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- Autoconceito, comportamentos autolesivos e desesperança na adolescênciaPublication . Dinis, Mariana Silva Marques Assunção; Pereira, Maria GouveiaOs comportamentos autolesivos (CAL) atingem jovens e adultos em todos os pontos do globo. Iniciam-se normalmente na adolescência, e é também nessa fase que se regista a maior prevalência desses comportamentos. A literatura tem procurado compreender melhor a temática dos comportamentos autolesivos, nomeadamente a influência que o autoconceito dos adolescentes pode ter nestes comportamentos, não sendo, no entanto, claro qual a direccionalidade desta relação. A desesperança tem sido igualmente estudada, uma vez que, se tem revelado importante para explicar o possível aparecimento de comportamentos autolesivos. Parece existir uma relação entre os dois conceitos, ainda que, por vezes, de forma indireta. Assim, este estudo tem como objetivo principal estudar a relação entre o autoconceito e os comportamentos autolesivos, durante a fase da adolescência. Pretende-se analisar se a perceção que os adolescentes têm acerca de si próprios influencia a existência ou não de comportamentos autolesivos, e analisar quais são as dimensões do autoconceito que têm mais importância para jovens com comportamentos autolesivos. Espera-se compreender melhor a direccionalidade do efeito entre o autoconceito e os CAL. Propõe-se ainda um problema de investigação, onde se analisam a relação entre as diferentes formas (passado, presente e futuro) do autoconceito e os comportamentos autolesivos. Outro objetivo, consiste em verificar se existe relação entre a desesperança e os CAL dos adolescentes. A amostra é composta por 136 participantes, com idades entre os 13 e os 21 anos, provenientes de contexto comunitário e clínico. Os dados foram recolhidos utilizando um Questionário Socio Demográfico, a Escala de Desesperança de Beck, o Inventário dos Comportamentos Autolesivos e do Questionário “Quem sou eu?”. Os resultados revelaram a influência do autoconceito nos comportamentos autolesivos, que dimensões mais afetam estes comportamentos, para além da direção da relação entre as duas variáveis. As formas do presente e futuro do autoconceito parecem ter mais influência e relevância para os comportamentos autolesivos do que o passado. A desesperança mostrou ser parcialmente significativa quando relacionada com os CAL.
- Parental supervision of children/adolescents internet use : does family functionality and smartphone addictioninfluence these practicesPublication . Fernandes, Paula Filipa AndradeIntroduction: Early internet usage is a risk factor for addiction, and adolescents still present low levels of self-control, therefore new approaches need to be created towards a more conscious digital use. The present study aims to explore if family functionality and parents smartphone addiction predict the level of parental supervision towards their children’s technology use. Method: Overall, 586 Portuguese parents of adolescents (98 men), aged 31-60 years old (M=44.3;SD=5.48) participated. Smartphone addiction (Smartphone Addiction Scale-short version), family functionality (General Functioning – a subscale of Family Assessment Device) and parental supervision (Internet Parenting Style Instrument, including both Parental Warmth-PW and Parental Control-PC) were assessed. Results: The structural model revealed a sufferable fit (X2/df=2.645; CFI=.859; TLI=.849; RMSEA=.053). Better family functionality predicted both higher PW(β=.288; p<.001) and PC (β=.151; p=002). The higher the smartphone addiction, the lower PC was (β=-.119;p=.010). Younger parents presented both higher PC (β=-.239;p<.001) and PW (β=-.181;p<.001). More literate parents performed higher PC (β=.184;p<.001) and PW(β=.251;p<.001). Finally, parents with a lower number of children displayed marginally significant values PW (β =-,071;p=,076) Conclusion: A good family functionality is associated with parental internet supervision, which is a protective practice. However, parents who have smartphone addiction (being themselves absorb by a dysfunctional behaviour), with older age (possibly more distant from youth’s internet usage patterns) and less literate (and possibly with less access to information) seem to implement these behaviours less frequently. This study might shed some light on which parents might need information and/or psychoeducation on the matter.
