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PECO - Tese de doutoramento

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  • Forever young? The costs of preparation for retirement
    Publication . Nunes, Vera Maria Amaro; Scholten, Marc; Read, Daniel
    A conjugação do aumento da expectativa de vida e da diminuição das pensões de reforma tem levado trabalhadores de todo o mundo a assumir uma maior responsabilidade relativamente às suas poupanças para a reforma. Diversas pesquisas mostram que mesmo um pequeno grau de planeamento resulta numa melhor situação económica na reforma, mas que o grau de planeamento da reforma continua baixo. Uma possível explicação reside na existência de custos de planeamento. Propomos que estes custos resultam, entre outros aspetos, da escassez de tempo, da complexidade dos produtos financeiros, de falta de conhecimentos financeiros e de habilidades específicas, como numeracia, e de ansiedade e stresse associados às decisões financeiras. Assim, os nossos principais objetivos foram demonstrar que os custos psicológicos de planeamento da reforma afetam o planeamento e as poupança, e investigar a sua relação com outras variáveis importantes neste âmbito, tais como motivação, valência afetiva e perspetiva temporal. Assumindo que o comportamento de poupança é em grande medida orientado pela impaciência, pretendíamos também explorar um possível efeito do contexto de reforma e do grau de referência ao tempo futuro das linguagens na impaciência. Os nossos resultados mais importantes são que os custos psicológicos de preparação para a reforma emergem como uma variável que pode afetar a forma como as pessoas tomam as suas decisões de reforma e deve ser tomada em consideração de forma a superar as dificuldades que sentida no planeamento da reforma. As mulheres parecem ter mais dificuldade em planear a reforma e estar particularmente em risco de não conseguir manter o padrão de vida durante a reforma, aspeto que é de grande importância se considerarmos que as mulheres tendem a viver mais tempo do que os homens. Verificámos que a motivação para a reforma e fatores como perspetiva temporal futura e valência afetiva associada à reforma desempenham um papel importante, e também sugerem que as pessoas que apresentam elevados custos psicológicos apresentem uma maior sensibilidade ao contexto da reforma. Finalmente, os nossos resultados sugerem a existência de um efeito do contexto da reforma e da situação de trabalho no grau de impaciência das pessoas, e dão suporte parcial ao efeito do grau de referência ao tempo futuro das linguagens na impaciência. Os programas de educação financeira desenvolvidos para melhorar o planeamento da reforma e a poupança podem ser úteis, dando conhecimento sobre aspetos financeiros e de planeamento, mas frequentemente as pessoas não possuem condições para aproveitar ao máximo essa informação. Para serem eficazes, estes programas devem visar a redução dos reais custos psicológicos de preparação para a reforma sentidos pelas pessoas e ser ajustáveis, em alguma medida, a diferenças individuais em aspetos como a motivação, valência afetiva, género, situação de trabalho e perspetiva temporal. Em conclusão, é claramente necessária mais informação sobre estas questões, mas acreditamos que, se as características individuais forem tomadas em consideração e se se tentarem reduzir os custos psicológicos de preparação para a reforma, estes programas podem ser verdadeiros facilitadores do planeamento e poupança para a reforma e, consequentemente, conduzir a uma melhor qualidade de vida durante a reforma.