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- Efeito Dunning-Kruger e a sua relação com a autoestimaPublication . Silva, Jéssica Diogo Botas e; Quelhas, Ana CristinaO Efeito Dunning-Kruger descreve a tendência do sujeito incompetente sobrestimas as suas capacidades. Dunning interpretou este excesso de autoconfiança presente nos autorrelatos dos sujeitos de baixo desempenho como uma deficiência metacognitiva, de tal forma que estes sujeitos acarretam um “duplo fardo”. Isto quer dizer que para além da sua incompetência a executar a tarefa, os sujeitos são incapazes de reconhecer os seus próprios erros (Mazor & Fleming, 2021). Ehrlinger e Dunning (2003) vieram demonstrar que a perspetiva que o indivíduo tem sobre si mesmo influencia as avaliações que este irá fazer sobre o seu próprio desempenho, independentemente da sua real performance. Assim, se um sujeito, na sua perspetiva, considera por exemplo, que é bastante bom na área da matemática, irá responder a problemas desta área de uma forma mais intuitiva ou invés de ponderar um pouco mais na sua resposta. Mesmo que a sua resposta esteja errada, o sujeito vai achar que o seu desempenho na tarefa foi bom. Daqui surge o Cognitive Reflection Test (CRT) (Frederick, 2005), que nos permite, então perceber a disposição do indivíduo para sobrepor a resposta intuitiva relativamente á resposta analítica. A proposta colocada no presente estudo é que os sujeitos considerados incompetentes, apresentam uma autoestima superior aos sujeitos que são considerados competentes. Para testar esta hipótese, fomos medir o Efeito de Dunning-Kruger, a partir do CRT (Frederick, 2005). Os sujeitos responderam ao CRT e posteriormente indicaram quantas respostas achavam que tinham acertado. De seguida, dividimos os 92 sujeitos da amostra em três grupos, consoante o número de acertos. Fomos medir a calibração entre as expectativas de respostas certas e o número de respostas certas realmente dadas e determinámos que esta decresce desde o grupo de sujeitos competentes até ao grupo de sujeitos incompetentes. Analisámos a autoestima entre os 3 grupos, a partir da Escala de Rosenberg, e determinámos que esta se mantém homogénea, ou seja, os resultados não suportam a hipótese.
- O desmentido social na perda gestacional - Do silêncio à palavraPublication . Madureira, Inês Maria Candeias; Juhos, CsongorQuando a morte de um bebé antecede o seu nascimento, é frequente que como sociedade não entendamos com profundidade suficiente que este bebé já nasceu, de certa forma, especialmente para os pais que o sonham e investem desde muito cedo. Deste modo, perpetuamos palavras, atitudes e silêncios que desmentem a dor associada a esta perda. Esta negação do sofrimento dos pais por parte da sociedade poderá funcionar como um desmentido social do trauma, impedindo a fala e dificultando a representação e a elaboração da perda. Assim, o objetivo deste estudo é explorar a vivência da perda gestacional, em especial compreender o impacto do desmentido social e o papel dos grupos de suporte neste contexto. Para tal, recorreu-se a uma metodologia qualitativa, através do estudo de caso de duas mulheres que sofreram a perda de um bebé antes do seu nascimento efetivo. Para uma melhor compreensão do impacto do desmentido social nesta vivência, foi também explorada a experiência de participar num grupo de suporte constituído por pessoas que passaram por vivências semelhantes. As conclusões deste estudo foram ao encontro da literatura apresentada. As particularidades da perda gestacional tornam a sua elaboração complexa. O desmentido social impacta o processo de elaboração na perda gestacional e os grupos de suporte apresentam-se como um lugar de contenção e narrativa, fundamental no processo de representação e elaboração da perda gestacional.