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- Intergeracionalidade da violência nas relações íntimas dos descendentesPublication . Lavinas, Patricia Gonçalves; Jesus, Artur Miguel Trigo Cândido da Silva deÂmbito: A Violência nas Relações Íntimas (VRI) não afeta somente a saúde e bem-estar da vítima como também afeta as famílias, amigos e sociedade. Portugal possui das maiores taxas de Violência Doméstica e por isso urge a investigação das relações afetivas de jovens, dado que é na adolescência que se iniciam os comportamentos que constituem a conceção das relações românticas adultas, bem como a normalização de padrões de relacionamento íntimo para a vida adulta. A VRI na adolescência e início da adultez trata-se de um problema de saúde pública de natureza multicausal, para o qual existem diferentes abordagens que explicam a natureza do problema. Objetivos: O presente estudo transversal e correlacional objetiva compreender o fenómeno da VRI entre jovens, tendo em considerações os fatores individuais, sociais e socioculturais. Associou-se à VRI a violência intrafamiliar vivida em contexto familiar, no último ano, de forma a explorar os padrões relacionais dos filhos e dos adultos. Além da transgeracionalidade da violência, investigou-se as representações culturais do amor romântico, apoiadas por mitos e falsas crenças, socialmente partilhadas e aceites, que influenciam os comportamentos dos jovens e promovem riscos de perpetração e/ou vitimação de VRI. Amostra: Através do método não probabilístico, foi recolhido uma amostra aleatória de 216 jovens (14-23 anos) com nacionalidade portuguesa ou que residam em Portugal há pelo menos 2 anos. A recolha da amostra decorreu em 3 Escolas de Ensino Profissional na Área Metropolitana de Lisboa, mais especificamente no distrito de Setúbal, cuja entidade foi omissa. Instrumentos: Todos os participantes preencheram um conjunto de escalas de autorrelato: 1) Questionário Sociodemográfico; 2) Sinalização do Ambiente Natural Infantil (S.A.N.I), 3) Inventário de Conflitos na Relação de Namoro de Adolescentes (CADRI-P) e 4) Questionário de Mitos sobre o Amor Romântico (RLMQ). Resultados: Cerca de 45,3% já infligiu alguma agressão e 47,3% sofreu de VRI, sendo a violência verbal/emocional o tipo de violência mais perpetrada e sofrida entre os jovens em contexto de intimidade, mas também familiar. O estudo evidencia que o abuso intrafamiliar e as crenças no amor romântico (e,g., Quem te ama, bate-se) estão associadas à perpetração e vitimação de VRI entre jovens.
- Qual a associação entre o chemsex e o bem-estar mental: estudo comparativo entre adultos heterossexuais e LGB em portugalPublication . Costa, Patrícia Moura; Seybert, CarolinaEnquadramento: A prática de chemsex tem suscitado crescente interesse na pesquisa psicológica. O presente estudo teve como principal objetivo descrever as especificidades da prática de chemsex entre adultos LGB e heterossexuais em Portugal, assim como avaliar o impacto no bem-estar mental e a sua relação com o apoio social destes indivíduos. Como tal, foi necessário perceber se pessoas com maior envolvimento no chemsex e maior frequência na sua prática, apresentam níveis significativamente mais baixos de bem-estar e apoio social; os indivíduos LGB têm um envolvimento e frequência na prática de chemsex significativamente maior comparativamente aos adultos heterossexuais; prevê-se também que a população LGB praticantes de chemsex irão apresentar níveis de bem-estar e de apoio social significativamente mais baixos, comparativamente aos adultos heterossexuais; a verificação de correlações moderadas a fortes entre o bem-estar e o apoio social dos participantes. Método: 67 adultos entre os 18 e os 57 anos responderam a um questionário online. Resultados: Verificam-se diferenças significativas para o nível de AEI nos grupos Casual e Viciante relativamente ao envolvimento no chemsex; as variáveis Frequência de Chemsex e Orientação sexual são significativamente dependentes entre si; pode-se verificar ainda que existem diferenças significativas para o nível de AEI em função da orientação sexual, sendo que o grupo heterossexual também verificar que existem diferenças significativas para o nível EAS total em função da orientação sexual; as correlações entre a OMS-5 e os Índices da Escala de Apoio Social no Grupo LGB são bastante mais elevadas e significativas comparando com o grupo hétero. Discussão: Os resultados estão em conformidade com a literatura no que diz respeito à variável apoio social, bem como, no que concerne à discrepância do envolvimento e frequência dos indivíduos LGB.
