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- O legado de um nome: Um estudo de caso sobre a transgeracionalidade psíquicaPublication . Tiago Xavier Prior Rodríguez; Marques, Maria EmíliaO presente estudo tem como objetivo analisar a transmissão psíquica de conteúdos inconscientes que ocorre aquando da atribuição do nome a um filho pelos seus pais, também conhecida como telescopagem geracional. Os processos de transmissão ocorrem alienados da consciência e inserem o sujeito numa cadeia genealógica de significantes que estão ancorados ao seu nome. Os participantes do presente estudo são uma família formada pela mãe, pelo pai e duas irmãs. Para o presente estudo apenas uma irmã foi considerada. O instrumento utilizado foi a Entrevista Narrativa em Associação Livre, da qual resultaram três narrativas que foram analisadas individualmente e em grupo de modo a salientar os elementos em destaque nas mesmas. Foi analisada a inscrição filiativa, fantasma transgeracional e objeto transgeracional da filha que foi objeto do presente estudo. O tema da transmissão psíquica e telescopagem geracional não aparecendo abundantemente na literatura, é estudado através da análise de casos clínicos como o do presente estudo com o objetivo de clarificar e aprofundar os mecanismos da transmissão psíquica ainda pouco relevante na prática clínica contemporânea.
- Comportamentos prossociais: O papel moderador da sensibilidade à recompensa social no bem-estarPublication . Inês Carpinteiro Nunes; Mares, InêsA prossocialidade tem sido amplamente reconhecida como um fator importante para o bem-estar subjetivo. Ainda assim, os seus mecanismos subjacentes permanecem pouco claros na literatura. O presente estudo procurou aprofundar a compreensão desta relação, explorando o papel da sensibilidade à recompensa social como possível variável moderadora desta associação. A amostra foi constituída por jovens adultos, com idades entre os 18 e os 29 anos (N=113; M=21,9; DP=3,45), que completaram medidas de autorrelato sobre comportamentos prossociais, sensibilidade à recompensa social e bem-estar subjetivo (felicidade em particular), bem como duas tarefas experimentais: uma de comportamento prossocial e outra de sensibilidade à recompensa social. Os resultados obtidos não confirmaram uma associação significativa entre os comportamentos prossociais e o bem-estar subjetivo, nem apoiaram a hipótese de um efeito moderador da sensibilidade à recompensa social nessa relação. No entanto, foram observadas associações positivas entre algumas dimensões da sensibilidade à recompensa social - nomeadamente a valorização da admiração, das relações sexuais e a preferência por rostos felizes - e a expressão autorrelatada de comportamentos prossociais. Estes resultados sugerem que a sensibilidade à recompensa social está implicada na manifestação de comportamentos prossociais. O presente estudo contribui para a investigação sobre a prossocialidade ao introduzir uma abordagem diferenciada da sensibilidade à recompensa social, tratada aqui como um fenómeno multidimensional. Os dados da nossa amostra apontam para associações parciais entre determinados domínios dessa sensibilidade e a prossocialidade autorrelatada, sugerindo que diferentes dimensões podem influenciar a expressão de comportamentos orientados para os outros. Estes resultados abrem caminho para novas linhas de investigação focadas nos fatores motivacionais e contextuais que podem sustentar a ação prossocial.
