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- O ajustamento escolar dos alunos na transição do 1º para o 2º ciclo do Ensino Básico : a relação entre o autoconceito, a motivação e as estratégias de apoio dos docentesPublication . Santos, Edite Rute dos Reis Mendes; Peixoto, Francisco José BritoA presente investigação teve como objetivo geral investigar as questões relacionadas com os fatores que estão subjacentes ao processo de transição de ciclo e a relação destes com o (in)sucesso escolar dos alunos. Neste sentido, os objetivos específicos definidos pretenderam analisar as perceções que os alunos têm em relação ao novo ciclo de ensino quando ainda frequentam o ciclo anterior, analisar os efeitos de transição no ajustamento escolar dos alunos, identificar as estratégias de apoio aplicadas pelos professores e investigar o seu envolvimento direto no processo de transição e adaptação do aluno ao novo ciclo. Esta investigação teve por base três estudos. O primeiro estudo incidiu nas representações sobre a transição do 1º para o 2º Ciclo do Ensino Básico em professores e alunos, centrando-se nas estratégias de apoio operacionalizadas por professores e escolas e nas expetativas dos alunos face ao novo ciclo. Participaram neste estudo 20 professores, 10 do 4º ano e 10 do 5º ano, e 12 alunos do 4º ano de escolaridade de escolas públicas. Os resultados mostraram que os professores de ambos os ciclos referem implementar estratégias que visam apoiar o aluno ao longo do processo de transição e adaptação ao novo ciclo, definindo-as como fundamentais no que ao processo de ajustamento do aluno diz respeito. Quanto aos alunos constata-se que têm uma ideia formada relativamente ao que será o novo ciclo, demonstrando expetativas positivas face ao mesmo, mas também algum receio face à incerteza do que os espera. Estas entrevistas estiveram na base da construção dos questionários utilizados no segundo e terceiro estudo. O segundo estudo teve como objetivo construir e validar três questionários, para aplicar na investigação principal sobre a transição de ciclo. Este estudo incluiu 405 participantes, sendo 141 alunos e 133 professores do 4º ano, e 131 do 5º ano de escolaridade. Os resultados da análise às propriedades métricas dos três instrumentos permitem concluir que os instrumentos apresentam uma estrutura fatorial e valores de fidelidade adequados. O terceiro e principal estudo teve como objetivo investigar as representações sobre a transição do 1º para o 2º Ciclo do Ensino Básico em professores e alunos, centrando-se nas estratégias de apoio operacionalizadas por professores e escolas e nas expetativas dos alunos face ao novo ciclo. Investigou-se também o impacto desta transição sobre o autoconceito e a motivação dos alunos. Sendo um estudo longitudinal incidiu, no primeiro ano de investigação, sobre uma amostra de 1003 alunos e 68 professores do 4º ano de escolaridade, e no segundo ano de investigação, sobre a mesma amostra reduzida a 848 alunos e 226 professores do 5º ano de escolaridade. Relativamente aos alunos e à perceção destes sobre o novo ciclo constata-se uma maior perceção relativamente ao novo espaço e às diferenças que existem nas dinâmicas escolares entre ciclos. No que se refere às expetativas em relação ao espaço escolar verifica-se que apenas parte da amostra apresenta uma maior motivação e que esta surge acompanhada por um misto de sentimentos face ao seu ingresso no novo espaço. Por fim, constatou-se ainda que os alunos demonstram uma menor perceção no que se refere aos aspetos ligados à aprendizagem. Quanto ao rendimento escolar, podemos apurar um decréscimo do rendimento às disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática na transição do 1º para o 2º Ciclo de ensino. Analisado o autoconceito, os resultados evidenciam uma diminuição do autoconceito académico e um aumento do autoconceito não académico e da autoestima. Relativamente às orientações motivacionais os resultados mostram um aumento nas orientações para a tarefa e para o evitamento e uma diminuição nas orientações de autovalorização e de autodefesa. No que se refere aos professores e às estratégias de apoio ao aluno em transição de ciclo, os resultados confirmam a implementação de um conjunto de estratégias relacionadas com o ensino e a transmissão da informação sobre o 2º Ciclo aos alunos, no entanto, constata-se que as práticas de articulação entre professores de ambos os ciclos são praticamente inexistentes. Os resultados mostram ainda que a articulação entre os professores dos dois ciclos de estudos varia consoante o agrupamento. Na transição do 4º para o 5º ano de escolaridade, a análise dos efeitos do nível de articulação entre professores sobre a motivação dos alunos mostra que nos agrupamentos onde a articulação é mais elevada, os alunos apresentam níveis mais elevados de orientação para a tarefa e níveis inferiores de orientação para o evitamento.
