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Aspectos de dominância social e preferências alimentares de piscos-de-peito-ruivo (Erithacus ruvbecula) invernantes em Portugal

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É frequente aves migradoras exibirem segregação por habitat nos seus quartéis de invernada. Nalguns passeriformes, como é o caso do pisco-de-peito-ruivo (Erithacus rubecula), esta segregação parece ocorrer mediante processos de competição social, sendo que os machos, os indivíduos maiores e os adultos ocupam habitats de maior qualidade do que os restantes conspecíficos. Sendo conhecida a forte territorialidade destas aves durante o Inverno, não é, no entanto, ainda claro se é através deste processo local que os elementos mais fracos são levados a ocupar habitats menos desejados. No presente trabalho analisam-se duas populações de piscos invernantes em Portugal: uma que habita uma zona de matagal mediterrânico (Serra da Arrábida) e outra que habita uma zona de bosque dominada por quercíneas (Parque Florestal de Monsanto). Através da disponibilização artificial de alimento durante um período de 8 a 10 dias, fomentou-se a definição de territórios entre as aves. Em seguida efectuaram-se capturas sucessivas, distinguindo dos restantes o animal com acesso preferencial ao alimentador (o primeiro a ser capturado) e registaram-se medidas morfométricas. Ao fazê-lo em dois habitats distintos, comparações entre estes foram, depois, possíveis. Observou-se que as aves de Monsanto são maiores (F(72,1)=7.665, p=0.007), têm mais musculatura (U-test=388.500, p=0,002), rectrizes mais densas (F(68,1)=4,197; p=0,044) e que acumulam menos gordura (U-test=377.500, p=0,002) do que as aves da Arrábida. Isto parece indicar que, no geral, se encontram em melhores condições físicas e permite-nos também identificar Monsanto como o habitat preferencial. As suas características e implicações para as aves são discutidas. Procurou também associar-se o local ocupado com características da forma da asa - indicadoras do comportamento migratório do indivíduo. As comparações revelaram que as duas populações não são estatisticamente diferentes (F(61,1)=0.035, p=0.853), pelo que não se pode confirmar a ideia de segregação por habitat entre indivíduos migradores e residentes. Por fim, procurou analisar-se a capacidade de detenção de recursos destes piscos. Os resultados parecem indicar que os animais incapazes de controlar um alimentador têm tendência a ser mais frequentes no habitat arbustivo (X2(1)=2,435; N=72; p=0,119) e que aqueles com acesso preferencial aos alimentadores apresentam uma condição corporal superior (F(68,1)=5,229; p=0,025) aos demais. Ao contrário do esperado, não foi encontrada uma relação entre a classe etária e a capacidade de deter recursos alimentares (X2(1)=0,018, N=69, p=0,894), o que pode ser explicado pela não distinção dos sexos ou pelo facto de a amostragem tardia no Inverno permitir aos juvenis uma adaptação ao ambiente e o desenvolver da competitividade. Na Arrábida, as aves que melhor controlam os recursos são também mais gordas do que as outras (U-test=146.000, p=0,023), embora tal não se possa atribuir com segurança a uma melhor condição física geral, dado que pode ser consequência do acesso prioritário aos alimentadores.

Description

Dissertação de Mestrado em Etologia

Keywords

Etologia Comportamento animal Alimentos Dominância Piscos Aves Ecologia Ethology Animal behaviour Food Birds Ecology

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Instituto Superior de Psicologia Aplicada

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