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- A qualidade de vinculação aos pais e aos pares, os comportamentos auto-lesivos e a ideação suicida nos adolescentesPublication . Silva, Inês do Nascimento Domingos Heitor e; Pereira, Maria GouveiaOs comportamentos auto-lesivos são um problema de saúde pública nos adolescentes, relacionando-se com a ideação suicida. A qualidade de vinculação desempenha um papel importante nestes. Perante a escassez de literatura que relacione a qualidade das relações de vinculação, os comportamentos auto-lesivos e a ideação suicida, torna-se pertinente o seu estudo. Neste sentido, o presente trabalho pretendeu explorar estas variáveis, analisando o sexo e o grupo etário, numa amostra comunitária de adolescentes do ensino secundário. Procurou-se, ainda, averiguar em que medida as diferentes dimensões da qualidade de vinculação (confiança, comunicação e alienação) prediziam o envolvimento em comportamentos auto-lesivos e a ocorrência de ideação suicida. Participaram 847 adolescentes (14-21 anos), os quais preencheram o Inventário da Vinculação aos Pais e aos Pares (Neves, Soares, & Silva, 1999), o Inventário dos Comportamentos Auto-lesivos (Gouveia-Pereira & Duarte, 2015) e o Questionário de Ideação Suicida (Ferreira & Castela, 1999). Verificou-se uma boa qualidade de vinculação aos pais e aos pares. As prevalências dos comportamentos auto-lesivos, da ideação suicida e das tentativas de suicídio foram 33,8%, 51,5% e 10,5%, respectivamente, e superiores no sexo feminino. Os comportamentos auto-lesivos relacionaram-se principalmente com as dimensões parentais da qualidade de vinculação, enquanto a ideação suicida só não se relacionou com a comunicação aos pares. Os preditores dos comportamentos auto-lesivos foram a confiança ao pai, a alienação à mãe e ao pai. Os preditores da ideação suicida foram a confiança à mãe e alienação à mãe, ao pai e aos pares. Alude-se à continuação da condução de investigação nestes temas.
- Espelho meu, espelho meu, qual de nós sou eu?Publication . Roças, Inês Filipa Simões; Vila Real, Ângela; Delgado, Luís Manuel RomanoA relação entre gémeos encontra-se muitas vezes associada, na literatura científica a problemáticas identitárias. Até ao momento o sujeito foi maioritariamente compreendido a partir do olhar do outro, e o mesmo acontece com os gémeos, a compreensão da relação emerge do olhar de outro. O presente estudo, pretende compreender o sujeito que vive a relação e o que para ele se constitui como experiência gemelar. Os processos psíquicos de identificação e diferenciação contribuem assim, para a dinâmica relacional, e consequentemente, para a configuração identitária dos dois pares de gémeos – com ambos os géneros representados e com idades compreendidas entre os 46 e os 60 anos. O instrumento utilizado foi a Entrevista Narrativa em Associação Livre (FANI). A sua aplicação resultou na obtenção de quatro narrativas que foram analisadas individualmente e em conjunto numa análise conduzida pelos elementos do discurso dos participantes que mais se destacam. Os resultados evidenciam diferenças entre os pares de gémeos. Para Filipe e Luís a família promove a indiferenciação entre ambos, no caso de Carmo e Teresa o lugar ocupado na família permite a sua diferenciação. No entanto, entende-se que também existem pontos em comuns, transversais, aos dois pares de gémeos, referentes a uma relação anaclítica de dependência e apoio, e à presença do gémeo promovendo a gratificação e a satisfação narcísica. A conquista da autenticidade configura-se, por outras palavras, através da resolução do conflito entre a indiferenciação e a autonomia. O presente estudo foi enriquecedor, permitindo uma melhor compreensão do sujeito que vive a relação, e do impacto da relação na configuração identitária. O presente estudo contribuiu para o desenvolvimento e reflexão acerca da relação gemelar, e para a necessidade de se pensar a mesma em contexto terapêutico, mas precisamente na transferência.
- Self ou não-self, eis a questão - A influência da personagem no self do ator numa perspectiva psicanalíticaPublication . Correia, Rita Leitão; Delgado, Luís Manuel RomanoA psicologia e o teatro, ainda que sendo duas disciplinas distintas, uma vez analisadas numa perspectiva interdisciplinar podem trazer contributos relativamente aos fenómenos psíquicos inconscientes. Na presente investigação pretende-se perceber se processo de criação/incorporação da personagem poderia influenciar o self/autocompreensão do ator através de entrevistas semi-estruturadas, onde foram abordadas questões acerca da percepção do ator sobre si próprio, sobre a sua personagem e sobre a experiência de interpretação/incorporação. Para completar a recolha de dados foi também utilizada a prova projetiva T.A.T.. Os resultados obtidos correspondem aos esperados, uma vez que se percebeu que existiu influência por parte da personagem no self do ator.
- Funcionamento familiar e a sua relação com comportamentos suicidários, depressão, ansiedade e stress em adolescentes numa amostra clínicaPublication . Serra, Rute Carina Viegas; Pereira, Maria GouveiaO suicídio tem sido reportado como a 2ª causa de morte em jovens entre os 15 e os 24 anos. Os estudos acerca dos comportamentos autolesivos e dos atos suicidas são escassos em Portugal e a literatura internacional apresenta contradições acerca desta temática. A presente investigação tem por objetivo caracterizar os jovens que se dirigem ao Serviço de Psiquiatria de um hospital público em Lisboa e descrever a frequência de comportamentos autolesivos (CAL), tentativas de suicídio (TS), ideação suicida (IS) e vontade de morrer (VM). Pretendeu-se, ainda, caracterizar o funcionamento familiar (coesão, flexibilidade, comunicação e satisfação), bem como depressão, ansiedade e stress nestes jovens. A amostra considerou 100 adolescentes com idades entre os 12 e os 21 anos, 37% são do sexo masculino e 63% do sexo feminino, que recorreram ao Serviço de Psiquiatria. Solicitou-se aos participantes o preenchimentos das seguintes escalas: Escala de Avaliação da Coesão e Flexibilidade Familiar (FACES-IV), Escala Ansiedade, Depressão e Stress (EADS-21), Inventário dos Comportamentos Autolesivos e Questionário de Ideação Suicida (SIQ). Os dados revelaram que 83,3% dos jovens tinham comportamentos autolesivos. Melhores níveis de comunicação e satisfação familiar e menores níveis de psicopatologia levam a menos CAL, TS, IS e VM. As raparigas exibem mais CAL, IS e VM que os rapazes. Ainda, a ansiedade é a variável com maior impacto nos CAL e TS, e a depressão na IS. Conclui-se também que a satisfação familiar surgiu como o fator familiar com maior efeito nos CAL, TS e IS.