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Abstract(s)
Introdução. Os elevados índices de inactividade nas sociedades ocidentais e o conhecimento científico dos benefícios da prática regular de exercício físico, contribuíram para o impulsionar da investigação das variáveis psicológicas que podem estar associadas à adesão, manutenção, abandono e resistência à prática de exercício físico. O presente estudo, adoptando uma perspectiva de auto-regulação do comportamento (Maes & Karoly, 2005), analisou a relação entre a prática de exercício físico e a motivação (extrínseca e intrínseca), eficácia auto-reguladora e objectivos competitivos com a prática de exercício físico.
Foi ainda objectivo deste estudo analisar a existência de diferenças nos níveis de fadiga,
concentração, motivação, actividades diárias e sintomas psicológicos (problemas de
sono, depressão e ansiedade), entre sujeitos com diferentes níveis de exercício físico.
Método. Participaram no estudo 269 sujeitos adultos (21-65 anos), de ambos os sexos,
distribuídos por diversos grupos de acordo com os seus níveis de actividade física:
inactivos, activos irregulares, activos regulares (até 24 meses) e activos regulares (há
pelo menos de 24 meses). Utilizando metodologia de inquérito, o estudo consistiu na
aplicação de um conjunto de questionários, num único momento, aos participantes. O
processo de recolha foi feito por email/correio. Os níveis de exercício físico foram
recolhidos através de questões acerca do historial de actividade física dos participantes.
Os instrumentos utilizados foram o Alameda 7 (Schoenborn, 1985), Behavior
Regulation for Exercise Questionnaire (Markland& Tobin, 2004), Regulatory Self-
Efficacy Scale, Competing Goals Scale (Gebhardt & Maes, 1998), Checklist of
Individual Strength (Vercoulen, Swanink, Fennis, Galama, Van der Meer &
Bleijenberg, 1994) and Brief Symptom Inventory (Canavarro, 1999). Todos os
instrumentos apresentaram, nesta amostra, boas propriedades psicométricas.
Resultados. Os resultados revelaram a existência de diferenças significativas nos níveis
de eficácia auto-reguladora e motivação. Os sujeitos praticantes regulares de exercício
físico apresentaram maior confiança na sua capacidade para ultrapassar barreiras à
prática de exercício físico e regulação do comportamento mais autónoma, em
comparação com os não praticantes e os praticantes irregulares. A quantidade de
objectivos conflituantes com o exercício valorizados pelos indivíduos, apresentou
igualmente diferenças significativas, neste caso, superior no grupo dos indivíduos
inactivos. A análise discriminante efectuada extraiu uma função discriminativa
'
significativa entre grupos, constituída pelas variáveis motivação e eficácia auto-reguladora. Verificou-se ainda existirem associações significativas positivas entre o tipo de regulação do comportamento e os níveis de eficácia auto-reguladora em todos os grupos de exercício físico. Os sujeitos não praticantes de exercício físico apresentaram os níveis mais elevados de fadiga, ansiedade e problemas de sono e, os níveis mais baixos de motivação e concentração.
Discussão. Estes resultados contribuem para a compreensão dos factores psicológicos associados à prática de exercício físico. A investigação futura deverá examinar estas relações utilizando métodos longitudinais e de intervenção, de modo a observar de que forma estas variáveis permitem predizer modificações no comportamento de exercício físico ao longo do tempo. Considera-se que as intervenções dirigidas a aumentar os níveis de eficácia auto-reguladora, potenciar autonomia na regulação do comportamento (motivação intrínseca) e identificar e criar alternativas para objectivos competitivos, poderão ser úteis na promoção e manutenção da prática de exercício físico
Description
Dissertação de Mestrado em Psicologia da Saúde
Keywords
Psicopatologia da saúde Exercício físico Motivação Auto-eficácia Objectivos Auto-regulação Health psychology Physical exercise Motivation Self-efficacy Goals Self-regulation Instruments
Citation
Publisher
Instituto Superior de Psicologia Aplicada