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Authors
Advisor(s)
Abstract(s)
Os golfinhos têm sido observados no estuário do Tejo, Portugal, há dois séculos. No
entanto, existe uma carência na recolha de dados e divulgação científica sobre a presença de
cetáceos nesta área. Para investigar a ocorrência e a utilização de habitat de golfinhos comuns
a jusante do estuário do Tejo, foi realizado uma monitorização a partir de terra na torre do VTS
em Algés, Lisboa. Voluntários treinados usaram um protocolo visual para monitorar a área de
estudo desde março de 2022 a março de 2023. Os golfinhos comuns foram avistados em 32%
dos 97 dias de observação, e as crias/juvenis estiveram presentes em 55,7% destes avistamentos.
Ocorreram avistamentos todo o ano, exceto em novembro e dezembro, sem diferenças sazonais
significativas (Fwelch(3,49.82)=0.92, p>0.05). Curiosamente, ocorreu variações na utilização do
habitat, com uma preferência significativa por sectores (H(6)=15.055, p<0.05): os golfinhos
utilizaram principalmente os sectores 2, 3 e 4. As atividades que exibiram mais tempo foi a
deslocação (1640 min) e a busca de presas (972 min), sendo que o repouso nunca foi reportado;
o padrão das atividades diferiu significativamente durante o verão (H(2)=8,317, p<0,05).
Comparando o tempo despendido pelos golfinhos comuns nas diferentes atividades, nos
diferentes setores do estuário, também se verificou diferenças significativas (F=7,567, p<0,05).
Estes resultados oferecem uma visão importante sobre a utilização do habitat dos golfinhos no
estuário do Tejo e sugerem que esta área pode servir como um hotspot de alimentação e uma
potencial área de reprodução para grupos de golfinhos comuns em Portugal.Os golfinhos têm sido observados no estuário do Tejo, Portugal, há dois séculos. No
entanto, existe uma carência na recolha de dados e divulgação científica sobre a presença de
cetáceos nesta área. Para investigar a ocorrência e a utilização de habitat de golfinhos comuns
a jusante do estuário do Tejo, foi realizado uma monitorização a partir de terra na torre do VTS
em Algés, Lisboa. Voluntários treinados usaram um protocolo visual para monitorar a área de
estudo desde março de 2022 a março de 2023. Os golfinhos comuns foram avistados em 32%
dos 97 dias de observação, e as crias/juvenis estiveram presentes em 55,7% destes avistamentos.
Ocorreram avistamentos todo o ano, exceto em novembro e dezembro, sem diferenças sazonais
significativas (Fwelch(3,49.82)=0.92, p>0.05). Curiosamente, ocorreu variações na utilização do
habitat, com uma preferência significativa por sectores (H(6)=15.055, p<0.05): os golfinhos
utilizaram principalmente os sectores 2, 3 e 4. As atividades que exibiram mais tempo foi a
deslocação (1640 min) e a busca de presas (972 min), sendo que o repouso nunca foi reportado;
o padrão das atividades diferiu significativamente durante o verão (H(2)=8,317, p<0,05).
Comparando o tempo despendido pelos golfinhos comuns nas diferentes atividades, nos
diferentes setores do estuário, também se verificou diferenças significativas (F=7,567, p<0,05).
Estes resultados oferecem uma visão importante sobre a utilização do habitat dos golfinhos no
estuário do Tejo e sugerem que esta área pode servir como um hotspot de alimentação e uma
potencial área de reprodução para grupos de golfinhos comuns em Portugal.
ABSTRACT: Dolphins have been sighted in Tagus Estuary, Portugal for the past two centuries. However, there is a lack of data collection and scientific reports about the presence of cetaceans in this area. To investigate the occurrence and habitat use of common dolphins’ in the lower section of the Tagus estuary, a land-based program was established in the VTS tower in Algés, Lisbon. Trained volunteers used a standardized visual-scan protocol to monitor the study area from March 2022 to March 2023. Common dolphins were sighted on 32% of the 97 observation days, and calves/juveniles were present in 55.7% of these encounters. Dolphins were observed year-round, except in November and December, and no significant seasonal differences were detected (Fwelch (3,49.82) =0.92, p>0.05). Interestingly, there were variations in habitat use, with significant sector preference (H(6)=15.055, p<0.05): dolphins used mainly sectors 2, 3, and 4. The activities in which more time was spent were traveling (1640 min) and foraging (972 min), while resting was never reported. The activity patterns differed significantly during summer (H(2)=8.317, p<0.05). Common dolphins engaged in various activities across different sections of the lower estuary and significant differences were also noted (F=7.567, p<0.05). These results offer valuable insights into the dolphins' habitat use in Tagus estuary and suggest that it may serve as a feeding hotspot and potential nursery area for groups of common dolphins.
ABSTRACT: Dolphins have been sighted in Tagus Estuary, Portugal for the past two centuries. However, there is a lack of data collection and scientific reports about the presence of cetaceans in this area. To investigate the occurrence and habitat use of common dolphins’ in the lower section of the Tagus estuary, a land-based program was established in the VTS tower in Algés, Lisbon. Trained volunteers used a standardized visual-scan protocol to monitor the study area from March 2022 to March 2023. Common dolphins were sighted on 32% of the 97 observation days, and calves/juveniles were present in 55.7% of these encounters. Dolphins were observed year-round, except in November and December, and no significant seasonal differences were detected (Fwelch (3,49.82) =0.92, p>0.05). Interestingly, there were variations in habitat use, with significant sector preference (H(6)=15.055, p<0.05): dolphins used mainly sectors 2, 3, and 4. The activities in which more time was spent were traveling (1640 min) and foraging (972 min), while resting was never reported. The activity patterns differed significantly during summer (H(2)=8.317, p<0.05). Common dolphins engaged in various activities across different sections of the lower estuary and significant differences were also noted (F=7.567, p<0.05). These results offer valuable insights into the dolphins' habitat use in Tagus estuary and suggest that it may serve as a feeding hotspot and potential nursery area for groups of common dolphins.
Description
Dissertação de Mestrado
realizada sob a orientação de Professora
Doutora Ana Rita Francisco Luís
apresentada no Ispa – Instituto
Universitário para obtenção de
grau de Mestre na especialidade de
Biologia Marinha e Conservação.
Keywords
Comportamento Ecologia Utilização de habitat Conservação Golfinhos comuns Behavior Ecology Habitat use Conservation Common dolphins