PCLI - Dissertações de Mestrado
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Recent Submissions
- Das feridas da infância aos impulsos da vida adulta: Ansiedade na vinculação e interocepção como mediadores na adversidade e impulsividadePublication . Fonseca, Joana Gabriel Olas Leite da; Oliveira, GonçaloAs experiências adversas na infância têm sido consistentemente associadas a diferentes comportamentos impulsivos e tem sido evidenciado que determinados estilos de vinculação e consciência interoceptiva parecem mediar esta relação. São poucos os estudos que analisam a relação destas variáveis, nomeadamente entre interocepção e impulsividade. Para clarificar estas associações foi testado um modelo de mediação em série onde foi hipotetizado que indivíduos que tenham uma maior vivência de adversidades na infância e que tenham um estilo de vinculação mais ansioso, tenderão a uma maior sensibilidade interoceptiva e maior urgência negativa. A amostra final foi constituída por 333 participantes que completaram o questionário online que consistia no Questionário Sociodemográfico, Escala de Vinculação para Adultos, Avaliação Multidimensional da Consciência Interoceptiva, Questionário de Avaliação de Trauma de Infância e Escala de Comportamento Impulsivo UPPS. Os resultados do Modelo A suportam a hipótese demonstrando que uma maior reatividade sobre estados de afeto negativo é derivada por maior ansiedade na vinculação e menor percepção de sinais internos, sendo estes fatores mediadores do impacto que estas experiências de adversidade têm na impulsividade. Não foram encontradas diferenças significativas em análises complementares. Este estudo proporciona evidências para o papel central da ansiedade na vinculação e interocepção na relação entre experiências de adversidade na infância e comportamento impulsivo.
- Atitudes dos psicólogos clínicos e psicoterapeutas portugueses face à psicoterapia assistida por psicadélicosPublication . Rebelo, Inês Costa de Lara; Torres, NunoO presente estudo teve como objetivo investigar as atitudes de psicólogos clínicos e psicoterapeutas portugueses face à Psicoterapia Assistida por Psicadélicos (PAP), uma abordagem terapêutica emergente sustentada por evidência científica crescente. Através da aplicação da Escala Attitudes on Psychedelics Questionnaire (APQ), adaptada ao contexto português, foram analisadas as perceções dos profissionais quanto à segurança, eficácia e legitimidade clínica de várias substâncias psicadélicas, bem como o impacto de fatores sociodemográficos, formativos e experienciais sobre essas atitudes. Os resultados demonstraram que a aceitação da PAP está fortemente associada ao nível de conhecimento técnico-científico, à experiência direta ou indireta com psicadélicos e à orientação teórica, com maior abertura entre profissionais de perspetiva humanista e existencial. A religiosidade revelou-se também uma variável significativa: profissionais não crentes expressaram atitudes mais favoráveis à integração terapêutica dos psicadélicos. Por outro lado, variáveis como género, idade, grau académico e setor de exercício profissional não apresentaram associações significativas com as atitudes. As limitações metodológicas incluem viés de seleção, codificação limitada de respostas abertas e desigualdade na representação de alguns subgrupos. Apesar dessas limitações, o estudo oferece contributos valiosos para o desenvolvimento de políticas de formação, práticas clínicas e decisões regulamentares baseadas em evidência, promovendo uma abordagem informada, ética e segura à integração dos psicadélicos na saúde mental em Portugal.
