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- Desenhos, histórias e irrequietude: três estudos de caso clínicoPublication . Santos, Joel Fernando da Palma Dias; Trigo, MiguelA necessidade de ações concretas para fomentar, preservar e cuidar da saúde mental das crianças tem vindo a ser sublinhada em vários relatórios internacionais. Proporcionar o acesso a cuidados de saúde mental de qualidade, que permitam a Todas as crianças desenvolverem-se de forma plena, é um desafio complexo, que merece ser abordado. Entre as crianças que necessitam de cuidados ao nível da saúde mental, encontram-se aquelas que apresentam hiperatividade, uma resposta motora frequente entre as crianças caracterizadas como irrequietas. Neste trabalho pretendemos conhecer e compreender mais aprofundadamente as características destas crianças e, além disso, descobrir como se podem potencializar as suas capacidades e competências, bem como promover a sua tranquilização. Assumindo um paradigma interpretativo, optou-se por um design de estudo de caso intrínseco, recorrendo a desenhos e histórias das crianças identificadas como irrequietas, que se encontravam em acompanhamento pedagógico-terapêutico no Centro Doutor João dos Santos - Casa da Praia. Os participantes desta investigação foram três crianças, identificadas pela equipa clínica do Centro Doutor João dos Santos - Casa da Praia - como apresentando irrequietude. Os instrumentos de recolha de dados usados foram: (1) as observações registadas em Diário de Bordo do investigador; (2) o desenho livre e respetiva história narrada pela criança; e (3) a recolha documental. Nos resultados, apresentam-se as observações realizadas, as características dos desenhos e respetivas interpretações. Sinalizam-se, entre outros, a capacidade dos participantes para o reconhecimento dos perigos que os rodeiam, e uma inquietação que possivelmente os habita e da qual procuram fugir. Apresentam-se as características das histórias e os aspetos, a partir dos quais, se pode promover a concentração e a socialização, quer com adultos, quer entre pares. Sinaliza-se sobretudo aquilo de que cada criança é capaz, abrindo espaço para se construir, ao invés de se assinalar impossibilidades, o que sublinha o potencial clínico dos desenhos e das respetivas histórias.
- Segurança psicológica e saúde mental nas organizaçõesPublication . Costa, Ana Paula Marques de Oliveira e; Miguel, MartaA segurança psicológica enquanto capacidade de o indivíduo se manifestar perante os outros, seja dentro de um grupo, equipa, organização ou outro ambiente, sem medo das repercussões que tal risco interpessoal acarreta, tem sido associada ao aumento da aprendizagem, do desempenho, da produtividade, da qualidade, da segurança, do compromisso, da coesão, da criatividade e da inovação, e do bem-estar dos trabalhadores. São, contudo, ínfimos os estudos sobre a relação entre a segurança psicológica percebida pelos indivíduos e a sua saúde mental, tópico que este estudo pretendeu averiguar. Os instrumentos utilizados foram a Escala de Segurança Psicológica de O’Donovan et al. (2020) e o Inventário de Saúde Mental (Ribeiro, 2011), aplicados a uma amostra de 420 trabalhadores em contexto empresarial. A Escala de Segurança Psicológica foi adaptada para português, e a sua validade estrutural verificada através das análises fatoriais confirmatória (AFC) e exploratória (AFE). Entre os resultados destacaram-se: a associação positiva significativa entre a perceção de segurança psicológica por parte do trabalhador e a sua saúde mental, sendo a primeira o preditor com maior impacto no distress psicológico; a associação positiva entre segurança psicológica e satisfação face ao trabalho; o efeito significativo da segurança psicológica face aos líderes no distress psicológico; diferenças significativas na segurança psicológica e na saúde mental em função do nível hierárquico dos trabalhadores, com as lideranças pontuando mais em ambas as variáveis; uma maior dificuldade em abordar assuntos pessoais do que profissionais; e a consciência da influência de uma baixa segurança psicológica na saúde mental.
- Autismo e justiça: O impacto do diagnóstico nas decisões de culpabilidade e penaPublication . Lopes, Cátia Margarida Pinto; Almeida, Telma SousaO presente estudo examinou se a informação sobre o diagnóstico de autismo influenciava as perceções de culpa e a atribuição de penas por parte de um júri fictício num caso de violação. Para tal, 202 participantes foram divididos em dois grupos: um grupo que recebeu informação sobre o diagnóstico de autismo do réu e outro que não recebeu qualquer informação. Após lerem uma vinheta que descrevia um crime de violação, os participantes avaliaram a culpabilidade do réu e indicaram a pena que consideravam apropriada. Adicionalmente, foram analisadas as crenças prévias dos participantes sobre a influência das doenças mentais em condenações injustas e penas, bem como o efeito de variáveis sociodemográficas, como o sexo e a idade, nas suas decisões. Os resultados revelaram que a informação sobre o diagnóstico de autismo não influenciou significativamente as perceções de culpa nem a severidade das penas atribuídas. No entanto, as crenças prévias sobre a influência das doenças mentais associaram-se a penas mais leves, embora não tenham afetado as decisões de culpa. Estes resultados indicam que, em crimes graves como a violação, a gravidade do crime tende a prevalecer sobre fatores atenuantes relacionados com a saúde mental, como o diagnóstico de autismo.
