PCLI - Dissertações de Mestrado
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- Ficar, sair ou regressar: o papel do funcionamento familiar na ambivalência e na satisfação com a vida de jovens adultos em diferentes contextos de coabitaçãoPublication . Cavaco, Margarida Aparício Rosa Funina; Gouveia, RitaO presente estudo teve como objetivo investigar os efeitos da coabitação intergeracional na satisfação com a vida e na ambivalência intergeracional de jovens adultos face ao atual contexto de crise habitacional e do recente aumento dos jovens em situação “boomerang”, i.e., jovens que retomaram a casa dos progenitores após um período de independência. Foi realizada a comparação entre três grupos: jovens que vivem de forma independente, jovens que sempre viveram com os pais e jovens em situação boomerang. Simultaneamente, procurou-se identificar fatores protetores dos efeitos negativos da adaptação familiar nos diferentes contextos habitacionais nos níveis de satisfação com a vida e de ambivalência, recorrendo para este efeito a medidas de funcionamento familiar. Participaram neste estudo 317 pessoas com idades compreendidas entre os 18 e os 40 anos. Os resultados evidenciam níveis mais baixos de satisfação com a vida e mais elevados de ambivalência em jovens em situação de coabitação intergeracional, com maior impacto nos jovens boomerang. No entanto, evidencia-se que o funcionamento familiar atua como um moderador relevante desta relação, observando-se que famílias com um funcionamento familiar equilibrado tendem a atenuar os efeitos negativos da coabitação intergeracional. Os resultados realçam a importância de considerar a situação habitacional e outros stressores macro-sistémicos de forma interligada com aspetos que permitam descortinar a competência das famílias em lidar com percursos mais diversos em termos de ciclo de vida familiar.
- Teatro playback, resiliência e empoderamento: Uma análise focada na comunidade LGBTQIA+Publication . Martins, Margarida Maria da Costa e Silva; Gonzalez, António JoséO Teatro Playback (TP) é uma prática teatral participativa que possibilita a partilha e ressignificação de histórias pessoais, promovendo a empatia, o apoio mútuo e o fortalecimento das identidades. Esta dissertação explora o impacto do TP na promoção da resiliência e do empoderamento em pessoas da comunidade LGBTQIA+, no contexto do projeto Dar Palco à Diferença. O estudo, de natureza qualitativa, recorreu a entrevistas semiestruturadas a seis performers LGBTQIA+ que integraram grupos de TP formados no âmbito deste projeto. A análise temática reflexiva, inspirada em Braun e Clarke (2006), revelou que o TP constitui um espaço seguro e afirmativo, potenciador da autoestima, da construção de redes de apoio e da validação identitária. Os resultados evidenciam que a prática continuada do TP contribui para mitigar os efeitos do stress de minorias, promover estratégias de coping positivas e reforçar o sentimento de pertença comunitária. O estudo sublinha ainda a importância de garantir a continuidade das intervenções e de integrá-las em programas estruturados de promoção da saúde mental e dos direitos humanos, particularmente em contextos sociopolíticos adversos. O TP emerge assim como uma ferramenta relevante na intervenção psicossocial junto da comunidade LGBTQIA+.
- Exploração da relação entre cibercondria, crenças em saúde e somatização em adultos emergentesPublication . Cardoso, Inês Mesquita; Pimenta, FilipaIntrodução: À procura excessiva de conteúdos sobre saúde online, acompanhada de uma elevada preocupação e dificuldade em gerir a informação encontrada dá-se o nome de cibercondria. Este fenómeno emergente tem sido pouco explorado em jovens adultos, população altamente exposta a conteúdos digitais. Este estudo pretende explorar de que forma a cibercondria se relaciona com a perceção de autoeficácia, a gravidade percebida e a somatização, à luz do Modelo de Crenças em Saúde. Método: Neste estudo quantitativo exploratório participaram 536 jovens adultos portugueses, com idades compreendidas entre os 18-30 anos (M=24.10; DP=2.68), que responderam a questões sociodemográficas, clínicas e relativas a hábitos de pesquisa sobre saúde online, seguido da Cyberchondria Severity Scale (com as subescalas Sofrimento, Compulsão, Excessividade, Reconfirmação e Desconfiança do médico), Somatic Symptom Scale – 8 e do Questionário de Crenças sobre Saúde Mental. Resultados: O modelo final apresentou bom ajustamento (CFI=.97; TLI=.96; RMSEA=.04; SRMR=.06), indicando que diferentes dimensões da cibercondria predizem de forma distinta as variáveis em estudo. Destaca-se o sofrimento como principal preditor da somatização (β=.42, p < .001) e da gravidade percebida (β =.29, p < .001), e a desconfiança do médico como preditor negativo da perceção de autoeficácia e benefícios (β=–.53 , p < .001). O modelo explicou 17.6% da variância da somatização, 29.8% da autoeficácia/benefícios e 11.3% da gravidade percebida de doença mental. Discussão: Estes resultados reforçam a escassa literatura existente ao evidenciar que dimensões específicas da cibercondria afetam de forma distinta as crenças em saúde e a somatização. Face a este panorama, torna-se essencial implementar intervenções que aliem a promoção da literacia digital crítica ao reforço da confiança na relação médico-paciente, e ao desenvolvimento de competências para lidar com a informação médica online.