- Atitude alimentar: Comportamentos de gestão de peso em adultos emergentesPublication . Silva, Leonor da Cunha Abreu Martins; Pimenta, FilipaIntrodução: Adultos emergentes, parecem desenvolver padrões alimentares menos saudáveis, contribuindo para o aumento da obesidade nesta faixa etária. Embora a gestão de peso seja uma prioridade para muitos, existem poucos estudos que exploram que fatores podem melhorar os resultados em saúde. Este estudo investigou se a satisfação com a dieta, o comportamento alimentar disfuncional e a incongruência alimentar predizem estratégias de gestão de peso (como a imitação, a procura de informação e a gestão de impulsos) numa amostra de adultos emergentes portugueses. Método: Participaram neste estudo cerca de 601 adultos portugueses entre os 18 e os 35 anos (Midade = 26.60; DPidade = 4.55) que preencheram um questionário online contendo informações sociodemográficas e antropométricas além do questionário alimentar de três fatores (TFEQ-18) – que avaliou a alimentação emocional (AE), o descontrolo alimentar (DA) e a restrição cognitiva (RC); o questionário de incongruência de desejo-meta alimentar (DG-DI), o questionário Oxford food and activity behaviours (OxFAB-MAW) - que avaliou a procura de informação (PI), a imitação/modelagem (I) e a gestão de impulsos (GI) como estratégias de gestão de peso e o questionário de satisfação com a dieta (SWDB). Resultados: O modelo de equações estruturais apresentou um bom ajuste global à amostra (CFI=.95, TLI=.94, RMSEA=.05, IC90%=[.049, .057], SRMR=.05), destacando a importância da restrição cognitiva e do descontrolo alimentar como preditores principais nestas estratégias de gestão de peso. Discussão e Conclusão: As intervenções tradicionais de gestão de peso frequentemente falham a longo prazo, podendo prejudicar a saúde mental. A análise de variáveis auto reguladas, como a satisfação com a dieta, a incongruência alimentar e o comportamento alimentar disfuncional, permite aos profissionais de saúde mental personalizarem as estratégias de gestão de peso, promovendo hábitos alimentares mais saudáveis e sustentáveis, ajustados às necessidades individuais de cada pessoa.
- Psychological maturity: Subjectivity, desire and autonomyPublication . Pacca, Amanda Lopes; Rodrigues, Vitor AmorimThe first comprehensive integrated model of personality development by Sidney Blatt stipulates that self-definition and relatedness are concepts that influence personality and psychological development. Contemporary authors, such as Jorge Forbes, bring insights into Lacan's theory discussing the individual of the 21st century. This comparative study links theories of both authors with new insights in the development of a theoretical model of psychological maturity. Psychological development occurs throughout a lifetime, and carries out important subjective processes. The hypotheses show that discovering one's desire and subjectivity is not enough to reach psychological maturity. Otherwise, individual autonomy is a necessary condition to achieve psychological maturity. Psychological well-being defended as a diffuse well-being is reached through psychological maturity if mediated by subjective responsibility.
- Psychedelic-induced mystical experiences: Effects on purpose in life, ontological addiction and mental healthPublication . Padeiro, João Bernardo Vaz; Torres, NunoPsychedelics have been part of human history for millennia. After a first wave of research into their potential for clinical purposes in the treatment of psychiatric disorders, we are now witnessing a new wave and renaissance of psychedelic research, with new studies suggesting their revolutionary potential in the treatment of a condition of disorders. Psychedelic substances are many and diverse, and their effects may vary widely, ranging from fear and panic to bliss. They can produce mystical-type experiences, which can have life-changing consequences for the individual. As such, we are led to wonder in what way the consumption of psychedelics, and the occurrence of these experiences, may promote changes in feelings of purpose in life and ontological addiction, concepts deeply intertwined with depression and anxiety. In this cross-sectional, correlational and quantitative study we gathered a sample of 221 individuals who responded to the Mystical Experience Questionnaire (MEQ-30), Purpose in Life Short-Form (PIL-SF), Ontological Addiction Scale (OAS-31), General Anxiety Disorder (GAD-7) and Patient Health Questionnaire (PHQ-9). Results showed significant correlations between the occurrence of more intense mystical experiences and higher purpose in life. Purpose in life was correlated with ontological addiction and lower scores of anxiety and depression. To our knowledge, the relationship between these variables is a novel finding in the literature of the field. Lower scores of anxiety were also found among psychedelics users.
