Browsing by Author "Nascimento, Ana Paula da Silva"
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- Sobre o que se transporta: (Contra)transferência(s)Publication . Nascimento, Ana Paula da Silva; Pinheiro, Catarina Bray; Cunha, Isabel Maria Gonzalez Duarte da; Rosa, Maria Matoso Coelho; Machado, Rita PimentaNo presente trabalho, as autoras propõem-se pensar as noções de transferência e de contratransferência, pensando em malas (continentes de conteúdos) que imigrantes transportavam para um país estrangeiro, realçando o que cada um, terapeuta e paciente transportam na/para/da relação, tendo por base o modelo psicanalítico, pedra basilar na prática da Psicoterapia de Inspiração Psicanalítica. Inicialmente é apresentada uma perspectiva histórica da leitura destes fenómenos transferenciais. Posteriormente, são expostas algumas teorias e perspectivas que, no entender das autoras, descrevem de forma mais completa e mais próxima da realidade o modo como os fenómenos (contra) - transferenciais surgem no setting psicoterapêutico. A clarificação das noções de transferência e de contratransferência, explicitam a sua pertinência para a prática clínica, numa articulação directa com a psicopatologia tal como a podemos entender em termos clássicos, através das noções de Neurose, Patologia Limite e Psicose. Dada a necessidade de olhar para estes conceitos sob um outro prisma quando se trabalha em instituições, as autoras procuraram um (re)significar do encontro terapêutico, reflectindo-se sobre a pertinência da transferência e de contratransferência, quer para a Psicanálise, como para a Psicoterapia de Inspiração Psicanalítica.
- Vazio que é vazio, vazio que é procura. (Des)encontros. Procurar o (no) vazio no e pelo Rorschach (*)Publication . Nascimento, Ana Paula da Silva; Marques, Maria EmíliaNo presente trabalho, as autoras propõem-se pensar as questões do vazio. Quais os mecanismos psíquicos de sujeitos face às perdas, as consequências da perda, as diferentes formas de poder ou não perder. A partir do mito de Deméter, e da sua procura, e tendo como ponto de partida a impossibilidade do ciclo partida antecipação vazia regresso, pela intolerância ao vazio, que é morte de sujeito e objecto, procuramos aferir que encontros permite este ciclo, e quais as qualidades desse mesmo encontro. Para que isso fosse possível, foi usado o Rorschach, pensando o processo resposta como um processo que provoca um sentimento de caos, de dispersão, de vazio de sentido. Como lidarão os sujeitos com estes sentimentos de vazio, com esta necessidade de criação e transformação? Que mecanismos serão usados face a um novo objecto que será apresentado, face à sua dispersão e face à necessidade de dar uma resposta, que dê sentido a este novo objecto? Dotando o Rorschach de novas dimensões de análise, específicas para este estudo, permitimo-nos observar caminhos percorridos no encontro com objectos, significar sujeitos que se mobilizam numa procura e pensar atentamente as diferentes formas dessa procura. ABSTRACT In this study, the authors propose to consider the issues of emptiness. What are the psychic mechanisms of individuals against losses, the consequences of loss, the different forms of subjects being able to lose objects. From the myth of Demeter, and its demand, and taking as its starting point the failure of the cycle departure empty anticipation return, by intolerance to the void that is death of subject and object, we pursue the meanings of this cycle, and what are the qualities of that meeting. To make this possible, we used the Rorschach, seeing the Rorschach response process as a process that causes a feeling of chaos, fragmentation. How will the subject deal with these feelings of emptiness, this need for creating and processing towards meaning? What mechanisms will be used, when facing this new object, considering its chaos? Providing the Rorschach with new dimensions of analysis, specific to this study, we will observe the different paths followed by subjects in the encounter with objects, toward a possible meaning.
