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A observação e a investigação sistemática da adolescência na Psicologia, inicia-se objectivamente com Stanley Hall (1904). De facto, desde então o interesse científico nesta área, cresceu e alargou-se a muitas perspectivas. Actualmente, os estudos empíricos, teorias explicativas e campos de observação, constituem um terreno simultaneamente muito vasto, discrepante e por vezes contraditório.
Contudo, a par da notável variabilidade inter-cultural do comportamento adolescente e da larga disparidade que existe na conceptualização da adolescência, existe a convergência num ponto comum: E essencialmente através do contacto social com os seus iguais, que progressivamente, o adolescente desenha o esboço da sua autonomia e incrementa novos perfis de socialização.
Tendo então como pano de fundo o processo da adolescência, o trabalho que aqui desenvolvemos é essencialmente um estudo exploratório que se inspira nos contributos da psicossociologia e da etologia social. Discutimos também as perspectivas mais significativas, a partir das quais a adolescência tem sido teorizada e investigada.
A perspectiva em que nos situamos, é a de que as relações com os progenitores e as relações com os pares e amigos íntimos, têm dinâmicas específicas, não se substituindo, mas antes, contribuindo ambas para o desenvolvimento adolescente.
Entendemos nesse sentido, a integração do adolescente na cultura de pares, como o passo fundamental que mediará a sua autonomia. Por outro fado, defendemos a ideia chave de que o comportamento humano, não pode explicar-se adequadamente se isolarmos as pessoas dos contextos sociais e culturais em que se situam e a partir dos quais se desenvolvem socialmente.
As dimensões do relacionamento intra-familiar e do relacionamento entre os amigos, são avaliadas a partir das percepções do adolescente sobre as mesmas. A compreensão da amizade e da afiliação com os seus pares, é operacionalizada a partir dos contributos teóricos de autores como Asher (1987, 1990); Coie (1988); Hartup (1996), Palmonari (1990); Youniss (1985, 1994) entre outros. Daremos no entanto uma importância mais significativa, aos contributos teóricos de James Youniss, que
partindo da tese de Sullivan - Piaget (1953/1965), desenvolve um modelo muito interessante para a compreensão do espaço inter-relacional do adolescente.
Dando sequência a este modelo, discutimos os resultados observados, partindo de adolescentes classificados em diferentes estatutos sociométricos. Os dados recolhidos em adolescentes portugueses, (alunos de 14 -16 anos, que frequentam o 9o ano de escolaridade), são também contrastados com resultados verificados com adolescentes americanos da mesma idade.
Partindo dos contributos da Etologia Social e do recurso a técnicas sociométricas multivariadas de análise das redes sociais, é estudada e analisada a estrutura afiliativa dos grupos de pares em termos de cliques sociais, que traduzem o acesso diferencial dos adolescentes a diferentes contextos de adaptação individual, no interior dos mesmos grupos de pares.
Finalmente, reflectimos sobre o papel da família e da escota como redes de suporte social. Defendemos na família, estilos educativos que promovam a responsabilização e autonomia do adolescente. Na escola, defendemos essencialmente, uma cultura escolar que promova o bem estar pessoal e social do adolescente e não somente as questões relacionadas com o rendimento escolar.
Apesar de algumas limitações do estudo, que não possibilitam a generalização, visto basear-se em dados recolhidos num único momento do ano lectivo e numa única escola, bem como basear-se essencialmente nas percepções dos adolescentes, concluímos e não obstante o referido, que os resultados obtidos são suficientemente estimulantes e motivadores para a dinamização futura de outros estudos, dando continuidade ao percurso agora iniciado.
Description
Dissertação de Mestrado em Psicologia Educacional
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Publisher
Instituto Superior de Psicologia Aplicada