- A abordagem da sexualidade na intervenção psicoterapêutica: Perspetivas dos psicólogos e psicoterapeutas em PortugalPublication . Baptista, Frederico Miguel Saraiva Zézola; Duarte, EvaProblema: A abordagem da sexualidade na intervenção psicoterapêutica apresenta-se como um desafio para os psicólogos/ psicoterapeutas, sendo uma temática abordada com pouca frequência e um baixo nível de conforto, contrastando com a necessidade de muitos clientes/pacientes em abordar esse assunto em sessão. Objetivos: Descrever o grau de identificação dos psicólogos/psicoterapeutas que exercem atividade em Portugal com uma abordagem positiva da sexualidade; identificar a presença de crenças dogmáticas/estigmatizantes sobre sexualidade; analisar a frequência e grau de conforto com que abordam temas específicos da sexualidade, bem como nas diferenças dessa abordagem face a grupos específicos de pacientes/clientes; e identificar os diferentes fatores facilitadores e/ou inibidores dessa abordagem. Método: A amostra é constituída por 251 participantes com idades compreendidas entre os 23 e os 70 anos. A recolha de dados decorreu totalmente online. Resultados: Os resultados evidenciam diferentes níveis de frequência e conforto na abordagem da sexualidade face a diversos grupos de pacientes/clientes e de temáticas/práticas sexuais. Uma menor frequência e conforto correlacionam-se com menores níveis de sexualidade positiva e maiores níveis de crenças dogmáticas/estigmatizantes, A falta de formação é o principal aspeto apontado como inibidor desse conforto. Conclusão: Uma abordagem positiva da sexualidade e um baixo nível de crenças dogmáticas/estigmatizantes são preditores de uma maior frequência e conforto na abordagem da sexualidade, o mesmo se verificando com um maior nível de aliança terapêutica.
- The role of psychological flexibility and selfcompassion in the longitudinal relationship between emotional schemas and mental healthPublication . Mendes, Maria Manuel Pereira Barreira; Neto, David DiasPersistent psychological symptoms, even in the context of effective treatments, highlight the limitations of traditional symptom-focused models. Advancing mental health requires identifying the underlying mechanisms that sustain psychological distress and hinder well-being. Emotional schemas have been associated with greater psychological suffering and lower well-being. Understanding the processes through which these schemas impact is essential for designing more targeted and effective strategies. This study examined the longitudinal relationship between emotional schemas and both positive and negative mental health, investigating the mediating roles of psychological flexibility and self-compassion. A sample of 303 Portuguese adults completed self-report measures assessing emotional schemas (LESS), psychological flexibility (CompACT), self-compassion (SELFCS), and mental health (MHCSF and BSI-18) at two time points, six months apart. Using path analysis and controlling for baseline mental health, age, and sex, the results revealed that maladaptive emotional schemas were significantly associated with lower psychological flexibility and self-compassion, which in turn predicted increased psychological distress and decreased well-being. Negative evaluation of emotions showed indirect effects through both mediators. Difficulties in reappraisal influenced mental health exclusively via reduced self-compassion, while a simplistic view of emotions was associated with improved outcomes via increased psychological flexibility. These results underscore the enduring influence of emotional schemas on mental health and highlight the transformative potential of interventions that cultivate psychological flexibility and self-compassion. By elucidating their mediating roles, the study provides a foundation for developing more targeted and effective strategies to mitigate the impact of maladaptive emotional schemas on psychological distress and psychological wellbeing.
- O impacto do contacto com animais de companhia no desenvolvimento da empatia em jovensPublication . Teixeira, Bruna da Silva; Carvalho, ConstançaA investigação em Portugal é ainda escassa no que diz respeito à relação entre empatia e animais, especialmente à relação entre a empatia por humanos e animais na faixa etária da adolescência. Internacionalmente, há estudos que demonstram o claro benefício da relação entre os animais e os jovens, no entanto é uma área em crescimento e, como tal, o principal objetivo desta tese é testar se a convivência com os animais de companhia influencia a empatia dos jovens e se existe uma relação significativa entre a empatia para com os animais não humanos e para com os humanos. Com este objetivo em consideração, foi recolhida uma amostra de 122 adolescentes, com idades compreendidas entre os 11 e os 14 anos de idade, dos quais 71 (58.2%) pertencem ao sexo masculino e 51 (41.8%) ao sexo feminino. Na avaliação dos constructos acima referidos, foram utilizados dois instrumentos – Questionnaire to Assess Affective and Cognitive Empathy in Children (QACEC) e a Escala de Empatia para com Animais (EEA). A partir dos resultados obtidos, é evidente a consistência com a literatura, confirmando que o contacto com os animais de companhia aumenta os níveis de empatia com os animais; assim como as raparigas apresentarem níveis superiores de empatia comparativamente aos rapazes. No entanto, em oposição à literatura existente, não foi encontrada uma relação entre os jovens terem animais de companhia e apresentarem níveis superiores de empatia para com os humanos. Posteriormente, foram apresentadas propostas no que se refere às várias aplicabilidades práticas que podem resultar a partir desta investigação, refletindo sobre o conceito de empatia e dos seus benefícios para os jovens.