- A influência dos traumas infantis na adoção de padrões de evitamento nos relacionamentos íntimos de jovens adultosPublication . Djaló, Cláudia Sofia Rodrigues; Miguel, Marta TrindadeEste estudo investiga o impacto dos traumas infantis na adoção de padrões de vinculação inseguros, especialmente evitantes, nos relacionamentos íntimos de jovens adultos. Apesar da Teoria da Vinculação e pesquisas subsequentes sugerirem que experiências negativas na infância podem conduzir à insegurança nas relações interpessoais na vida adulta, existe ainda uma lacuna no que toca à compreensão de como diferentes tipos de traumas podem originar um comportamento evitante. Ao diferenciar os tipos de traumas e relacioná-los com estes comportamentos, o estudo contribui para uma compreensão mais discriminada dos mecanismos implícitos na formação de vínculos afetivos inseguros. O objetivo prende-se com a identificação e análise da relação entre os traumas infantis e a adoção de um estilo de vinculação evitante, considerando as possíveis variações por género, orientação sexual e situação relacional, que permite analisar de que forma os fatores socioculturais podem influenciar e moldar essa relação. A investigação inclui uma amostra constituída por jovens adultos dos 18 aos 29 anos, aos quais foram aplicados um Questionário Sociodemográfico, a Escala de Trauma de Infância (CTQ) e a Escala de Experiências em Relacionamentos Próximos (ECR). Os resultados confirmaram que as experiências traumáticas na infância têm uma forte correlação com os padrões de evitamento nos relacionamentos amorosos, especialmente no caso da negligência emocional e abuso emocional. No entanto, fatores como a orientação sexual e o género não revelaram ter impacto. Contrariamente, a situação relacional e a duração do relacionamento influenciam de maneira significativa o estilo de vinculação evitante.
- Estudo de validação da successful sexual aging scale (SSAS) para a população PortuguesaPublication . Rosa, Sara Rodrigues Franco; Carvalheira, Ana AlexandraA importância crescente da expressão sexual entre as pessoas idosas exige uma compreensão mais abrangente do processo de envelhecimento sexual. O objetivo deste estudo foi validar a escala Successful Sexual Aging Scale (SSAS; Štulhofer, 2025) para a população portuguesa. Usando uma amostra de conveniência de 311 portugueses com mais de 60 anos (M_age=71,8; DP=9,1; 211 mulheres e 100 homens), validamos uma medida de 9 itens sobre envelhecimento sexual bem-sucedido. A Análise Fatorial Confirmatória (AFC) realizada na amostra portuguesa apoiou a estrutura tridimensional da Successful Sexual Aging Scale (SSAS; Stulhofer, 2025) que reflete dois processos internos (aceitação e adaptação às mudanças relacionadas ao envelhecimento) e um processo externo (oportunidades de expressão sexual). Um bom ajuste foi obtido após uma covariância de erro entre dois itens logicamente sobrepostos. A invariância de medida do SSAS foi examinada entre seniores com parceiro (n = 188) e seniores sem parceiro (n = 120) usando AFC multigrupo. A invariância configural e métrica foi suportada, indicando que a escala avalia o construto de forma semelhante entre os grupos nesses níveis. No entanto, a invariância escalar não foi estabelecida, sugerindo que o SSAS não mede o construto de forma idêntica em ambos os grupos. Isso implica que a comparação direta dos scores do SSAS entre indivíduos parceiros e não parceiros pode não ser apropriada. Globalmente, a versão portuguesa do SSAS apresentou boas propriedades psicométricas e pode ser considerada um instrumento válido para avaliar o envelhecimento bem-sucedido na população idosa portuguesa
- Motivação alimentar: Satisfação na dieta, incongruência desejo-objetivo e afetividade negativaPublication . Silva, Inês Lobo Pratas da; Neto, David DiasApesar de ser consistentemente reconhecida como um dos preditores mais robustos da eficácia terapêutica, a compreensão da relação terapêutica na literatura tem-se mantido limitada, originando diferentes equívocos. Em resposta, têm sido propostos diversos enquadramentos teóricos com o intuito de clarificar esta relação e os seus componentes, destacando-se a relação real, a aliança terapêutica e a vinculação ao terapeuta como elementos fundamentais. O presente estudo procurou aprofundar esta compreensão ao investigar a interação entre estas variáveis através de um modelo de mediação, no qual a relação real medeia a influência da vinculação ao terapeuta na aliança terapêutica. Recorreu-se a um desenho transversal, com uma amostra de 373 adultos que se encontravam atualmente em psicoterapia individual ou que a haviam concluído. Foi realizada uma path analysis para testar o modelo