Browsing by resource type "doctoral thesis"
Now showing 1 - 10 of 251
Results Per Page
Sort Options
- À procura de efeitos de congruência emocional específica de appraisal em estimação de probabilidadesPublication . Dias, Inês Galhardas Vicente da CruzAs emoções que sentimos modelam a forma como percebemos o mundo que nos rodeia. Nesta tese abordámos como as emoções afetam as estimativas de probabilidade de acontecimentos emocionais. A investigação prévia salienta que tendemos a sobrestimar acontecimentos com congruência de valência (Johnson & Tversky, 1983; MacLeod & Campbell, 1982; Mayer et al., 1992) e que indivíduos num dado estado emocional tendem a sobrestimar acontecimentos do mesmo tonus emocional do que de outros (DeSteno et al., 2000). Com base na evidência que sugere que as emoções partilham dimensões avaliativas de appraisal (Smith & Ellsworth, 1985; Roseman, 2011) e num estudo piloto (Dias, 2008) estabelecemos a hipótese de que a estrutura de appraisal dum estado emocional pode definir um nível intermédio de congruência entre valência (nível dimensional) e emoção (nível específico). Focámos o appraisal de certeza/incerteza por ser uma variável relevante para os julgamentos de probabilidade em contexto de incerteza. Realizámos cinco estudos, nos quais manipulámos tanto a dimensão de certeza/incerteza isolada da emoção como os estados emocionais que diferiam no appraisal de certeza/incerteza. Verificámos os efeitos destas manipulações sobre as estimativas de probabilidade referentes a acontecimentos neutros e acontecimentos emocionais (quer instâncias quer categorias emocionais). Testámos o efeito de congruência quando se manipula puramente a dimensão de certeza/incerteza tanto em 1) acontecimentos neutros emocionalmente (ambíguos ou não em certeza, Estudo 1), como em 2) acontecimentos que variam por serem associados a emoções com appraisals de certeza vs incerteza, Estudo 2. Testámos se a manipulação de emoções, variáveis em níveis de certeza/incerteza, influencia a forma como avaliamos a probabilidade de acontecimentos neutros emocionalmente (ambíguos ou não em certeza), Estudo 3. Testámos se a manipulação de emoções, variáveis em níveis de certeza/incerteza, influencia 1) a forma como avaliamos a ocorrência de efeitos de emoções idênticas e não idênticas (efeitos de congruência especifica) e 2) a forma como avaliamos a estimação de probabilidade de acontecimentos associados a emoções com uma congruência específico ao nível do appraisal, Estudos 4, 4b e 5. A evidência recolhida ao longo de todos os estudos não replicou quer o efeito de congruência emocional específico (DeSteno et al., 2000), nem sustenta a existência de um efeito emocional intermédio (Dias, 2008). Discutimos estes dados tendo em perspetiva as razões metodológicas e teóricas que podem ter concorrido para a não obtenção dos padrões de dados publicados na literatura, e focando a relevância de se testarem novas hipóteses suscitadas pelos dados obtidos.
- Abusos sexuais de crianças: Mudanças resultantes de uma intervenção preventivaPublication . Maria, Susana Gabriela da Silva; Ornelas, José H.Os abusos sexuais de crianças são um problema mundial que afecta cada dimensão da saúde tornando-se de extrema relevância e necessidade a intervenção de cariz preventivo. O objectivo prioritário dos programas de prevenção dos abusos sexuais de crianças é fortalecer as capacidades das mesmas para reconhecerem potenciais situações abusivas e ensinar-lhes estratégias para resistirem aos abusos, bem como dotar os adultos que as rodeiam de conhecimentos adequados sobre os abusos sexuais de crianças e competências preventivas. Paralelamente, estes programas têm também como objectivo secundário o encorajamento das crianças para revelarem situações de abusos e munir os adultos de capacidades de respostas adequadas a estas revelações para que as crianças recebam o apoio adequado com vista à minimização das consequências negativas do abuso. Contudo, a importância do desenvolvimento de programas de prevenção dos abusos sexuais de crianças com ênfase na comunidade só poderá ser sustentada e reforçada através da avaliação que esses programas, de facto, têm no público a quem se dirigem. Devido à dificuldade de analisarmos a redução de casos abusos sexuais de crianças em reacção aos programas de prevenção primária, torna-se necessário utilizarmos medidas proximais para avaliarmos a eficácia destes programas, estas incluem mudanças ao nível dos conhecimentos, atitudes e crenças que estão associadas com objectivo final (o comportamento) que o programa procura eliminar ou minimizar. Por outro lado, uma das maiores criticas aos programas de prevenção é a de que produzem efeitos secundários negativos, como por exemplo, que as crianças desenvolvem uma hipersensibilidade aos toques mesmo quando apropriados, que podem ficar assustada ou com medo e que podem desenvolver uma atitude negativa relativamente à sexualidade. Assim, é objectivo deste trabalho a análise do impacto de um programa de prevenção dos abusos de crianças desenvolvido num contexto escolar, envolvendo crianças do 1º ciclo do ensino básico e caretakers (familiares e profissionais), em termos dos conhecimentos e atitudes em relação aos abusos sexuais de crianças e, adicionalmente, o estudo das possíveis mudanças comportamentais nas crianças, observadas pelos seus caretakers, nas duas semanas subsequentes à participação no programa. Participaram nesta investigação 385 crianças, 197 caretakers (115 profissionais e 82 familiares). Os dados foram recolhidos através de questionários em três momentos distintos (antes da participação no programa - pré, imediatamente após a participação no programa - pós e seis meses após a participação no programa – follow-up). Os instrumentos utilizados