Browsing by Issue Date, starting with "2020-07-14"
Now showing 1 - 3 of 3
Results Per Page
Sort Options
- A violência televisão : como os idosos reagem perante este fenómenoPublication . Rodrigues, Mariana de Nobre; Juhos, CsongorProblema: Poucos estudos que relacionam a influência dos media nos idosos com a estimativa de ocorrência de crimes e a adoção de estratégias de coping. Sendo que os que existem não relacionam especificamente com os telejornais. Objetivo: Avaliar através de um estudo transversal a influência das notícias televisivas na estimativa de ocorrência de atos violentos e na adoção de comportamentos de proteção contra estes atos, numa população idosa. Método: A amostra foi constituída por 64 sujeitos, dos quais 34 viam poucos telejornais e 30 viam muitos telejornais, dos 60 aos 96 anos. A recolha de dados foi realizada em contexto privado e apropriado. Para medir as variáveis construiu-se um questionário específico para a investigação. Resultados: Não se observaram diferenças significativas entre a visualização de telejornais, a estimativa de ocorrência de atos violentos e a adoção de estratégias de coping. No entanto constatou-se que há uma influência significativa da estimativa subjetiva de ocorrência de atos violentos sobre a adoção de estratégias de coping contra estes atos. Discussão: São apontadas várias hipóteses para o insucesso dos resultados, tanto a nível metodológico como a nível teórico.
- O ajustamento social ao grupo de pares e a autoestima na adolescênciaPublication . Fonseca, Elsa Maria Rodrigues; Santos, António JoséO presente estudo quis aprofundar a compreensão sobre o funcionamento social dentro do grupo de pares na adolescência e revelar a expressão que a autoestima assume no ajustamento social. Teve como objetivo caracterizar os jovens de acordo com o seu comportamento social, e verificar se existem grupos de adolescentes que partilham dos mesmos perfis de funcionamento social, relacionando de seguida estes perfis com os valores de autoestima percecionados pelos próprios adolescentes. Para o efeito foi aplicado o ECP - Extended Class Play (Burgess et al., 2003) e o SPPA - Self Perceived Profile for Adolescents (Harter, 1988) a uma amostra longitudinal de adolescentes com idades entre os 13 e os 17 anos (n = 962). Do ECP resultaram 7 perfis de funcionamento social diferentes com base em seis dimensões sociais: agressividade, timidez/retirada social, comportamento pró-social, sociabilidade/popularidade, vitimização e exclusão. Os resultados confirmaram a coexistência de diferentes dimensões sociais a ocorrer simultaneamente no mesmo adolescente, com grupos de adolescentes a partilharem dos mesmos perfis de funcionamento social. Ao associarmos os perfis de funcionamento social com os resultados da autoestima no SPPA, constatamos que o perfil PVE (perfil dos vitimizados e excluídos) obteve o valor mais baixo referente à autoestima global e o perfil PSP (perfil dos sociáveis/populares e pró-sociais) obteve o valor mais alto. Os perfis PREV (perfil dos retirados sociais, excluídos e vitimizados), PVE (perfil dos vitimizados e excluídos) e PR (perfil dos retraídos sociais) foram os que revelaram ter mais dificuldades no ajustamento social ao grupo de pares, ao passo que os perfis PA (perfil dos agressivos), PPS (perfil dos pró-sociais) e PSP (perfil dos sociáveis/populares e pró-sociais) foram os que revelaram ter menos dificuldades. O perfil PVE revelou-se o menos ajustado ao grupo de pares, enquanto que o perfil PSP revelou ser o mais bem ajustado. O perfil PI (perfil dos indiferenciados) não revelou nenhuma expressão pertinente. Na variável do sexo, verificou-se que os rapazes tiveram valores superiores às raparigas em todas as dimensões da autoestima e do autoconceito, que tiveram valores estatisticamente significativos, incluindo na autoestima global. As raparigas só obtiveram valores superiores na dimensão das amizades íntimas. Em termos conclusivos, verificou-se que a forma como os adolescentes eram percecionados pelos pares, refletiu a forma como eles se percecionaram a si mesmos, condicionando o ajustamento social no mesmo sentido.
