Psicologia Clínica
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- Bases neuronais da vida psíquicaPublication . Fonseca, José Simões da(1) Nos três primeiros capítulos, fez-se uma revisão de algumas das contribuições electrofisiológicas mais importantes para o esclarecimento (a) dos problemas concernentes ao processamento dos dados sensoriais, (b) dos mecanismos neurofisiológicos dos Reflexos Condicionados, (c) dos mecanismos neurofisiológicos de regulação da Vigilidade e da Atenção. Fez-se também uma extensa discussão dos dados psicológicos e psicofisiológicos referentes aos Reflexos Condicionados, Motivação, Afectos, Instintos, Memória, Percepção, Processos Cognitivos e Linguagem, nos capítulos em que foram descritos modelos neuronais para esses processos. (2) Foram estudadas respostas de neurónios do Córtex Cerebral do gato, a estímulos visuais, acústicos e vestibulares, tanto nas Áreas de Projecção Primária, como nas Áreas Associativas, e também de neurónios do Núcleo Geniculado Externo, (3) Foram estudadas respostas da Convergência Multisensorial, tanto mediadas pelas vias específicas como pelos sistemas inespecíficos. (a) As respostas que obtivemos às três espécies de estímulos cabem dentro de duas categorias gerais: - Respostas específicas - de curta latência, com uma activação inicial muito intensa, bem limitadas no tempo, cuja duração tinha relação directa com a duração do estímulo (Tipo I). - Respostas não específicas - de longa latência, com activação inicial menos intensa e que depois aumentava progressivamente, com limitação no tempo menos nítida, com oscilações da intensidade e ultrapassando muitas vezes a duração do estímulo (Tipo II) . Estimulação Vestibular Foram observadas respostas de tipo I ao estímulo vestibular na margem anterior da C. Supra-sílvica anterior, menos frequentemente na Área Acústica e em alguns neurónios das áreas Visual Primária, Visual Secundária, Para-acústica, Somatosensorial e Associativa (na parte anterior da Circunvolução Lateral). As respostas com latência mais curta e com mais intensa activação foram encontradas na região primeiro mencionada, e que correspondem à área de projecção vestibular. As respostas mais frequentes foram as de activação durante a estimulação num dos sentidos de polarização, com inibição ao cessar o estímulo. Havia, nesses mesmos neurónios, inibição ao fazer o estímulo com polarização inversa, com activação ao cessar o estímulo. Um segundo tipo de neurónios era caracterizado por reacções de inibição em ambos os sentidos de polarização. Um terceiro tipo era caracterizado por reacções de inibição num sentido de polarização, não sendo influenciados pela estimulação em sentido inverso. Um quarto tipo de neurónios era caracterizado por reacções de activação em ambos os sentidos de polarização. Considerando os resultados em conjunto, verifica-se que ocorreram reacções de activação e inibição, em relação com ambos os sentidos de polarização labirín¬tica. Muitos dos neurónios reagiam, como descrevemos nos tipos atrás menciona-dos, com uma resposta de sentido especificamente dirigido, análoga às respostas en-contradas no Nervo Vestibular e nos Núcleos Vestibulares em relação a um estímulo mais adequado - a rotação. Na nossa série de experiências, quando a estimulação era mais intensa obtinha-se como resposta uma activação tanto no início como no fim da estimulação sem inibição. Quanto às respostas que consideramos inespecíficas predominam as reac¬ções de tipo β segundo Grüsser, que as descreveu pela primeira vez na Área Visual Primária, e que são caracterizadas pela sua longa latência média (à volta de 150 mseg.), a sua intensificação progressiva, e que aparecem sempre em relação apenas com o início da estimulação labiríntica em ambos os sentidos da polarização, ultra¬passando a sua duração muitas vezes a do estímulo de polarização. Também muito frequentes eram as respostas do tipo δ com activação ao ini-ciar e ao cessar o estímulo, em ambos os sentidos de polarização. Um considerável número de neurónios em todas as regiões não reagiam à polarização do labirinto (Tipo α). Encontrámos reacções do tipo e com inibição ao fazer-se estimulação em ambos os sentidos de polarização. Os neurónios de qualquer dos tipos descritos por Jung em relação à estimu-lação luminosa, foram influenciados de maneira análoga à que acabamos -de descre¬ver, pelas aferências vestibulares. Os nossos resultados são idênticos aos de Grüsser, em relação à Área Visual Primária, mas encontrámos, além disso, resultados com¬paráveis em todas as áreas estudadas no que respeita a respostas inespecíficas. Os neurónios do Núcleo Geniculado Externo tinham também reacções do tipo II quando o registo era feito estereotáxicamente através do cérebro intacto, mas não se obteve qualquer resposta quando se fez o registo após ablação por aspiração de algumas áreas póstero-laterais do Cérebro, de maneira a expor o Ventrículo Lateral. Quanto ao tipo da resposta neuronal à estimulação vestibular, a activação provocada pelos estímulos vestibulares tinha carácter contínuo na quase totalidade dos neurónios, mas encontrou-se excepcionalmente, em dois neurónios da Área Visual Secundária, uma inibição durante a fase rápida e uma activação durante o início da fase lenta do nistagmo. Na Área Vestibular encontrámos uma unidade que respondia com descargas que surgiam em grupos com o mesmo ritmo do nistagmo, embora sem correlação com a i:ase lenta ou com a fase rápida. A