Psicobiologia
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Browsing Psicobiologia by advisor "Almada, Vítor Carvalho"
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- Alguns aspectos do comportamento social do tritão-verde triturus marmoratus (latreille, 1800) em cativeiroPublication . Robalo, Joana Isabel; Almada, Vítor CarvalhoDescrevem-se os comportamentos sociais observados em grupos mistos de T. marmoratus da Serra de Sintra, mantidos num cativeiro de grandes dimensões durante várias semanas. Reconhecem-se padrões de comportamento descritos para esta espécie e para outras do género Triturus. Descrevem-se, aparentemente pela primeira, vez os seguintes comportamentos: Walk I, Land-over, Stand-on, Show, Erect-body, Yawn, Circle e Dig. As fêmeas parecem ter um papel mais activo na côrte do que se considera habitualmente, nomeadamente através de iniciativas como Walk I, Land-over e Show. As frequências dos comportamentos para cada sexo e as principais interacções entre os indivíduos, foram analisadas utilizando uma estatística de simulação. Alguns padrões, habitualmente classificados como comportamentos sexuais masculinos, ocorrem em ambos os sexos e têm possivelmente outras funções sociais. Alguns comportamentos desencadeiam respostas diferentes de acordo com o sexo dos indivíduos intervenientes na interacção.
- Breves considerações sobre a eco-etologia de Lypophrys trigloides (Pisces : Blenniidae)Publication . Almada, Frederico José Oliveira de; Almada, Vítor Carvalho
- Comportamento e atribuição de personalidade: Estudo em chimpanzes comuns, pan troglodytesPublication . Gaspar, Augusta; King, James; Almada, Vítor Carvalho
- Distribuição vertical e ocupação diferencial do habitat de Lipophrys pholis (blenniidae), Coryphoblennius galerita (blenniidae), Gobius cobitis (gobiidae) e Gobius paganellus (gobiidae), na plataforma rochosa da costa do EstorilPublication . Faria, Cláudia Barreiros Macedo de; Almada, Vítor CarvalhoNeste trabalho apresenta-se uma abordagem eto-ecológica das espécies Lipophrys pholis (Blenniidae), Coryphoblennius galerita (Blenniidae), Gobius cobitis (Gobiidae) e Gobius paganellus (Gobiidae) na plataforma rochosa da Costa do Estoril. Analisaram-se concretamente os problemas referentes à caracterização dos habitais preferenciais de cada espécie, ao estudo da distribuição dos indivíduos de cada espécie segundo a sua dimensão, à caracterização dos locais de nidificação, ao estudo do comportamento de selecção do substrato que cada espécie apresenta em aquário, ao estudo dos padrões de organização social e dos comportamentos agonísticos que afectam a competição intraespecífíca e finalmente ao estudo da importância dos comportamentos agonísticos interespecífícos como mecanismo de separação de habitat entre as espécies. Verifícou-se que nas populações estudadas, ocorre uma diferenciação nítida do habitat ocupado pelas espécies de cada família estudada, Gobiidae e Blenniidae, quer no que se refere aos locais de nidificação (pedras/abrigos na rocha), quer ao habitat utilizado pelos juvenis e adultos (canais/poças e abrigos na rocha), que poderá resultar de uma série de constrangimentos morfológicos, comportamentais, alimentares e provavelmente fisiológicos, característicos das espécies de cada família. Constatou-se que em habitais frequentados por mais do que uma espécie, ocorre também uma diferenciação do microhabitat utilizado, quer ao nível dos locais de nidificação, quer ao nível do habitat utilizado pelos juvenis e adultos, o que poderá estar relacionado com a dimensão típica de cada espécie, os diferentes hábitos alimentares e com a capacidade que cada espécie apresenta em tolerar diferentes graus de exposição à turbulência e acção das ondas. Relativamente às duas espécies de biénios estudadas, constatou-se que C.galerita é uma espécie altamente especializada, tanto ao nível alimentar como ao nível do microhabitat, recrutando para as mesmas poças onde permanece mesmo depois de atingir a maturidade sexual, ao contrário de L.pholis que é uma espécie mais generalista, a ambos os níveis considerados, sofrendo uma distribuição diferencial segundo a dimensão dos indivíduos, coexistindo com C.galerita apenas na fase de imaturo (de 3 a 7cm de dimensão). Os dados obtidos em aquário, sugeriram que apesar de em grupos monoespecífícos, a ordem de dominância ser determinada pelo tamanho dos indivíduos, em grupos heteroespecífícos, é o factor espécie a assumir essa função (dentro de certos limites de tamanho), sendo C.galerita a espécie dominante, seguida de L.pholis e por