- O impacto da convivência com animais de companhia no desenvolvimento da teoria da mente (TOM) em crianças com Perturbação do Espetro do Autismo (PEA)Publication . Raquel Branco Soveral Gomes; Carvalho, ConstançaA literatura carece de investigações que correlacionem o impacto da convivência com animais de companhia no desenvolvimento da teoria da mente (ToM) em crianças com perturbação do espetro do autismo (PEA). Existe um foco no impacto das terapias assistidas por animais em crianças com PEA, não avaliando de forma direta se os efeitos benéficos da convivência com animais estão associados a um maior desenvolvimento da ToM. Desta forma, o principal objetivo da presente dissertação visa testar se a convivência com animais de companhia influencia o desenvolvimento da ToM em crianças com PEA. Tendo este objetivo em consideração, foi recolhida uma amostra de 27 crianças, com idades compreendidas entre os 6 e os 17 anos de idade, com uma média de idades de 11.15 anos (DP= 3.51), dos quais 21 (77,8%) pertencem ao sexo masculino e 6 (22,2%) ao sexo feminino. Adicionalmente, 19 participantes (70,4%) apresentavam grau 1 de necessidade de suporte e 8 participantes (29,6%) apresentavam grau 2 de necessidade de suporte. Relativamente ao contacto com animais, verificou-se que 14 participantes (51,9%) conviviam com animais no domicílio, enquanto 13 (48,1%) não possuíam animais em casa. No que diz respeito ao contacto com animais fora do ambiente doméstico, 15 participantes (55,6%) relataram ter este tipo de contacto, enquanto 12 participantes (44,4%) indicaram não ter. Para avaliação dos construtos supramencionados, foi utilizada a Bateria de Tarefas para avaliação da Teoria da Mente (Theory of Mind Task Battery) – BTATM. Com base nos resultados obtidos, observou-se que a interação com animais de companhia parece contribuir para o reconhecimento e compreensão de emoções humanas, assim, este contacto é apontado como facilitador da observação e interpretação de estados mentais dos outros, promovendo um maior desenvolvimento da ToM. Subsequentemente, foram formuladas propostas no que respeita às potenciais aplicações práticas que podem advir da presente investigação, tendo em vista o desenvolvimento da ToM e os seus benefícios para crianças e jovens com PEA.
- Comportamentos prossociais: O papel moderador da sensibilidade à recompensa social no bem-estarPublication . Inês Carpinteiro Nunes; Mares, InêsA prossocialidade tem sido amplamente reconhecida como um fator importante para o bem-estar subjetivo. Ainda assim, os seus mecanismos subjacentes permanecem pouco claros na literatura. O presente estudo procurou aprofundar a compreensão desta relação, explorando o papel da sensibilidade à recompensa social como possível variável moderadora desta associação. A amostra foi constituída por jovens adultos, com idades entre os 18 e os 29 anos (N=113; M=21,9; DP=3,45), que completaram medidas de autorrelato sobre comportamentos prossociais, sensibilidade à recompensa social e bem-estar subjetivo (felicidade em particular), bem como duas tarefas experimentais: uma de comportamento prossocial e outra de sensibilidade à recompensa social. Os resultados obtidos não confirmaram uma associação significativa entre os comportamentos prossociais e o bem-estar subjetivo, nem apoiaram a hipótese de um efeito moderador da sensibilidade à recompensa social nessa relação. No entanto, foram observadas associações positivas entre algumas dimensões da sensibilidade à recompensa social - nomeadamente a valorização da admiração, das relações sexuais e a preferência por rostos felizes - e a expressão autorrelatada de comportamentos prossociais. Estes resultados sugerem que a sensibilidade à recompensa social está implicada na manifestação de comportamentos prossociais. O presente estudo contribui para a investigação sobre a prossocialidade ao introduzir uma abordagem diferenciada da sensibilidade à recompensa social, tratada aqui como um fenómeno multidimensional. Os dados da nossa amostra apontam para associações parciais entre determinados domínios dessa sensibilidade e a prossocialidade autorrelatada, sugerindo que diferentes dimensões podem influenciar a expressão de comportamentos orientados para os outros. Estes resultados abrem caminho para novas linhas de investigação focadas nos fatores motivacionais e contextuais que podem sustentar a ação prossocial.