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- A sinalização semelhante à oxitocina modula a transmissão social do estresse no peixe-zebraPublication . Peres, Géssica; Kareklas, KyriacosUma emoção é um estado mental transitório que impulsiona o comportamento adequado frente aos desafios do ambiente social, desencadeado por estímulos externos que causam mudanças corporais no sujeito e que podem ser reconhecidas e transmitidas a outros indivíduos, processo denominado contágio emocional. O contágio emocional tem sido estudado em diferentes espécies, com evidências de que não é uma habilidade exclusiva dos humanos, mas uma habilidade evolutivamente conservada entre os animais sociais. Para que um grupo funcione e sobreviva, os indivíduos precisam discriminar diferentes estímulos em seu ambiente social e tomar decisões rápidas, utilizando informações de seus coespecíficos. No entanto, ainda não está claro como a informação é transmitida entre os indivíduos de um grupo e quais são os mecanismos subjacentes. Devido ao vasto papel da oxitocina na regulação de vários aspectos do comportamento social entre os táxons, particularmente na atribuição de saliência e motivação da conformidade do grupo, hipotetizamos que no peixe-zebra, a oxitocina também pode estar envolvida nesses mecanismos. Aqui, usamos uma linha mutante do receptor de oxitocina (oxtr) para avaliar se o contágio emocional no peixe-zebra depende do tamanho do grupo e se as mudanças na estratégia cognitiva implicam na sinalização da oxitocina. Para isso, usamos reproduções de vídeo de peixe-zebra. Nossos resultados demonstraram que o contágio emocional do estresse é exibido pelo peixe-zebra, o que constitui uma capacidade de aprendizagem social. Além disso, demonstramos que o contágio emocional tem função adaptativa e exige estratégias de conformidade social, pois facilita a transferência e propagação de informações sociais, promovendo a sobrevivência do grupo. Nossos resultados também sugerem que esses mecanismos são modulados pelo sistema oxitocinérgico.
- Partilhar ou Não Partilhar : Impacto das características dos destinatários e do florescimento relacional no comportamento de partilha em crianças de 6 e 7 anosPublication . Neves, Diana Sofia Santos Jacinto Nunes; Menéres, SofiaO comportamento pro social tem sido alvo de diversos estudos pela sua importância na psicologia do desenvolvimento (Carlo & Koller, 1998; Hastings, Utendale & Sullivan, 2007). Na literatura parecem surgir algumas inconsistências. O objetivo deste estudo é investigar se o comportamento de partilha varia com a idade da criança, se as crianças variam na forma como partilham recursos, em função de diferentes características do destinatário e se o florescimento relacional dos pais está associado ao comportamento de partilha nas crianças. Neste estudo, participaram 30 crianças com 6 e 7 anos (M=6,47; DP= 0,51) e seus respetivos pais. O comportamento de partilha foi avaliado através do Jogo do Ditador, uma versão desenvolvida por Malti e colaboradores (2016) e o florescimento relacional foi avaliado através da Relational Flourshing Scale (RFS), traduzida e adaptada para a população portuguesa (Alves, Alves, Jesus & Gouveia, 2018). Os resultados revelam que as crianças favorecem mais os destinatários “em necessidade” e penalizam mais os destinatários “moralmente não merecedores”. Quanto ao florescimento relacional, parece não haver relação direta com o comportamento de partilha.
- Teatro Playback: Um espaço terapêutico?Publication . Pereira, Tiago Xavier Mesquita; Gonzalez, António José César de AlmeidaProblema: O Teatro Playback (TP) é uma modalidade de teatro improvisado, que utiliza narrativas pessoais da audiência como “matéria-prima” para as representações dramáticas. O TP tem sido utilizado em diversos settings clínicos, e vários estudos salientam os seus benefícios tanto ao nível individual como grupal. Em Portugal, poucos estudos foram realizados que explorassem os seus potenciais terapêuticos. Objetivo: Este estudo propõe-se a explorar a experiência subjetiva dos participantes num grupo de TP, com frequência semanal, e compreender a pertinência desta prática num setting clínico. Método: É utilizada uma metodologia qualitativa, de análise temática, incidindo sobre um focus group realizado com 10 dos participantes do grupo. O grupo é composto por 2 participantes do sexo masculino e 8 do feminino, cujas idades estão compreendidas entre os 19 e 58 anos. Resultados: Foram levantados 3 temas e 10 subtemas: 1) “reconhecimento da dimensão terapêutica”; 1.1) “a coesão grupal”; 1.2) “o grupo como continente”; 1.3) “o ritual”, onde é traçada uma semelhança com o setting psicoterapêutico; 1.4) “a heterogeneidade”; 2) “uma história partilhada”, onde é realçada a importância das narrativas para a constituição do grupo; 2.1) “a minha vida enquanto história”, as narrativas e o self; 2.2) as narrativas como “um lugar de encontro emocional”; 3) “o corpo das histórias” refere-se à dimensão estética; 3.1) a representação como “extensão/interpretação/complemento”; 3.2) “a materialização do mundo interno”; e 3.3) “a importância do não-verbal”.
- O papel mediador da qualidade da relação entre o cuidador e a pessoa cuidada na relação da sobrecarga com o burnout e o bem-estar subjetivoPublication . Pereira, Tatiana Alexandra Santos; Pereira, Maria GouveiaEsta investigação tem como propósito averiguar o efeito mediador da Qualidade da Relação entre o Cuidador e a Pessoa Cuidada na relação entre a Sobrecarga e o Burnout e a Sobrecarga e o Bem-Estar Subjetivo nos cuidadores informais. Participaram na investigação 75 cuidadores informais, dos quais 65 mulheres (86,7%) e 10 homens (13,3%), sendo que a grande maioria dos participantes reside na zona de Lisboa. A idade dos mesmos variou entre os 22 e os 77 anos (M= 50,03; DP=11,31). A participação neste estudo consistiu no preenchimento transversal de um conjunto de instrumentos – Questionário Sociodemográfico, Questionário de Avaliação da Sobrecarga para Cuidadores Informais (2015), Escala da Qualidade da Relação entre o Familiar Cuidador e a Pessoa Cuidada (2019), Inventário de Burnout de Maslach (1986), Escala de Satisfação com a Vida (1985) e a Escala de Experiências Positivas e Negativas (2009). Como esperado, os resultados indicam que as variáveis em análise estão correlacionadas. Verificou-se que a Sobrecarga está relacionada significativamente com o Burnout, o Balanço Afetivo e a Qualidade da Relação Cuidador-Pessoa Cuidada. A par disto, verificou-se que a Qualidade da Relação se encontra associada ao Burnout, no entanto não parece ter impacto no Bem-Estar Subjetivo. Assim, esta ausência de relação revela que a Qualidade da Relação não consegue explicar a relação entre a Sobrecarga e o Bem-Estar Subjetivo. A análise dos modelos de mediação para as demais variáveis, permitiu concluir que a Qualidade da Relação entre o Cuidador Pessoa Cuidada medeia totalmente a relação entre a Satisfação com o Papel e o Familiar e a Realização Pessoal.