- Perceção de risco em contexto de casais que sofrem de obesidade/ excesso de pesoPublication . Dourado, Leonor Dias; Dourado, Leonor DiasA obesidade foi declarada como a epidemia do século XXI, estando associada a várias doenças não transmissíveis. As perceções de risco ligadas à saúde podem ser um motivo para uma mudança de comportamento. Estar num relacionamento pode tornar-se num fator positivo para a adoção de comportamentos saudáveis tendo em conta que os casais podem partilhar refeições em conjunto, tal como o estilo de comunicação que os casais adotam terá influência nos resultados conjuntos do casal. O objetivo deste estudo foi analisar se a perceção de risco influência a frequência de discussão entre casais com excesso de peso e obesidade. A amostra final foi composta por 37 casais. Utilizou-se o site Restructure Dyadic Data para converter os dados de uma estrutura individual para uma estrutura de díade, com os dados convertidos, analisou-se o efeito da Perceção de Risco do Próprio e do Parceiro através do modelo APIM. Não se observaram diferenças significativas relativamente à frequência de discussão entre homens e mulheres acerca de temas relacionados com a perda de peso. Na análise do efeito ator e parceiro, relativamente à perceção de risco do próprio e do/a parceiro/a comparando homens e mulheres, não se observaram diferenças significativas. Ainda que exista uma vasta literatura acerca de obesidade e excesso de peso, o foco é maioritariamente no indivíduo e não no casal, daí a importância de continuar a desenvolver estudos nesta linha de investigação. Conclui-se, assim, que a perceção de risco não tem influência na frequência de discussão do casal.
- O que prediz sentir prejudicado na internet? Um estudo com jovens portuguesesPublication . Dias, Mónica de Jesus Moreira; Pimenta, Ana Filipa FernandesIntrodução: A utilização excessiva da internet pode expor os jovens a experiências adversas que os podem fazer sentir prejudicados. O objetivo do presente estudo é explorar se o sexo, a idade, a literacia digital, o estilo de supervisão parental percebido na internet e conversar com desconhecidos online predizem sentirem-se prejudicados na internet, numa amostra de jovens portugueses. Método: Um total de 1.586 jovens (Raparigas=52,6%), com idades compreendidas entre 12 e 19 anos (M=14,78; DP=1,89) preencheram um questionário sociodemográfico, uma escala de literacia digital (DLS) e um instrumento da supervisão parental (percebida pelos jovens) da sua utilização da internet (IPSI) – que media Controlo Parental (CP) e Afeto Parental (AP). Resultados: O modelo refinado demonstrou um bom ajustamento (χ2 /df=4,586; SRMR=,060; RMSEA=,048; P(rmsea ≤,05)=,986; IC 90%=],046;,049[; NFI=,919; CFI=,935; TLI=,930), com uma variância explicada de 9,9%. Jovens mais velhos (β=,092; p<,001), que conversam com desconhecidos (β=,256; p<,001), com pais mais controladores (β=,120; p<,001) e que possuem menor literacia digital (β=-,077; p<,002) parecem ser os que mais se sentiram prejudicados na internet. Conclusão: Jovens que detenham as características descritas parecem ser mais vulneráveis a sentirem-se prejudicados e, por isso, devem ser focados com atenção pelos pais e professores. Pode ser importante o desenvolvimento de programas que auxiliem no aumento de literacia digital, bem como, de resiliência que os ajudem a lidar para situações online que os possam fazer sentis prejudicados.
- O funcionamento familiar, a identificação grupal e o consumo de substâncias em adolescentesPublication . Oliveira, Adriana dos Santos; Pereira, Maria GouveiaO presente estudo tem como objetivo verificar de que modo o Funcionamento Familiar (Coesão, Flexibilidade e, Comunicação), a Identificação Grupal e, o Tipo de Grupo influenciam a Frequência de Consumo de Substâncias (Tabaco, Álcool e, Cannabis) em adolescentes. No sentido de se testar algumas hipóteses analisou-se num primeiro momento de que modo o Funcionamento Familiar e a Identificação Grupal são preditores significativos da Frequência de Consumo de Substâncias. Posteriormente, pretendeu-se verificar se existem diferenças significativas na frequência de consumos em função do Tipo de Grupo e da Identificação Grupal. Por último, procurou-se investigar se existem diferenças significativas no Funcionamento Familiar dos adolescentes em função do consumo ou não consumo de substâncias. Este estudo é constituído por 229 participantes, com idades entre os 15 e os 21 anos, dos quais 116 são do género masculino e 113 do género feminino. Os resultados obtidos demonstram uma influência negativa e significativa da dimensão comunicação sobre a frequência de consumo de Tabaco e Cannabis, sugerindo que quanto maior a Comunicação menor a frequência de consumo de tabaco e cannabis, o mesmo não se verificou com o consumo de álcool. Verificou-se ainda uma influência significativa e positiva por parte da Identificação Grupal dos adolescentes sobre a frequência do consumo de álcool. Averiguou-se também que a frequência do consumo de tabaco e cannabis é justificada pelo Tipo de Grupo preferido. Por último verificou-se que apenas os participantes que não consomem tabaco apresentam melhores níveis de Funcionamento Familiar.
