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- Behavioral budgets and effects of environmental enrichment on the activities of sea otters (Enhydra Lutris) at Oceanário de LisboaPublication . Neto, Rui Francisco; Santos, Manuel Eduardo dosAnimais ao cuidado humano vivem em ambientes artificiais que são previsíveis e estruturados, o que poderá inibir a expressão de vários padrões de comportamento, promovendo desta forma comportamentos anormais e estereotipados. Uma forma de mitigar estes comportamentos é através da aplicação de programas específicos de enriquecimento ambiental, como a introdução de brinquedos. Para uma avaliação mais ampla da adequação dos cuidados prestados às espécies ex-situ e dos impactos associados ao bem-estar, a medição comportamental é essencial. Uma forma de medição, é mediante os budgets comportamentais, a percentagem de tempo dedicada a diferentes comportamentos. Este estudo visa criar um etograma dos comportamentos mais comuns das lontras marinhas do Oceanário de Lisboa, com o intuito de calcular os budgets comportamentais destes animais, e ao mesmo tempo, quantificar e comparar o impacto de diferentes itens de enriquecimento no seu comportamento. Concluiuse com este estudo que as duas lontras passaram uma boa porção de tempo a interagir com os itens de enriquecimento, tendo em consideração o único estudo encontrado sobre este tema. Também ficou claro que quanto maior o brinquedo, maior o número de interações das lontras com o brinquedo. Relativamente às situações de isolamento, ambos os tipos de itens avaliados representaram boas soluções de enriquecimento ambiental, pois apesar das lontras marinhas interagirem mais com os SITs (Ice Treats Pequenos) do que com os BTs (Brinquedos Grandes), se os SITs fossem administrados constantemente poderiam criar ansiedade nestes animais. Assim, a oferta de BTs que ofereçam desafios cognitivos também é fundamental.
- A relação entre os conflitos interparentais e os comportamentos autolesivos : Mediação da comunicação familiar e do pedido de ajuda em adolescentesPublication . Carvalho, Beatriz Nunes Mendes de; Gouveia-Pereira, MariaRESUMO: A literatura existente acerca dos conflitos interparentais evidencia que desavenças conjugais tendem a influenciar o desenvolvimento dos adolescentes. Este estudo propõe reunir e apresentar contributos teóricos, que possibilitem uma melhor compreensão da relação entre os conflitos interparentais e os CAL, atendendo à comunicação familiar e ao pedido de ajuda como variáveis mediadoras. Analisa o impacto que a perceção dos conflitos interparentais tem na diversidade dos CAL. A amostra foi constituída por 437 jovens, com idades compreendidas entre os 13 e os 21 anos, provenientes de diversas instituições de ensino, localizadas em Portugal, aos quais foram aplicados os seguintes instrumentos: ICAL, comunicação (dimensão do FACES IV), CPIP, o questionário do pedido de ajuda e o sociodemográfico. Os resultados mais significativos demonstraram que a existência de conflitos interparentais contribui de forma geral para o aumento dos CAL e também para a diversidade destes comportamentos. Ademais, os resultados comprovaram que a comunicação familiar é um importante fator de atenuação dos efeitos dos conflitos interparentais nos jovens que realizam CAL. Não obstante a importância do pedido de ajuda, o mesmo não se apresentou influenciado pela perceção dos conflitos interparentais nos jovens com CAL, sendo que a continuidade destas investigações, poderá ter um papel fulcral para colmatar a dificuldade sentida pelos jovens ao pedir ajuda.
- Fatores influenciadores do bem-estar psicológico nas condições de trabalho de consultores e gestoresPublication . Idreira, Catarina Santos; Guerreiro, Diana FrasquilhoIntrodução: A função de gestor e consultor em contextos empresariais frequentemente expõe os profissionais a fatores de risco, como stress ocupacional e sobrecarga de trabalho. Essas condições podem impactar negativamente o seu bem-estar, físico e psicológico, incluindo a possível ocorrência de burnout. O presente estudo tem como objetivo explorar a relação entre fatores de risco e de proteção nas condições de trabalho, o bem-estar psicológico e a ocorrência de burnout. Método: A amostra foi composta por 216 participantes. Aplicou-se um questionário sociodemográfico, o Inventário de Saúde Mental, o Copenhagen Psychosocial Questionnaire (Versão curta) e o Oldenburg Burnout Inventory. Resultados: Os resultados referem existir dois tipos de relações estatisticamente significativas entre o nível de bem-estar psicológico e os fatores de risco, sendo estas positivas e negativas. Encontrou-se também relações significativas entre maiores níveis de exposição a fatores de risco e níveis mais elevados de burnout. Os resultados sugerem também que existe uma relação negativa e estatisticamente significativa entre o nível de bem-estar psicológico e o nível de burnout. Observou-se que o efeito do bem-estar psicológico no burnout não varia entre os géneros. Conclusão: Os resultados deste estudo têm implicações diretas para a gestão de recursos humanos e políticas de saúde ocupacional, sugerindo a necessidade de se promoverem ambientes mais saudáveis no trabalho e o bem-estar psicológico dos trabalhadores com medidas preventivas contra as consequências de uma exposição prolongada, por exemplo, o burnout.