- Evolutionary and developmental perspectives on accommodation: a comparative study of the early communicative gestures in humans and chimpanzeesPublication . Rodrigues, Evelina Daniela Teixeira; Santos, António José dosÀ medida que começamos a interagir no nosso meio social, torna-se fulcral aprendermos as regras vigentes e as capacidades necessárias para prosperar, sendo a capacidade de ajustar a forma como comunicamos uma capacidade chave. Ajustamos a nossa comunicação, consciente ou subconscientemente, a diferentes níveis, podendo usar vários tipos de sinais ou ajustando uma ampla variedade de características na forma como os produzimos. Mas se a capacidade de acomodar é totalmente ou parcialmente derivada da linguagem levanta questões importantes sobre quais elementos e quando é que estes são ajustados durante o nosso desenvolvimento individual e na nossa trajetória evolutiva como espécie. Nesta tese, focamo-nos em gestos devido à sua importância na ontogenia humana e na evolução da linguagem: as crianças pequenas produzem gestos espontaneamente antes de começarem a usar a linguagem, e outros grandes primatas usam um vasto repertório de gestos de forma flexível e intencional. Ao compararmos as interações comunicativas em humanos e em chimpanzés, procuramos perceber que características e capacidades comunicativas estariam presentes no nosso ancestral comum, ajudando a elucidar as bases sociocognitivas da linguagem. Até ao momento, poucos estudos incluem primatas humanos e não humanos, e por este motivo, fazer comparações implica contrastarmos resultados de estudos diferentes que seguem abordagens distintas, tornando as comparações desafiantes. Recorremos a uma metodologia semelhante para explorar como os gestos são acomodados em duas comunidades de chimpanzés e quatro grupos de seres humanos (crianças pequenas). Dentro deste quadro evolutivo, exploramos quer a capacidade de acomodar a comunicação de uma perspetiva ampla, observando como os chimpanzés comunicam em diferentes relacionamentos durante encontros e partidas, assim como em mais detalhe exploramos os gestos das mães chimpanzés com os seus filhos e outros membros da comunidade. Descobrimos que aspetos sociais dos relacionamentos, como parentesco e posição hierárquica, influenciam a probabilidade de comunicação, e que o parentesco molda características mais subtis dos gestos produzidos, como proeminência e padrões temporais. Examinamos características detalhadas da comunicação gestual tanto em chimpanzés quanto em humanos à luz do trabalho realizado na área da Comunicação Dirigida às Crianças (CDC). As mães chimpanzés ajustaram a sua comunicação em relação aos indivíduos imaturos, mas de maneiras que diferem dos ajustes que adultos humanos fazem na sua CDC: direcionaram unidades gestuais mais curtas a indivíduos imaturos e usaram mais repetições quando comunicaram com filhos mais velhos. Numa perspetiva de desenvolvimento, descobrimos que a CDC surgiu precocemente antes da linguagem, com as crianças usando um vocabulário gestual mais simples e fazendo gestos a um ritmo mais lento quando interagindo com colegas mais novos. Mostramos que a capacidade de acomodar a nossa comunicação, inclusive em relação a crianças pequenas, está presente na comunicação gestual de chimpanzés e crianças pré-verbais, sugerindo que esta capacidade não é uma mera consequência da linguagem, mas representa uma das capacidades fundamentais sobre as quais a linguagem é construída. Partilhamos esta capacidade de acomodar a nossa comunicação com os chimpanzés, e é provável que esta estivesse presente no nosso ancestral comum, mas diferentes pressões seletivas podem ter moldado a expressão desta capacidade nas duas espécies.
- Adaptação transcultural do instrumento Psy-Flex em Portugal e no BrasilPublication . Lemos, Nancí Carvalho Monteiro Lobato; Neto, David Manuel DiasO presente estudo teve como objetivo a adaptação transcultural do instrumento Psy-Flex de Gloster e colaboradores (2021) a falantes do português de Portugal e português do Brasil. A análise fatorial confirmatória (CFA) indicou que o modelo unifatorial da escala Psy-Flex foi adequado para ambas as amostras, com bons índices de ajustamento, corroborando a validação original e a teoria subjacente. A consistência interna da escala foi considerada razoável, com resultados semelhantes no Brasil e em Portugal. Os resultados da validade convergente demonstraram que a Psy-Flex se correlaciona positivamente com construtos teoricamente semelhantes, como outra medida de flexibilidade psicológica, mindfulness e bem-estar mental (emocional, social e psicológico) Na validade divergente, a Psy-Flex mostrou uma relação negativa com medidas de evitação experiencial e a inflexibilidade psicológica, fusão cognitiva e psicopatologia (depressão, ansiedade e stress). As amostras de Portugal e Brasil apresentaram níveis mais altos de flexibilidade psicológica quando comparado com o artigo original. Em resumo, a escala Psy-Flex adaptada para o português é um instrumento confiável e válido para avaliar a flexibilidade psicológica em contextos de pesquisa e prática clínica em ambos os países.