estimulação do Labirinto com agua quente levou à activação das descargas neuronais, enquanto que a água fria provocava uma resposta contrária. Todavia, observou-se também activação em alguns neurónios após estimulação do labirinto com água fria. A activação neuronal ao nível do Córtex teve uma evidente correlação temporal com os movimentos dos olhos, que eram também provocados pela mesma estimulação calórica do Labirinto. A primeira fase de activação no Córtex começava simultaneamente com movimentos pendulares rítmicos dos olhos, que precedem o nistagmo calórico. O início do nistagmo, assim como a sua intensificação com carácter fásico, tinham uma correlação bem definida com a activação neuronal no Córtex. Simulta-neamente com o aumento de frequência do nistagmo, ocorria um aumento da frequên-cia da descarga neuronal, que depois se reduzia, embora o nistagmo continuasse mais intenso que anteriormente. Este facto pode ser interpretado como um fenómeno de adaptação neuronal. Estimulação Luminosa No noso trabalho encontrámos respostas dos tipos descritos por Jung, não apenas no Córtex Visual Primário mas também no Núcleo Geniculado Externo, no Córtex Para visual, Para-acústico e Córtex Vestibular Primário. Nas condições em que trabalhámos - adaptação ao escuro, estímulo luminoso de fraca intensidade - as latências das respostas neuronais à estimulação lumino¬sa intermitente não eram significativamente mais longas que na Área Visual Primá¬ria. As respostas eram tão bem definidas e o nível da frequência de fusão crítica do Flicker era tão elevado como o que se encontra correntemente na Área Visual Primária. Estímulos Acústicos As respostas aos estímulos acústicos foram encontradas no Córtex Acústico Primário, na Área Vestibular e em alguns neurónios das Áreas Visual Primária e Secundária, Área Somato-Sensorial e na Área Associativa (parte anterior da Circunvolução Lateral). (4) Convergência Quando se fez a estimulação luminosa intermitente com uma frequência inferior à da fusão crítica, quer dizer, a uma frequência tal que para cada estímulo havia respostas neuronais claramente relacionadas com ele, e simultaneamente se fez a polarização do Labirinto, houve aumento da intensidade das respostas à luz, em comparação com as obtidas quando não se fazia simultaneamente estimulação labiríntica. Para todos ús tipos de neurónios, o aumento da frequência da descarga neuronal era máximo, durante o início do estímulo labiríntico. Depois havia uma redução, provavelmente em relação com a adaptação. A frequência a que ocorria a fusão crítica do flicker elevava-se geralmente quando se fazia estimulação vestibular simultânea. Foi observada convergência do tipo específico de respostas a duas modalidades sensoriais num mesmo neurónio, nas Áreas Acústica, Associativa e Visual. Este tipo era muito menos frequente que o anteriormente descrito. Em três neurónios verificou-se convergência de tipo específico em relação às três modalidades sensoriais estudadas. Desses neurónios, dois estavam situados na Área Vestibular Primária e na Área Visual. Portanto, para além da falta de especificidade em relação a uma modalidade sensorial, de grande número de neurónios das Áreas Secundárias, também nas Áreas específicas se encontraram respostas a modalidades sensoriais diferentes. (5) A significação destes resultados foi discutida tendo em conta não só os estudos neurofisiológicos dos fenómenos Sensoriais e Perceptivos, dos Mecanismos neurofisiológicos de regulação da Vigilidade, da Atenção e da Motivação, como além disso os modelos cibernéticos para esses processos. (6) Fez-se uma análise Cibernética dos mais importantes processos psicológicos, tendo para isso sido usada uma representação por Neurónios Formais, bem como por Neurónios com Interacção de Aferências, Neurónios que realizam operações definidas em Corpos de Galois, Neurónios que formam Redes Assíncronas e Neurónios com operações definidas por sistemas de equações e desigualdades Pseudo-Booleanas. (7) Foram discutidos e tratados de um ponto de vista formal uma medida para a quantidade de Informação, processada em neurónios com funcionamento sem erro e sujeito a erro, respectivamente. (8) Analisaram-se os processos de aprendizagem do ponto de vista da Teoria Matemática da Comunicação. (9) Fez-se um estudo dos problemas levantados pelas redes de neurónios, do ponto de vista da Teoria do Controle. (10) Desenvolveu-se um modelo neuronal capaz de realizar processos de auto-correlação e correlação cruzada. (11) Usando esses instrumentos, foram estudados os seguintes problemas: Reflexos Condicionados, Motivação e Afectos, Instinto, Memória (Armazenamento de Informação sob forma permanente), Processos de localização e reencontro da Informação armazenada na Memória (Information Retrieval), Percepção, Linguagem, Processos Cognitivos, Personalidade e alguns problemas Psiquiátricos. (12) Em conjunto, o nosso trabalho corresponde a uma tentativa de reformulação de alguns dos temas básicos para a Psicologia, através da utilização dos modelos neuronais, e mostrando como é possível encontrar um equivalente neurofisiológico para cada um dos conceitos psicológicos, desde que os neurónios sejam interpretados, tal como o fizeram McCulloch e Pitts, como operadores lógicos. Torna-se então possí¬vel interpretar o funcionamento do Sistema Nervoso simultaneamente a dois níveis - o neurofisiológico e o lógico - o que implica uma reformulação do problema das relações psicofísicas.