último G. cobitis. Enquanto que G.cobitis apresenta logo à partida uma preferência distinta por substrato de areia, ambas as espécies de biénios (com dimensões entre 3 a 7cm), apresentam preferências semelhantes entre si, por substrato de rocha e abrigos na rocha, o que sugere a existência de competição interespecífica, entre estas duas espécies. Observou-se que L.pholis altera radicalmente as suas preferências, quando em presença de C.galerita, sendo "empurrado" para o substrato de maior exposição (areia), o que poderá sugerir que, na natureza, a competição interespecífica actue ao nível da separação do microhabitat entre estas duas espécies. Ainda do estudo em aquário, verificou-se que cada espécie apresenta um reportório comportamental específicos e bem adaptado ao tipo de microhabitat em que vive, observando-se uma maior semelhança entre as duas espécies de biénios, ao nível dos comportamentos agonísticos estudados. Foi sugerido que a pressão de selecção que estas duas espécies sofreram, no sentido de diminuírem a agressividade nos encontros agonísticos, foi semelhante entre si, e mais acentuada que no caso de G.cobitis. Finalmente, verificou-se que em Portugal todas as espécies estudadas se reproduzem mais cedo e durante mais tempo, que em zonas de maior latitude, o que aliado à ocorrência de um crescimento mais rápido, observado em ambas as espécies de biénios, parece permitir que em Portugal estas espécies atinjam a maturidade sexual mais cedo que em países de maior latitude, maximizando assim o seu potencial reprodutor
- Estudo da eco-etologia de diplodus vulgaris (pisces: sparidae)- padrões agonísticos e estruturação socialPublication . Henriques, Paulo Jorge Chaves dos Santos; Almada, Vítor CarvalhoOs principais desideratos deste trabalho baseiam-se no estabelecimento do reportório comportamental básico e organização social de Diplodus vulgaris, como forma de resposta às pressões ambientais, que podem favorecer ou inibir, em maior ou menor grau, as várias modalidades do comportamento agonístico. O sistema agonístico de D. vulgaris é constituído por padrões comportamentais que envolvem sinais de intimidação, fuga e submissão. Alguns destes elementos implicam confrontação física directa, enquanto outros envolvem manobras no sentido de uma aparente redução do potencial atacante dos oponentes. Salienta-se a grande plasticidade alimentar da espécie - diversos padrões alimentares e alimentação em cardume - como forma de adaptação às condições adversas do meio, no sentido de uma máxima rentabilização energética ( associada à busca e procura de alimentos ), com a redução dos riscos de predação. Realizaram-se observações na natureza e em condições controladas, de juvenis em cativeiro, de modo a registar o efeito dos factores densidade e tamanho relativo dos indivíduos, na frequência e duração dos comportamentos agonísticos. Os resultados evidenciam que uma diminuição da densidade, conduz a um aumento da frequência dos comportamentos agonísticos ( embora apenas o padrão de mostra de dorsal apresente diferenças significativas ), e das durações de investidas, perseguições e fugas. A permanência de um indivíduo de tamanho relativo superior, aos restantes elementos do grupo, conduz a um aumento significativo das investidas, perseguições, fugas e cargas, bem como uma maior duração de mostra de dorsal, investida, perseguição e fuga. A análise de sequências de comportamentos agonísticos traduz uma certa padronização nas suas interacções agonísticas, realçando o papel fulcral na avaliação entre os indivíduos, desempenhado pelo padrão comportamental de mostra de dorsal ( que funciona como sinal ofensivo, mas não imediatamente agressivo ). Quando se registam assimetrias de tamanho entre os peixes, verifica-se que os de maior porte tendem a evoluir para padrões agonísticos associados a uma superioridade crescente: investida —> perseguição —> carga ou mordida, enquanto que os indivíduos de menores dimensões executam comportamentos de fuga e de submissão. A vivência em grupo indicia-se como o padrão geral de estruturação social da espécie, assente sobretudo na defesa de uma área ( abrigo ), associada a zona de protecção, repouso e reprodução, no interior da qual se observa uma diferente ocupação do espaço por parte dos indivíduos, expressa em termos agonísticos. Destacam-se as estruturas biológicas envolvidas na coordenação dos actos agressivos, garantes da adaptação da espécie ao meio, mediante o desenvolvimento de mecanismos que permitem minimizar os confrontos físicos directos e/ou os danos subsequentes.
