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- Qualidade das relações de vinculação e regulação emocional em crianças de idade pré-escolarPublication . Matos, Ana Catarina Oliveira; Santos, António JoséA teoria da vinculação e a importância da qualidade das relações primárias tem sido amplamente estudada e relacionada com vários fatores do desenvolvimento da criança. Diversos estudos foram desenvolvidos no sentido de compreender o impacto desta variável no desenvolvimento sócio emocional, capacidade determinante da qualidade das interações sociais da criança. Contudo, poucos investigaram o impacto destas primeiras experiências de vinculação no posterior desenvolvimento emocional, nomeadamente na capacidade de regulação das emoções, objetivo fundamental para o desenvolvimento sócio emocional das crianças. O presente estudo pretende explorar de que forma a qualidade das relações de vinculação se relaciona com a capacidade das crianças regularem as sua próprias emoções. Participaram neste estudo 87 crianças de idade pré-escolar às quais foram aplicados os seguintes instrumentos: Attachment Story Completion Task (Bretherton, Ridgeway & Cassidy, 1990) para aceder à qualidade das representações de vinculação e Emotion Regulation Q-Sort Scale (Shields & Cichetti,1997) para avaliar os perfis de personalidade individual das crianças. Os resultados mostraram uma correlação positiva entre as duas variáveis (qualidade de vinculação e regulação emocional), o que significa que quanto maior a qualidade da vinculação maior a capacidade das crianças desenvolverem estratégias que lhes permitam uma regulação emocional adequada. Assim, conclui-se que a perceção de uma qualidade de vinculação positiva e segura influencia a utilização de estratégias de coping utilizadas que irão ter impacto no desenvolvimento do conhecimento emocional das crianças.
- Impacto das atitudes de terapeutas e clientes na satisfação com a terapia por videoconferênciaPublication . Pires, Filipa Alexandra FerrãoProblema. A procura por terapias à distância via videoconferência tem aumentado nos últimos meses, no entanto, a literatura desta temática ainda é escassa. De forma, a promover a boa prática clínica, é importante compreender as potencialidades e os limites desta modalidade e quais as atitudes que, terapeutas e clientes, detêm sobre a mesma. Objetivo. O presente estudo visa compreender o impacto que as atitudes, de terapeutas e clientes, têm na satisfação com a terapia à distância por videoconferência, e de que forma é que a aliança terapêutica pode moderar esta relação. Método. Utilizou-se uma amostra composta por 54 clientes e 8 psicoterapeutas. Foram aplicadas medidas de autorrelato referentes às suas atitudes, aliança terapêutica, satisfação e despiste de sintomas psicopatológicos. Resultados. As atitudes de valor do aconselhamento online dos clientes associam-se com a aliança terapêutica, o modelo de regressão explica 13.3% da variação. No entanto, as atitudes dos clientes não foram preditores da sua satisfação com a terapia por videoconferência e, não variam em função das atitudes dos terapeutas. Discussão. Os resultados destacam a importância da aliança terapêutica na terapia por videoconferência e no seu resultado terapêutico, nomeadamente, na satisfação do cliente com a terapia.
- Competências da prática clínica na atuação em teatro playbackPublication . Bebiano, Carolina dos Santos; Gonzalez, António José César de AlmeidaO presente estudo teve como principal intuito explorar competências essenciais à comunicação e processo terapêutico, recorrendo aos modelos de Bion, entre eles o de modelo continente-conteúdo, de capacidade negativa e o conceito de sem memória, sem desejo, sem ânsia de compreensão. Investigamos se o processo e comunicação terapêuta-paciente são semelhantes ao processo e comunicação ator-público no Teatro Playback. Para tal, utilizamos o método de investigação qualitativa de análise temática e entrevistamos atores e atrizes participantes do grupo de Teatro Playback do dISPAr Teatro - o Projecto Eco. Foram levantados 3 temas principais: a função continente, a capacidade negativa e o conceito de sem memória, sem desejo, sem ânsia de compreensão. Os resultados do estudo mostraram semelhanças nas competências presentes no processo e comunicação entre terapêuta-paciente e ator-público no Teatro Playback, sugerindo assim a hipótese do Teatro Playback servir como ferramenta facilitadora do desenvolvimento de competências à prática clínica.