- Violência doméstica perpetrada contra pessoas idosas: Análise de processos judiciaisPublication . Cesani, Jéssica Fonseca Pires; Pereira, Maria GouveiaIntrodução: No sentido de aumentar a investigação sobre a violência doméstica perpetrada na população idosa, em Portugal, pretendeu-se identificar e traçar os perfis das vítimas e ofensores, identificar as caraterísticas da vitimação, os fatores de risco individuais e contextuais, as decisões judiciais e analisar a relação entre o grau de ensino das vítimas e as formas de violência. Método: Foram consultados 80 processos crime e acórdãos, pertencentes, maioritariamente, às regiões do Porto e Lisboa. 87 pessoas eram vítimas e 80 ofensores. Foi construída uma grelha de codificação para recolher os dados. Resultados: Verificou-se que as vítimas tinham idades compreendidas entre os 60 e os 91 anos, eram, maioritariamente, casadas/em união de facto, com baixa escolaridade e reformadas. Os ofensores tinham idades entre os 29 e os 85 anos, eram, maioritariamente, divorciados, com baixa escolaridade e empregados. A relações mais estabelecidas foram ex cônjuges/ex companheiros e cônjuges/companheiros. A situação de vitimação durou, grosso modo, entre 2 e 6 anos, foi continuada e predominaram a violência psicológica e física. Foram identificados fatores de risco individuais e contextuais na presente amostra. As penas principais tiveram uma duração média de 2 a 2,9 anos, sendo a suspensão da execução da pena de prisão a pena de substituição mais prevalente. Foi encontrada uma associação significativa entre o grau de ensino das vítimas e a violência financeira. Conclusão: Apesar das limitações, este estudo acabou por constituir uma mais valia na compreensão deste fenómeno. Dada a importância desta problemática, sugere-se a realização de mais estudos, especialmente em Portugal.
- Transgeracionalidade das ACEs e o impacto nas dinâmicas relacionais dos filhosPublication . Cano, Maria Melo Palma Soto; Brandão, Tânia Raquel PaisEste estudo investiga a transgeracional das Experiências Adversas na Infância (ACEs) e o impacto destas nas dinâmicas relacionais dos filhos adultos. Embora a literatura existente enfatize consistentemente os efeitos das ACEs no comportamento e na saúde mental, ainda existe uma lacuna significativa na compreensão de como os indivíduos que foram criados sob a influência das ACEs regulam suas emoções e percebem suas dinâmicas relacionais. Especificamente, esta pesquisa investiga se os jovens adultos que vivenciaram ACEs continuam padrões de comportamento observados durante a infância e desenvolvem estratégias de regulação emocional inadequadas que podem influenciar as suas interações com os outros. Para abordar essa lacuna de conhecimento, o estudo examinou as experiências de 98 jovens adultos com idades entre 18 e 25 anos e 28 pais desses jovens adultos com idades entre 44 e 63 anos. Os participantes completaram escalas de autorrelato, incluindo medidas de ACEs, regulação emocional e avaliações das dinâmicas de relacionamento. Os resultados indicam uma associação significativa entre o abuso dos pais e o abuso dos filhos (r = .604, p <.001), negligência dos filhos (r = .375, p < .05) e ambientes familiares disfuncionais (r = .382, p < .05). Além disso, tanto a supressão emocional (r = .22, p < .05) quanto a reavaliação cognitiva (r = .21, p < .05) se associaram a melhor dinâmicas relacionais. Quando considerado o papel das ACEs dos filhos e da sua regulação emocional enquanto fatores explicativos das dinâmicas familiares, é a experiência de abuso que emerge como fator significativo na explicação dessa associação. Esses resultados têm implicações importantes para aplicações práticas, destacando a importância de compreender as ACEs e o papel da regulação emocional na melhoria dos relacionamentos de jovens adultos que vivenciaram ACEs durante a sua infância.
