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- Conhecimento metalinguístico e compreensão da leitura em alunos surdos do 2º e 3º ciclosPublication . Marcelo, Anabela Isabel Coelho; Martins, Margarida AlvesO presente estudo inscreve-se na área das literacias e educação e teve como objetivo central avaliar a consciência morfossintática de alunos do 2.º e 3.º ciclos do ensino básico com surdez severa ou profunda e avaliar a sua relação com a compreensão leitora. A investigação tem revelado que os alunos surdos apresentam um baixo desempenho em leitura, refletindo-se em resultados abaixo do expectável para a faixa etária em que se encontram. Existem também diversos estudos internacionais que referem a existência de dificuldades destes alunos no processamento morfossintático. Neste contexto, procurámos responder às seguintes questões: i) Será que estes alunos adquiriram o vocabulário indicado no programa de PL2 para o 1.º ciclo? ii) Quais as suas principais dificuldades ao nível do processamento morfossintático? Haverá diferenças a este nível entre os dois ciclos de ensino? iii) Qual o seu desempenho ao nível da compreensão leitora? iv) Haverá uma relação entre a consciência morfossintática e a compreensão leitora nos dois ciclos de ensino? Participaram nesta investigação 35 alunos com surdez severa a profunda dos 2.º e 3.º ciclos, que frequentam o modelo de educação bilingue nas escolas de referência para a educação bilingue do Ministério da Educação, o que corresponde a cerca de 15% da população total com as mesmas características, a nível nacional. Construímos testes de conhecimento lexical, de consciência morfossintática e de compreensão leitora, que foram aplicados individualmente e cuja resolução apenas dependia da leitura, controlando a variável da capacidade auditiva. Os dados recolhidos foram analisados quantitativa e qualitativamente. Os principais resultados revelam que os alunos que participaram neste estudo apresentam um domínio razoável do vocabulário selecionado a partir do programa de PL2 para o 1.º ciclo, mas que existe uma grande variabilidade ao nível do processamento morfossintático. Mesmo em frases construídas com vocabulário que mostrou estar adquirido, os alunos continuam a manifestar dificuldade no processamento morfossintático, nomeadamente, em aspetos relacionados com flexão verbal, flexão de género e/ou número, preposição e conjunção, voz passiva, e predicativo do sujeito e modificador. Os resultados sugerem o recurso frequente à estratégia de selecionar uma palavra, considerada palavra-chave, fazendo a interpretação da frase a partir dessa palavra e do contexto criado. Verificou-se, ainda, a existência de uma correlação positiva e significativa entre a consciência morfossintática e a compreensão leitora, particularmente relevante no 3.º ciclo. Os resultados obtidos poderão contribuir para que os profissionais que trabalham com estes alunos tenham um melhor entendimento das dificuldades manifestadas e definam estratégias de trabalho adequadas e que potenciem o desenvolvimento do processamento dos aspetos morfossintáticos dos alunos. Os testes de conhecimento lexical e consciência morfossintática ficarão disponíveis online e poderão ser utilizados com diferentes populações e em diferentes momentos, sofrendo as alterações que se considerarem necessárias de acordo com os diferentes contextos.
- Looks like there´s some light for darkness : efeito da liderança tóxica na satisfação laboral e desempenho : o papel moderador da personalidade do colaboradorPublication . Paredes, Daniela Alexandra Pombo; Andrade, Luís José NunesAinda que amplamente referidos os efeitos nocivos dos tipos de liderança negativos, constata-se que apenas algumas investigações estudaram empiricamente o seu impacto, principalmente no que concerne à liderança tóxica. Face a esta escassez na literatura, particularmente notória em Portugal, procurou-se contribuir explorando o impacto negativo da hétero-percepção de liderança tóxica na satisfação laboral e desempenho, duas variáveis relevantes para as organizações e colaboradores. Adicionalmente, atendendo ao papel que a subjectividade tem na análise e vivência do quotidiano, explorou-se se determinadas dimensões da personalidade dos colaboradores intensificariam ou atenuariam estas relações. O estudo contou com a participação de 233 indivíduos com idades compreendidas entre os 19 e os 65 anos, a maioria do sexo feminino (75,5%), e com, pelo menos, um superior hierárquico. Recorreu-se às versões portuguesas da Toxic Leadership Scale (TLS), de Mónico, Salvador, Rebelo, Pais e Semedo (2019), Job Sattisfaction Scale, de Santos, Sousa e Gonçalves (2018), do Ten-Item Personality Inventory (TIPI), de Nunes, Limpo, Lima e Castro (2018) e uma versão reduzida da escala de Desempenho de Williams e Anderson (1991). Os resultados confirmam, parcialmente, que a Liderança Tóxica (Liderança Autoritária, Autopromoção e Supervisão Abusiva) tem um impacto negativo e significativo em determinadas dimensões da Satisfação e Desempenho, exercendo a Personalidade um papel moderador nestas relações, contudo, em alguns casos, contrariamente ao que seria expectável. Resultados interessantes que colocam em perspectiva a visão comumente optimista a favor de dimensões cujas características são positivas.