- Um encontro entre as adiccções químicas e comportamentais : tabaco, álcool, canábis e smartphones e a sua relação com o funcionamento sexual e a consciência interoceptivaPublication . Gonçalves, Cátia Cristina Brito; Costa, Rui Miguel dos Santos AmaroO progresso científico tem encontrado semelhanças entre as adicções químicas e comportamentais. Contudo, a literatura ainda carece de estudos que integrem estes dois tipos de adicções e estudem a sua relação com o funcionamento sexual e a consciência interoceptiva. Assim, o presente estudo procura examinar se pior funcionamento sexual se associa a maior severidade de dependência ao tabaco, álcool, canábis e smartphones, e se tal é explicado por menor consciência interoceptiva. A amostra total foi constituída por 897 indivíduos (716 mulheres e 181 homens) e sub-dividida em 3 sub-amostras: 168 consumidores de tabaco (123 mulheres e 45 homens), 716 de álcool (571 mulheres e 145 homens) e 106 de canábis (73 mulheres e 33 homens). Utilizou-se um questionário sociodemográfico, a escala de Avaliação Multidimensional da Consciência Interoceptiva (MAIA), o Índice de Funcionamento Sexual Feminino (FSFI), o Índice Internacional de Função Erétil (IIEF), a escala de Adicção ao Smartphone – versão reduzida (SAS-SV), o Teste de Fagerstrom para a Dependência da Nicotina (TDFN), o Álcool Use Disorder Identification Test (AUDIT) e o Cannabis Use Disorder Identification Test (CUDIT). Os resultados apontam que as adicções associam-se a um pior funcionamento sexual, excepto a adicção ao tabaco e canábis, onde não foram encontrados resultados significativos. A consciência interoceptiva associa-se a um melhor funcionamento sexual feminino. Igualmente, a consciência interoceptiva explica, em parte, a relação entre maior severidade da adicção ao smartphone e pior funcionamento sexual.
- Variabilidade morfológica do esgana-gata (Gasterosteus aculeatus L.) ao longo da sua área de distribuição globalPublication . Henriques, Filipa Pais; Alexandre, Carlos Manuel EngeitadoO esgana-gata é uma espécie cuja distribuição global que ocorre ao longo do hemisfério norte. Tornou-se numa excelente espécie modelo para vários estudos por possuir grande variação na utilização de recursos e a nível morfológico dentro das mesmas populações e entre populações. O esgana-gata é uma espécies que evolui rapidamente e por isso é de esperar que as populações destes organismos respondam rapidamente às alterações climáticas. O estudo da sua morfologia poderá ser um fator essencial para a sua conservação no sentido de entender como estas espécies estão a responder às alterações no seus habitas. Analisámos as variações morfológicas de populações de esgana-gata de vários lagos em 4 países distintos, Escócia, Islândia, Canadá e Alasca, que apresentam características ambientais diferentes com o intuito de entender qual o grau de variabilidade morfológica do esgana-gata ao longo da sua área de distribuição e se esta é maior a nível regional (entre países), ou local (entre os lagos). Analisou-se um total de 2763 indivíduos relativamente à forma do corpo e analisaram-se 9 variáveis morfométricas para os mesmos indivíduos. Identificaram-se dois tipos morfológicos pertencentes ao continente americano e ao continente europeu. Encontraram-se mais diferenças relacionadas com a morfometria dos indivíduos do que relacionas com a sua forma do corpo sobretudo entre países. Em termos de análises entre lagos, dentro de cada país, verificou-se uma grande variabilidade das variáveis complementares e praticamente não se obteve diferenças relativas à forma do corpo. Deste modo, os nossos resultados sugerem que a forma global do corpo de esgana-gata poderá estar a responder de forma mais acentuada a variações de larga escala, ao longo da sua distribuição e menos às características especificas do habitat.