- Vazio que é vazio, vazio que é procura. (Des)Encontros: Procurar o (no) vazio no e pelo RorschachPublication . Nascimento, Ana Paula da SilvaA partir de uma experiência de trabalho como Psicóloga Clínica num Projecto de Luta Contra a Pobreza, deparámo-nos com inúmeras situações, histórias e sujeitos, misérias e desejos que quisemos pensar. Despojamento, interno infértil, miséria e aridez, impossibilidade de mobilizar recursos. Vazios. Encontrámos nos mitos continente para pensamentos/conteúdos despojados de sentido. A ponte entre a realidade externa, que dificilmente poderia 'a frio' ser pensada, foi-nos dada por Deméter, e o seu caminho entre a omnipotência, a presença eterna, a criação, o sucumbir de tudo face à perda, à ausência da filha Perséfone. O seu despojamento, o caminho enlouquecido numa procura despojada de sentido. Até ao (re)encontro com o objecto/Perséfone, transformado, contendo em si vida e morte, presença e ausência, fertilidade e aridez. Deméter aceita um objecto novo transformado, e aceita a ausência do objecto, permite-se a um acto de fé sobre o regresso do objecto ausente. Pensamos então Deméter, e o seu percurso, recorrendo ao pensamento de outros sobre a perda, o vazio, e a ausência. As teorias psicanalíticas sobre a melancolia, Abraham, Freud, Klein, a incorporação, Abraham e Torok, como forma de não pensar a ausência, e nada perder, porque tudo pode estar dentro, e sujeito pode ser e ter objecto. O buraco negro de Grotstein, e vazios, nadas sem continente, o nada centrípeto, que suga toda a energia psíquica para o interior do buraco negro que vai aumentando cada vez mais, e cada vez mais vai impedindo que algo possa ser pensado. Procuramos então, significar o sujeito que se (des)mobiliza numa procura, que parece ameaçar sempre com uma morte do desejo, que parece sucumbir numa procura esvaziada de sentido, numa procura caracterizada pelo desconhecimento do que se quer encontrar. Utilizando a metodologia projectiva, especificamente o Rorschach, compreendendo as respostas dadas como o resultado de um processo comunicacional que se opera no mundo interno do sujeito e entre o sujeito e o Rorschach. Olhámos as respostas dadas segundo três níveis de análise: o primeiro, que considera os princípios estabelecidos por Rausch de Traubenberg (1970) e Chabert (1997); o segundo, tem em conta os estudos de Marques (1999) sobre a natureza da simbolização no Rorschach; o terceiro nível considera os procedimentos específicos nascidos dos objectivos estabelecidos para este estudo, ordenados fundamentalmente em torno das questões do vazio e da sua intolerância, e dos processos melancólicos. Da análise dos protocolos podemos pensar em duas formas de vazio. Vazio que procura no vazio, que usa mecanismos primários na luta contra a perda do objecto. Vazio que esgravata em terra morta, que nada pode esconder. Aumentando mais a confusão, a ilusão de que o objecto poderá estar no infinito que é qualquer lugar. As estadias temporárias de objecto dentro, a expulsão desses mesmos objectos, que vão deixando restos deles mesmos dentro do sujeito. E o interno vai ficando cada vez mais despojado de sentido. A procura enlouquecida é a única forma de continuar ilusoriamente a acreditar que se sabe o que se procura, e que se pode ter o que se quer encontrar. Avidez que é fome permanente, que é impossibilidade de alimento que sacie, que é alimentar-se de tudo o que pode equivaler a alimento. Vazio que é vazio. Que desiste, mergulhando no interno que é vazio e falta e nada. É uma fome que se cala, e que definha, a renúncia ao outro, a tudo. Despojado, e (des)assombrado, o sujeito fica-se, sentado, sabendo que nada pode cobrir de cheio o vazio que sente. Procurar para quê? Outro, para quê? Duas formas de não elaborar lutos e perdas, ausências. Uma negando a perda, loucamente à procura, outra, com o peso da falha, da falta, da ausência a toldar tudo o que poderia ser avançar, transformar, pensar o que foi perdido.