- Análise das práticas no âmbito das equipas locais de intervenção precoce e da educação especial: um estudo comparativoPublication . Duarte, Maria Dulce Tiago Moreira; Pimentel, Júlia van Zeller de SerpaAo longo das últimas décadas tem-se verificado uma grande evolução no âmbito da intervenção precoce na infância (IPI), e nos últimos anos, a educação e os cuidados na primeira infância ganharam uma posição de destaque na agenda europeia. A comunidade internacional reconheceu o valor da IPI para crianças vulneráveis e suas famílias. Em todo o mundo, famílias, profissionais, organizações da sociedade civil e governos defendem a melhoria dos serviços prestados à primeira infância em todos os setores – saúde, educação, proteção e ação social. Em Portugal, apesar de ser um dos poucos países com legislação específica para a IPI – Decreto-Lei n.º 281/2009, que criou o sistema nacional de intervenção precoce na infância – SNIPI a existência simultânea de dois normativos para as crianças dos 3-6 anos (Decreto-Lei n.º 3/2008), um longo e complexo caminho se tem vindo a verificar na implementação das práticas recomendadas O nosso trabalho enquadra-se nas linhas de investigação nacional e internacional, no âmbito dos estudos da avaliação de programas de intervenção precoce na infância, avaliação das perceções de pais e profissionais sobre os serviços de intervenção precoce e perspetiva de intervenção centrada na família e nos contextos, bem como a análise de práticas. O estudo foi realizado no distrito de Lisboa e nele participaram 36 profissionais e 36 famílias. A recolha de dados foi iniciada depois da autorização da Comissão Nacional de Proteção de Dados, e da declaração de consentimento informado assinada pelos pais. As questões de investigação colocadas no âmbito do estudo empírico decorrem de quatro objetivos: ! Comparar as perceções das famílias e dos profissionais sobre as práticas nos diferentes contextos de atendimento; ! Comparar as perceções sobre a importância que as famílias e os profissionais atribuem às práticas nos diferentes contextos de atendimento; ! Observar e analisar as práticas de IPI em diferentes contextos de prestação de serviços – equipa local de intervenção (domicílio, creche e jardim de infância) e educação especial do Ministério da Educação e Ciência (jardim de infância) ; Análise de Práticas no Âmbito das Equipas Locais de Intervenção e da Educação Especial Um estudo comparativo! ! x ! Avaliar em qual dos contextos, estas práticas se adequam ao modelo de intervenção centrado na família. Usamos como instrumentos a Family Focused Intervention Scale de Mahoney, O’Sullivan e Dennenbaum (1990) adaptada por Pimentel (2003a), para avaliar as perceções dos pais e a Inclusive Classroom Profile de Soukakou (2007), traduzida e adaptada provisoriamente por Corval et al, (2012), que serviu de base à grelha de observação. Os resultados obtidos revelam que, na generalidade, os nossos resultados são muito semelhantes aos obtidos por (Pimentel, 2003b, 2005), não se evidenciando práticas centradas na família, nem a participação da mesma no processo de intervenção. No estudo de observação, de caráter qualitativo, foram muito poucos os casos em que pudemos observar práticas que vão ao encontro destas recomendações internacionais. No que diz respeito à intervenção centrada nos contextos naturais, os dados obtidos permitiram-nos concluir que, mesmo quando o apoio é dado dentro da sala, nem sempre as atividades que aí decorrem nem as rotinas da sala/colegas são aproveitadas pelos profissionais de apoio, não podendo por isso falar-se em intervenção baseada nas rotinas e nos contextos naturais de aprendizagem.