para a recolha de dados com as crianças foram modificações do CKAQ - Children's Knowledge of Abuse Questionnaire - revision III e do WIST - “What if” Situation Test. Com os caretakers optou-se pela criação de uma escala que intitulámos de ACCASC - Escala de Avaliação dos Conhecimentos e Crenças sobre os abusos sexuais de crianças, validada no presente trabalho e algumas questões adicionais sobre competências e percepção das mesmas. Para análise das possíveis mudanças comportamentais observáveis nas crianças foi, ainda, criado um questionário de resposta dicotómica (sim/não) e justificação por reposta aberta. Os dados obtidos pelas escalas: CKAQ, WIST, ACCASC e as questões adicionais sobre competências e sua percepção, foram tratados através de SPSS e os dados recolhidos pelo questionário sobre as alterações comportamentais nas crianças, foram alvo de análise de conteúdo. A análise dos dados indica que os participantes no programa de prevenção dos abusos sexuais de crianças demonstram níveis significativamente superiores em termos dos seus conhecimentos e de atitudes positivas em relação à prevenção dos abusos sexuais de crianças e mais competências para prevenir e intervir, em resultado da sua participação no programa de prevenção, inclusivamente seis meses após a mesma. Paralelamente, nos dados analisados não encontramos quaisquer evidências de que as crianças participantes no programa de prevenção demonstram efeitos negativos, ao nível do seu comportamento, como consequência do mesmo. Desta forma permite-nos inferir que o programa de prevenção dos abusos sexuais de crianças está a alcançar os objectivos a que se propõe, agindo como um processo para a redução dos riscos associados aos abusos sexuais de crianças, por um lado, e como processo para o desenvolvimento de factores protectores nas potências vítimas e nos seus contextos do quotidiano, por outro. ----------- ABSTRACT ---------- Child Sexual Abuse (CSA) is a worldwide problem that affects every dimension of health, becoming extremely necessary and important to intervene in order to prevent their occurrence. The primary goal of CSA prevention programs is to strengthen the capacities of children to recognize potentially abusive situations and teach them strategies to resist the abuse, as well as to provide adults that surround them with adequate knowledge about CSA and with preventive skills. Moreover, these programs have as secondary objectives: the encouragement of children to reveal abuse situations and provide adults with the ability to respond adequately to these revelations, so that children receive appropriate support in order to minimize the negative consequences of abuse. However, the importance of developing CSA prevention programs, with emphasis on the community, can only be sustained and strengthened by their assessment in the target public. Due to the difficulty of analyzing the reduction of CSA cases in response to primary prevention programs, it becomes necessary to use proximal measures to evaluate the effectiveness of these programs, these include changes regarding the knowledge, attitudes and beliefs that are associated with the final objective (behaviour) that the program seeks to eliminate or minimize. Moreover, one of the biggest criticisms made to CSA prevention programs is that there are negative side effects on children, for example, children developing hypersensitivity to touch even when appropriate, they may also be scared or afraid and develop a negative attitude towards sexuality. Thus, this research aims at analyzing the impact of a CSA prevention program, developed in schools, involving children in elementary school and caretakers (family members and professionals), regarding their knowledge and attitudes towards the CSA, as well as the study of possible behavioural changes in children observed by their caretakers in the two weeks following participation in the program A total of 385 children and 197 caretakers (115 professionals and 82 relatives) participated in this study. Data was collected using several questionnaires in three different moments (before participating in the program – pre; immediately after participation in the program – post; and six months after participation in the program - follow-up). The instruments used for data collection with children were modifications of the CKAQ - Children's Knowledge of Abuse Questionnaire - revision III, and the WIST - "What If" Situation Test. With the caretakers we chose to develop a scale that we called CSAKB - Child Sexual Abuse Knowledge & Beliefs Scale (validated in this study), and some questions about skills, and skills perceptions. To analyse possible behavioural changes in children a questionnaire, with dichotomous response (yes/no) to questions and a justification using an open response The data collected with the scales: CKAQ, WIST, CSAKB and the additional questions about skills, were processed using SPSS, and the data collected using the questionnaire on behavioural changes in children was subjected to content analysis. The data analysis indicates that the participants in the CSA prevention program present significantly higher levels of knowledge, constructive attitudes and competences towards prevention and intervention in CSA, as a result of their participation in the program, even six months after its conclusion. In addition, data analysis did not find any evidence of the children showing negative side effects in terms of their behaviour, after participating in the program. Thus, our findings allow us to infer that the CSA prevention program is achieving its goals, reducing the risks associated with CSA, and helping develop protective factors in potential victims and related family, as well as in the community (daily living context).