- Personalidade, objetivos da regulação emocional e saúde mental em adultosPublication . Moniz, Gabriela Sofia FernandesIntrodução: A saúde mental é um aspeto intrínseco e essencial na vida dos indivíduos, pois influencia o pensamento, sentimento e comportamento das pessoas. A personalidade e a regulação emocional são fatores que influenciam a saúde mental, afetando áreas da vida pessoal, profissional e familiar. Objetivo: O estudo teve como objetivo investigar a relação entre os traços de personalidade e os objetivos de regulação emocional na saúde mental de adultos, analisando fatores sociodemográficos. Método: Foi aplicado um questionário sociodemográfico, o inventário de personalidade Big Five a escala dos objetivos de regulação emocional e o inventário de saúde mental a uma amostra de conveniência com 300 adultos. Resultados: Foram encontradas correlações positivas entre a saúde mental e a abertura à experiência, conscienciosidade, extroversão, objetivo de performance, pro-hedónicos e pro-sociais e, correlações negativas entre a saúde mental e o neuroticismo e objetivos contra-hedónicos. Adicionalmente, a interação entre o traço de abertura à experiência e objetivo pro-hedónico revelou ser um fator significativo associado à saúde mental dos adultos, como ainda a interação entre o traço de neuroticismo e objetivos contra-hedónicos revelou ser um fator negativo associado aos níveis de saúde mental. Conclusão: Os resultados sugerem a relevância de como níveis mais elevados de certos traços de personalidade, em conjunto com objetivos adaptativos de regulação emocional, podem afetar os níveis de saúde mental de uma amostra da população adulta em Portugal. Os resultados, permitem sugerir que futuras investigações analisem se outras dimensões da personalidade também podem estar associadas aos objetivos de regulação emocional.
- Avaliação da tolerância à temperatura e salinidade de p. Papillosa, uma anémona potencialmente invasoraPublication . Teixeira, Núria Simões; Pereira, AnaAs invasões biológicas são um fenómeno global que tem vindo a aumentar exponencialmente, sendo uma das principais causas da mudança global. As anémonasdo-mar são consideradas potencialmente invasoras devido às suas características adaptativas. Nativa da costa do Pacífico, Phymactis papillosa (Lesson, 1830) foi recentemente introduzida em Portugal, onde está a proliferar ao longo da costa, possivelmente como uma espécie invasora. É crucial estudar as áreas que esta espécie pode colonizar, analisando a sua tolerância a fatores físico-químicos da água, como temperatura e salinidade, para o que experiências de mesocosmos são particularmente úteis. O objetivo principal deste estudo foi avaliar de que forma a temperatura e a salinidade da água influenciam a sobrevivência de P. papillosa, estimando o seu potencial de invasão. Em experiências de mesocosmos, indivíduos dos morfotipos vermelho e verde foram expostos a combinações de temperaturas da água (31ºC, 27ºC, 23ºC, 19ºC, 15ºC) e salinidades (38 psu, 35 psu, 32 psu). Após duas semanas, a taxa de sobrevivência foi avaliada, tendo sido realizadas três réplicas desta experiência. Os resultados mostraram que a temperatura teve um efeito significativo na sobrevivência das anémonas, com a temperatura extrema de 31ºC a comprometer a sua sobrevivência. Por outro lado, a salinidade não teve um efeito significativo. Além disso, concluiu-se que a taxa de sobrevivência não depende do morfotipo da anémona estudada.
- Análise empírica dos Modelos de Duplo-Processamento no contexto de consumo de álcool: A influência da motivação para o controlo do consumo de álcoolPublication . Graça, Cláudia Sofia Monte da; Martins, Jorge SimõesO consumo excessivo de álcool em estudantes universitários é um importante problema de saúde pública devido às inúmeras consequências adversas que acarreta. O presente estudo tem como objetivo testar o pressuposto principal subjacente aos modelos de duplo-processamento aplicados à compreensão dos comportamentos aditivos. Adicionalmente, o presente estudo pretende testar se a capacidade de autocontrolo apenas é utilizada para controlar a motivação para consumir quando existe, simultaneamente, uma elevada motivação para controlar esse consumo. A amostra é composta por 750 estudantes universitários que preencheram um questionário online com medidas sobre motivação para o consumo de álcool, autocontrolo e motivação para o controlo do consumo, bem como medidas dos níveis de consumo de álcool e consequências relacionadas com esse consumo. Os resultados sugerem que a motivação para o consumo está mais fortemente associada às consequências em pessoas com baixa capacidade de autocontrolo. Por outro lado, pessoas com elevada motivação para o consumo, mas com baixa capacidade de autocontrolo têm maior propensão para consumir álcool em excesso, especialmente quando têm baixa motivação para controlar os níveis de consumo. Os resultados mostram ainda que pessoas com baixa capacidade de autocontrolo têm maior propensão para experienciar consequências, especialmente quando têm baixa motivação para controlar o seu consumo. O presente estudo sugere, assim, possíveis revisões do modelo conceptual subjacente à perspetiva teórica de duplo-processamento aplicada aos comportamentos relacionados com o consumo excessivo de álcool, apontando também para importantes implicações práticas no contexto de programas de intervenção mais eficazes.