- A aprendizagem significativa no Ensino Superior: A utilização de mapas de conceitos no curso de terapia ocupacionalPublication . Pestana, Susana Cristina Costa; Peixoto, FranciscoO presente trabalho inscreve-se na problemática da aprendizagem significativa em alunos do Ensino Superior. Centrámo-nos nos mapas de conceitos que representam uma estratégia de aprendizagem, assente na teoria da aprendizagem significativa de Ausubel, e que foram introduzidos no processo de ensino e aprendizagem dos alunos do Curso de Licenciatura em Terapia Ocupacional de um Instituto Politécnico. Como principais objetivos do presente trabalho pretendeu-se perceber se a introdução de mapas de conceitos como estratégia de aprendizagem, produzia mudanças no rendimento académico e na motivação intrínseca dos alunos. Pretendemos, também, perceber quais as competências de estudo mais utilizadas pelos alunos com a introdução dos mapas de conceitos como estratégia de aprendizagem. Concomitantemente, pretendeu-se perceber se a utilização dos mapas de conceitos interagia com as abordagens ao estudo, utilizadas pelos alunos, nos efeitos sobre o rendimento académico, a motivação intrínseca e as competências de estudo. Por último, pretendeu-se perceber a perceção de utilidade que os alunos tinham acerca deste instrumento de aprendizagem. O primeiro estudo incidiu na adaptação e análise das propriedades psicométricas dos instrumentos de medida utilizados, evidenciando propriedades psicométricas adequadas. O segundo estudo, consistiu num estudo quase-experimental com a participação de 60 alunos, 23 alunos num grupo experimental (que utilizaram mapas de conceitos como estratégia de aprendizagem) e 37 num grupo de controlo. No terceiro estudo participaram 17 alunos que fizeram parte do grupo experimental e que voltaram a utilizar os mapas de conceitos, como estratégia de aprendizagem, no ano letivo seguinte. Os resultados permitiram constatar que os mapas de conceitos produzem mudanças, ao longo do tempo, no rendimento académico dos alunos e que este efeito é independente das abordagens ao estudo utilizadas. Em ambos os estudos, verificou-se que os mapas de conceitos produzem mudanças nos níveis de motivação intrínseca dos alunos: no segundo estudo há uma diminuição nas quatro dimensões consideradas e, no terceiro estudo, a competência percebida e o prazer mantiveram-se ao longo do tempo, o valor aumentou e a escolha percebida diminuiu. Em ambos os estudos, constatou-se que foram as dimensões autorregulação comportamental e autorregulação cognitivo-motivacional as mais utilizadas pelos alunos na autorregulação da sua aprendizagem. Por último, em ambos os estudos, a perceção dos alunos é a de que a utilização dos mapas de conceitos é uma estratégia útil na sua aprendizagem, sob as mais diversas formas. Este estudo permitiu evidenciar que os mapas de conceitos representam uma estratégia de aprendizagem que pode ser utilizada pelos alunos do Ensino Superior, contribuindo para um melhor desempenho académico. No entanto, a sua introdução em anos iniciais, em que predomina a utilização de estratégias superficiais de aprendizagem, produz uma diminuição da motivação intrínseca, tendência que parece ser revertida com a utilização desta estratégia de aprendizagem no ano seguinte. Por outro lado, apesar da carga adicional de trabalho que os alunos referem como principal desvantagem, é também reconhecida por estes uma perceção de utilidade para a aprendizagem significativa.
