho académico, aqueles com maiores níveis de envolvimento parental e sentimento de pertença à escola. Além disso, os alunos migrantes apresentaram níveis ignificativamente mais baixos em todas as variáveis analisadas, quando comparados com os alunos não migrantes. Por fim, os resultados sublinham a importância do envolvimento parental e do sentimento de pertença à escola como fatores promotores do sucesso académico e do bem-estar dos alunos, e a emergência de práticas escolares mais inclusivas e sensíveis à diversidade cultural.
- Desenvolvimento das competências de liderança funcional: O papel da teoria e da práticaPublication . Neves, Érica Esteves; Caetano, AntónioO presente estudo teve como principal objetivo compreender em que medida o design da formação facilita o desenvolvimento das competências de liderança funcional, explorando o impacto das componentes teórica e prática do curso de formação militar. A amostra foi composta por 92 formandos do Curso de Formação de Sargentos da Marinha Portuguesa, tendo sido utilizadas heteroavaliações pelos formadores e regressões lineares múltiplas para cada uma das competências de liderança funcional. Os resultados suportam parcialmente as hipóteses do estudo, revelando que a aprendizagem teórica influencia positivamente as competências de clarificar a estratégia, coordenar a ação e facilitar a aprendizagem, enquanto as provas práticas de planeamento (PL) contribuem para clarificar a situação e clarificar a estratégia, e as tarefas práticas de liderança (TPL) influenciam a coordenação da ação. Estes resultados têm implicações práticas relevantes para o planeamento da formação em liderança funcional, reforçando a importância de uma abordagem multimodal, que integre teoria, planeamento e prática ajustada às diferentes competências. Relativamente às limitações do estudo, destaca-se a utilização de uma amostra reduzida e restrita a um único ramo das forças armadas, bem como o carácter transversal da investigação, o que impede a generalização dos resultados e a inferência de causalidade. Para estudos futuros, sugere-se a adoção de um design longitudinal, bem como a inclusão de variáveis como a autoeficácia em liderança e a coesão grupal.
- O papel mediador da satisfação no trabalho na relação entre a intensificação do trabalho e o equilíbrio entre a vida pessoal e profissionalPublication . Mota, Mariana da Câmara; Caetano, AntónioA presente dissertação teve como objetivo analisar a relação entre a intensificação do trabalho e o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, considerando o papel mediador da satisfação no trabalho. Este estudo foi motivado pelo crescente desafio enfrentado pelos colaboradores na conciliação dos seus papéis profissionais e pessoais, num contexto marcado pela intensificação das exigências laborais. A intensificação do trabalho, definida como o aumento do ritmo, da carga e da complexidade das tarefas, tem vindo a ser associada a efeitos adversos no bem-estar dos trabalhadores, como o esgotamento e a diminuição da qualidade de vida. Através de um estudo quantitativo de caráter correlacional com base na aplicação de um questionário online, com uma amostra de 162 participantes, foram testadas duas hipóteses: (1) a intensificação do trabalho influencia negativamente o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, e (2) essa relação é mediada pela satisfação no trabalho. Os resultados suportam a hipótese 1 e revelam uma mediação parcial da satisfação no trabalho na hipótese 2. Verificou-se que a intensificação do trabalho está associada a menores níveis de satisfação, o que, por sua vez, prejudica o equilíbrio entre os domínios profissional e pessoal. Os resultados obtidos sublinham a importância de desenvolver estratégias organizacionais que reduzam a sobrecarga laboral e promovam contextos de trabalho saudáveis, capazes de potenciar a satisfação dos colaboradores e a sua qualidade de vida global. Entre as limitações identificadas, destaca-se a dimensão reduzida da amostra e o facto de o delineamento do estudo não permitir generalizar os resultados nem inferir relações causais. Futuras investigações deverão recorrer a metodologias longitudinais e incluir outras variáveis mediadoras, como o apoio organizacional ou o envolvimento no trabalho.