- Estudo do efeito da administração de um androgenio nao aromatizavel e de um inibidor da aromatase nos comportamentos agonisticos e sexuais em mlly negra (Pisces, Poeciliidae)Publication . Baptista, Maria Céu; Almada, Vítor CarvalhoNo presente trabalho, pretendeu-se determinar a importância da aromatização e dos 11-cetoandrogénios nos comportamentos agonísticos e sexuais de uma espécie de Poecílideos, a molly negra. Para o efeito utilizou-se um androgénio não-aromatizável (11-cetotestosterona) e um inibidor da aromatase (hidroxiandrostenediona). Na realização deste trabalho foram usados apenas indivíduos adultos: 120 machos e 60 fêmeas. Diariamente eram testadas três situações (controlo, 0.5 mg/l e 1.0 mg/l) para uma das substâncias, ou seja para cada série existiam três ensaios, tendo-se efectuado 8 séries para a substância 11-cetotestosterona e 12 séries para a substância hidroxiandrostenediona. Todas as observações foram gravadas em vídeo e posteriormente descodificadas. Durante a descodificação foram contabilizadas as frequências dos comportamentos ocorridos nas interacções entre macho-macho e entre macho-fêmea. Temporizou-se igualmente a duração da latência e de alguns comportamentos. Neste trabalho, verificou-se que os machos tratados tanto com a 11-cetotestosterona como com a hidroxiandrostenediona apresentam uma maior predisposição para iniciarem as interacções macho-macho. Por outro lado, os machos tratados com a 11-cetotestosterona manifestam com maior frequência os comportamentos considerados como característicos de interacções agonísticas em outros Poecílideos. Mas a inibição da enzima aromatase não provocou quaisquer diferenças significativas nas frequências médias dos comportamentos agonísticos dos machos tratados em relação aos controlo. Estes dados indicam portanto, que para esta espécie, a 11-cetotestosterona é um dos esteróides que influencia os comportamentos agonísticos. Em relação às interacções macho-femea não se verificaram diferenças estatisticamente significativas relevantes, nas frequências dos comportamentos ocorridos durante estas interacções. Desta forma, neste trabalho, nada se pode concluir acerca da importância da 11-cetotestosterona e da aromatase para os comportamentos considerados caracteristicamente sexuais.
- Filogenia, filogeografia e comportamento dos pequenos ciprinídeos do género Chomdrostoma Agassiz, 1832 (Cyprinidade, Actinopterygii)Publication . Robalo, Joana Isabel; Almada, Vítor CarvalhoOs peixes anteriormente incluídos no género Chondrostoma (Cyprinidae: Leuciscinae) distribuem-se pelo Sul e Centro da Europa, desde o Oceano Atlântico até ao Mar Cáspio e desde o Mediterrâneo até ao Báltico. Estes peixes encontram-se ainda presentes na Ásia Menor, Cáucaso e Mesopotâmia. O número de espécies incluídas neste grupo tem variado de acordo com os autores, devido ao uso de diferentes critérios de diagnose (i.e. morfológicos e osteológicos ou moleculares). Os estudos anteriores sobre a filogenia molecular deste grupo tinham originado politomias não resolvidas, embora alguns ciados monofíléticos e estatisticamente robustos tenham sido identificados: toxostoma, lemmingii, polylepis, arcasii, nasus, soetta e genei. A presente tese propôs-se atingir um conjunto de objectivos numa multiplicidade de escalas. Numa escala macroevolutiva, propõs-se resolver com mais taxa e fragmentos de um número maior de genes a filogenia dos peixes tradicionalmente incluídos no género Chondrostoma. Ao mesmo tempo, procurou-se contribuir para a compreensão da diversificação deste grupo na Península Ibérica. Entre os principais resultados destacam-se os seguintes. Elaborou-se uma filogenia estatisticamente robusta dos peixes que constituíam o género Chondrostoma, que mostrou que as politomias anteriormente obtidas resultavam de amostragem insuficiente quanto ao número de taxa e/ou quantidade de fragmentos de ADN. O mapeamento dos caracteres morfológicos na filogenia obtida mostrou que caracteres anteriormente considerados como diagnósticos do género eram homoplásicos, pelo que se impôs uma revisão do género Chondrostoma. Desta revisão resultou a restrição do género Chondrostoma às espécies do grupo nasus e a criação dos novos géneros: Pseudochondrostoma, Parachondrostoma, Ibero chondrostoma, Áchondrostoma e Protochondrostoma (que correspondem respectivamente às linhagens polylepis, toxostoma, lemmingii, arcasii e genei). Os eventos ciado genéticos que deram origem à formação destas linhagens parecem ter tido lugar há cerca de 11 milhões de anos, excluindo portanto a hipótese da difusão e VII Resumo diversificação do grupo ter ocorrido