- Avaliação de crianças com necessidades educativas especiais na promoção da educação inclusivaPublication . Almeida, Maria de Guadalupe Comparada; Morgado, JoséA avaliação é fundamental para a promoção da educação inclusiva, sendo fulcral para determinar as competências, conhecimentos e capacidades dos alunos com necessidades educativas especiais (NEE), fornecendo ao professor o conhecimento das reais dificuldades dos seus alunos, subsidiando o apoio, recursos e suporte adequado ao desenvolvimento das suas competências e aprendizagens. Este processo requer uma análise pormenorizada e uma reflexão meticulosa sobre os conhecimentos dos alunos nos diferentes domínios da sua aprendizagem e áreas de desenvolvimento. O processo de avaliação especializada é realizado de forma faseada por professores de ensino regular, de educação especial, psicólogos e sempre que necessário recorrem a outros técnicos especializados como terapeutas ocupacionais, terapeutas da fala, médicos, entre outros. Com este estudo pretendemos contribuir para o desenvolvimento e melhoria de boas práticas na avaliação especializada de alunos com NEE, na promoção da educação inclusiva, podendo constituir-se como um contributo para a valorização e reconhecimentos das práticas educativas dos docentes e outros técnicos que desenvolvam o seu trabalho com alunos com NEE. O trabalho empírico utilizou como metodologia o Estudo de Caso Múltiplo em três agrupamentos de escolas de diferentes municípios do país. Os resultados indicam que deve ser dada maior atenção à formação de professores na área da avaliação especializada. Os resultados do estudo evidenciam a necessidade de se desenvolverem instrumentos, metodologias e estratégias de avaliação específicas e fiáveis, que suportem os professores na avaliação especializada de acordo com os objetivos pedagógicos preconizados, por forma a garantir uma avaliação inclusiva para o sucesso e promoção da educação inclusiva. O processo de avaliação para documentar a necessidade educativa especial não é padronizado, esta decisão é tomada pela equipa multidisciplinar de cada agrupamento de escolas. Este fator pode contribuir para que hajam alguns desafios e limitações para a determinação de apoio em educação especial, isto porque existe subjetividade no processo de referenciação e critérios inconsistentes. Para que a avaliação do aluno seja fidedigna, este deverá ser valorado, de forma contínua, tudo o que o aluno faz no seu dia-a-dia em contexto educativo. Este tipo de procedimentos vai permitir a recolha de dados de forma permanente sobre os pontos fortes e fracos do aluno, para que os objetivos da aprendizagem possam ser alcançados. Para tal só uma avaliação especializada, apropriada e direcionada para a diversidade e inclusão, centrada não só em resultados normativos, mas no processo, no desempenho e contextualizada, possibilita a cada aluno a participação efetiva na escola e consequentemente na sociedade, permitindo a sua progressão de acordo com o seu ritmo, facultando assim as condições de suporte e aprendizagem mais adequadas ao sucesso educativo.
- Conhecimento metalinguístico e compreensão da leitura em alunos surdos do 2º e 3º ciclosPublication . Marcelo, Anabela Isabel Coelho; Martins, Margarida AlvesO presente estudo inscreve-se na área das literacias e educação e teve como objetivo central avaliar a consciência morfossintática de alunos do 2.º e 3.º ciclos do ensino básico com surdez severa ou profunda e avaliar a sua relação com a compreensão leitora. A investigação tem revelado que os alunos surdos apresentam um baixo desempenho em leitura, refletindo-se em resultados abaixo do expectável para a faixa etária em que se encontram. Existem também diversos estudos internacionais que referem a existência de dificuldades destes alunos no processamento morfossintático. Neste contexto, procurámos responder às seguintes questões: i) Será que estes alunos adquiriram o vocabulário indicado no programa de PL2 para o 1.º ciclo? ii) Quais as suas principais dificuldades ao nível do processamento morfossintático? Haverá diferenças a este nível entre os dois ciclos de ensino? iii) Qual o seu desempenho ao nível da compreensão leitora? iv) Haverá uma relação entre a consciência morfossintática e a compreensão leitora nos dois ciclos de ensino? Participaram nesta investigação 35 alunos com surdez severa a profunda dos 2.º e 3.º ciclos, que frequentam o modelo de educação bilingue nas escolas de referência para a educação bilingue do Ministério da Educação, o que corresponde a cerca de 15% da população total com as mesmas características, a nível nacional. Construímos testes de conhecimento lexical, de consciência morfossintática e de compreensão leitora, que foram aplicados individualmente e cuja resolução apenas dependia da leitura, controlando a variável da capacidade auditiva. Os dados recolhidos foram analisados quantitativa e qualitativamente. Os principais resultados revelam que os alunos que participaram neste estudo apresentam um domínio razoável do vocabulário selecionado a partir do programa de PL2 para o 1.