- Autonomia traço percecionada e qualidade de vida reportada em adultos com deficiência visual moderadaPublication . Costa, Inês Castanheira; Garcia-Marques, TeresaConforme a deficiência visual moderada se torna uma realidade mais frequente, devido ao rápido envelhecimento da população, e mais próxima, através do tema da inclusão, importa compreender como construtos, como a qualidade de vida e a autonomia traço (Teoria da Autodeterminação) se relacionam numa população com características tão específicas quanto esta. Para tal é necessária a adaptação dos instrumentos tradicionais para um formato acessível e autoadministrável. Este estudo procura analisar a relação entre autonomia traço percecionada e nível de qualidade de vida reportado, através da aplicação de uma versão do IFA e do QQVBV, adaptada para língua portuguesa e para uso digital. Os participantes (N=25) foram contactos através das instituições/associações, a que recorrem devido à sua deficiência visual, com o intuito de participar no estudo via online na plataforma Qualtrics. Responderam, aos dois instrumentos que consistiam em 40 itens (15 + 25 respetivamente), com escala de resposta tipo Likert de 1 a 5, mais quatro perguntas sociodemográficas. Ao contrário do esperado, verificou-se uma relação negativa entre a autonomia traço percecionada e a qualidade de vida reportada. O instrumento IFA apresentou baixa fiabilidade (α = .717), posteriormente retirou-se a subescala Suscetibilidade a controlo garantindo uma fiabilidade moderada a elevada (α = .828). O QQVBV obteve uma fiabilidade alta (α = .95). A baixa pontuação global do instrumento e redução de subescalas pode explicar o efeito negativo na relação. Ainda, a adaptação para português e para uso online não foi a mais adequada.
- E o que nos guia quando penas coisas nos pesam? O papel mediador do sentido de vida e do apoio social na relação entre os aborrecimentos diários e a sintomatologia depressivaPublication . Queirós, Francisco dos Santos Rocha de Pina; Gouveia, Maria João Pinheiro MoraisIntrodução: Os aborrecimentos diários são considerados os maiores preditores de saúde entre todos os stressores existentes e, consequentemente, uma das maiores causas de alguns dos maiores problemas de saúde a nível mundial, como é o caso da depressão e da sua sintomatologia. Todavia, as metodologias utilizadas até então não têm tido em conta as diferentes propriedades e categorias que constituem este tipo de stressores, nem a complexidade dos mediadores que atuam sobre esta relação. Objetivos: Compreender a associação entre as propriedades e categorias dos aborrecimentos diários com a sintomatologia depressiva, assim como o papel do sentido de vida e do apoio social enquanto mediadores da relação existente entre estas duas variáveis. Método: Uma amostra de 508 cidadãos residentes em Portugal (18- 86 anos, M = 34.01, DP = 16.42), preencheram uma adaptação do questionário utilizado para medir os aborrecimentos diários no estudo de McIntyre et al. (2008), a Center of Epidemiologic Studies Depression Scale, a Multidimensional Existential Meaning Scale e a Multdimensional Scale of Perceived Social Support. Resultados: Todas as propriedades e a maior parte das categorias demonstram estar significativamente associadas à sintomatologia depressiva. O significado e a coerência, ao contrário do propósito, mediaram a relação entre grande parte das propriedades e categorias dos aborrecimentos diários com a sintomatologia depressiva. Todas as fontes de apoio social mediaram negativamente a relação entre aborrecimentos interpessoais e a sintomatologia depressiva. Discussão: O significado, a coerência e o apoio da família parecem desempenhar um papel importante na redução do efeito dos aborrecimentos diários na sintomatologia depressiva.