durante a fase oligohalina do Mediterrâneo (Lago Maré) no fim do Messiniano. Fica assim excluída a aplicação para estes peixes do modelo de dispersão proposto por Bianco. Três dos seis géneros definidos neste trabalho são endémicos da Península Ibérica e um quarto género tem a maioria das espécies na península com uma pequena extensão em França. Estes dados e as cronologias estimadas para a diversificação dentro destes géneros sugerem que grande parte da radiação do grupo se deu na Península Ibérica muito antes do final do Miocénico parecendo, no que se refere a este grupo, que os contactos entre a península e o resto da Europa em períodos mais recentes foram muito reduzidos, limitando-se a trocas entre o nordeste de Espanha e a França. Na península os géneros Achondrostoma, Iberochondrostoma e Parachondrostoma têm distribuições disjuntas, mas adjacentes, que sugerem que processos de vicariância podem ter tido um papel fundamental na sua diferenciação. Pseudochondrostoma apresenta grande número de semelhanças (e.g. boca ínfera e dotada de estojo córneo, tamanho comparativamente grande, migrações pré-reprodutoras) com os géneros Parachondrostoma e Chondrostoma. Discute-se a possibilidade destas semelhanças resultarem de convergência ou de episódios de hibridação antigos. A análise fiíogenética do género Achondrostoma permitiu mostrar que este género inclui duas linhagens separadas já desde o Miocénico. A. arcasii revelou-se polifilético incluindo peixes das duas linhagens acima referidas, sendo urgente uma revisão da sua taxonomia. Esta informação fiíogenética combinada com dados morfológicos permitiu identificar uma nova espécie no sudoeste da área de distribuição do género Achondrostoma, endémica do distrito de Lisboa e considerada Criticamente Em Perigo {Achondrostoma occidentale). Por o nome se encontrar indisponível foi necessário renomear Achondrostoma macrolepidotum, para A. oligolepis. A análise da filogeografia profunda do género Iberochondrostoma levou à proposta de um modelo de especiação em que uma grande espécie central, Iberochondrostoma lemmingii, originou na sua periferia e em diferentes períodos geológicos, diversas espécies de distribuição mais restrita. Este modelo de especiação do tipo peripátrico, suportado por dados de ADN nuclear e mitocondrial, parece consistente com a história geológica da Península Ibérica no Terciário. Procedeu-se à análise filogeográfica das populações de uma das espécies deste género, /. lusitanicum, tendo-se identificado ESUs distintas que impõem a descrição, o mais breve VIII possível, de uma nova espécie e fornecem informações importantes para o delineamento de estratégias de conservação desta espécie Criticamente Em Perigo. O estudo do comportamento reprodutor de /. lusitanicum bem como o estudo do comportamento agonístico de Pseudochondrostoma polylepis forneceram elementos etológicos relevantes para a conservação destes ciprinídeos. Do mesmo modo, o estudo da expansão de Alburnus alburnus na Península ibérica, que se tem acelerado de forma muito acentuada nos últimos anos, traz igualmente informações importantes para o delineamento de estratégias de conservação dos ciprinídeos nativos, cujas potenciais interacções ecológicas com esta exótica se encontram totalmente inexploradas. O desenvolvimento deprimers que permitem amplificar eficazmente um fragmento de mais de 900 bases do gene nuclear da beta-actina foi fundamental em quase todos os estudos genéticos referidos acima. Para além de contribuir para os estudos filogenéticos e filo geográficos já referidos, permitiu esclarecer a natureza do ancestral paterno de Squalius albumoides uma espécie hibridogenética que resultou de cruzamentos entre fêmeas de Squalius pyrenaicus e machos filogeneticamente muito próximos, mas distintos, de Anaecypris hispânica. O facto de peixes dos géneros Alburnus e Squalius híbridarem facilmente e a proximidade filogenética entre Alburnus,, Anaecypris e uma das linhagens que integra S. albumoides leva a considerar com grande preocupação a expansão de Alburnus alburnus cujo grande potencial de hibridação com peixes do género Squalius é conhecido e que pode bibridar e descaracterizar várias espécies endémicas da península. Finalmente desenvolveu-se e validou-se um novo método que permite atribuir as diferentes bases presentes nos cromatogramas de ADN diplóide ou polipióide a cada uma das cadeias constitutivas tirando partido de artefactos da sequenciação induzidos na vizinhança de indels em heterozigotia. Este método é útil tanto na análise de múltiplos SNP's no mesmo fragmento, como na identificação das sequências de