PFOR - Dissertações de Mestrado
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Browsing PFOR - Dissertações de Mestrado by Subject "Aceitação de mitos de violação"
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- “Ninguém se magoou realmente” – A legitimação da “área cinzenta” da Violência Sexual e o Reflexo dos Papéis de GéneroPublication . Vieira, Aixa Louro de Almeida Teixeira; Rodrigues, Andreia Luísa Gonçalves Teixeira CastroO presente estudo propôs-se a expandir a literatura criminológica/forense qualitativa com recurso à metodologia de vinhetas que, até à data, tem canalizado os seus esforços na violência sexual, mais concretamente, no crime de violação com recurso a penetração forçada. Para tal, procurou-se explorar uma amplitude de atos conhecidos pela literatura como “área cinzenta”, possivelmente considerada mais subtil e, portanto, tendencialmente banalizada, legitimada e normalizada na sociedade. Este estudo pretendeu responder às questões: “Qual a perceção de estudantes universitários no que concerne à “área cinzenta” da violência sexual? Em que medida existe, ou não, legitimação? E quais as eventuais diferenças de género associadas?”. A amostra foi constituída por 164 estudantes universitários, residentes em Portugal, 71.3% (n = 117) do sexo feminino e 28.7% (n = 47) do sexo masculino, com uma idade média de 23 anos (DP = 5.84). Os cursos representados neste estudo são a Psicologia, a Criminologia, a Sociologia, o Serviço Social, o Direito, a Medicina, a Enfermagem, entre outros. A análise de dados foi feita com recurso ao método de análise temática de Braun & Clarke e dela surgiram três principais temas a analisar: “Caracterização dos sujeitos”, “Consentimento” e “Gravidade”. O presente estudo permitiu evidenciar diferenças na representação e tratamento das vítimas em função do género, permitindo clarificar que comportamentos se enquadram na “área cinzenta” da violência sexual. Adicionalmente, este estudo também permitiu evidenciar discurso coincidente com menorização do impacto dos atos, dado que suportam a ideia de que existe ambiguidade nas perceções sobre os comportamentos em estudo, com instâncias de menorização da conduta agressiva e em particular com discurso de racionalização das ações do/a agressor/a, levando a, de forma complementar, que tenham surgido críticas à vítima. Existe, neste sentido, um discurso que se enquadra na “Victim Blaming”, fenómeno que se mantém atual, embora subtil.