proposto. Os resultados revelaram efeitos indiretos significativos dos três estilos de vinculação — seguro, evitante e preocupado — na aliança terapêutica, mediados pela relação real. Especificamente, a relação real funcionou como mediadora parcial no caso da vinculação segura e como mediadora total nos casos de vinculação evitante e preocupada. Estes resultados sublinham o papel central da relação real na tradução da influência dos estilos de vinculação do cliente na qualidade da aliança terapêutica. Evidenciam ainda a importância de promover uma ligação genuína e autêntica na díade terapêutica e sugerem que diferentes configurações de apego podem depender da relação real em graus distintos na formação da aliança. O estudo reforça a necessidade de modelos teóricos e práticas clínicas mais diferenciadas que considerem a natureza dinâmica do vínculo terapêutico. Palavras-chave: Relação Terapêutica; Relação Real; Aliança Terapêutica; Vinculação ao
- Attachment and alliance: The mediating role of real relationshipPublication . Vicente, Tomás Alexandre Marques; Neto, David DiasApesar de ser consistentemente reconhecida como um dos preditores mais robustos da eficácia terapêutica, a compreensão da relação terapêutica na literatura tem-se mantido limitada, originando diferentes equívocos. Em resposta, têm sido propostos diversos enquadramentos teóricos com o intuito de clarificar esta relação e os seus componentes, destacando-se a relação real, a aliança terapêutica e a vinculação ao terapeuta como elementos fundamentais. O presente estudo procurou aprofundar esta compreensão ao investigar a interação entre estas variáveis através de um modelo de mediação, no qual a relação real medeia a influência da vinculação ao terapeuta na aliança terapêutica. Recorreu-se a um desenho transversal, com uma amostra de 373 adultos que se encontravam atualmente em psicoterapia individual ou que a haviam concluído. Foi realizada uma path analysis para testar o modelo proposto. Os resultados revelaram efeitos indiretos significativos dos três estilos de vinculação — seguro, evitante e preocupado — na aliança terapêutica, mediados pela relação real. Especificamente, a relação real funcionou como mediadora parcial no caso da vinculação segura e como mediadora total nos casos de vinculação evitante e preocupada. Estes resultados sublinham o papel central da relação real na tradução da influência dos estilos de vinculação do cliente na qualidade da aliança terapêutica. Evidenciam ainda a importância de promover uma ligação genuína e autêntica na díade terapêutica e sugerem que diferentes configurações de apego podem depender da relação real em graus distintos na formação da aliança. O estudo reforça a necessidade de modelos teóricos e práticas clínicas mais diferenciadas que considerem a natureza dinâmica do vínculo terapêutico. Palavras-chave:
- Relações entre estilo de comunicação do treinador e a motivação para o desporto e comportamento alimentar: Uma análise de moderaçãoPublication . Sá, Mathilde Pica de Oliveira; Encantado, JorgeO segredo não está no talento, mas na motivação para a prática. A motivação autónoma é um conceito bastante presente nos dias de hoje, mas que por ser inata e espontânea nas suas formas de se manifestar, pode alterar-se dependendo do contexto em que nos inserimos. A presente Dissertação de Mestrado engloba o estudo do papel do estilo de comunicação do treinador na motivação para o desporto e para o comportamento alimentar, à luz da Teoria da Autodeterminação. Recorremos a uma amostra de 89 participantes com idades compreendidas entre os 18 e os 35 anos, maioritariamente do género masculino (n = 60; 67.4%). Os inquiridos responderam a um questionário online que englobou as seguintes variáveis: (a) Estilo de comunicação do treinador; (b) Satisfação das necessidades psicológicas básicas para o exercício; (c) Motivação para o exercício; (d) Motivação para o comportamento alimentar. Os principais resultados destacam: (a) Correlações positivas entre a satisfação das necessidades psicológicas básicas e a motivação autónoma; (b) Correlações negativas entre o estilo de comunicação controladora do treinador e a motivação autónoma, mais significativo ao nível da alimentação; (c) O género e a necessidade de autonomia evidenciaram efeitos de moderação nessas relações, com impacto mais negativo do estilo controlador em atletas que percecionam mais autonomia (b = –0.202, p = .012) e do género feminino (b = –.525, p = .003). No presente contexto desportivo, reforça-se a importância de um clima motivacional de suporte à autonomia que promova comportamentos de saúde sustentados, tanto na sua prática como na regulação alimentar do/a praticante.