- Acesso ao princípio alfabético no pré-escolar: Evolução, processos e implicações de programas de intervenção ao nível da escritaPublication . Martins, Maria Inês de Vasconcelos Braga Horta; Martins, Margarida AlvesO presente estudo tem como objectivos verificar de que forma dois programas de escrita inventada com crianças pré-silábicas conduzem a uma evolução das suas escritas inventadas, concretamente, à fonetização dessas escritas e descrever as interacções desenvolvidas entre o experimentador e as crianças durante as sessões dos programas de escrita, de forma a compreender os momentos evolutivos e os processos implicados nessa evolução. Os participantes são 56 crianças de 5 anos, divididas por dois grupos experimentais e um grupo de controlo. A sua idade, inteligência, conhecimento das letras e consciência fonológica foram controlados. Nos pré- e pós-testes, as escritas inventadas das crianças foram avaliadas através de pseudopalavras que continham os fonemas fricativos e oclusivos trabalhados durante os programas, bem como outros fonemas fricativos e oclusivos não trabalhados. Estas consoantes apareciam em posição inicial e final nas diferentes pseudopalavras. Entre os dois momentos, G1 trabalhou as correspondências grafo-fonológicas de fonemas fricativos surdos e G2 trabalhou as de fonemas oclusivos surdos. Em cada uma das quatro sessões dos programas de intervenção cada criança era convidada a escrever doze palavras começadas pelas consoantes trabalhadas, a comparar a sua escrita com escritas mais avançadas, a avaliar qual a melhor e a justificar a sua escolha. Pretendia-se criar um conflito cognitivo que levasse as crianças a pensar sobre os sons das palavras, sobre as letras e sobre as relações entre eles. Os objectivos específicos são: comparar os progressos na escrita entre os participantes dos dois grupos experimentais, comparar as diferenças entre os dois grupos na capacidade de generalizar os procedimentos de fonetização a consoantes não trabalhadas e a sua capacidade de as fonetizar quando aparecem em posição final. Os resultados mostram que a escrita das crianças de ambos os grupos experimentais evoluiu mais do que a escrita das crianças do grupo de controlo, sem diferenças significativas entre os dois grupos experimentais. Nos dois grupos experimentais os participantes foram capazes de fonetizar as consoantes trabalhadas e não trabalhadas e foram capazes de fonetizar as consoantes em posição final. No entanto, verificaram-se diferenças significativas relativamente às fricativas, com melhores resultados na fonetização da consoante inicial. A análise das interacções entre experimentador e as crianças revelou que o tipo de intervenção do experimentador foi condicionado pelas respostas das crianças, levando a dois tipos de intervenção: o primeiro levou as crianças a pensar nas letras usadas na escrita de confronto, e o segundo levou as crianças a pesarem sobretudo nas letras que os próprios tinham usado e na sua relação com o som da sílaba inicial das palavras ditadas. Este último tipo de intervenção, considerado mais explícito, facilitou a evolução das escritas as crianças. ---------- ABSTRACT --------- Our aims were to verify how two invented spelling programmes, intended to lead presyllabic children to think about the graphic-phonetic correspondences of several consonants, contributes to the evolution of their invented spelling, namely to the phonetization of their writing, and to analyse child/adult interactions during the invented spelling programmes and to understand how they contribute to spelling development. The participants were 56 five-year-old children divided into three groups – two experimental groups and a control group. Their age, intelligence, knowledge of letters and phonological awareness were controlled. In a pre-test and a post-test, children’s spellings were evaluated using pseudo-words that contained the fricative and stop consonants worked during the programmes, as well as other fricatives and stop consonants that were not worked during the programmes. These consonants appeared in initial and in final position of the different pseudo-words. In between, G1 worked the grapho-phonetic correspondences of voiceless fricatives and G2 the graphophonetic correspondences of voiceless stop consonants. The intervention programmes were organised in four sessions. In each session, the child was invited to write twelve words beginning with the target consonants, to compare his/her own writing with more advanced ones, to evaluate which one was better and to justify his/her choice. Our specific aims were: to compare the progresses in writing of the members of the 2 experimental groups; to compare the differences between both groups in the ability to generalize the phonetization procedures to non worked grapho-phonetic correspondences and to compare their ability to correctly spell the consonants when they appeared in final position. The results show that the writing programmes were effective: both experimental groups achieved greater progress in writing than the control group. There were no statistically significant differences between the two experimental groups. In the two experimental groups participants were able to correctly spell the worked and the non worked consonants and the consonants in final position. However, there were statistically significant differences between the spellings in final position regarding fricatives, with better results in the phonetization of the consonants in initial position. The analysis of the child/adult interactions revealed that two types of feedback were used by the experimenter, influenced by the children’s answers: some children were lead to consider only the letters used in the more sophisticated spelling while others were lead to consider the letters they had used and their relation with the sound of the initial syllable of the dictated word. The latter feedback can be considered as a more explicit feedback than the former, promoting the development of children’s invented spellings.