- O impacto da convivência com animais de companhia no desenvolvimento da teoria da mente (TOM) em crianças com Perturbação do Espetro do Autismo (PEA)Publication . Raquel Branco Soveral Gomes; Carvalho, ConstançaA literatura carece de investigações que correlacionem o impacto da convivência com animais de companhia no desenvolvimento da teoria da mente (ToM) em crianças com perturbação do espetro do autismo (PEA). Existe um foco no impacto das terapias assistidas por animais em crianças com PEA, não avaliando de forma direta se os efeitos benéficos da convivência com animais estão associados a um maior desenvolvimento da ToM. Desta forma, o principal objetivo da presente dissertação visa testar se a convivência com animais de companhia influencia o desenvolvimento da ToM em crianças com PEA. Tendo este objetivo em consideração, foi recolhida uma amostra de 27 crianças, com idades compreendidas entre os 6 e os 17 anos de idade, com uma média de idades de 11.15 anos (DP= 3.51), dos quais 21 (77,8%) pertencem ao sexo masculino e 6 (22,2%) ao sexo feminino. Adicionalmente, 19 participantes (70,4%) apresentavam grau 1 de necessidade de suporte e 8 participantes (29,6%) apresentavam grau 2 de necessidade de suporte. Relativamente ao contacto com animais, verificou-se que 14 participantes (51,9%) conviviam com animais no domicílio, enquanto 13 (48,1%) não possuíam animais em casa. No que diz respeito ao contacto com animais fora do ambiente doméstico, 15 participantes (55,6%) relataram ter este tipo de contacto, enquanto 12 participantes (44,4%) indicaram não ter. Para avaliação dos construtos supramencionados, foi utilizada a Bateria de Tarefas para avaliação da Teoria da Mente (Theory of Mind Task Battery) – BTATM. Com base nos resultados obtidos, observou-se que a interação com animais de companhia parece contribuir para o reconhecimento e compreensão de emoções humanas, assim, este contacto é apontado como facilitador da observação e interpretação de estados mentais dos outros, promovendo um maior desenvolvimento da ToM. Subsequentemente, foram formuladas propostas no que respeita às potenciais aplicações práticas que podem advir da presente investigação, tendo em vista o desenvolvimento da ToM e os seus benefícios para crianças e jovens com PEA.
- Mobbing e Intenção de Saída: Uma relação mediada pelo silêncio organizacionalPublication . Oliveira, Catarina Brito Cabral; Cesário, FranciscoNo contexto laboral atual, o “Mobbing” e o “Silêncio Organizacional” são fenómenos relevantes, principalmente pela sua influência na “Intenção de Saída” dos trabalhadores. O assédio moral (Mobbing), prejudica o bem-estar psicológico e o desempenho dos funcionários, enquanto o silêncio organizacional é uma estratégia de omissão comumente empregada como forma de autoproteção. Estes comportamentos afetam a comunicação interna e prejudicam o ambiente organizacional. O presente estudo visou analisar a influência do Mobbing na Intenção de Saída, tendo em conta o papel mediador do Silêncio Organizacional. Para isso, foi criado um modelo teórico baseado em literatura recente, no qual se examinou se o silêncio, nas suas diferentes dimensões (Defensivo, Submissão e Pró-Social), atua como mediador na relação entre a perceção de Mobbing e a decisão de deixar a organização. A amostra incluiu 146 participantes, profissionais ativos em Portugal, que, a partir de um questionário online, partilharam as suas vivências no local de trabalho. Os dados foram analisados por meio de regressões lineares e modelos de mediação. Os resultados indicaram que o Mobbing tem um efeito positivo na Intenção de Saída e que o Silêncio Organizacional, principalmente na sua vertente defensiva, funciona como um mediador parcial nessa relação. Trabalhadores que enfrentam situações persistentes de Mobbing costumam adotar comportamentos de silêncio, o que, por sua vez, intensifica o seu desejo de abandonar a organização. Estes dados são importantes para as empresas que procuram evitar a perda de talentos e fomentar ambientes de trabalho seguros, devendo aplicar estratégias de escuta ativa, prevenção de assédio, e o incentivo ao diálogo interno.
