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- Elaboração e técnica do silêncio na era onlinePublication . Pereira Vicente Santos, Helena Filipa Campos da Silva; Juhos, CsongorAinda que, culturalmente, o silêncio possa ser considerado legítimo e compreensível em determinadas circunstâncias, a sua conceção enquanto fenómeno psicológico e psicanalítico tem sido alvo de inúmeras interpretações. Deverá ser concebido como sinónimo de resistência e obstáculo ao tratamento? Deverá ser entendido como sintoma? Ou será mais sensato encará-lo como uma ocorrência cujo significado não deve ser descurado no âmbito da comunicação entre o analista e o analisando? A presente investigação pretende analisar a perceção do silêncio em análise por parte de psicanalistas, comparando o setting das sessões presenciais com aquele das sessões à distância, atualmente vulgarizadas por imposição das Autoridades de Saúde em resposta à pandemia por SARS-CoV-2. Para o efeito, foram entrevistados quatro elementos da Sociedade Portuguesa de Psicanálise, com experiência em análise entre os 2 e os 30 anos, que exercem em ambas as modalidades. Os dados recolhidos apontam para uma unanimidade no que diz respeito à conceção do silêncio enquanto fenómeno comunicativo com uma multiplicidade de significados. A interpretação do silêncio do paciente enquanto mera resistência (defendida por Freud) é agora encarada como obsoleta, na mesma medida em que a postura do psicanalista abstinente e totalmente silenciosa é apontada como datada. Os silêncios num setting presencial são experienciados de forma diferente daqueles que têm lugar num setting à distância, de ambos os lados da díade, pelo menos na fase inicial de adaptação. Contudo, uma outra variável é apontada como determinante tanto na produção como na interpretação (também por parte do paciente) dos silêncios: a própria relação terapêutica.
- Pensamento contrafactual e julgamento de intencionalidade em leitores com diferentes perspetivasPublication . Deserto, Maria do Perpétuo Socorro Silva Vieira; Quelhas, Ana CristinaA imaginação é uma característica da cognição humana, fundamental para o desenvolvimento efetivo das suas capacidades individuais e sociais. O presente estudo, versa sobre o Pensamento Contrafactual, como formulação de hipóteses alternativas, que são imaginadas pelos sujeitos, a fim de alterar um evento ocorrido, dando-lhe um desfecho diferente daquele que realmente ocorreu. O pensamento contrafactual influencia o julgamento da realidade, bem como as emoções, decisões e ações das pessoas, face aos desafios da vida. O presente estudo, foi realizado em três perspetivas diferentes: Turista, Residente e Neutro, com dois cenários replicados dos estudos de Malle e Knobe (1997) e Ndubuisi e Byrne (2013). O tema escolhido apresenta um dilema, cujos resultados podem ser reveladores de como os indivíduos inferem o julgamento de intencionalidade, bem como das diferenças relacionadas aos pensamentos contrafactuais nas três perspetivas. As pessoas julgaram que os efeitos negativos, (prejudiciais), foram intencionais, quando um dirigente comunitário, assinou uma concessão de exploração de lítio, que gerou 370 postos de trabalho para os moradores da região, mas prejudicou o ambiente, quando as medidas de recuperação ambiental e paisagística não foram implementadas por decisão do dirigente - as pessoas julgaram que ele prejudicou intencionalmente o ambiente. As pessoas também julgaram que os efeitos positivos, (de ajuda ao ambiente), não foram intencionais, quando o dirigente comunitário assinou a concessão para a exploração do lítio e implementou as medidas de recuperação ambiental e paisagística na região - as pessoas julgaram que ele não ajudou intencionalmente o ambiente. As pessoas culparam o Presidente pelo resultado negativo, mais do que o elogiaram pelo resultado positivo. Os níveis de culpa, atribuídos seguiram os níveis de julgamento de intencionalidade pelo prejuízo, enquanto os níveis de elogio, para além de terem valores mais baixos, não seguiram os níveis de julgamento de intencionalidade pela ajuda.