- Adherence to health-related behaviors: Effectiveness of implementation intentions and posthypnotic suggestion in college studentsPublication . Carvalho, Cláudia Maria Constante Ferreira de; Leal, Isabel Pereira; Mazzoni, GiulianaOn the basis of Gollwitzer’s (1993, 1999) implementation intentions’ concept, and Kirsch & Lynn’s (1997) response set theory, this dissertation tested the effectiveness of a combined intervention of implementation intentions with hypnosis with posthypnotic suggestions in enhancing adherence to a simple (mood report) and a difficult (physical activity) health-related task. Participants were enrolled in a university in New Jersey (N=124, Study 1, USA) and in two universities in Lisbon (N=323, Study 2, Portugal). In both studies participants were selected from a broader sample based on their suggestibility scores using the Waterloo-Stanford Group C (WSGC) scale of hypnotic susceptibility and then randomly assigned to the experimental groups. Study 1 used a 2x2x3 factorial design (instruction x hypnosis x level of suggestibility) and Study 2 used a 2 x 2x 2 x 4 factorial design (task x instructions x hypnosis x level of suggestibility). In Study 1 participants were asked to run in place for 5 minutes each day for a three-week period, to take their pulse rate before and after the activity, and to send a daily email report to the experimenter, thus providing both a self-report and a behaviora measure of adherence. Participants in the goal intention condition were simply asked to run in place and send the e-mail once a day. Those in the implementation intention condition were further asked to specify the exact place and time they would perform the physical activity and send the e-mail. In addition, half of the participants were given a post-hypnotic suggestion indicating that the thought of running in place would come to mind without effort at the appropriate moment. The other half did not receive a posthypnotic suggestion. Study 2 followed the same procedure, but additionally half of the participants were instructed to send a mood report by SMS (easy task) and half were assigned to the physical activity task described above (difficult task). Study 1 result’s showed a significant interaction between participant’s suggestibility level and posthypnotic suggestion (p<.01) indicating that posthypnotic suggestion enhanced adherence among highly suggestible participants, but lowered it among low suggestible individuals. No differences between the goal intention and the implementation intentions groups were found. In Study 2, participants adhered significantly more (p<.001) to the easy task than to the difficult task. Results did not revealed significant differences between the implementation intentions, hypnosis and the two conditions combined, indicating that implementation intentions was not enhanced by hypnosis with posthypnotic suggestion, neither was effective as single intervention in enhancing adherence to any of the tasks. Hypnosis with posthypnotic suggestion alone significantly reduced adherence to both tasks in comparison with participants that did not receive hypnosis. Since there were no instruments in Portuguese language to asses hypnotic suggestibility, the Waterloo-Stanford Group C (WSGC) scale of hypnotic susceptibility was translated and adapted to Portuguese and was used in the screening of a sample of college students from Lisbon (N=625). Results showed that the Portuguese sample has distribution shapes and difficulty patterns of hypnotic suggestibility scores similar to the reference samples, with the exception of the proportion of Portuguese students scoring in the high range of hypnotic suggestibility, that was found lower than the in reference samples. In order to shed some light on the reasons for this finding participant’s attitudes toward hypnosis were inquired using a Portuguese translation and adaptation of the Escala de Valência de Actitudes y Creencias Hacia la Hipnosis, Versión Cliente, and compared with participants with no prior hypnosis experience (N=444). Significant differences were found between the two groups with participants without hypnosis experience scoring higher in factors indicating misconceptions and negative attitudes about hypnosis.