- Exposição da freira-das-Bermudas a poluentes orgânicos persistentes e oligoelementos : a influência da ecologia trófica e o impacto no sucesso reprodutorPublication . Martins, Ana Rosa Marques; Campioni, LetiziaA poluição marinha constitui um dos maiores problemas ambientais atuais que afeta principalmente os predadores de topo. A Pterodroma cahow é uma ave pelágica outrora considerada extinta. A monitorização populacional a longo prazo revelou, no passado, a suscetibilidade da freira-das-Bermudas à contaminação por poluentes orgânicos (p,p’-DDT e metabolitos) e, mais recentemente, o insucesso de eclosão entre os casais reprodutores. O presente estudo visa avaliar o impacto da variação das dimensões dos ovos, de macro e oligoelementos (essenciais e não essenciais) no sucesso de eclosão e averiguar a possível influência da exposição a poluentes orgânicos persistentes, através da sua relação à ecologia trófica e características individuais. Durante a época de reprodução de 2019, foram recolhidas 36 cascas de ovos e amostras de sangue de 25% de indivíduos reprodutores. O estudo consta que cerca de 27% dos ovos não eclodidos pode dever-se à exposição de contaminantes. A variabilidade observada nas dimensões dos ovos não sugere qualquer relação com a probabilidade de eclosão. Observou-se a mobilização do macroelemento potássio e do oligoelemento essencial ferro das cascas de ovos durante o desenvolvimento embrionário, sugerindo que as mesmas podem funcionar como reserva. Os indivíduos com maior massa corporal apresentaram menores concentrações de p,p’-DDE, ΣPCBs e ΣOCPs, sugerindo o efeito de diluição. Houve uma relação negativa entre as concentrações de ΣPCBs e os níveis de δ15N. Apesar das concentrações de p,p’-DDE, ΣPCBs e ΣOCPs terem sido relativamente baixas, indivíduos com maiores concentrações estão suscetíveis a um menor sucesso reprodutor, sendo a probabilidade de eclosão menor.
- Effects of environmental enrichment on the behaviour of Scarlet Ibis, Eudocimus ruberPublication . Rocha, Inês Cecília Matos; Lopes, Patrícia Alexandra RachinasO enriquecimento ambiental tem sido muito utilizado em zoos com o intuito de melhorar as condições de bem-estar animal, fornecendo estímulos que respondem às necessidades dos animais, permitindo comportamentos típicos da espécie. Neste estudo é abordado o efeito da implementação de diferentes tipos de enriquecimento num grupo de íbis-escarlate do Zoomarine, Algarve. Para tal, seguiu-se o desenho experimental do tipo ABA, consistindo numa primeira fase de baseline (apenas estudo comportamental), seguida de uma fase de estudo comportamental com enriquecimento (aplicando 4 tipos de enriquecimentos, físico, alimentar, sensorial e táctil, individualmente), e um pós-enriquecimento (estudo comportamental sem enriquecimento). No final procedeu-se a um estudo do comportamento com todos os enriquecimentos em simultâneo (pós-enriquecimento com enriquecimento). A comparação entre contextos revelou que, dos comportamentos analisados, existiu uma semelhança de 50% nos comportamentos exibidos no baseline e no pós-enriquecimento sem enriquecimento, o que sugere que após retirados os enriquecimentos os animais voltam aos seus comportamentos iniciais. Verificou-se ainda que cada tipo de enriquecimento teve um efeito diferente no tipo de comportamentos observados. O enriquecimento físico teve maior influência no preening, exploration e foraging; o nutricional na maintenance e manipulation/play; o sensorial no attentive behaviour e resting; e o enriquecimento táctil no resting, exploration e stationary. O comportamento exploratório surgiu associado à presença de enriquecimento físico, nutricional e táctil, sendo despertado apenas quando aplicado um estímulo novo. No entanto, devido à curta duração do estudo, torna-se também importante verificar se as conclusões obtidas não resultam apenas de um “efeito novidade”.