º ciclo, mas que existe uma grande variabilidade ao nível do processamento morfossintático. Mesmo em frases construídas com vocabulário que mostrou estar adquirido, os alunos continuam a manifestar dificuldade no processamento morfossintático, nomeadamente, em aspetos relacionados com flexão verbal, flexão de género e/ou número, preposição e conjunção, voz passiva, e predicativo do sujeito e modificador. Os resultados sugerem o recurso frequente à estratégia de selecionar uma palavra, considerada palavra-chave, fazendo a interpretação da frase a partir dessa palavra e do contexto criado. Verificou-se, ainda, a existência de uma correlação positiva e significativa entre a consciência morfossintática e a compreensão leitora, particularmente relevante no 3.º ciclo. Os resultados obtidos poderão contribuir para que os profissionais que trabalham com estes alunos tenham um melhor entendimento das dificuldades manifestadas e definam estratégias de trabalho adequadas e que potenciem o desenvolvimento do processamento dos aspetos morfossintáticos dos alunos. Os testes de conhecimento lexical e consciência morfossintática ficarão disponíveis online e poderão ser utilizados com diferentes populações e em diferentes momentos, sofrendo as alterações que se considerarem necessárias de acordo com os diferentes contextos.
- Contributo para o estudo da identidade docente : Autoperceções dos professores do ensino particular e cooperativo, o papel da ética e a mediação da autoestima e dos relacionamentos no compromisso afectivo do professor com a escola e a profissãoPublication . Granjo, Manuel Romualdo Cepeda; Peixoto, Francisco José BritoO presente estudo investiga as relações entre a orientação ética, a satisfação das necessidades de autonomia e relacionamento e a competência percebida, no sentido de perceber como estas variáveis interagem e se influenciam entre si, na expetativa de que a dimensão ética produza efeitos importantes na motivação intrínseca, na autoestima e no compromisso do professor com a escola e a profissão. No primeiro objetivo pretendeu-se conhecer as perceções dos professores do ensino particular e cooperativo em fatores associados à identidade profissional e, num segundo objetivo, analisar as diferenças introduzidas pelo género, pela experiência e orientação religiosa da escola. O terceiro objetivo centrou-se na testagem de um modelo de relações entre variáveis associadas à identidade docente. Dos sete instrumentos utilizados para avaliar os construtos em estudo, a escala de orientação ética do professor e a escala de competência profissional percebida foram por nós construídas, enquanto as cinco restantes resultaram de processos de adaptação de outras escalas. Nos estudos de validação realizados as escalas mostraram propriedades psicométricas adequadas. Num primeiro estudo utilizámos os dados de uma amostra de 201 professores portugueses, de duas escolas privadas da zona de Lisboa, e num segundo os dados de uma amostra constituída por 450 professores, de escolas privadas distribuídas pelo território nacional e ilha da Madeira. No que concerne ao primeiro objetivo, os professores apresentam perceções elevadas em todos os fatores avaliados, à exceção da dimensão participação na escola e relação com a comunidade educativa, no compromisso normativo e instrumental com a escola, onde revelaram autopercepções de valor moderado. Quanto ao segundo objetivo, os resultados obtidos permitem verificar a existência de diferenças introduzidas pelo género, com as professoras a expressarem autopercepções mais favoráveis na orientação ética, na dimensão relação com os colegas e satisfação, nas competências profissionais e de conduta e no compromisso afetivo com a escola. O tempo de serviço introduz diferenças no autoconceito profissional e em algumas das suas dimensões – à medida que aumenta a experiência os professores percecionaram-se como significativamente mais competentes nas dimensões aceitação de riscos e iniciativas e na relação com os alunos, sendo que nesta se verifica apenas uma diferença significativa entre o grupos menos experiente e experiente - e enquanto o compromisso afetivo com a escola aumenta com a experiência, favorecendo o grupo mais experiente, o compromisso instrumental diminui. A variável orientação religiosa da escola introduz diferenças na relação com os alunos, na dimensão satisfação e no compromisso afetivo, favorecendo os professores das escolas com orientação religiosa. Relativamente ao terceiro objetivo, os resultados obtidos no modelo de relações proposto, testado através de modelos de equações estruturais, mostram relações significativas entre as variáveis em estudo, destacando-se o facto de a orientação ética produzir efeitos significativos sobre os demais fatores de identidade docente; o papel mediador da autoestima entre as variáveis motivacionais e o compromisso com a profissão e a mediação da satisfação da necessidade de relacionamentos da orientação ética com o compromisso afetivo com a escola e a competência como nediadora entre a orientação ética, a autonomia e a autoestima. Este estudo acrescenta algum conhecimento útil à identidade docente principalmente ao evidenciar a importância da ética na ação dos professores.