ADN presentes em híbridos e na distinção de vários típos de políplóides. ------ABSTRACT ------ Fishes formeríy included in the genus Chondrostoma (Cyprínidae: Leuciscinae) are distributed through South and Central Europe, from the Atlantic to the Caspian and from the Mediterranean to the Baltic. They are also found in Ásia Minor, the Caucasus and Mesopotamia. The number of species included in the group has varied according with the authors due to the use of different diagnostic críteria (í.e, morphological and osteological or molecular). Previous molecular phylogenetic studies of this group yielded unresolved polytomies although some monophyletic and statistically well supported clades were identifíed: toxostoma, lemmingii, polylepis, arcasii, nasus, soetta e genei, The present thesis aimed to achieve several objectives at various leveis. At a macroevolutionary scale this study attempted to solve the phyiogeny of the fish traditionally included ín Chondrostoma with a broader sample of taxa and more DNA fragments. At the same time the study aimed to clarify the diversification of this group in the Iberian Península. The main results can be summarized as follows. A statistically robust phyiogeny of the fish formeríy included in the genus Chondrostoma was obtained. The former polytomies were solved which indicates that they were likeiy due to insufficient taxon sampiing or scarcity of molecular data. Mapping of morphological characters on the inferred phyiogeny showed that several traits considered to be diagnostic of the genus were homoplasic. Thus a revison of the genus Chondrostoma was undertaken. This revision restricted the genus Chondrostoma to the nasus lineage and gave rise to the new genera Pseudochondrostoma, Par achondrostoma, Iberochondrostoma, Achondrostoma and Protochondrostoma (corresponding to the lineages polylepis, toxostoma, lemmingii, arcasii and genei, respectivefy). The cladogenetíc events that gave rise to these lineages seem to have occurred 11 million years ago, excluding the hypothesis of diffusion and diversification during the oligohaline Lago Maré phase of the Mediterranean, near the end of the Messinian. Thus the model of dispersai proposed by Bianco does not hold for this group of fish. XI Sitmmary Three of the six genera defmed in this work are endemic of the Iberian Península and another one has the majority of its species in the península, with a little extension to France. These data and the chronology estimated for the diversifícation inside these genera suggest that most of the radiation in this group occurred ín the Iberian Península long before the end of the Miocene. It seems that in this group the contacts between the península and the rest of Europe were, ín recent times, very scarce, and limited to connectíons between northeast Spain and France. In the Iberian Peninsula the genera Achondrostoma, Iberochondrostoma and Parachondrostoma have disjunct but adjacent distribution áreas which suggests that vicariant processes may have played a fundamenta! role in their differentiation. Pseudochondrostoma shows several resemblances with the genera Parachondrostoma and Chondrostoma (e.g. inferior mouth with a horny blade, comparably large size and pre-reproductive migrations) with the genera Parachondrostoma and Chondrostoma. The hypotheses of these resemblances being the result of convergent evolution or ancient hybridization events are discussed. The phylogenetic analysis of the genus Achondrostoma showed that this genus inciudes two lineages separated since the Miocene. A. arcasii is polyphyletic and includes físh from the two lineages referred above, thus a revision of its taxonomy is urgently needed. This phyíogenetic information, combined with morphological data, allowed the identification of a new species in the southwest of the distribution área of the genus Achondrostoma, Achondrostoma occidentale. This new species is endemic of the Lisbon district and it is considered Critically In Danger. As the name macrolepidotum was unavailable it was necessary to rename Achondrostoma macrolepidotum to A. oligolepis. The analysis of the deep phyiogeography of the genus Iberochondrostoma resulted in the proposal of a model of speciation in which a large central species, Iberochondrostoma lemmingii, originated in its períphery and at different geological times, diverse species with small distribution áreas. This peripatric speciation model is supported by mitochondrial and nuclear DNA and it seems consistent with the geological history of the Iberian Peninsula in the Tertiary. The phyíogeographic analysis of the populations