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Burnout nos profissionais dos centros de atendimento de toxicodependentes: Causas e consequĂȘncias

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Abstract(s)

Baseando-nos no modelo de Jackson, Schwab e Schuler (1986a), para determinar as causas e consequĂȘncias do burnout, neste estudo apresentamos um modelo integrado de burnout, onde analisaremos as possĂ­veis relaçÔes entre factores antecedentes ou preditores de burnout (organizacionais e individuais) e as consequĂȘncias deste no comportamento de um grupo especĂ­fico. As variĂĄveis preditoras do burnout, foram classificadas em a) factores organizacionais, que correspondem Ă s subescalas definidas pela Work Environment Scale (envolvimento, coesĂŁo, supervisĂŁo, autonomia, orientação, pressĂŁo, clareza, controlo, inovação e conforto) e b) factores individuais como o sexo, idade, escolaridade, estado civil, existĂȘncia de filhos, grupo profissional, funçÔes de chefia, tempo de exercĂ­cio na função', vĂ­nculo laborai e horas que trabalha por dia. Para as consequĂȘncias foram consideradas as seguintes variĂĄveis: turnover, absentismo, satisfação no trabalho e sintomas psicossomĂĄticos. O burnout foi definido como uma sĂ­ndroma composta por trĂȘs componentes: exaustĂŁo emocional, despersonalizacĂŁo e realização pessoal, de acordo com Maslach e Jackson (1981a). A população considerada foram todos os profissionais dos Centros de Atendimento de Toxicodependentes de Lisboa e Vale do Tejo (N=188). Destes, 88-sujeitos, 47% da amostra total, responderam aos instrumentos. Foram colocadas as hipĂłteses de que o burnout estava associado com alguns dos dez factores organizacionais considerados e com alguns dos dez individuais, que influenciariam este. Para as consequĂȘncias hipotetisĂĄmos a relação do burnout com as quatro variĂĄveis retiradas da literatura, .acima referidas . UtilizĂĄmos um instrumento composto por trĂȘs questionĂĄrios: o Maslach Burnout Inventory (MBI) para avaliar os trĂȘs componentes do burnout, o Work Environment Scale (WES) para avaliar os factores organizacionais e um conjunto de questĂ”es para avaliar os factores individuais e as consequĂȘncias do burnout no comportamento. No que respeita Ă  validação das escalas, na escala MBI os resultados encontrados apontam no sentido de boas qualidades mĂ©tricas, no que respeita Ă  consistĂȘncia interna e validade. Quanto Ă  escala WES, no que respeita Ă  consistĂȘncia interna esta nĂŁo apresentou tĂŁo boas qualidades mĂ©tricas, mas apesar de nĂŁo serem os resultados desejĂĄveis, considerĂĄmo-los aceitĂĄveis. Baseados no Maslach Burnout Inventory, verificamos que apenas na subsescala de exaustĂŁo emocional, os sujeitos apresentam valores elevados da sĂ­ndroma de burnout (mĂ©dia = 26). Atendendo Ă s hipĂłteses colocadas, para o tratamento dos dados, procedeu-se Ă  anĂĄlise de variĂąncia (ANOVA) e Ă  anĂĄlise de regressĂŁo (regressĂŁo linear mĂșltipla), relativamente aos factores individuais e organizacionais, respectivamente. Os dados sugerem que em relação aos factores preditores de burnout estudados, poucas associaçÔes foram verificadas, e as encontradas apresentaram uma grande dispersĂŁo, nĂŁo sendo possĂ­vel comprovar ou infirmar com precisĂŁo a existĂȘncia de preditores de burnout e as consequĂȘncias deste, mas apenas fazer inferĂȘncias acerca do tipo de associação positiva ou negativa entre as variĂĄveis. Em relação aos factores individuais, significativas diferenças foram encontradas entre as variĂĄveis sexo, idade e tempo de exercĂ­cio na função na dimensĂŁo exaustĂŁo emocional e entre a variĂĄvel tempo de exercĂ­cio, na função e a despersonalização. Verificando-se assim, que sĂŁo os profissionais do sexo masculino e os profissionais que tĂȘm menos de 25 anos, que parecem ser os grupos mais afectados com a sĂ­ndroma de exaustĂŁo emocional. Quanto ao tempo de exercĂ­cio da função, constatou-se que sĂŁo os profissionais com menos de 1 ano de experiĂȘncia profissional, que apresentam nĂ­veis mais altos de exaustĂŁo emocional e os com mais de 10 anos de experiĂȘncia profissional, que apresentam nĂ­veis mais altos de despersonalização. Quanto aos dez factores organizacionais considerados somente em trĂȘs se verificou alguma relação com as subescalas do Maslach Burnout Inventory, sĂŁo: a pressĂŁo no trabalho associada Ă  exaustĂŁo emocional; a autonomia e o envolvimento associados Ă  despersonalização e Ă  realização pessoal. No que respeita Ă s consequĂȘncias, verificamos que os sintomas psicossomĂĄticos, a satisfação no trabalho e o turnover, sĂŁo os factores mais associados Ă  sĂ­ndroma de burnout. Assim, apesar das correlaçÔes encontradas nĂŁo serem fortes, verificamos que a exaustĂŁo emocional Ă© a dimensĂŁo que mais se relaciona com os sintomas psicossomĂĄticos. Apresentando a satisfação profissional uma associação negativa com a despersonalização e positiva com a realização pessoal. Quanto ao turnover constatamos que sĂŁo os profissionais que mais desejam sair da organização, os que apresentam maiores nĂ­veis de despersonalização, e os que nĂŁo desejam sair os que se sentem mais realizados profissionalmente. Atendendo a estes resultados, um modelo mais compreensivo deverĂĄ ser desenvolvido sobre a relação entre preditores, sintomas psicolĂłgicos de burnout e as consequĂȘncias deste. As organizaçÔes deverĂŁo preocupar-se em diagnosticar factores que tĂȘm um efeito significativo nos aspectos do burnout e implementar estratĂ©gias para prevenir e reduzir o burnout e as suas consequĂȘncias, porque nĂŁo o fazendo colocam em risco o bom funcionamento dos serviços.

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Dissertação de mestrado em Comportamento Organizacional

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Instituto Superior de Psicologia Aplicada

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