- As crenças dos professores sobre a motivação dos alunos no ambiente de sala de aula : estudo no 3º ciclo de escolas públicas brasileiras e portuguesasPublication . Silva, Rita Martins da; Peixoto, FranciscoO presente estudo investiga as crenças dos professores sobre a motivação dos alunos no ambiente de sala de aula e teve como objetivo principal fazer um levantamento das crenças dos professores sobre a motivação dos alunos e relacioná-las com as perceções de clima de sala de aula e a motivação dos alunos. Este objetivo subdividiu-se em objetivos mais específicos, nomeadamente: Estudar as crenças dos professores sobre a motivação dos alunos; Construir e validar um questionário sobre as crenças dos professores, acerca da motivação dos alunos; Analisar a relação entre as crenças dos professores sobre a motivação dos alunos e a perceção que os alunos têm do ambiente de sala de aula; Analisar a relação entre as crenças dos professores sobre a motivação dos alunos e a motivação dos alunos; Comparar as crenças dos professores brasileiros e portugueses sobre a motivação dos alunos. Atendendo ao problema que se propõe estudar e à questão de partida à qual se procura responder recorreu-se a abordagens quantitativas e qualitativas. Desta forma, através dos resultados obtidos constatou-se uma conexão entre a componente prática e a componente teórica desta investigação, onde é possível verificar que os profissionais de educação identificaram o fator “Estratégias de Ensino” como sendo uma das principais causas para a motivação do aluno em sala de aula. Concluiu-se ainda que os professores entrevistados consideraram a motivação como elemento fundamental para a aprendizagem em sala de aula e se reconheceram como maior responsável por motivar o aluno nesse contexto. Do ponto de vista da comparação entre os professores brasileiros e portugueses e das variáveis desta pesquisa, a variável “Relação professor aluno”, mostrou uma diferença, por ser considerada pelos professores brasileiros, um fator mais significativo para a motivação dos alunos no ambiente de sala de aula. Esta dimensão é, no entanto, a mais valorizada por ambos os grupos. Nas outras duas dimensões, apesar de as diferenças não serem estatisticamente significativas, verifica-se um padrão de respostas diferente entre os professores portugueses e os professores brasileiros. A análise da relação entre as crenças dos professores sobre a motivação dos alunos e a motivação destes permitiu verificar que os alunos dos professores que se atribuem mais responsabilidade pela motivação destes, apresentam tendencialmente níveis mais elevados de motivação intrínseca.
