Browsing by Issue Date, starting with "2023-11-13"
Now showing 1 - 4 of 4
Results Per Page
Sort Options
- Transmissão transgeracional da diferenciação do self em díades de mães e filhasPublication . Cunha, Rita João Barros; Miranda, Mariana Machado Pires deA diferenciação do self assume-se como um conceito central da Teoria dos Sistemas Familiares de Bowen. Sendo uma dimensão fundamental do funcionamento emocional e relacional dos indivíduos, relaciona-se com a capacidade de atingir maturidade emocional. Apesar de existirem estudos que apoiam as proposições teóricas de Bowen de que os padrões de funcionamento dos pais influenciam os dos seus filhos e que estes padrões são transmitidos para a geração seguinte, a investigação que examina a transmissão da diferenciação do self de uma geração para a outra é parca e inconsistente. Assim, o presente estudo tem como objetivo explorar a validade do pressuposto de Bowen da transmissão transgeracional da diferenciação do self em mulheres, ou seja, explorar a possível influência que as dimensões da diferenciação do self das mães têm nas dimensões da diferenciação do self das filhas. A amostra foi constituída por 60 díades de mães e filhas com idades superiores aos 18 anos. O questionário online consistiu num questionário sociodemográfico e no Inventário da Diferenciação do Self Breve (DSI-SF). Os resultados fornecem suporte parcial ao pressuposto da transgeracionalidade da diferenciação do self da teoria de Bowen, demonstrando uma associação entre três das quatro dimensões da diferenciação do self das mães (Reatividade Emocional, Posição do Eu e Cut-off Emocional) e a diferenciação do self das filhas. Estes resultados destacam a importância de considerar a complexa relação entre os níveis de diferenciação do self, o sistema familiar e o contexto transgeracional da família de origem ao analisar o funcionamento dos indivíduos e no desenvolvimento de uma melhor intervenção clínica.
- A expressão virtual dos comportamentos autolesivos na adolescência: a identificação, atividades online e as suas funçõesPublication . Pacheco, Ana Margarida de Brito Oliveira Gomes; Pereira, Maria GouveiaO estudo teve como objetivo analisar como as variáveis, história, diversidade e severidade de comportamentos autolesivos (CAL), funções dos CAL, identificação à família, aos amigos e ao plano online contribuem para o envolvimento da população adolescente Portuguesa em atividades online a favor ou contra CAL. Assim, desenvolveu-se uma análise descritiva das plataformas online utilizadas para atividades online sobre CAL e examinou-se a tipologia dos conteúdos acedidos (a favor e contra). Procedeu-se à análise exploratória de como as variáveis acima descritas explicam a frequência de atividades online associadas a CAL. A recolha foi feita por questionário de autorrelato, a 443 estudantes de escolas públicas e profissionais da área metropolitana de Lisboa e do Algarve, com idades entre os 12 e os 21 anos (M=15.18, DP=1.86). Os resultados mostraram que 67.9% dos participantes realizaram algum tipo de atividade online sobre CAL. As plataformas mais usadas foram o Instagram, o TikTok e o WhatsApp e a tipologia dos conteúdos acedidos foi na sua maioria contra CAL. Adolescentes com história de CAL reportaram menores níveis de frequência de atividades online tanto a favor como contra CAL, nas diversas plataformas. Maior identificação com quem cria conteúdos online gerais sobre CAL aumentou a probabilidade de frequência de atividades online a favor de CAL. Já os indivíduos que reportaram maior identificação aos amigos e a pessoas que criam de conteúdos online no geral e contra CAL mostraram mais probabilidade de se envolver em atividades online contra CAL. A função interpessoal de vingança foi preditora de atividades online a favor de CAL. Já a função de influência interpessoal foi a mais identificada por indivíduos que desenvolveram atividades online contra CAL. Este estudo salienta as motivações pelas quais os indivíduos são atraídos para as atividades online sobre CAL, bem como permitiu verificar que os próprios adolescentes podem constituir uma rede de suporte aos seus pares nas redes sociais, como agentes preventivos destes comportamentos de risco.
- Adolescentes em sofrimento no ensino superior: a resposta psicodinâmica do serviço de psicoterapia do Instituto Superior TécnicoPublication . Sousa, Leonor Faro Ramada de; Juhos, CsongorO presente estudo aborda o final da adolescência, de uma perspectiva psicodinâmica. Numa sociedade em que, cada vez mais tarde se faz o adolescer, pretendemos ilustrar os conflitos internos vividos, durante essa fase, por ser um momento desenvolvimental onde se concentra um enorme sofrimento emocional, observado estatisticamente. Falamos, nesta idade, da importância da consolidação da identidade, de encontrar um equilíbrio narcísico, do reviver depressivo, da mudança objetal, questões hoje alastradas para o contexto universitário. Quais as respostas do ensino superior em Portugal para atender a estes adolescentes em crise? Como é que a pressão escolar dificulta o processo? Levantámos a problemática que visa questionar a mais valia de um serviço de psicodinâmica em contexto universitário, e procurámos saber se o paciente, ao fim de seis meses de acompanhamento, realmente melhorou, nomeadamente em relação aos conflitos anteriormente mencionados. Organizámos então um estudo de caso, com um aluno do Instituto Superior Técnico, e através de uma análise temática das transcrições das sessões, verificámos ambas as hipóteses.
- A relação entre a Esperança e os dois Princípios do Funcionamento Mental de FreudPublication . Oliveira, Inês Catarina Guerreiro de; Juhos, CsongorA esperança é pensada há muitos anos e sabe-se que tem um impacto positivo na saúde mental dos indivíduos, uma vez que é um robusto preditor de bem-estar e que o afeta o positivamente. No entanto, a investigação tem se focado mais no manifesto da esperança e não no seu latente. O presente estudo explorou a possível relação entre o Princípio da Realidade e o Princípio do Prazer descrito por Freud, em 1911, associada a uma modalidade da esperança realista/ativa e uma esperança irrealista/passiva, respetivamente. Para tal, foram realizadas 4 entrevistas online a uma participante, analisadas com base na análise temática. A participante é uma mulher adulta que revelou recorrer tanto a dinâmicas da esperança irrealista/passiva como, também, se valer da esperança realista/ativa. Em adição, os resultados revelaram que, tal como um pêndulo, estas modalidades de esperança não são rígidas, mas sim flexíveis conforme a necessidade da participante. No entanto, é necessária alguma precaução na generalização desta conclusão dado as limitações do presente estudo. Como investigações futuras, sugere-se a realização de um estudo com um maior número de participantes, para consolidar esta possível ligação. As contribuições deste estudo projetam que futuras investigações possibilitem aprofundar o complexo do que é o latente da esperança.