- Adjustment to aging and subjective well-being in an older cross-national community-dwelling samplePublication . Dachröden, Sofia Caetano de Almeida Freifrau von Humboldt; Leal, Isabel PereiraObjectivos: O presente trabalho teve como objectivos conceptualizar o ajustamento ao envelhecimento (AaE), e construir um modelo estrutural para as variáveis predictoras do AaE e do bem-estar subjectivo (BES) na adultícia avançada. Método: Este trabalho compreendeu três etapas: a revisão sistemática da literatura; o estudo exploratório qualitativo; e o estudo quantitativo. Na revisão sistemática para o AaE e o BES na idade avançada, uma extensa pesquisa foi realizada, utilizando bases de dados relevantes. Na etapa qualitativa exploratória, um total de 253 participantes foram entrevistados acerca do seu AaE e a sua idade subjectiva. Adicionalmente foram analisadas 154 entrevistas acerca da percepção de espiritualidade dos idosos, no contexto do AaE. Na etapa quantitativa, uma amostra de 1291 idosos, com idades entre 75 e 102 anos, não institucionalizados e de diferentes nacionalidades participaram neste estudo. Os participantes preencheram a escala proposta e os instrumentos validados respeitantes ao AaE, BES e ao sentido interno de coerência. Resultados: Na revisão sistemática do AaE, foram seleccionados 13 artigos a partir de um total de 1291, enquanto no BES, 14 artigos foram seleccionados a partir de 616 artigos. Estes preencheram os critérios de inclusão e englobaram um total de 18.253 participantes no total, em ambas as revisões. Os resultados do estudo qualitativo revelaram que "sentido existencial", foi a resposta de AaE mais frequente. O conceito 'ajustamento e idade' foi explicado por um modelo distinto para cada nacionalidade envolvida. A espiritualidade foi elucidada por um modelo com três factores. Os resultados obtidos pelo estudo quantitativo indicaram uma escala de AaE de cinco factores e 22 itens factores, com boas propriedades psicométricas (em termos de propriedades de distribuição, pesos factoriais estatisticamente significativos, validade factorial, convergente, discriminante, de critério e externa, e fiabilidade). Cinco factores foram apurados para a escala AaE: (a) sentido de propósito e ambições; (b) zest e espiritualidade; (c) corpo e saúde; (d) aging in place e estabilidade; e (e) suporte social. Adicionalmente, os resultados indicaram que a espiritualidade foi a variável predictora mais forte em ambos os modelos estruturais do AaE e do BES. Conclusões: Os resultados apresentados no estudo qualitativo enfatizaram a necessidade de um entendimento profundo das percepções do AaE e da idade subjectiva, de um modelo para o ‘ajustamento e idade’, destacando a pertinência da espiritualidade para o AaE. Os resultados do estudo quantitativo evidenciaram a escala de AaE como um instrumento trans-cultural, originalmente desenvolvido, com validade e fiabilidade e com aplicação na pesquisa e prática clínica na área da saúde. Finalmente, esta investigação destacou a necessidade de explorar as variáveis predictoras do AaE e BES, em especial a espiritualidade. Investigações futuras e abordagens clínicas com esta faixa etária deverão integrar o AaE e o BES como constructos multi-dimensionais pertinentes em diferentes contextos culturais para a promoção de um envelhecimento adequado, num contexto salutogénico de saúde.
- Affiliative structures and social development in preschool children groupsPublication . Daniel, João Rodrigo; Santos, António JoséO grupo de pares é um dos principais contextos de desenvolvimento da criança durante a idade pré-escolar. Contudo, a maioria dos estudos sobre o desenvolvimento social da criança focam-se na procura de características individuais negligenciando os constrangimentos relacionais inerentes à ecologia do grupo de pares. A abordagem da etologia social, por contraponto, enfatiza a existência de diferentes nichos sociais que influenciam/constrangem o comportamento dos indivíduos, sugerindo que as diferenças individuais devem ser compreendidas à luz das relações diádicas e dos papéis sociais ocupados no interior do grupo de pares. Os trabalhos empíricos aqui apresentados são uma tentativa para estabelecer uma ligação entre estas duas tradições de estudo das relações afiliativas em crianças de idade préescolar. Partindo de uma amostra de 247 crianças Portuguesas, provenientes de 19 salas de aula diferentes, algumas das quais observadas em dois ou três anos consecutivos, foram analisados num primeiro estudo os padrões colectivos de proximidade social. Através da análise hierárquica de clusters da semelhança dos perfis de associação diádicos, em cada uma das salas, foram identificados três tipos de subgrupos afiliativos: (a) subgrupos em que as crianças para além de apresentarem perfis de associação semelhantes partilham, ainda, uma elevada proximidade mútua; (b) subgrupos de crianças com perfis de associação semelhantes, mas que tendem a não passar muito tempo juntas (baixa proximidade mútua); e (c) crianças não agrupadas. Diferenças significativas no viés intra-grupo para medidas comportamentais e sociométricas indicam que os subgrupos identificados não são meros artefactos estatísticos e que os diferentes tipos de subgrupos (elevada proximidade mútua vs. baixa proximidade mútua) são funcionalmente distintos. No segundo estudo, e recorrendo a desenvolvimentos recentes no campo da análise de redes sociais, analisaram-se os processos estruturais que estarão, potencialmente, na origem e desenvolvimento das estruturas afiliativas dos grupos de pares em crianças de idade préescolar. Os resultados deste estudo mostram que as relações afiliativas, nas 19 salas de aula, são altamente recíprocas, estabelecidas preferencialmente entre crianças do mesmo sexo e com a tendência para a criação de tríades transitivas. Estes resultados ajudam a compreender a existência dos subgrupos afiliativos identificados no primeiro estudo. No último estudo investigou-se a relação entre os níveis individuais de competência social e o tipo de subgrupo a que as crianças pertencem. A competência social foi avaliada tendo por base sete indicadores diferentes agrupados em três famílias distintas – motivação social e envolvimento, perfis de atributos comportamentais e psicológicos e aceitação de pares. As crianças pertencentes aos subgrupos mais coesos (elevada proximidade mútua) foram as que apresentaram níveis mais altos de competência social, enquanto as crianças não agrupadas eram geralmente menos competentes que os seus pares. Estes resultados sugerem que a pertença a um subgrupo mais coeso, entre outros factores, pode contribuir para um desenvolvimento social mais ajustado. Em suma, os