- Os discursos de género em educaçãoPublication . Nunes, Cristina Maria Fernandes; Morgado, JoséEsta investigação teve como principal desiderato verificar se existem diferenças de discurso por parte de educadores e por parte da família em relação aos meninos e meninas, ou seja, que conceções de género são manifestadas no seio da família e na escola e que implicações tem na socialização das crianças, que frequentam o pré-escolar ou o 1º ciclo do ensino básico em Lisboa e Santarém. A construção de género é iniciada antes do nascimento de cada criança no seio da respetiva família, trata-se de uma construção social que se rege por regras criadas também pela sociedade que acolhe a criança e que estabelece diferenças entre o que é próprio para homens e para mulheres. Por seu turno, as crianças iniciam na mais tenra idade a sua própria identidade de género, que lhe permite ser aceite pelos seus pares e pela sociedade que a rodeia. Quer isto dizer que cada sociedade impõe determinados estereótipos de género e que as crianças são influenciadas e produtos destes mesmos estereótipos. Com objetivo de investigar que discursos são frequentemente utilizados por educadores e pelas famílias no que respeita ao género foi desenhada uma entrevista para os educadores e professores do pré-escolar e do 1º ciclo e ainda um inquérito para ao pais e mães com crianças destas idades. Foram entrevistados 8 educadores de infância e 22 docentes do 1º ciclo e ainda validados 641 inquéritos. Os resultados apontam que as perceções dos professores e das famílias são diferentes nos companheiros de brincadeira das crianças, mas similares no que respeita ao tipo de brincadeiras. Por seu turno encontramos representações de feminilidade e masculinidade no tipo de vestuário, calçado, acessórios, brinquedos e no material escolar escolhido ou adquirido para as crianças. Não foram percecionadas diferenças no processo de aprendizagem das meninas e dos meninos, mas foram percecionadas diferenças no comportamento em sala de aula, sendo ainda necessário continuar a investigar as diferenças nos percursos que podemos ou não relacionar com o abandono a nível escolar, uma vez que existem desigualdades de género a este nível.
- Educação positiva : Promoção do bem-estar e da resiliência nos professoresPublication . Fernandes, Luísa Cristina Valério da Silva; Peixoto, Francisco José Brito; Gouveia, Maria João Pinheiro MoraisEsta tese de doutoramento pretende contribuir para a promoção do bem-estar e da resiliência dos professores, numa perspetiva positiva e visando o seu empoderamento. Pesquisas sobre a promoção da resiliência e do bem-estar nos professores mostram uma relação positiva entre esses dois construtos e revelam que essas competências podem ser ensinadas e desenvolvidas por meio de intervenções formais e bem estruturadas. O objetivo principal deste trabalho foi analisar os efeitos de intervenções de desenvolvimento profissional na promoção do bem-estar e da resiliência nos professores. Procurámos dar resposta a este objetivo através dos três artigos que constituem esta tese. No 1.º artigo, “Fostering teachers`resilience and well-being through professional learning: Effects from a training programme”, apresentamos os resultados quantitativos da aplicação do programa de formação presencial, “Educação Positiva– Promoção do bem-estar e da resiliência nos professores”, com 18 horas de duração e com foco na resiliência e no bem-estar. O estudo seguiu um design quasi-experimental, envolvendo 59 professores portugueses no ativo (35 em dois grupos experimentais e 24 no grupo de controlo), pertencentes a todos os níveis de ensino (com exceção do universitário). Os efeitos do programa de formação foram avaliados através das seguintes medidas: motivação, resiliência global, compromisso com a profissão, autoeficácia, suporte escolar, afetos negativos e positivos, bem-estar no trabalho e sentido no trabalho. Os resultados mostraram efeitos positivos para todas as variáveis, com exceção do Compromisso com a profissão e Suporte escolar. No 2.º artigo, “Positive Education: A professional learning programme to foster teachers`resilience and well-being”, são discutidos os conceitos e tópicos de cada um dos mó-dulos do programa “Educação Positiva”, adaptado do projeto europeu ENTREE (ENhancing Teachers REsilience in Europe), com sete módulos de formação: 1-Resiliência; 2-Construção de Relacionamentos; 3-Bem-estar emocional; 4-Gestão do stresse; 5-Ensino eficaz; 6-Gestão da sala de aula; e um módulo nuclear 7-Educação para o bem-estar. Neste artigo são apresentadas as estratégias implementadas na promoção de um ambiente de formação colaborativo e são descritos os principais resultados qualitativos do programa, obtidos através de entrevistas, e que foram, na generalidade, muito positivos. No 3.º artigo, “Effects of interventions on teachers’ well-being and resilience: A systematic review”, apresentamos uma revisão da literatura sobre os efeitos de intervenções em resiliência e/ou bem-estar nos professores, em estudos quantitativos e qualitativos, desenvolvidos de 2000 a 2019. Analisaram-se 27 estudos, de diversos países, com intervenções com foco e abordagem diversificada, aplicadas a professores de todos os níveis de ensino (abaixo do ensino superior) e com resultados diferenciais nas variáveis consideradas. No geral, os resultados mostraram que o número de efeitos positivos e neutros foi igual e que os estudos com um desenho de pesquisa mais rigoroso obtiveram mais efeitos neutros do que positivos. Também houve um maior número de efeitos positivos nas intervenções com professores do ensino secundário e nas que utilizaram uma abordagem positiva. O presente trabalho permite evidenciar que programas de desenvolvimento profissional eficazes podem representar uma estratégia adequada na promoção das competências de bem-estar e resiliência dos professores, com consequentes benefícios pessoais, profissionais e organizacionais.