- Família de origem e família atual: o papel mediador da diferenciação do self e da resiliência familiarPublication . Rodrigues, Andreia Filipa dos Santos; Pereira, Maria GouveiaA presente investigação teve como principal objetivo explorar o papel mediador da Diferenciação do Self e as suas dimensões (Posição do Eu, Fusão com Outros, Cut-off Emocional e Reatividade Emocional) na relação entre a Resolução dos Conflitos na Família de Origem e o Funcionamento da Família Atual. Para além disto, teve ainda como intuito investigar o papel mediador da Resiliência Familiar na relação entre a Resolução dos Conflitos na Família de Origem e o Funcionamento da Família Atual. Desta forma, o estudo teve a participação de 97 participantes, com idade mínima de 25 anos e que coabitam com o companheiro/a há pelo menos 1 ano. O recrutamento foi feito via online, através do método de amostragem “bola de neve”. O questionário conteve os seguintes instrumentos: Escala da Família de Origem, Inventário do Clima Familiar (ICF), Inventário da Diferenciação do Self – Revisto (IDS-R), Escala de Avaliação da Flexibilidade e Coesão Familiar (FACES IV) e Walsh Family Resilience Questionnaire. No que se refere aos resultados, salienta-se que a presente investigação encontrou uma relação significativa entre a Resolução dos Conflitos na Família de Origem e apenas uma das dimensões do Funcionamento Familiar, nomeadamente, a Coesão. Relativamente às variáveis mediadoras apenas o Cut-off Emocional mediou de forma significativa esta relação, onde explicou aproximadamente 2.1% da variabilidade da relação da Coesão e da resolução dos conflitos na família de origem. No que respeita a segunda hipótese, este estudo indica que a Resiliência Familiar medeia de forma significativa a relação entre a Resolução dos Conflitos na Família de Origem e a Coesão. Em síntese, os resultados encontrados corroboram a influência das experiências da família de origem no futuro sistema familiar, sendo no seu funcionamento como na resiliência. Por último, para alguns resultados encontrados que não suportam a literatura científica existente, são apresentadas possíveis hipóteses que possam explicar os resultados não significativos, nomeadamente acerca da Reatividade Emocional, Posição do Eu e Fusão com Outros.
- O impacto do treino de prática deliberada para melhoria da competência reparação de ruturas na aliança dos psicoterapeutas em formaçãoPublication . Silva, Catarina Duarte e; Sousa, Daniel Cunha Monteiro deProblema: Os estudos sobre a prática deliberada (PD) demonstraram que a sua utilização melhora a qualidade das intervenções terapêuticas. Contudo, o seu uso ainda é recente e pouco estudado no âmbito da psicoterapia, gerando assim a necessidade de perceber os benefícios na formação dos psicoterapeutas. Objetivo: Este estudo visou analisar o impacto do treino de prática deliberada nos terapeutas em formação, com enfoque na melhoria de suas respostas à capacidade de reparação de ruturas na aliança terapêutica. Método: Recorreu-se à metodologia quantitativa do Modelo Linear Geral para analisar os dados fornecidos através da utilização do instrumento Facilitative Interpersonal Skills (FIS) e à metodologia qualitativa da Grounded Theory na sua abordagem construtivista (Charmarz, 2014) para avaliar as perceções fornecidas pelos participantes no diário de bordo. Resultados: Os resultados sugerem que, nesta amostra, o exercício de prática deliberada favoreceu a melhoria das competências, nomeadamente a competência reparação de ruturas na aliança terapêutica, e que o treino de PD é valorizado, mas é vivido como um desafio.
- Conhecimento genital e atitudes menstruais em mulheres portuguesas e brasileirasPublication . Angeli, Ana Paula Jacinto Corrêa de; Santos, Ana Alexandra Carvalheira dosAs atitudes menstruais são reflexos da perceção dos construtos socioculturais e tem grande peso na vida das mulheres durante seus ciclos reprodutivos. Ainda nos dias de hoje os temas referentes ao corpo genital feminino e à menstruação, são permeados por grande tabu. Entender como o um maior conhecimento do corpo genital feminino e do ciclo menstrual impactam de forma positiva as experiências de embodiment e, portanto, em melhores atitudes menstruais foi o objetivo deste estudo. Foi realizada uma análise correlacional com o grupo de 555 mulheres e uma regressão múltipla com 455 mulheres brasileiras e portuguesas, entre 18 a 49 anos exclusivamente ou maioritariamente heterossexuais. O resultado mais importante neste estudo foi a evidente relação direta entre o conhecimento do corpo genital e as melhores experiências de embodiment, que consequentemente resulta em atitudes menstruais mais positivas. Este estudo tem implicações clínicas, sociais e educacionais relevantes. A educação menstrual é uma oportunidade de viabilizar às meninas e mulheres compreensões mais precisas e melhores sobre seus corpos genitais.