- Aprender a ler, ler para aprender : o impacto diferencial da mediação didática de escrita inventada no processo de desenvolvimento emergente da literaciaPublication . Albuquerque, Ana Carrelhas de; Martins, Margarida AlvesA proposta do presente projeto de doutoramento consistiu em investigar o impacto diferencial da participação em atividades de literacia emergente, em contextos diversificados e com o foco de análise em diferentes dimensões. Numa abordagem simultaneamente quantitativa e qualitativa, lançaram-se três objetivos gerais de investigação: 1) ampliar o âmbito sócio-cultural e linguístico de aplicação dos programas de intervenção de escrita inventada; 2) estudar os efeitos longitudinais de competências de literacia emergente no desempenho em leitura e escrita; 3) explorar as dinâmicas interativas inerentes ao processo de aprendizagem da linguagem escrita em intervenção didática coletiva. Neste sentido, foram realizados cinco estudos experimentais: um estudo multicultural focado no período da idade pré-escolar, dois estudos de follow-up até ao final do 1º ano de escolaridade, um estudo longitudinal continuado até ao final do 3º ano de escolaridade e um estudo de natureza descritiva e exploratória. Participou, neste projeto, uma amostra de crianças de 5 anos de idade (alunos do último ano de educação pré-escolar) que não sabiam ler nem escrever. Na fase inicial, foram constituídos dois grupos de investigação – grupo experimental e grupo de controlo – compatíveis em diversas variáveis individuais de natureza demográfica, cognitiva e metalinguística (género, idade em meses, habilitações académicas dos pais, capacidades cognitivas, conhecimento do alfabeto, consciência silábica, consciência fonémica). Para a aplicação de medidas de literacia (escrita/leitura de palavras, escrita/leitura de pseudopalavras, fluência leitora, compreensão leitora), estabeleceram-se pontos de avaliação e recolha de dados antes e após a fase de intervenção. O programa de intervenção de escrita inventada foi realizado com as crianças participantes na condição experimental durante um período de 2 meses, ao longo de 10 sessões com frequência bissemanal. Em sessões com periodicidade e regularidade semelhantes, os grupos de controlo participaram em atividades didáticas, como leitura ou conto de histórias infantis. As sessões decorreram em grupos de quatro crianças, heterogéneos no que respeita aos conhecimentos de literacia e competências metalinguísticas e foram desenvolvidas com mediação do adulto e cooperação inter-pares. Os dados recolhidos foram analisados com recurso ao software SPSS, sendo gravadas as dinâmicas interativas e o discurso verbal de alguns grupos para complementar o tratamento estatístico com análises qualitativas. As evidências empíricas sugeriram resultados pertinentes para a investigação científica e a atuação no panorama educativo. De uma forma genérica, verificou-se que, comparativamente com os grupos de controlo, as crianças que participaram nos programas de escrita inventada: 1) obtiveram desempenhos superiores em correspondências grafo-fonológicas na escrita e leitura de palavras, medidas num prazo imediato, no período pré-escolar, em contexto português e brasileiro; 2) demonstraram resultados mais elevados no 1º ano de escolaridade em variáveis de escrita, leitura e fluência leitora, tanto com itens de palavras como de pseudopalavras; 3) alcançaram um progresso significativo até ao 3º ano de escolaridade, em medidas de acuidade de escrita e leitura de palavras e em medidas de leitura mais complexas, nomeadamente a fluência leitora e a compreensão de frases; 4) foram capazes de incorporar procedimentos de internalização e resolução da tarefa específicos através de estratégias de mediação do adulto e de colaboração inter-pares. Em síntese, estas atividades, centradas na promoção da discussão ativa e participativa das crianças sobre a escrita de palavras, surgem como uma prática benéfica no processo de aquisição inicial de literacia, podendo ser integradas no enquadramento escolar e atuar como estratégia didática em sala de aula, no período antecedente à escolaridade formal.