- O estado da inclusão escolar nas escolas públicas de Angola e a formação de professores, experiências realizadas em Bengo, Cabinda, Huila, Luanda e MalangePublication . Ndala, Deolinda Ângela Baca; Silva, José CastroTendo como premissa a realidade vivenciada por inúmeras crianças em Angola com necessidades educativas especiais e a carência de programas capazes de responder a esta realidade, numa abordagem inclusiva, revelou-se pertinente a compreensão deste fenómeno, tendo sido definido como objetivo geral conhecer e compreender a realidade do ensino em Angola, numa perspetiva de enquadramento dos princípios da inclusão escolar. Para concretizar este propósito considerou-se como essencial identificar as principais necessidades de formação de professores em áreas específicas das necessidades educativas especiais, analisar as principais dificuldades de formação de professores no âmbito da escola inclusiva, caracterizar que tipo de iniciativas de natureza política deverão ser tomadas para concretizar as reais necessidades de formação de professores. Como linha condutora a investigação incidiu sobre a análise do estado da inclusão escolar nas escolas públicas angolanas, bem como, sobre a configuração atual referente à formação de professores no campo da educação especial. Em virtude de se pretender conhecer a visão dos professores que experimentam esta realidade, recorreu-se a procedimentos de investigação qualitativa e quantitativa, alicerçados na realização de inquéritos por questionário, aplicados a quatrocentos e quarenta e um indivíduos, que desempenham funções letivas em escolas públicas do ensino primário, secundário e ensino superior nas regiões de Cabinda, Bengo, Huila, Luanda e Malange. Como meio de aprofundamento da investigação, foram ainda realizadas vinte entrevistas, das quais, cinco a professores do ensino regular, cinco a professores do ensino especial, cinco professores do ensino superior e cinco a gestores escolares. Todos os dados recolhidos pelo inquérito por questionário foram analisados com recurso ao software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 23. Para a análise de conteúdo das entrevistas utilizou-se o software NVivo com o apoio sempre que necessário do Microsoft Excel. Face aos dados obtidos evidenciou-se como pertinente a apresentação de uma Proposta de Plano de Intervenção para a formação de professores em Angola. É importante destacar que não existem face às dimensões analisadas diferenças estatisticamente significativas entre as províncias de Cabinda, Huíla e Luanda. De um modo geral é essencial apostar na formação de professores como garante de melhoria do sistema educativo. A concretização dos objetivos e ideais da inclusão só é viável com a dotação de recursos materiais e humanos alicerçados numa Política Inclusiva clara e exequível, que minimize as dificuldades agora vivenciadas e identificadas pelos inquiridos. A motivação e a liderança são duas temáticas, que se evidenciaram como essenciais na construção de escolas verdadeiramente inclusivas. Foram também identificadas as formações mais valorizadas pelos inquiridos para exercer a atividade de professor em escola inclusiva.