- A relação entre a perceção dos docentes acerca da indisciplina em sala de aula, as crenças de autoeficácia para a gestão do comportamento, resiliência e compromisso com a profissãoPublication . Gonçalves, Catarina Lopes; Peixoto, FranciscoO presente estudo teve como objetivo analisar as relações entre as perceções dos professores acerca da indisciplina em sala de aula, as suas crenças de autoeficácia na gestão do comportamento, a resiliência profissional e o compromisso com a profissão docente. Participaram 818 professores do ensino básico ao ensino secundário, que responderam a um questionário online composto por duas partes: uma para recolha de dados sociodemográficos e outra com quatro instrumentos que avaliaram as variáveis em estudo. Os resultados indicaram que professores com maior perceção de resiliência tendem a apresentar crenças mais elevadas de autoeficácia na gestão do comportamento. Verificou-se também que níveis mais altos de autoeficácia se associam a um maior compromisso com a profissão docente. Além disso, a perceção da frequência de comportamentos indisciplinados relaciona-se negativamente com as crenças de autoeficácia, a resiliência e o compromisso profissional: quanto maior a perceção de indisciplina, mais baixas tendem a ser essas variáveis. Adicionalmente, os professores do terceiro ciclo percecionaram mais frequentemente comportamentos de indisciplina em comparação com os dos outros níveis de ensino. Por outro lado, os anos de serviço docente não demonstraram uma relação estatisticamente significativa com as crenças de autoeficácia na gestão do comportamento. Concluiu-se que uma maior perceção de comportamentos indisciplinados está associada a níveis mais baixos de autoeficácia, resiliência e compromisso profissional. Este estudo contribui para o conhecimento acerca da problemática da indisciplina escolar, destacando a importância de promover ambientes educativos mais saudáveis e eficazes.
- Liderança robótica e satisfação no trabalho: O papel da segurança psicológica e da confiançaPublication . Figueiredo, Ana Beatriz Lopes; Lopes, Sara L.A evolução tecnológica tem levado a um crescente interesse pela forma como os indivíduos interagem com robôs, nomeadamente em contextos de trabalho. Em ambiente laboral, os robôs já são percecionados pelos trabalhadores como promotores de bem-estar psicológico e como parceiros de trabalho. O presente trabalho teve como principal objetivo compreender as atitudes e perceções dos indivíduos que são liderados por um líder robô em contexto laboral. Variáveis como a confiança no robô, o estilo de liderança, a segurança psicológica e a satisfação no trabalho foram analisadas. Este estudo, de carácter correlacional, teve uma amostra de 178 participantes, que leram um cenário que descrevia uma situação de trabalho em que o robô assumia o papel de líder. No que toca aos resultados, foi esperado que, perante a existência de um líder robô, a segurança psicológica mediasse a relação entre o estilo de liderança transformacional do robô e a satisfação no trabalho. Foi também esperado que o nível de confiança no robô moderasse a relação entre o estilo de liderança e a segurança psicológica. Por último, previu-se que existiriam diferenças entre indivíduos em relação à literacia tecnológica, bem como ao nível de aceitação dos robôs nos locais de trabalho. As descobertas desta investigação contribuíram para compreender a forma como os indivíduos percecionam a liderança robótica, que, por sua vez, pode ter relevantes implicações práticas, nomeadamente em contextos organizacionais onde maior precisão e menor enviesamentos na tomada de decisão são essenciais.
- The role of psychological flexibility and selfcompassion in the longitudinal relationship between emotional schemas and mental healthPublication . Mendes, Maria Manuel Pereira Barreira; Neto, David DiasPersistent psychological symptoms, even in the context of effective treatments, highlight the limitations of traditional symptom-focused models. Advancing mental health requires identifying the underlying mechanisms that sustain psychological distress and hinder well-being. Emotional schemas have been associated with greater psychological suffering and lower well-being. Understanding the processes through which these schemas impact is essential for designing more targeted and effective strategies. This study examined the longitudinal relationship between emotional schemas and both positive and negative mental health, investigating the mediating roles of psychological flexibility and self-compassion. A sample of 303 Portuguese adults completed self-report measures assessing emotional schemas (LESS), psychological flexibility (CompACT), self-compassion (SELFCS), and mental health (MHCSF and BSI-18) at two time points, six months apart. Using path analysis and controlling for baseline mental health, age, and sex, the results revealed that maladaptive emotional schemas were significantly associated with lower psychological flexibility and self-compassion, which in turn predicted increased psychological distress and decreased well-being. Negative evaluation of emotions showed indirect effects through both mediators. Difficulties in reappraisal influenced mental health exclusively via reduced self-compassion, while a simplistic view of emotions was associated with improved outcomes via increased psychological flexibility. These results underscore the enduring influence of emotional schemas on mental health and highlight the transformative potential of interventions that cultivate psychological flexibility and self-compassion. By elucidating their mediating roles, the study provides a foundation for developing more targeted and effective strategies to mitigate the impact of maladaptive emotional schemas on psychological distress and psychological wellbeing.