trabalhos empíricos apresentados adoptam uma abordagem multi-método na tentativa de melhor compreender as estruturas afiliativas dos grupos de pares de crianças em idade pré-escolar, e o modo como estas estruturas se relacionam com o desenvolvimento da competência social. ---------- ABSTRACT ---------- The peer group is one of the main contexts for the development of preschool children. Nevertheless, most studies on child social development focus on individual characteristics neglecting the relational constraints inherent to peer group ecology. On the other hand, the social ethology approach emphasizes the existence of different social niches that influence/constrain individual behavior, stating that individual differences should be understood in the light of dyadic relationships and the social roles occupied within the peer group. The empirical works here presented are an attempt to establish a bridge between both traditions in the study of preschool children affiliative relationships. With a sample of 247 Portuguese children from 19 different classrooms, some of which were observed in two or three consecutive years, the collective patterns of social proximity were analyzed in the first study. Through the hierarchical cluster analysis of dyadic association similarity profiles, in each classroom, three types of affiliative subgroups were identified: (a) subgroups in which children besides having similar association profiles also share high mutual proximity; (b) children’ subgroups with similar association profiles but that do not tend to spend a lot of time together (low mutual proximity); and (c) ungrouped children. Significant differences found for in-group bias of behavioral and sociometric measures indicate that the identified subgroups are not mere statistical artifacts and that the different types of subgroups (high mutual proximity vs. low mutual proximity) are functional distinct. In the second study, recent developments in the field of social network analysis were used to investigate potential structural processes in the origin and development of affiliative structures in preschool peer groups. The results of this study show that the affiliative relations in the 19 classrooms were highly reciprocal, sex segregated and with a tendency to create transitive triads. These results help to explain the existence of the affiliative subgroups identified in the first study. In the last study the relation between individual levels of social competence and the type of affiliative subgroup to which children belong was assessed. Social competence was evaluated using seven different indicators, grouped into three distinct families – social motivation and engagement, profiles of behavioral and psychological attributes and peer acceptance. Children belonging to more cohesive subgroups (high mutual proximity) were the ones who presented higher levels of social competence, while ungrouped children were generally least competent than their peers. These results suggest that belonging to a more cohesive subgroup, among other factors, can contribute to a better social development. In sum, the empirical works here presented adopt a multi-method approach in an attempt to better understand the affiliative structures of preschool peer groups, and the way these structures relate to social competence development.
- Agressão e vitimização em meio escolar : Contributos para a prevenção e intervençãoPublication . Rodrigues, Patrícia Andreia Gonçalves das Neves; Cardoso, Jorge Manuel Santos; Leal, Isabel PereiraObjetivo: Assente no modelo ecológico, este estudo pretendeu: investigar os fatores de risco e protetores para o desenvolvimento de comportamentos agressivos e de vitimização pelos pares; analisar a natureza das associações longitudinais entre as formas e funções da agressão, a vitimização e os sintomas internalizantes e, por fim; propor um programa interventivo, com estratégias multimodais, para o combate à agressão e vitimização no contexto escolar. Método: Adolescentes, entre os 11 e os 19 anos (M = 15, DP = 1,9), participaram em 4 estudos: dois em corte transversal: 1) caracterização das perceções de agressividade e estudo dos fatores de vulnerabilidade para as formas e funções da agressão, de acordo com o modelo ecológico (N= 851) e, 2) caracterização das perceções de vitimização, por tipo, frequência e severidade e identificação dos seus preditores, numa perspetiva ecológica (N=584); 3) um estudo transversal e longitudinal, onde se analisaram as relações entre a agressão, a vitimização, e o aumento de sintomas internalizantes (N=132); e, 4) um estudo prospetivo, orientado para análise dos resultados de um programa de intervenção desenvolvido para o combate à agressão e vitimização em meio escolar (N=132). As análises dos dados quantitativos foram realizadas com recurso a estatística descritiva, regressões lineares hierárquicas e aos testes t de Student para amostras emparelhadas e para amostras independentes. Todas as análises estatísticas foram efetuadas com o IBM SPSS Statistics. Resultados: Bons preditores do comportamento agressivo, o suporte social familiar e dos amigos, bem como o ambiente escolar, mostraram-se fatores protetores de agressão e vitimização nos adolescentes em estudo. Verificámos uma tendência similar entre rapazes e raparigas para o envolvimento em comportamentos agressivos, mas as últimas apresentaram uma maior propensão para serem vítimas de agressão relacional. Prospectivamente a agressão e a vitimização não evidenciaram um papel significativo no desenvolvimento de sintomas internalizantes, mas os sintomas depressivos mostraram ser preditores explicativos da agressão e da vitimização reativa. O programa de intervenção atingiu os objetivos propostos, visto ter-se verificado uma redução no número de situações problemáticas sinalizadas. Constatámos ainda uma diminuição significativa dos comportamentos agressivos diretos reativos, bem como da vitimização (direta e direta reativa). Conclusões: Este estudo contribuiu para a análise dos fatores preditores da agressão e da vitimização ao procurar discriminar as funções da agressão e um leque mais alargado de tipos de vitimização, por comparação com outros estudos que se têm focado mais nas formas diretas e relacionais da agressão e da vitimização. Os resultados obtidos contribuíram para os estudos longitudinais, onde se relacionam estas variáveis na fase da adolescência. Por fim, o programa de intervenção assinalou a importância de uma ação universal, na prevenção da agressividade e vitimização em meio escolar, com recurso a múltiplas estratégias interventivas, que aumentem o suporte entre os jovens e as suas famílias, os pares e a escola.
