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- “Sinto que estou a viver a autenticidade do meu ser”: Trajetórias de desenvolvimento da identidade de género de jovens transPublication . Conceição, Marta Filipa DuarteO presente estudo teve como objetivo explorar as trajetórias de desenvolvimento de identidade de género de jovens trans portugueses/as e os processos subjacentes às mesmas. Para tal, foram realizadas entrevistas a onze jovens trans com idades compreendidas entre os 16 e 26 anos de idade. Estes/as foram recrutados/as por via de grupos informais online destinados a pessoas trans, associações de apoio a pessoas LGBTI+ e através de consultas de psicologia e sexologia, em contexto clínico. Entre as pessoas participantes, três identificavam-se com o género feminino, uma com género não binário e sete com o género masculino. As entrevistas foram realizadas de forma presencial e online, através da plataforma Zoom, e analisadas segundo o método de análise temática. Através desta análise foram identificados sete temas que se associaram a marcos desenvolvimentais: “Eu, desde pequenina, sabia que era diferente”, que se refere ao sentimento de diferença sentido desde a infância; “Eu quando ia tomar banho chorava”, que reporta o desconforto corporal; “É o que sempre fui mas nunca percebi”, que reflete a descoberta das identidades trans; “Eu não aguento mais, eu preciso de lhes dizer”, que remete para a revelação da identidade de género; “Percebi que tinha apoio e que não estava sozinho”, que espelha o apoio percebido; “Sinto que estou a viver a autenticidade do meu ser”, que remete para a vivência autêntica da identidade de género; ”O pior seria as pessoas da minha turma. O melhor é que não são todas assim”, que demonstra as experiências ambivalentes no contexto escolar. Associados a estes temas, foram também identificados onze subtemas. Com recurso à teoria de curso de vida, foram identificados momentos de transição e pontos de viragem, assim com a influência de fatores sociais como o tempo e local histórico. Estas trajetórias foram caracterizadas por fluidez e flexibilidade, sendo demonstrado que vários processos identificados poderiam ocorrer em simultâneo. Assim, este estudo constituiu-se como um passo para uma melhor compreensão do desenvolvimento da identidade de género de jovens trans no contexto português, onde o seu estudo é ainda emergente.
- Vitimação secundária, violação e abuso sexual de crianças: Perceções de profissionais de sistema de justiça português e órgãos de polícia criminal portuguesaPublication . Gonçalves, Patrícia de Oliveira; Almeida, Telma Sofia de SousaMuitas vezes denominada de "segunda violação", a vitimação secundária diz respeito à interação negativa das vítimas de crime com o Sistema de Justiça e Órgãos de Polícia Criminal. A presente investigação teve como objetivo analisar e compreender as perceções de profissionais do Sistema de Justiça Português e Órgãos de Polícia Criminal Portuguesa, acerca da vitimação secundária de crianças vítimas de abuso sexual e adultos vítimas de violação. Para este efeito, foi desenvolvido um questionário online de resposta aberta, que explorava o conhecimento dos participantes acerca da vitimação secundária em casos de violação e ASC. A distribuição foi efetuada por intermédio de uma rede de contactos, tribunais, esquadras da polícia e redes socias (Instagram, Facebook e LinkedIn), tendo sido utilizado como critério de inclusão a profissão do(a) participante, tendo o(a) mesmo(a) de pertencer obrigatoriamente aos Órgãos de Polícia Criminal Portuguesa ou ao Sistema de Justiça Português. Os resultados demonstraram que apesar de algumas imprecisões, os participantes apresentam consideravelmente um bom conhecimento acerca das dinâmicas da vitimação secundária e o seu papel no sistema de justiça.
- Parentalidade e comportamentos de risco na adolescênciaPublication . Duarte, Maria Isabel Neves Teixeira; Silva, José Maria de CastroA presente investigação teve como objetivo averiguar quais as práticas educativas parentais e qual o nível de monitorização parental que mais têm associação com a adoção de comportamentos de risco na adolescência e quais previnem estes comportamentos. Participaram neste estudo 90 alunos do ensino secundário, que frequentavam duas escolas da região de Lisboa e Vale do Tejo (19 estudantes do 10º ano, 47 estudantes do 11º ano e 24 estudantes do 12º ano de escolaridade). De modo a concretizar os objetivos desta investigação, utilizaram-se três instrumentos: (1) Questionário de Comportamentos de Risco: Youth Risk Behavior Survey (YRBS); (2) Questionário de Práticas Educativas Parentais: Egna Minnen av Betraffande Uppfostram (EMBU-A); (3) Subescala de Monitorização Parental do Questionário Health Behaviour in School-Aged Children (HBSC). Os principais resultados deste estudo demonstram que as práticas de rejeição parental podem potenciar uma maior frequência de comportamentos de risco e uma maior adoção de comportamentos violentos, nomeadamente o envolvimento em lutas físicas, enquanto as práticas de suporte emocional podem prevenir o consumo de drogas, nomeadamente a experimentação de drogas como o LSD, ácidos, ecstasy ou cogumelos. Já a monitorização parental parece prevenir o consumo exagerado de álcool. Assim, conclui-se que existe associação entre algumas práticas educativas parentais/monitorização parental e a adoção de alguns comportamentos de risco por parte dos filhos adolescentes, ainda que não tenham sido encontradas associações com todos os comportamentos e com todas as práticas estudadas.