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Apesar das transformações que têm ocorrido na sociedade, a família é ainda hoje
entendida como uma estrutura de suporte que garante o conforto e a segurança
necessária aos mais pequenos. No entanto, isto nem sempre acontece. Tendo como
referência a teoria da vinculação, no seu processo de socialização, a criança
desenvolve comportamentos vinculativos com ambos os progenitores, sendo esta uma
condição necessária para o seu desenvolvimento harmonioso, quer em termos
afectivos, quer cognitivos. Neste sentido interessa perceber o que é que acontece nas
situações de maus tratos, quando os mesmos ocorrem no seio da família e são os
próprios pais os maltratantes. O objectivo deste estudo é então, perceber qual a
percepção que as crianças têm das figuras parentais maltratantes. Participaram neste
estudo 243 crianças com uma média de idade de 11 anos. Para a recolha de dados foi
utilizado um questionário que permitia averiguar a percepção das figuras parentais
maltratantes a partir de um cenário de maus tratos em que foi manipulada a figura
parental maltratante (pai ou mãe), o tipo de mau trato (físico ou psicológico) e a
intenção subjacente ao mesmo (intenção de educar bem o filho ou ausência de
intenção). Foi também contemplado o género dos sujeitos inquiridos. Dada a natureza
da situação avaliou-se ainda os afectos sentidos face ao cenário de maus tratos. Os
resultados indicam que os afectos mais intensamente sentidos foram negativos e não
houve nenhuma variação em função das condições experimentais do estudo.
Relativamente à percepção das figuras parentais maltratantes verificou-se que as
mesmas eram percebidas negativamente mas encontraram-se diferenças de
resultados em função do género dos sujeitos inquiridos, do tipo de mau trato e da
intenção subjacente ao mesmo. Tendencialmente também varia em função de qual a
figura parental maltratante.
Description
Dissertação de Mestrado apresentada ao ISPA - Instituto Universitário
Keywords
Maus tratos Figuras parentais Vinculação