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- Falta : Luto desautorizado em tempos de pandemiaPublication . Nascimento, Mário Nelson Paulino do; Neto, David DiasO luto desautorizado, proposto por Kenneth Doka, caracteriza-se pela percepção da pessoa enlutada, da falta de reconhecimento ou legitimação, dos pares ou comunidade, pela perda e suas manifestações. Este estudo qualitativo procura compreender qual o impacto de perder um ente querido durante o Estado de Emergência em Portugal devido à pandemia Covid-19, e também tentar perceber a experiência à luz do conceito de luto desautorizado. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com oito pessoas que tinham perdido entes queridos da sua família imediata. As entrevistas foram analisadas através de uma análise temática. Os resultados indicaram dois factores essenciais para o processo de luto dos participantes: a) o contacto impedido com os entes queridos quando estes se encontravam doentes e hospitalizados, e b) a falta de acesso ao corpo após o falecimento, que incluía proibição de exéquias. Tudo isto foi percebido como actos danosos e desrespeitosos, por parte do Estado. Esta falta de reconhecimento e legitimização do sofrimento enquadram-se no conceito de luto desautorizado e são importantes para compreender a ocorrência de luto complicado/persistente durante a pandemia. Estas experiências podem constituir-se como factores que atrasam e interferem num processo de luto saudável. Esta investigação aponta para a necessidade de reenquadrar as razões de um luto menos normativo como não sendo exclusivamente internas, dada a conjuntura restritiva em que as perdas ocorreram. Sobretudo, quando a pandemia Covid-19 é uma questão de saúde pública mundial.
- O impacto psicológico do cancro metastático e a vivência da doença oncológica paliativaPublication . Pinto, Flávia Danieli Fernandes; Ramos, CatarinaObjetivo: A doença oncológica metastática tem forte impacto na vida do indivíduo. É descrita como sendo traumática e ameaçadora da integridade física e psicológica exigindo respostas individuais do doente. Na literatura, verifica-se um aumento da evidência da perceção de mudanças em uma ou mais áreas da vida como resultado do esforço individual do positivas confronto com situação traumática - Crescimento Pós-Traumático (CPT), facilitando o ajuste psicossocial à doença e aliviando a intensidade do sofrimento. O sofrimento global elevado, ameaça a dignidade e retira o gozo de uma vida satisfatória até o fim. Assim, o presente estudo pretende avaliar se o CPT e a dignidade se relacionam e se ter cuidados paliativos influencia a percepção do CPT e da dignidade do doente. Método: A amostra contou com 210 participantes (M=65,89; DP=12,19), com doença oncológica metastática paliativa, sem cuidados paliativos (n=128) e com cuidados paliativos (n=82), assistidos no Hospital dos Capuchos. Para a mensuração dos constructos, foram utilizados o Inventário de Crescimento Pós-Traumático (ICPT) e o Inventário de Dignidade do Paciente (PDI). Resultados: Os resultados evidenciam uma relação significativamente positiva entre o CPT e a dignidade F(1,208)=11,581; p≤0,001). A evidência de CPT é independentemente de receberem ou não cuidados paliativos, sendo que o CPT não é influenciado pelos cuidados paliativos F(1,204) = 1,867; p= 0,173, contrastando com a dignidade que foi mais evidente nos doentes com cuidados paliativos (t208)=-3,379; p=0,001), contudo os cuidados paliativos influenciam o sentimento de dignidade do doente oncológico metastático F(1,204)=10,915; p=0,001. Conclusão: A presente investigação produz evidências importantes de que o CPT embora se relacione com a dignidade, não é mais percecionado pelo facto de os doentes terem cuidados paliativos. Ter cuidados paliativos aumenta a perceção de dignidade, contudo a dignidade não influencia a perceção do CPT. Propõe-se que em estudos futuros sejam i