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Advisor(s)
Abstract(s)
O facto de estar ligada à Educação Recorrente e de há 17 anos consecutivos organizar cursos e exercer funções tecnicopedagógicas num Estabelecimento Prisional, possibilitou-me um conhecimento e um contacto pessoal mais pormenorizado com a referida instituição
prisional.
Estes cursos regem-se por normas específicas impostas pela instituição, facto que nos levou a questionar sobre as percepções que os formandos reclusos têm da Escola, em estabelecimento prisional.
Caracterizámos a população reclusa, na sua grande maioria jovens, e estabelecemos a diferença entre as atitudes face à Escola dos reclusos que frequentam e os que não frequentam o 1o e 2° ciclos do Ensino Recorrente.
Acerca das percepções que constroem da Escola, há que salientar que a maioria dos respondentes, quer os que frequentam ou não a Escola, são unânimes em considerar a Escola positiva, quando avaliaram o papel da mesma através do nosso inquérito - instrumento fundamental deste estudo.
Uma vez que nascemos e vivemos em organizações, não podemos deixar de olhar a organização Escola como uma das mais relevantes.
A pesquisa que fizemos no respeitante ao conjunto de legislações sobre a estrutura da Escola nos Estabelecimentos Prisionais, foi fundamental para melhor compreendermos esta problemática, no contexto da evolução das ideias e orientações através dos tempos.
O estudo exploratório permitiu um contacto não só com os materiais documentais, mas também com o universo humano e o espaço físico, possibilitando a organização e práticas de
investigação adequadas à realidade a que foram aplicadas.
Os contactos informais com os reclusos foram feitos nas aulas, nos intervalos das actividades, nos corredores, no pátio do recreio e nas celas.
O vocabulário utilizado foi cuidado de forma a ser entendido pelos nossos
interlocutores.
Ministrámos o inquérito aos reclusos por pequenos grupos e solicitámos a colaboração
de dois reclusos bem aceites pela população prisional
Apesar de alguns olhares pessimistas sobre as prisões, o nosso estudo parece indicar que a Escola nestas organizações poderá ajudar a satisfazer algumas das necessidades mais prementes, ou seja, o de contribuir para a inserção na sociedade.
Todavia, não podemos esquecer as limitações deste nosso estudo, que decorreu numa instituição fechada, com todas as restrições impostas por essa condição.
A medida que fomos percorrendo o longo caminho metodológico que norteou o nosso estudo, fomos verificando os limites do nosso conhecimento e, consequentemente, do muito que ficou por pesquisar e descobrir.
Conscientes de que todo o trabalho em ciências sociais acarreta múltiplas dificuldades, e sem pretendermos apresentar certezas do nosso estudo, desejamos sim, que ele seja o embrião de uma longa caminhada que são as investigações sobre prisões no nosso país.
Ao apresentarmos o desenho do nosso estudo convidamo-lo a espreitar a prisão e a acompanhar-nos ao som de ruídos metálicos através desta "viagem" para perceber como é que o recluso interpreta a função da Escola e o significado que lhe atribui.
Description
Dissertação de Mestrado em Psicologia Educacional
Keywords
Psicologia educacional Auto-percepção Instrumentos Socialização Integração social Integração escolar Prisões Educação Prisioneiros Educational psychology Self-perception Instruments Socialization Social integration Prisions Education Prisoners
Pedagogical Context
Citation
Publisher
Instituto Superior de Psicologia Aplicada