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As notas autobiográficas que percorrem duma ponta à outra a obra de João dos Santos e que são o fio condutor para aceder à sua vida, pensamento e obra, remetem-nos para três pilares fundacionais do ser humano.
O primeiro pilar é a Rememoração. Rememoração que remonta àquela relação privilegiada com a mãe primária — nem sempre a mãe natural, mas sempre a que acolheu, alimentou, amou e protegeu —, relação fontal na qual se jogou o futuro do homem.
O segundo pilar fortalece os fundamentos do primeiro estimando-lhe o valor. É a Educação como capacidade de alguém se oferecer como modelo autêntico de pessoa.
O terceiro pilar, que remata o edifício, é a Escola como instituição que possibilita a inserção na cultura e Obras da humanidade.
Estes três pilares são reflectidos por João dos Santos, não só como objecto do seu pensamento e da sua obra, mas sobretudo como viagem que ele empreende ao seu mundo interior: a relação com a sua mãe e, através dela, com o seu pai e a restante família, como exemplo da importância que as imagos parentais e o afecto têm na saúde mental; a sua ajuda às dificuldades escolares de seus filhos, como exemplo da importância incontornável que uma presença vigilante e amorosa tem na aprendizagem.
Esta viagem interior, que fundamenta tudo o que João dos Santos pensou, ensinou e fez, é repto para que cada um faça o mesmo: se conheça a si mesmo e se interesse pela educação das novas gerações.
Eis porque a obra de João dos Santos é, na sua essência, um discurso psicopedagógico. Mas um discurso que não é constituído por um conjunto de "teorias", mas por uma narração da própria interioridade que se oferece como modelo de autenticidade, disponibilidade e amor. João dos Santos ilustra-o, quando afirma: «Cada pessoa é no seu Ser, é, em si própria, uma vivência, uma perspectiva e uma experiência inédita, porque a sua vivência é interioridade».
O carácter autobiográfico da obra de João dos Santos é convite à rememoração e à tomada de consciência. Não para se ficar encerrado em si mesmo, mas para que, encontrando a criança que em nós persiste, sejamos capazes de amar as crianças que agora o são. Porque, como João dos Santos também afirma: «de Amor pelas crianças só são capazes aqueles que amam a criança que neles habita».
Description
Dissertação de Mestrado em Psicologia Educacional
Keywords
Psicologia educacional Educational psychology
Citation
Publisher
Universidade do Minho - Instituto de Educação e Psicologia