- Mens sana in corpore sano: Fatores associados ao comportamento de atividade física durante a pandemia da COVID-19 numa amostra da população portuguesaPublication . Oliveira, Carlota Duarte Belo de; Gouveia, Maria João Pinheiro MoraisThe emergence of Covid-19 and the measures aimed at its containment affected individuals' physical activity (PA) habits. Having recognized its benefits and protective effect on health, exploring the factors associated with PA during the pandemic becomes crucial in terms of public health. This study aims to investigate, in a sample of the Portuguese population, with an ecological framework and based on the PAM model, which factors are associated with the various PA patterns during the pandemic, in particular its maintenance, and the main perceived barriers and strategies used to overcome them. A sample of 735 adults completed an online questionnaire between March 21 and April 04 2021, with measures of moderate to vigorous physical activity (MVPA) during the second confinement and pre-pandemic, sociodemographic, related to Covid-19, psychological (e.g., self-efficacy, motivation, intention), social (e.g., dependent child, dog ownership) and environmental factors (e.g., access to equipment and training programs) as well as stressful life events, perceived barriers and implemented strategies. Descriptive statistical analysis, group comparison tests and regression analysis were performed. The variation in MVPA levels was not significant and most participants were successful maintainers. Key factors associated with all dimensions of the ecological model emerged, with variables of psychological nature especially relevant in PA maintenance. Interventions focused on the predictors identified as significant can contribute to maintaining and strengthening PA during the pandemic along with the return to normality.
- Factores persuasivos em contexto terapêuticoPublication . Almeida, Joana Isabel Ramos de; Garcia-Marques, TeresaNa atualidade, observa-se uma procura incessante de terapia, tornando-se fundamental perceber quais os fatores persuasivos que promovem a continuidade do tratamento em contexto terapêutico. A literatura do campo de persuasão destaca não apenas critérios relevantes, mas também outras características do contexto que poderiam passar por irrelevantes como tendo um papel na atitude das pessoas. Neste caso fatores como a idade do terapeuta ou a limpeza do seu consultório poderiam influenciar o desenvolvimento do processo terapêutico. Neste trabalho procuramos perceber quais as características do terapeuta e, do seu consultório que podem ter relevância persuasiva para o envolvimento e resultado de um processo terapêutico. Neste estudo utilizou-se uma amostra aleatória de 51 participantes, sendo aplicado um questionário que integra questões sobre características do terapeuta, nomeadamente, idade, género, aparência, atratividade física, agradabilidade no trato, relação empática, calma, entusiasmo, empenho e credibilidade; e características do consultório, como ambiente agradável, descontraído, com a presença de diploma, limpo, confortável, com decoração apropriada, espaço adequado, arejado, iluminado e grau de insonorização. Acedeu-se a avaliação dessas características e da sua relevância quer par ao primeiro contato terapêutico (M1) quer para o último (M2). Na análise de dados, analisamos a avaliação e relevância relativa de cada uma das variáveis em estudo e comparámos as avaliações realizadas em M1 e M2, analisamos se poderiam ter influência na escolha do terapeuta e, consequentemente na satisfação com o processo terapêutico. Os participantes salientaram no terapeuta a sua agradabilidade, empatia e calma e no consultório o seu grau de limpeza, conforto, adequação e insonorização. A relevância da idade e da agradabilidade do terapeuta aumenta do M1 para o M2, e da limpeza do consultório diminui no M2 enquanto a insonorização aumenta. Existe uma relação entre a avaliação positiva das características do terapeuta e a satisfação final com o processo terapêutico. Os dados são discutidos nas suas relações com a anterior literatura e suas implicações práticas.
- O papel mediador da regulação emocional do adolescente na relação entre os estilos parentais e o bem-estar dos jovensPublication . Silva, Joana Isabel PereiraAos olhos da sociedade, a adolescência é considerada um conjunto de alterações que o adolescente sofre ao longo do tempo tornando esta etapa complexa e levando à constante adaptação e regulação do jovem. Para que o adolescente beneficie de um melhor desenvolvimento, é importante a participação da família ao longo desta fase, uma vez que a natureza das relações influência diretamente o desenvolvimento dos sujeitos. Além disso, as relações parentais são ainda consideradas um dos fatores principais que influenciam a saúde mental dos jovens. Esta investigação tem como objetivo principal analisar o papel mediador da regulação emocional do adolescente na relação entre os estilos parentais e o bem-estar emocional, psicológico e social do jovem. Participaram neste estudo 351 adolescentes com idades compreendidas entre os 14 e 21 anos (M= 18,7). De modo a verificarmos este objetivo, foram aplicados 3 questionários para além dos dados sociodemográficos: Questionário de Estilos Educativos Parentais Revisto (QEEP-r); Questionário da regulação das emoções 2; Escala Contínua da Saúde Mental – versão reduzida (Jovens) (MHC-SF). Os resultados deste estudo indicam como esperado, que as variáveis em análise estão correlacionadas. A análise dos modelos de mediação para as variáveis, permitiu concluir que existe uma mediação parcial da Regulação Emocional na relação entre os estilos parentais e o Bem-estar emocional, psicológico e social dos jovens. Adicionalmente foi ainda verificada a existência de uma diferença significativa na perceção que os adolescentes fazem do estilo parental do pai e da mãe, contudo é importante referir que o sexo do próprio individuo não teve impacto.
