PSAU - Tese de doutoramento
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Browsing PSAU - Tese de doutoramento by Author "Deep, Cláudia Alexandra Ferreira de Carvalho Ng"
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- Avaliação do impacto de uma intervenção em gestão do stress em pacientes sujeitos a radioterapia e em situação de fadiga oncológica : um estudo quase experimentalPublication . Deep, Cláudia Alexandra Ferreira de Carvalho Ng; Leal, Isabel Pereira; Patrão, Ivone Alexandra MartinsRESUMO: A intervenção em gestão do stress cognitivo-comportamental (IGSCC) composta por reestruturação cognitiva, treino em estratégias de coping e relaxação muscular é apontada por parte da Comunidade Científica como eficaz na redução da fadiga oncológica (FO). No entanto, esta opinião não é consensual e parte da investigação argumenta que a terapia cognitivo-comportamental não reestrutura a experiência da crise, durante o tratamento de radioterapia. A FO, altamente debilitante, é suportada por parte dos doentes oncológicos e surge como resultado do processo oncológico (doença e tratamentos). Manifesta-se em exaustão física, mental, emocional e social, impactando a qualidade de vida. A sua etiologia é patopsicofisiológica, com vários factores correlacionados: crenças disfuncionais, estados emocionais com significativa ansiedade, depressão e stress, baixa percepção e satisfação com o suporte social, baixa qualidade de vida e limitada resiliência. Este estudo procura avaliar o impacto da IGSCC, durante a radioterapia, sobre a FO, contribuindo para uma maior compreensão deste constructo tão complexo. É um estudo longitudinal, comparativo e correlacional, recorre a 3 grupos avaliados em 3 momentos: antes da radioterapia (M1), logo após o fim da radioterapia (M2) e seis meses após o fim da radioterapia (M3). O grupo de intervenção é composto por 35 indivíduos com FO sujeitos a IGSCC, o grupo de controlo é composto por 35 sujeitos com FO e apenas sujeitos a radioterapia e o grupo sem FO é composto por 35 sujeitos sem FO e apenas sujeitos a radioterapia. Todos os sujeitos foram previamente seleccionados e colocados aleatoriamente no respectivo grupo depois de responderem ao Termómetro Emocional (Bizarro, Patrão, & Deep, 2012). Avaliou-se ainda a dinâmica emocional, social, cognitiva, a personalidade, a qualidade de vida e as características sociodemográficas e clínicas. Verificou-se que os resultados obtidos dependeram do tipo de tratamento (com ou sem IGSCC) e que quando um paciente tem intervenção psicológica o sofrimento emocional, a ansiedade, a depressão, o impacto e a necessidade de ajuda diminuem (p˂,05). Igualmente verificou-se que a IGSCC alterou as crenças do grupo de intervenção, ajudando-o a lidar com o cancro, reduzindo o sofrimento psicológico e incrementando o bem-estar (p˂,05). Quanto aos padrões de regulação emocional verificou-se o impacto positivo da IGSCC a curto e longo prazo: a IGSCC reestruturou a vivência de crise e reduziu a gravidade da sintomatologia, ainda que se tenha assistido à perda de resultados positivos no grupo de intervenção no M3. A satisfação com o suporte social, resiliência e qualidade de vida também confirmam o impacto positivo da IGSCC a curto e longo prazo (p˂,05). Este estudo demonstra correlações (r˂,05) entre factores estudados: os padrões de regulação emocional estão positivamente correlacionados com a baixa qualidade de vida, e negativamente correlacionados com a resiliência e a satisfação com o suporte social. A IGSCC contribuiu para um maior bem-estar: teve impacto positivo sobre a experiência psicossocial do GI reestruturando a experiência de crise e reduzindo a gravidade dos sintomas. A IGSCC permitiu a reestruturação cognitiva, estabeleceu estratégias de enfrentamento apropriadas e ensinou os pacientes a relaxar. Embora a FO tenha um caráter patopsicofisiológico, com a IGSCC é possível alcançar níveis mais baixos de ansiedade, depressão e stress, considerando-se esta intervenção eficaz na gestão da FO. As implicações clínicas do estudo referem-se a necessidade de detectar a FO e intervir terapeuticamente.