- Seis notas sobre AntropoanálisePublication . Caldeira, Carlos; Costa, Manuela Ferraz da; Ferra, AntónioInexistente
- Problemas didácticos da introdução a dinâmica de grupoPublication . Silva, Manuel Tavares daInexistente
- O mito do adulto: Entrevista com Georges LapassadePublication . Soczka, Luís; Lapassade, GeorgesInexistente
- Conotação semântica do T.A.T. Estudo preliminarPublication . Ramos, Maria Helena; Varandas, Maria Zita; Reis, Filipe DamasInexistente
- Sobre a química cerimonial (...e a propósito de Thomas S. Szasz)Publication . Silva, Manuel Tavares daTomando como tópico o livro de Thomas Szasz Ceremoniai Chemistry, e todo o seu trabalho, este artigo considera vários pontos psicossociológicos que é necessário estudar, com mais pormenor, acerca do homem e da sociedade do nosso tempo. Esses pontos seguidos são: a dialéctica da manipulação e antimanipulação dos dominadores sociais através do problema da droga: a questão do poder e do diálogo interno; a neotenia do ser humano e as dimensões do estudo da interacção: o poder, a autoridade e a neotenia: a totalização humana através das dificuldades e contradições
- Prescrição do sintoma no tratamento do síndromo de Gilles de laTourettePublication . Figueiredo, Eurico; Geada, J. Duarte; Palha, António Pacheco; Moureirão, Maria da ConceiçãoOs autores principiam por fazer uma breve revisão bibliográfica do síndromo de Gilles de la Tourette.Seria uma doença caracterizada fundamentalmente por múltiplos tiques motores e exclamações em voz alta, não provocadas, que poderiam evoluir para a coprolalia. O síndromo começa geralmente na infância, antes dos 11 anos, predominando no sexo masculino, tendo sido descrito em praticamente todas as zonas do Globo, com uma prevalência provável de cerca de 4/100000. Muitos factores têm sido apontados para o seu aparecimento mas, actualmente, há tendência para se admitir que existiria uma insuficiência neurofisiológica de base reactivada por factores psicológicos. Descrevem seguidamente o caso clínico de uma doente de 15 anos que, assim como seu pai, apresentava tendência para os tiques em situações ansiógenas. Teriam existido importantes factores de desequilíbrio familiar e situações ansiógenas desencadeantes da sintomatologia aguda. Esta teria sido por sua vez agravada pela agressividade dos familiares. Na fase aguda, apresentava tiques muito frequentes, mais ou menos generalizados (exclamações vocais lembrando o grasnar e o silvar, ecolalia, perturbações do comportamento e ideias obsessivas no que respeita à morte.Ccom vista a poder tratar a doente em hospital de dia pelo haloperidol em boas condições, procurando evitar as eventuais dificuldades relacionais do meio institucional, a doente foi inicialmente tratada pela prescrição do sintoma. Foi dada uma conotação positiva aos sintomas, que foram presentes dentro de um ritual, na presença da mãe. Os efeitos benéficos foram evidentes. Posteriormente, a quase totalidade dos sintomas residuais desapareceram com um tratamento de haloperidol em hospital de dia. No controlo do nono mês, a situação mantinha- se estacionária.------ABSTRACT------ The authors start by giving a brief bibliographical survey of Gílles de Ia Tourette syndrome. It could be basically characterized by multiple motor tics and unprovoked loud exclamations which may develop into obscene speech (coprolalia). The syndrome usually starts in infancy, before the age of 11, predominantly in males, having been described in practically all countries of the world, with a likely prevalence of about 4/100,000. Many factors have been indicated as responsible for its appearance but at present there is a tendency to accept that there might exist a basic neurophysiological insufficiency reactivated by psychoIogica1 factors. Next they describe the clinical case of a 15-year-old patient who, like her father, showed a tendency to tics in situations of anxiety. There existed important factors of family instability and anxiety provoking situations setting off acute symptoms. This in its turn being aggravated by agressiveness on the part of members of the family.in its acute phase she had very frequent and more or less general tics (vocal cries like croaks and whistles, echololia, perturbed behaviour and obsessive ideas about death). With a view to treating the patient in hospital during the day with haloperidol under good conditions, trying to avoid possible difficulties related to an institutional atmosphere, the patient was initially treated for the curbing of the symptoms. A positive connotation was given to the symptoms, which were present within a pattern, in the presence of her mother. The good effects were evident. Latterly almost at the residual symptoms disappeared with a treatment of haloperidol in day hospital. The nine-month exams showed no changes
- O contexto cultural de um alucinógeno aborígene "Banisteniopsis Caapi"Publication . Reichel-Dolmatoff, GerardoInexistente