- Fatores relacionados com as crenças dos docentes sobre educação inclusiva: Revisão sistemática com meta-análisePublication . Piteira, Sofia Raquel Piedade; Gaitas, SérgioA Educação Inclusiva (EI) foi uma das reformas mais significativas a nível global no caminho para a igualdade de direitos na educação. Os docentes desempenham um papel central nesta reforma, e diversos fatores podem estar relacionados com as suas crenças sobre a EI. A presente revisão sistemática com meta-análise procurou assim investigar a relação entre as crenças dos docentes sobre EI e (1) características sociodemográficas (sexo, idade); (2) características do seu percurso profissional (anos de experiência, formação específica em EI, experiência com alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE)); e (3) crenças de autoeficácia e conhecimento sobre EI (autoeficácia para a prática da EI, conhecimento percebido sobre EI). Foram incluídos na revisão 34 estudos, publicados em 22 países entre 2015 e 2024, totalizando 78 efeitos padronizados (d de Cohen). A meta-análise multinível revelou que as crenças dos docentes sobre EI estão relacionadas com os anos de experiência (β = 0.22, p = .019), a participação em formação específica (β = 0.20, p = .017) e a experiência com alunos com NEE (β = 0.24, p = .010), enquanto o sexo e a idade não apresentaram efeitos significativos. Devido ao número reduzido de estudos, as variáveis de autoeficácia e conhecimento percebido foram sintetizadas narrativamente, sugerindo uma associação entre as crenças dos docentes e a sua autoeficácia para a prática da EI. Conclui-se que os percursos profissionais dos docentes constituem preditores significativos das crenças inclusivas, destacando a importância de formações e experiências práticas para modificar sistemas de crenças e promover a EI.
- Envolvimento parental, sentimento de pertença à escola e desempenho académico de alunos dos 2º e 3º ciclos do Ensino BásicoPublication . Osório, Tatiana Werneck Sabatié Tavares; Salvador, LilianaO percurso escolar dos alunos é influenciado por um conjunto de fatores individuais, familiares e contextuais, que interagem e impactam o processo de ensino e aprendizagem. Entre esses fatores, o desempenho académico se destaca como uma variável central, comummente utilizada como um indicador de sucesso educativo e adaptação escolar. Contudo, o desempenho académico dos alunos, não pode ser compreendido de forma isolada, sendo influenciado por dimensões afetivas e psicológicas como o envolvimento parental e o sentimento de pertença à escola. O presente estudo teve como principal objetivo analisar as relações entre o envolvimento parental, o sentimento de pertença à escola e o desempenho académico dos alunos dos 2º e 3º ciclos do Ensino Básico em Portugal. Adicionalmente, procurou-se compreender se essas relações diferem consoante o estatuto migrante dos alunos. Participaram neste estudo 463 estudantes, dos quais 121 eram migrantes, que responderam a “Escala de Avaliação do Sentimento de Pertença à Escola” de (Ventura & Lima, 2016), a Escala de Perceção de Práticas de Envolvimento Parental na Escolaridade: “Os meus pais e a minha escolaridade”, e subescala “Sentimentos/ atitudes em relação ao envolvimento parental” (Pereira & Monteiro, 2014), além de um questionário sociodemográfico. Os resultados revelaram que tanto o envolvimento parental, como o sentimento de pertença à escola estão relacionados positivamente com o desempenho académico dos alunos, sendo os alunos com melhor desempenho académico, aqueles com maiores níveis de envolvimento parental e sentimento de pertença à escola. Além disso, os alunos migrantes apresentaram níveis ignificativamente mais baixos em todas as variáveis analisadas, quando comparados com os alunos não migrantes. Por fim, os resultados sublinham a importância do envolvimento parental e do sentimento de pertença à escola como fatores promotores do sucesso académico e do bem-estar dos alunos, e a emergência de práticas escolares mais inclusivas e sensíveis à diversidade cultural.