- Impacto da persuasão e da aliança terapêutica em psicoterapiaPublication . Baptista, Ana Raquel; Sousa, Daniel Cunha Monteiro deProblema: A persuasão em terapia, tema pouco explorado, torna-se pertinente estudar a sua correlação com a aliança terapêutica. Além disso, uma vez que a aliança terapêutica é um dos preditores mais fiáveis e robustos de resultados em todas as modalidades psicoterapêuticas, foi urgente compreender o impacto da persuasão da construção da aliança num contexto terapêutico. Objectivo: A relação terapêutica tem sido explorada para compreender que dimensões têm impacto na construção da relação terapêutica, nomeadamente a persuasão e o seu impacto na formação de alianças terapêuticas. O impacto destas dimensões foi assim estudado para compreender melhor como uma dimensão impacta a outra. Assim sendo, se o psicólogo receber formação sobre persuasão e como aplicá-la em terapia, o psicólogo terá mais probabilidades de estabelecer uma boa aliança terapêutica. Método: Catorze vídeos de várias consultas psicoterapêuticas foram seleccionados aleatoriamente a partir da base de dados da APPA. Os instrumentos utilizados para a recolha de dados foram a escala Working Alliance Inventory - Observer Version - Short Form (WAIO-S) e a Therapists Persuasiveness Rating Scale (TPRS). Os dados foram analisados utilizando procedimentos estatísticos com o software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS). Resultados: Os resultados obtidos revelam que a persuasão está associada à aliança terapêutica desenvolvida durante as sessões terapêuticas. Existe uma correlação e influência significativa entre as duas variáveis. Emergiram outros resultados que, revelaram a existência de uma forte indicação de que a posição do terapeuta tem uma maior expressividade no reforço da aliança
- Covid-19 a privação de toque e de afeto na quarentena tornou as pessoas mais afetuosasPublication . Alves, Cristiana Filipa Correia; Almeida, Telma Sofia de SousaO objetivo do presente estudo consistiu em explorar o impacto do confinamento vivenciado durante a pandemia da COVID-19 ao nível do afeto, na população adulta portuguesa. Mais concretamente, avaliou-se se a privação de toque e a privação de afeto durante o período de quarentena, se associava à expressão de afeto subsequentemente, por parte dos participantes. A maioria dos estudos existentes sobre o impacto de situações pandémicas não aborda, especificamente, a problemática da privação do toque, pelo que o presente estudo se revela inovador e pertinente (Brooks et al., 2020; Teeman, 2021). Participaram neste estudo 227 pessoas, em que 122 eram do sexo feminino e 105 do sexo masculino. Foram aplicados três instrumentos (QIPC, QPT e PANAS) e os resultados obtidos mostraram que a privação de toque se correlacionou positivamente com a privação de afeto. Confirmaram que os participantes não demonstraram privação de toque antes do período de quarentena, mas sim que ficaram com mais necessidade de toque depois da quarentena relativamente a antes e que após o período de quarentena os participantes passaram a sentir uma maior necessidade de afeto do que anteriormente. Podemos afirmar que o impacto do confinamento vivenciado durante a pandemia da COVID-19 associa-se à expressão de afeto negativo após o período de quarentena por parte dos participantes, revelando que a privação de toque vivida na quarentena influencia a expressão subsequente do afeto.