of Iberochondrostoma lusitanicum aliowed the identification of distinct ESUs, which in turn impose the description of a new species, as soon as possible, as well as reveaiing importam informatíon to the conservation strategies of this Critically in Danger species. XII Summary The studies on the reproductive behaviour of / lusitanicum, and on the agonistic behaviour of Pseudochondrostoma polylepis revealed some ethologícal patterns relevant to the conservation of the species. It was also the case with the study on the expansíon of Albumus âlburnus in the Iberian Península, a species which has spread very quickly in recent years. The development of primers that allowed the amplifícation of a fragment of more than 900 base pairs of the nuclear beta actin gene was fundamental to almost ali genetic studies referred above. Beside its contribution to these studies, it allowed the recognition of the paternal ancestor of Squalius alburnoides an hybridogenetic species which resuited from crossings between S. pyrenaicus females and males phylogenetically very close to but distinct from Anaecypris hispânica. The fact that species of the genera Albumus and Squalius hybridize easily and the phylogenetic proximity between Alburnus, Anaecypris and one of the lineages that integrates S. alburnoides, brings great concerns about the expansion of Albumus âlburnus. The high potential of hybridization recorded between this last species and fishes of the genus Squalius is well known and may result in the genetic descaracterization of several species endemic to the Iberian Península. Finally, a new method was developed and validated, that allows the attribution of different bases present in the DNA chromatograms of diploid or polyploidy fishes to each one of the constitutive chains, taking advantage of artefacts of the sequencing process induced in the vicinity of heterozygous indels. This method is useful in the analysis of multiple SNP's in the same fragment, in the Identification of DNA sequences present in hybrids and in the distinction of several kinds of polyploids.
- Influência de estímulos sociais no comportamento e níveis urinários de esteróides sexuais de machos de Oreochromis Mossambicus Peters (Pisces: Cichidae)Publication . Borges, Rita Alexandra; Almada, Vítor CarvalhoA primeira parte do presente trabalho teve como objectivo o estudo da influência de estímulos sociais sobre aspectos comportamentais de machos de O. mossambicus. Tentou-se clarificar que tipo de canais sensoriais estão envolvidos na percepção desses estímulos. Para tal, foram sujeitos 13 machos a três situações experimentais com diferentes graus de acesso (total, visual e químico) a uma fêmea e a um macho da mesma espécie. Estímulos visuais parecem ser importantes no reconhecimento sexual e na estimulação da actividade locomotora, escavação de ninho, proximidade e coloração apresentados pelo macho. No entanto as respostas observadas tiveram sempre maior amplitude quando o acesso era total. Embora não tenha sido detectada a influência de estímulos químicos libertos pelas fêmeas, não se eliminou essa hipótese. Na situação de acesso total, estudou-se a interacção entre os dois indivíduos. Apenas se observaram comportamentos sexuais e escavação de ninho na presença de uma fêmea; a frequência de comportamentos agonísticos foi superior na presença de um macho intruso. A segunda parte deste trabalho teve como objectivo o estudo da influência de estímulos sociais nos níveis urinários de esteróides sexuais dos machos de O. mossambicus. Na presença de uma fêmea, apenas se verificou um aumento dos níveis de androgénios, Testosterona (T) e 11-Cetotestosterona (11-KT), tendo sido esse aumento mais rápido no último caso. Houve um aumento das correlações entre os níveis desta hormona e a frequência de comportamentos sexuais e a coloração do macho (positivas) e a frequência de comportamentos agonísticos (negativa); na presença de um macho não houve aumento dos níveis hormonais, embora se tenha verificado um aumento da correlação (positiva) entre os níveis de 11-KT e a frequência de comportamentos agonísticos. Propõe-se que a 11-KT poderá activar respostas comportamentais diferentes na presença de estímulos sociais diferentes. Os níveis de progestinas (17,20 αP e 17,20 β-P) não variaram, ao contrário do que seria de esperar com base em trabalhos anteriores, o que poderá dever-se ao estado de maturação dos indivíduos. As fracções mais representativas dos níveis de progestinas eram as glucuronizadas; estes compostos poderão funcionar como sinalizadores das arenas reprodutivas para as fêmeas conspecíficas.