- O consumo de substâncias em adolescentes e jovens adultos: qual o papel da ansiedade social e da autoestimaPublication . Diogo, Duarte Alexandre Ricardo; Jesus, Artur Miguel Trigo Cândido da Silva deÂmbito: A ansiedade social tem sido associada com o consumo de substâncias de forma inconsistente. É possível que a autoestima influencie a ansiedade social e o consumo de substâncias, pelo que se torna importante avaliar a relação entre estas três variáveis em conjunto. Objetivo: Avaliar se existe uma relação entre a autoestima, a ansiedade social e o consumo de álcool, tabaco e canábis. Amostra: Foram recolhidas respostas no Google Forms, de 347 participantes com idades compreendidas entre os 15 e os 30 anos, residentes em Portugal há pelo menos cinco anos. Instrumentos: Os questionários utilizados foram o Liebowitz Social Anxiety Scale, o Rosenberg Global Self Esteem Scale, o Alcohol Use Disorders Identification Test, o Fagerström Test for Nicotine Dependence e o Cannabis Use Problems Identification Test. Resultados: A baixa autoestima está fortemente correlacionada com a ansiedade social. Além disto, a baixa autoestima foi associada a um maior consumo de substâncias, sugerindo que estas pessoas estão em maior risco de consumir substâncias do que as pessoas com níveis de autoestima superiores. Contrariamente ao que se esperava, a ansiedade social não foi associada ao consumo de substâncias. Por fim, o sexo masculino foi também associado a um maior consumo de substâncias. Conclusões: Os indivíduos do sexo masculino com baixa autoestima encontram-se em maior risco de consumir substâncias, pelo que estes devem ser os destinatários preferenciais de iniciativas de educação para a saúde, de forma a consciencializá-los das consequências do consumo excessivo de substâncias. Além disso, este estudo destaca a importância da adoção de estratégias que aumentem a autoestima, pois esta pode ser uma forma de ajudar e lidar com a ansiedade social e o risco de consumir substâncias.
- “O lado oculto de um sistema de género” O Papel da Vergonha no Stresse dos Papéis de Género e na Violência das Relações Amorosas dos JovensPublication . Silveira, Sofia Falcão; Pereira, Maria GouveiaOs efeitos dos papéis de género arraigados na sociedade, como o stresse e a vergonha, têm o potencial de afetar dinâmicas individuais e interpessoais. Ainda nesta linha e considerando a relevância de compreender os fatores subjacentes à violência nas relações amorosas dos jovens, esta investigação teve como principal objetivo analisar o impacto do stresse dos papéis de género nesta violência– na perspetiva do agressor e da vítima – e, analisar se a vergonha atua como mediadora. O presente estudo contou com 147 participantes, com idades entre os 18 e os 25 anos, residentes em Portugal há pelo menos 3 anos e que estão num relacionamento amoroso há pelo menos 6 meses. Os participantes foram recrutados via online e responderam à Escala da Vergonha Global (Externa e Interna) e à Versão Resumida da Escala Multidimensional de Violência no Namoro. Conforme o sexo, responderam à Escala de Stresse do Papel de Género Masculino e à Escala de Stresse do Papel de Género Feminino. No sexo masculino, as análises de mediação não foram confirmadas. No entanto, sentir stresse em contextos de subordinação à mulher e expressividade emocional correlacionam-se com a violência enquanto agressor. No sexo feminino, sentir stresse de agir assertivamente, quando mediado pela vergonha, tem impacto na violência enquanto vítima, e enquanto agressora. Este estudo implica que determinadas normas de género têm consequências emocionais adversas. Apesar da violência ser pouco reportada pela amostra, estas consequências podem contribuir para a sua perpetuação e vitimização.
