Neurociências
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Browsing Neurociências by Field of Science and Technology (FOS) "Ciências Naturais::Ciências Biológicas"
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- Regulação do mate-choice copying por neurónios apetitivos ou neurónios aversivos de dopamina em Drosophila melanogasterPublication . Marcos, Joana Teixeira de Melo Palma; Varela, SusanaO presente estudo descreve o papel de neurónios específicos de dopamina na regulação da aprendizagem social, em contexto sexual, em Drosophila melanogaster. A dopamina (DA) é um neuro-modulador que controla a formação de memórias associativas, com valência positiva (memórias apetitivas) ou negativa (memórias aversivas) durante o processo de aprendizagem associal, e a nossa pergunta é se o mesmo mecanismo também ocorre na aprendizagem social. Como paradigma de aprendizagem social, utilizámos o mate-choice copying (MCC), que é uma forma de aprendizagem social por observação das interações sexuais entre conspecíficos, e que se sabe ser regulado pela dopamina. Como controlo, utilizámos o teste de independent mate choice (IMC), que avalia a preferência inata das fêmeas por machos com fenótipos distintos, neste caso fenótipos artificiais de cor azul e rosa. Replicámos estes dois paradigmas comportamentais num grupo controlo (uma linha heterozigótica, a Canton-Special, ou CS), e em duas linhas transgénicas com neurónios dopaminérgicos desativados: a linha PAM para os neurónios apetitivos, e a linha PPL1 para os neurónios aversivos. Os resultados mostram que a linha CS faz MCC, a linha PAM não faz e a PPL1 parece fazer, mas este último resultado não é conclusivo, provavelmente porque o tamanho da amostra é pequeno. Sabendo que as memórias apetitivas são importantes nos processos motivacionais, incluindo a motivação para o acasalamento, a formação de memórias apetitivas durante o MCC é certamente um mecanismo adaptativo. Por essa razão, poderá haver um menor contributo das memórias aversivas, contudo, o nosso estudo deixa essa hipótese ainda em aberto.
- A sinalização semelhante à oxitocina modula a transmissão social do estresse no peixe-zebraPublication . Peres, Géssica; Kareklas, KyriacosUma emoção é um estado mental transitório que impulsiona o comportamento adequado frente aos desafios do ambiente social, desencadeado por estímulos externos que causam mudanças corporais no sujeito e que podem ser reconhecidas e transmitidas a outros indivíduos, processo denominado contágio emocional. O contágio emocional tem sido estudado em diferentes espécies, com evidências de que não é uma habilidade exclusiva dos humanos, mas uma habilidade evolutivamente conservada entre os animais sociais. Para que um grupo funcione e sobreviva, os indivíduos precisam discriminar diferentes estímulos em seu ambiente social e tomar decisões rápidas, utilizando informações de seus coespecíficos. No entanto, ainda não está claro como a informação é transmitida entre os indivíduos de um grupo e quais são os mecanismos subjacentes. Devido ao vasto papel da oxitocina na regulação de vários aspectos do comportamento social entre os táxons, particularmente na atribuição de saliência e motivação da conformidade do grupo, hipotetizamos que no peixe-zebra, a oxitocina também pode estar envolvida nesses mecanismos. Aqui, usamos uma linha mutante do receptor de oxitocina (oxtr) para avaliar se o contágio emocional no peixe-zebra depende do tamanho do grupo e se as mudanças na estratégia cognitiva implicam na sinalização da oxitocina. Para isso, usamos reproduções de vídeo de peixe-zebra. Nossos resultados demonstraram que o contágio emocional do estresse é exibido pelo peixe-zebra, o que constitui uma capacidade de aprendizagem social. Além disso, demonstramos que o contágio emocional tem função adaptativa e exige estratégias de conformidade social, pois facilita a transferência e propagação de informações sociais, promovendo a sobrevivência do grupo. Nossos resultados também sugerem que esses mecanismos são modulados pelo sistema oxitocinérgico.
- The role of oxytocin in reproductive success and mating behavior in ZebrafishPublication . Francisco, Samantha Martins; Oliveira, Rui FilipeA oxitocina é um neuropeptídeo que desempenha um papel em uma variedade de comportamentos sociais, incluindo ligação de pares e cuidado parental. No entanto, seu papel no comportamento reprodutivo e de acasalamento é menos compreendido. Esta tese investigou o papel da oxitocina no comportamento reprodutivo e de acasalamento em peixes-zebra. Peixes-zebra com uma mutação knockout que elimina a produção do ligante da oxitocina, apresentaram fertilidade reduzida (ovos fertilizados) e fecundidade (ovos postos). Isso foi verdade para cruzamentos entre knockouts e cruzamentos entre knockouts (machos ou fêmeas) com wild-types (machos ou fêmeas), enquanto os cruzamentos entre wild-types tiveram o maior número de ovos postos e fertilizados. Quanto ao comportamento de acasalamento como a duração de circulação, alinhamento lateral e liderança/seguimento, que são comportamentos iniciados pelo macho, estes também foram significativamente reduzidos em peixes-zebra machos knockouts. Além disso, a duração da liderança/seguimento foi considerada um preditor significativo da taxa de fertilidade, enquanto todos os quatro preditores (circulação, liderança, alinhamento lateral, genótipo) foram considerados preditores significativos de ovos postos e todos, exceto circulação, para ovos fertilizados. Estes achados sugerem que a oxitocina desempenha um papel significativo no comportamento de acasalamento e no sucesso reprodutivo em peixes-zebra. Contudo, mais investigações são necessárias para entender os mecanismos específicos pelos quais a oxitocina influencia esses comportamentos. No entanto, os achados desta tese fornecem um ponto de partida valioso para pesquisas futuras.