- Interacções de limpeza em peixes com especial referência para centrolabrus exoletus (pisces: labridae)Publication . Santos, Fernando Miguel; Almada, Vítor CarvalhoA interacção de limpeza em peixes é um dos exemplos mais notado e difundido, dos fenómenos classificados como "simbiose" entre vertebrados. Os peixes limpadores alimentam-se de ectoparasitas, tecidos mortos, escamas e muco que encontram na superfície do corpo, boca e cavidade branquial dos seus peixes cliente. Perto de uma centena de peixes marinhos e de água-doce têm sido descritos como limpadores tanto em regiões tropicais como temperadas. Os casos melhor conhecidos pertencem às famílias Labridae, Embiotocidae, Cichlidae e Gobiidae. Alguns destes limpadores são bastante coloridos e recebem os seus clientes em "estações de limpeza". Os clientes pertencem a quase todas as famílias que habitam nas áreas com limpadores. Em algumas áreas estas interacções de limpeza parecem constituir verdadeiros casos de mutualismo, ambas as partes beneficiando - o limpador com o alimento removido dos clientes que solicitam limpeza, e estes vendo-se livres da acção dos ectoparasitas ou tecidos infectados. Mas noutras áreas, onde os ectoparasitas poderão ser pouco significativos, os limpadores poderão alimentar-se basicamente de escamas e muco, o que torna a relação um caso de comensalismo ou mesmo de parasitismo. Paradoxalmente os clientes parecem solicitar e colaborar em qualquer destes casos de simbiose. A resposta parece dever-se ao facto dos limpadores recompensarem continuamente os seus clientes por intermédio de suave estimulação táctil através dos toque da boca e/ou barbatanas. Desta forma a interacção de limpeza pode continuar sob quaisquer condições, só revelando o seu carácter mutualista quando e onde os peixes de uma área apresentarem grande infestação por ectoparasitas. Os aspectos que modelam a origem e evolução das interacções de limpeza mostram como pode ser heterogéneo este fenómeno, com notáveis variações entre diferentes regiões da área de distribuição das espécies limpadoras e clientes. O comportamento de limpeza encontrado em Portugal na costa da Arrábida revelou bem esta situação, onde Centrolabrus exoletus é o único peixe limpador enquanto Symphodus melops e Ctenolabrus rupestris conhecidos como limpadores noutras áreas ou em cativeiro, não apresentaram este comportamento. A ocorrência do fenómeno de limpeza em peixes costeiros, nesta área, foi estudada em mergulho com a realização de 50 horas de observação directa. Observou-se um total de 12 espécies a serem limpas por C. exoletus que no entanto se revelou um limpador facultativo. Apenas 7% dos actos alimentares foram dirigidos a peixes cliente, mas estes receberam uma incidência de actos de limpeza idêntica (llhora-1) aos clientes nos recifes de coral tropical onde os limpadores podem ser obrigatórios; facto atribuível à abundância dos limpadores na .Arrábida. O estudo das interacções de limpeza na comunidade de peixes da Arrábida permite uma reapreciação do fenómeno das limpezas em peixes.
- Padrões de actividade e distribuição espacial: Reprodução e desenvolvimento embrionário e larvar em chondrostoma lusitanicum Collares-Pereira,1980Publication . Carvalho, Vera Susana Dias; Almada, Vítor CarvalhoO presente trabalho pretendeu dar um contributo para o conhecimento de alguns aspectos biológicos, e nomeadamente, comportamentais em Chondrostoma hisitanicum, um pequeno ciprinídeo endémico nas nossas águas continentais, o qual possui o estatuto de raro e cujas populações em algumas das áreas da sua distribuição se encontram em declínio. Entre outros, foram caracterizados os padrões de distribuição espacial e actividade em indivíduos pertencentes a diferentes classes de tamanho, descritos os comportamentos básicos envolvidos na reprodução desta espécie, bem como o seu desenvolvimento nos primeiros estádios da ontogenia. Os exemplares utilizados neste estudo foram capturados na Ribeira da Samarra, local onde esta espécie ainda é relativamente abundante, e colocados em aquários sujeitos a diferentes condições de temperatura e fotoperíodo. Verificaram-se no decurso deste estudo, diferenças na ocupação do espaço entre os juvenis e os indivíduos adultos desta espécie. No aquário mantido no exterior e sujeito a condições de temperatura e fotoperíodo naturais, os adultos apresentam uma clara preferência pela proximidade do substrato, enquanto os juvenis tendem a ser encontrados com maior frequência do que seria de esperar