- Exposição ao conteúdo de influenciadoras digitais e perturbações do comportamento alimentarPublication . Branco, Catarina Janeiro; Guerreiro, Diana FrasquilhoA literatura tem evidenciado que a exposição a imagens de corpos irrealistas está relacionada a um risco agravado de desenvolver Perturbações do Comportamento Alimentar (PCA) (Aparicio-Martinez et al., 2019; Harriger et al., 2022). Porém, a investigação que relacione Influenciadoras digitais e PCA é insuficiente. O presente estudo teve como objetivo principal compreender se o tempo de exposição aos conteúdos divulgados por Influenciadoras Digitais está relacionado com caraterísticas de PCA e como esse efeito pode ser mediado pela comparação social através da aparência física com Influenciadoras Digitais. Realizou-se um estudo transversal correlacional, onde participaram 280 jovens portuguesas, com idades entre os 18 e 24 anos, que preencheram o questionário de dados sociodemográfico, o Eating Disorder Examination-Questionnaire (EDE-Q) e a Escala de Comparação Social através da Aparência Física (ECSAF). Os resultados demonstraram que o tempo de exposição ao conteúdo de Influenciadoras Digitais, por si só, não apresenta uma relação estatisticamente significativa com as caraterísticas de PCA e que o tempo de exposição ao conteúdo de Influenciadoras Digitais não estabelece uma relação estatisticamente significativa com a comparação social através da aparência física com Influenciadoras Digitais. A comparação social através da aparência física com Influenciadoras Digitais impacta significativa e negativamente as caraterísticas de PCA. A comparação social através da aparência física com Influenciadoras Digitais apresenta um efeito mediador na relação entre o tempo de exposição ao conteúdo de Influenciadoras Digitais e as caraterísticas de PCA. Os resultados realçam a forma como a exposição ao conteúdo de Influenciadoras Digitais e a propensão para o desenvolvimento de caraterísticas de PCA estão relacionados, bem como a relevância da comparação social através da aparência física nesta relação.
- Femicídio - As Barreiras na Prevenção e Análise RetrospetivaPublication . Oliveira, Priscilla Coelho de; Ornelas, José Henrique PinheiroO femicídio nas relações de intimidade se configura como a principal causa de morte de mulheres em todo o mundo, constituindo uma séria violação dos direitos humanos. Sua prevalência está diretamente relacionada à persistente desigualdade de género e à influência predominante dos valores patriarcais em nossa sociedade atual. Este estudo tem por objetivo investigar o femicídio e seus fatores protetores, na perspetiva do modelo ecológico. Utilizando uma abordagem qualitativa, esta pesquisa realiza uma análise temática dos relatórios obtidos da Equipa de Análise Retrospetiva de Homicídio em Violência Doméstica (EARHVD), acessíveis online no período de 2017 a 2021. Os resultados extraídos da análise de dez (10) relatórios revelam falhas e deficiências significativas no combate ao femicídio, abrangendo as dimensões da Saúde (SA), Justiça (J) Segurança (S) e Comunidade (C). Pretende-se analisar os erros nas estratégias de combate ao femicídio, com o intuito de identificar os elementos essenciais para a prevenção desse fenómeno.
- Análise de duas narrativas de homens mobilizados para a Guerra Colonial Portuguesa (1961-1974): “Estávamos convencidos que não vínhamos mais”Publication . Costa, Sílvia da Conceição Santos Pereira da; Marques, Maria Emília da SilvaO presente estudo visa contribuir para a compreensão das vivências subjectivas de homens conscritos mobilizados para a Guerra Colonial Portuguesa (1961-1974). Recorreu-se ao Método das Narrativas de Associação Livre (Hollway & Jefferson, 2000) realizadas a dois participantes, ambos com 73 anos, mobilizados entre 1972-1974 para Moçambique ou para Angola. A análise das narrativas, orientada pelos postulados teóricos da metodologia proposta, revela que as experiências de guerra dada a sua natureza traumática, desencadeiam alterações à subjectividade dos participantes. Parte das vivências poderão tornar-se irrepresentáveis, dada a dificuldade da mentalização necessária à sua definição e nomeação, processamento e elaboração. Sugere-se que contexto de cada ex-combatente, quer individual, como contextual, poderá contribuir na determinação dos fenómenos psíquicos a que recorrem predominantemente para lidar com as experiências de destrutividade.