- Das feridas da infância aos impulsos da vida adulta: Ansiedade na vinculação e interocepção como mediadores na adversidade e impulsividadePublication . Fonseca, Joana Gabriel Olas Leite da; Oliveira, GonçaloAs experiências adversas na infância têm sido consistentemente associadas a diferentes comportamentos impulsivos e tem sido evidenciado que determinados estilos de vinculação e consciência interoceptiva parecem mediar esta relação. São poucos os estudos que analisam a relação destas variáveis, nomeadamente entre interocepção e impulsividade. Para clarificar estas associações foi testado um modelo de mediação em série onde foi hipotetizado que indivíduos que tenham uma maior vivência de adversidades na infância e que tenham um estilo de vinculação mais ansioso, tenderão a uma maior sensibilidade interoceptiva e maior urgência negativa. A amostra final foi constituída por 333 participantes que completaram o questionário online que consistia no Questionário Sociodemográfico, Escala de Vinculação para Adultos, Avaliação Multidimensional da Consciência Interoceptiva, Questionário de Avaliação de Trauma de Infância e Escala de Comportamento Impulsivo UPPS. Os resultados do Modelo A suportam a hipótese demonstrando que uma maior reatividade sobre estados de afeto negativo é derivada por maior ansiedade na vinculação e menor percepção de sinais internos, sendo estes fatores mediadores do impacto que estas experiências de adversidade têm na impulsividade. Não foram encontradas diferenças significativas em análises complementares. Este estudo proporciona evidências para o papel central da ansiedade na vinculação e interocepção na relação entre experiências de adversidade na infância e comportamento impulsivo.
- Atitudes dos psicólogos clínicos e psicoterapeutas portugueses face à psicoterapia assistida por psicadélicosPublication . Rebelo, Inês Costa de Lara; Torres, NunoO presente estudo teve como objetivo investigar as atitudes de psicólogos clínicos e psicoterapeutas portugueses face à Psicoterapia Assistida por Psicadélicos (PAP), uma abordagem terapêutica emergente sustentada por evidência científica crescente. Através da aplicação da Escala Attitudes on Psychedelics Questionnaire (APQ), adaptada ao contexto português, foram analisadas as perceções dos profissionais quanto à segurança, eficácia e legitimidade clínica de várias substâncias psicadélicas, bem como o impacto de fatores sociodemográficos, formativos e experienciais sobre essas atitudes. Os resultados demonstraram que a aceitação da PAP está fortemente associada ao nível de conhecimento técnico-científico, à experiência direta ou indireta com psicadélicos e à orientação teórica, com maior abertura entre profissionais de perspetiva humanista e existencial. A religiosidade revelou-se também uma variável significativa: profissionais não crentes expressaram atitudes mais favoráveis à integração terapêutica dos psicadélicos. Por outro lado, variáveis como género, idade, grau académico e setor de exercício profissional não apresentaram associações significativas com as atitudes. As limitações metodológicas incluem viés de seleção, codificação limitada de respostas abertas e desigualdade na representação de alguns subgrupos. Apesar dessas limitações, o estudo oferece contributos valiosos para o desenvolvimento de políticas de formação, práticas clínicas e decisões regulamentares baseadas em evidência, promovendo uma abordagem informada, ética e segura à integração dos psicadélicos na saúde mental em Portugal.