numa distribuição ao acaso, junto à superfície. A ocupação da superfície e a utilização da vegetação aí existente parecem ser uma resposta à predação, apesar de não terem sido observados ataques dirigidos aos juvenis, por parte dos adultos. O facto de à temperatura de 10° C, os indivíduos adultos apresentarem uma menor mobilidade, um maior confinamento junto ao fundo e uma associação clara com a vegetação rasteira aí existente, a qual os torna pouco visíveis, deve ser a razão para uma maior ocorrência dos juvenis a meia água, o que vem apoiar a hipótese de que a predação será o principal factor a determinar as diferenças de ocupação do espaço, por parte dos indivíduos de diferentes dimensões. Apesar da inexistência de estudos que caracterizem a ocupação do habitat natural por parte desta espécie, pensa-se que a um leque mais variado de locais disponíveis na natureza, deverá corresponder uma ocupação diferente, sendo a maior ocorrência dos juvenis à superfície, um constrangimento das condições de cativeiro. Estas observações permitiram ainda verificar a formação de agregações por parte dos indivíduos de Ch. lusitanicum, as quais estão associadas a uma diminuição na temperatura. Como a esta diminuição corresponde também um decréscimo na actividade dos indivíduos, os quais tendem a manter-se em locais com vegetação no substrato (que constitui um recurso limitado), leva a crer que neste caso particular, as agregações que se estabeleceram nestas condições de cativeiro, não têm qualquer função óbvia. Foram analisados os comportamentos básicos que ocorrem durante a reprodução desta espécie em cativeiro. A reprodução destes animais caracteriza-se por uma enorme actividade e interacções entre os indivíduos, sendo as sequências de acasalamento extremamente rápidas, não excedendo os 60 seg. Não se observaram diferenças entre os sexos na ocupação do espaço (pelo menos nestas condições), nem o estabelecimento de territórios por parte dos machos. Durante o acasalamento, os machos aproximam-se das fêmeas, efectuando com o focinho toques sucessivos na região urogenital e flancos das fêmeas. Este comportamento é frequentemente realizado por vários machos em simultâneo, não se tendo verificado comportamentos agonísticos óbvios entre eles. A libertação dos gâmetas ocorre com a realização de um estremecimento simultâneo por parte dos indivíduos, tendo-se verificado a tentativa de fertilização dos ovos por parte de machos que não tinham estado envolvidos na corte. Um facto a salientar nesta espécie, é a exibição das fêmeas durante a época de reprodução, a qual se caracteriza por uma movimentação constante da região posterior da fêmea e parece ter uma função de atracção para os machos. Com base na Teoria Saltatória da Ontogenia, foram descritos os diferentes passos do desenvolvimento embrionário e larvar de Ch. lusitanicum. Os ovos desta espécie são esféricos com um diâmetro médio de 1,9 mm. Neste estudo, a eclosão da maioria dos embriões deu-se 6 dias após a activação e parece ter sido influenciada por um aumento súbito na temperatura. Ao eclodirem os embriões apresentavam um vitelo de grandes dimensões, o corpo quase desprovido de pigmentação e rodeado por uma prega média. Ainda durante o período embrionário, ocorreu o enchimento da bexiga gasosa, o qual se deu 10 dias após a activação. A fase larvar teve início 11 dias após a activação com o início da alimentação exógena e o segundo passo ocorre 2 dias depois com o desaparecimento completo do vitelo. A formação dos primeiros raios da dorsal marcam o início do 3o passo desta fase, a qual ocorreu 23 dias após activação. O passo seguinte inicia-se 35 dias depois da fertilização, quando se dá o enchimento da câmara anterior da bexiga gasosa. O último passo que foi possível distinguir no desenvolvimento desta espécie foi o aparecimento das primeiras escamas na região ventral das larvas e a diferenciação das barbatanas dorsal e anal, as quais atingem o número final de raios, que ocorreu 55 dias após a activação dos ovos. São discutidos entre outros, os problemas no estabelecimento dos passos do desenvolvimento, a comparação entre diferentes espécies e os constrangimentos destas fases iniciais da ontogenia dos indivíduos. De uma forma geral, é defendida a importância destes estudos para um conhecimento mais profundo da biologia destas espécies e para a tomada de medidas de conservação, as quais começam a ser prementes dado o estado actual em que muitas das espécies nativas do nosso país se encontram.