- Agressores sexuais de pessoas com especial vulnerabilidade : dinâmicas abusivas, distorções cognitivas, estratégias de coping e atitudes sexuaisPublication . Baúto, Ricardo Jorge Ventura; Leal, Isabel Pereira; Cardoso, Jorge Manuel SantosA presença de limitações físicas e/ou intelectuais, assim como a idade da vítima, são referidas na literatura internacional como características de especial vulnerabilidade para a vitimação sexual. Contudo, os estudos são escassos no que diz respeito aos fatores motivacionais relacionados com a agressão de pessoas com especial vulnerabilidade. As Teorias/Modelos etiológicos sugerem, como característica comum específica das vítimas, o facto de, na sua maioria, estarem dependentes de terceiros. De acordo com a literatura sobre a agressão sexual perpetrada sobre esta franja populacional, a facilidade de acesso à vítima, representa um importante fator motivacional na passagem ao ato. Contudo, para que esta ocorra, outros fatores terão de estar presentes. As distorções cognitivas reúnem consenso na literatura, suportando a minimização ou legitimação dos comportamentos. Paralelamente, défices ao nível da regulação emocional dos agressores, tendem a ser compensados com recurso a estratégias de coping sexual, contribuindo para o acentuar de comportamentos compulsivos, fortemente associados à agressão sexual. Alicerçadas nas dinâmicas sexuais dos sujeitos, as atitudes sexuais tendem a surgir associadas a práticas impessoais e de instrumentalização, com vista à gratificação sexual. Este estudo teve como objetivo principal consolidar o conhecimento acerca das características associadas à perpetração de violência sexual em grupos com especial vulnerabilidade. Para tal, recorreu-se-se a três amostras de forma a dar resposta aos objetivos específicos. A primeira amostra resultou de 72 processos individuais de reclusos, a cumprir pena de prisão efetiva por crimes de abuso sexual de crianças e menores dependentes e teve como objetivo desenvolver um Modelo exploratório baseado na técnica dos perfis criminais, que permitisse descrever as práticas abusivas, relação com as vítimas e oportunidade, assim como a capacidade de assumir a responsabilidade pelo crime; A segunda amostra foi constituída por quatro abusadores sexuais condenados pelo crime de abuso sexual de pessoa incapaz de resistência por razão de anomalia, psíquica ou físicas, aos quais foram realizadas quatro entrevistas visando identificar e descrever o conteúdo das suas narrativas, permitindo assim definir diferenças/especificações em comparação com outras tipologias de agressores; A terceira, e última amostra, foi constituída por 141 sujeitos, sendo que 41.8% (n=59) eram reclusos a cumprir pena de prisão efetiva por crimes de abuso sexual de crianças e menores dependentes e 58.2% (n=82) sujeitos pertencentes à população geral, tendo-se como objetivo analisar diferenças entre abusadores sexuais e a população geral, ao nível das distorções cognitivas, estratégias de coping sexual, e atitudes sexuais. Procurou-se assim estabelecer os pressupostos necessários para desenvolver um Modelo preditivo hierárquico baseado nestas variáveis. Dos resultados obtidos no primeiro estudo, foi possível definir um Modelo com quatro tipologias criminais, sendo que em 78.8% dos casos configuravam agressão ocrrida em contexto intrafamiliar, com um acesso privilegiado às vítimas. Os resultados do segundo estudo revelaram que as cognições formuladas pelos abusadores de pessoa incapaz de resistência, por razão de anomalia psíquica ou física, apresentam contornos de legitimação e/ou minimização das situações de abuso semelhantes aos presentes na literatura, ainda que com uma argumentação específica ao nível da capacidade da vítima consentir nos contactos sexuais. O terceiro estudo permitiu demonstrar que a presença de distorções cognitivas, estratégias de coping sexual e atitudes sexuais, permitem distinguir com uma acuidade 82% entre um grupo de agressores sexuais e a população geral. Em suma, esta investigação consolida o conhecimento existente sobre a agressão sexual e apresenta resultados empíricos que apontam para a relevância das variáveis cognitivas, no comportamento sexual violento. Paralelamente, os resultados obtidos sugerem a necessidade de aprofundar a investigação junto de vítimas especialmente vulneráveis, uma vez que as características dos seus agressores tendem a ser diferenciadas face a outras tipologias, o que poderá ter impacto na definição dos planos de intervenção e na avaliação de risco futuro destes sujeitos.