- Fatores que os psicoterapeutas consideram contribuir para os resultados de sucessoPublication . Reis, Ana Margarida Barbado dos; Sousa, Daniel Cunha Monteiro DeOs terapeutas são considerados agentes determinantes na eficácia da psicoterapia. Contudo, são ainda necessários estudos que explicitem a visão dos terapeutas sobre o que mais contribui para o seu desenvolvimento profissional. Objetivos: O presente estudo qualitativo pretendeu identificar que fatores os terapeutas consideram contribuir para resultados de sucesso na sua prática. Método: Seis entrevistas individuais, com treze questões orientadoras que foram analisadas segundo a metodologia qualitativa do método fenomenológico. Resultados: Os terapeutas consideram como fatores que contribuem para os melhores resultados terapêuticos: o bem-estar geral do terapeuta, o tempo e as condições adequados que permitam atender a todos os encargos e responsabilidades inerentes à prática, a partilha/o trabalho em equipa e a formação contínua. Conciliar a vida profissional e pessoal, lidar com outros elementos relacionados com cada caso, cumprir todas as tarefas que a profissão exige com condições desadequadas, são as dificuldades apresentadas pelos terapeutas e, segundo eles, fatores que conduzem ao cansaço físico e psicológico que terá implicações nos resultados terapêuticos.
- As competências sociais e emocionais em reclusos de sexo masculinoPublication . Ferreira, Maria MarquesAs competências sociais e emocionais são imprescindíveis para o desenvolvimento saudável e integração social. Nesse sentido, o presente estudo teve como objetivo principal compreender quais são as diferenças das competências sociais e emocionais na população reclusa masculina entre quem cometeu crimes violentos e crimes não violentos, assim como perceber a diferença nestas competências entre os reclusos masculinos que já participaram em programas de intervenção em contexto prisional e os restantes reclusos. A amostra recolhida compreende um total de 206 reclusos do sexo masculino, que foram avaliados em Estabelecimentos Prisionais da área metropolitana de Lisboa. Os resultados obtidos demonstram não existir diferenças significativas na comparação entre reclusos que cometeram crimes violentos e não violentos, mas relativamente à participação dos reclusos nos diversos programas de intervenção verificaram-se diferenças significativas nas dimensões Autoconceito, Consciência Social e Comportamento Pró-Social e Tomada de Decisão, com valores superiores nos reclusos que não participaram nos programas. Este estudo sugere que a alocação dos programas de intervenção está relacionada com os fatores intrínsecos e extrínsecos ao recluso, sendo que os técnicos dos estabelecimentos prisionais devem ter em atenção esses fatores. Desta forma, é importante que os estabelecimentos prisionais possuam meios necessários para que os reclusos possam desenvolver as capacidades das quais carecem para uma reintegração social completa.
- O impacto das substâncias psicoativas no funcionamento executivo e na cognição socialPublication . Medeiros, Maria Alexandra Leite; Bernardino, Inês de SousaO impacto do consumo de substâncias psicoativas no funcionamento executivo e na cognição social tem sido pouco explorado na literatura e constitui uma questão com implicações importantes no funcionamento quotidiano destas pessoas. O presente estudo visa investigar a hipótese de que indivíduos consumidores de substâncias psicoativas ilícitas possam apresentar alterações nas funções executivas, mas também défices na capacidade de imputação de estados mentais aos outros e a si mesmo (Teoria da Mente). Foi utilizada uma amostra portuguesa de 31 participantes, de ambos os sexos, com atuais consumos de substâncias psicoativas com o objetivo de aferir o seu desempenho numa bateria de testes neuropsicológicos (Stroop Color Word Test, Bateria de Avaliação Frontal (FAB), Read the Mind in the Eyes Test (RMET), Montreal Cognitive Assessment (MoCA), Teste de Leitura de Palavras Irregulares (TeLPI), Inventário de Personalidade NEO Revisto (NEO-FFI), Inventário de Sintomas Psicopatológicos (BSI), Alcohol Use Disorders Identification Test (AUDIT), em comparação com valores referência padronizados retirados da literatura. Tal como previsto, os participantes apresentaram um baixo desempenho em todos os instrumentos administrados, à exceção do TeLPI, onde foi encontrada uma inteligência pré-mórbida dentro da média. Verificaram-se alterações ao nível das funções executivas, verificando-se de resultados inferiores nos testes de STROOP e FAB, mas também da cognição social, em particular em competências de Teoria da Mente avaliadas pelo RMET. Uma compreensão mais aprofundada das funções executivas afetadas em indivíduos que consomem substâncias psicoativas, tem o potencial de contribuir para o desenvolvimento de propostas de intervenções psicológicas e sociais objetivamente mais adequadas às necessidades específicas destas populações. Estudos futuros deverão aprofundar estas questões com recurso a amostras de maior dimensão e grupo de controlo que permita uma comparação direta.