- O ajustamento escolar dos alunos na transição do 1º para o 2º ciclo do Ensino Básico : a relação entre o autoconceito, a motivação e as estratégias de apoio dos docentesPublication . Santos, Edite Rute dos Reis Mendes; Peixoto, Francisco José BritoA presente investigação teve como objetivo geral investigar as questões relacionadas com os fatores que estão subjacentes ao processo de transição de ciclo e a relação destes com o (in)sucesso escolar dos alunos. Neste sentido, os objetivos específicos definidos pretenderam analisar as perceções que os alunos têm em relação ao novo ciclo de ensino quando ainda frequentam o ciclo anterior, analisar os efeitos de transição no ajustamento escolar dos alunos, identificar as estratégias de apoio aplicadas pelos professores e investigar o seu envolvimento direto no processo de transição e adaptação do aluno ao novo ciclo. Esta investigação teve por base três estudos. O primeiro estudo incidiu nas representações sobre a transição do 1º para o 2º Ciclo do Ensino Básico em professores e alunos, centrando-se nas estratégias de apoio operacionalizadas por professores e escolas e nas expetativas dos alunos face ao novo ciclo. Participaram neste estudo 20 professores, 10 do 4º ano e 10 do 5º ano, e 12 alunos do 4º ano de escolaridade de escolas públicas. Os resultados mostraram que os professores de ambos os ciclos referem implementar estratégias que visam apoiar o aluno ao longo do processo de transição e adaptação ao novo ciclo, definindo-as como fundamentais no que ao processo de ajustamento do aluno diz respeito. Quanto aos alunos constata-se que têm uma ideia formada relativamente ao que será o novo ciclo, demonstrando expetativas positivas face ao mesmo, mas também algum receio face à incerteza do que os espera. Estas entrevistas estiveram na base da construção dos questionários utilizados no segundo e terceiro estudo. O segundo estudo teve como objetivo construir e validar três questionários, para aplicar na investigação principal sobre a transição de ciclo. Este estudo incluiu 405 participantes, sendo 141 alunos e 133 professores do 4º ano, e 131 do 5º ano de escolaridade. Os resultados da análise às propriedades métricas dos três instrumentos permitem concluir que os instrumentos apresentam uma estrutura fatorial e valores de fidelidade adequados. O terceiro e principal estudo teve como objetivo investigar as representações sobre a transição do 1º para o 2º Ciclo do Ensino Básico em professores e alunos, centrando-se nas estratégias de apoio operacionalizadas por professores e escolas e nas expetativas dos alunos face ao novo ciclo. Investigou-se também o impacto desta transição sobre o autoconceito e a motivação dos alunos. Sendo um estudo longitudinal incidiu, no primeiro ano de investigação, sobre uma amostra de 1003 alunos e 68 professores do 4º ano de escolaridade, e no segundo ano de investigação, sobre a mesma amostra reduzida a 848 alunos e 226 professores do 5º ano de escolaridade. Relativamente aos alunos e à perceção destes sobre o novo ciclo constata-se uma maior perceção relativamente ao novo espaço e às diferenças que existem nas dinâmicas escolares entre ciclos. No que se refere às expetativas em relação ao espaço escolar verifica-se que apenas parte da amostra apresenta uma maior motivação e que esta surge acompanhada por um misto de sentimentos face ao seu ingresso no novo espaço. Por fim, constatou-se ainda que os alunos demonstram uma menor perceção no que se refere aos aspetos ligados à aprendizagem. Quanto ao rendimento escolar, podemos apurar um decréscimo do rendimento às disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática na transição do 1º para o 2º Ciclo de ensino. Analisado o autoconceito, os resultados evidenciam uma diminuição do autoconceito académico e um aumento do autoconceito não académico e da autoestima. Relativamente às orientações motivacionais os resultados mostram um aumento nas orientações para a tarefa e para o evitamento e uma diminuição nas orientações de autovalorização e de autodefesa. No que se refere aos professores e às estratégias de apoio ao aluno em transição de ciclo, os resultados confirmam a implementação de um conjunto de estratégias relacionadas com o ensino e a transmissão da informação sobre o 2º Ciclo aos alunos, no entanto, constata-se que as práticas de articulação entre professores de ambos os ciclos são praticamente inexistentes. Os resultados mostram ainda que a articulação entre os professores dos dois ciclos de estudos varia consoante o agrupamento. Na transição do 4º para o 5º ano de escolaridade, a análise dos efeitos do nível de articulação entre professores sobre a motivação dos alunos mostra que nos agrupamentos onde a articulação é mais elevada, os alunos apresentam níveis mais elevados de orientação para a tarefa e níveis inferiores de orientação para o evitamento.