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- Feelings as direct information of our action capabilitiesPublication . Rosa, Cristina Fonseca; Garcia-Marques, TeresaA percepção destinada a guiar a ação é um processo ativo e contínuo em que os atores ressoam suas características corporais para medir constantemente as relevantes propriedades físicas do meio ambiente. Ao invés de serem guiadas por nossas crenças, nossas ações são guiadas por affordances. Ou seja, as oportunidades de ação que emergem do sistema atorambiente e que são limitadas pelas nossas capacidades de ação - os limites dinâmicos do nosso corpo que estão intrinsecamente relacionados aos estados morfológicos, fisiológicos e psicológicos do corpo. Aqui analisamos as evidências que demonstram que somos sensíveis e que acessamos informações sobre nossos limites de ação para antecipar ou realizar ações reais. Nosso objetivo é entender como os atores são informados sobre seus próprios limites de ação quando uma oportunidade de ação emerge. Por exemplo, como os atores que rastreiam visualmente uma bola a reduzir o tamanho são informados de que o tamanho da bola se encaixa (ou não) nas mãos quando estimando a agarrabilidade da bola? Nesta tese abordamos diretamente a hipótese de que os sentimentos que surgem como parte de qualquer processo cognitivo são integrados como informações não-visuais sobre nossos limites de ação. Assumindo a perspectiva da incorporação (a integração da informação sensório-motora como moldando e integrando a cognição), combinamos dois quadros teóricos distintos e relevantes para investigar nossa hipótese: a teoria das affordances (Gibson, 1979) e a abordagem do sentimento-como-informação para o julgamento e tomada de decisão (Clore, 1992; Schwarz & Clore, 1983). A primeira teoria torna claro como as capacidades de ação estão intrínsecamente relacionadas à nossa percepção do entorno em termos de possibilidades de ação. A segunda abordagem mostra como sentimentos positivos e negativos informam o processamento em termos de custos e benefícios quando na interação com o contexto. Em três artigos, testamos se os sentimentos informam nossas capacidades de ação. No primeiro artigo, examinamos se os casos anedóticos que sugerem a decisão dos atletas com base em sentimentos apresetam suporte fenomenológico. Em um estudo de campo que aplicou o método correlacional, encontramos evidências de que peritos jogadores de futsal se reconhecem como confiando em sentimentos em contraposição à experiência de pensamento deliberativo, principalmente em situações de jogo categorizadas por eles como imprevisíveis, complexas e dinâmicas. No segundo trabalho, iniciamos nossa série de investigações de laboratório, primeiro rastreando a atividade muscular do corrugador e do zigomático (índice de experiência afetiva negativa e positiva) numa configuração de capacidade de ação. Os resultados indicam que uma experiência de negatividade parece ser subjacente às estimativas baseadas em ações, uma vez que o músculo corrugador é ativado somente quando os atores precisam realizar acoplamento perceptual-motor para eventos dinâmicos, mas não quando eles apenas apreendem os mesmos eventos. Em adição, uma manipulação subliminar de primação afetiva indica que esse resultado não se deve apenas ao processo atencional. No terceiro artigo, replicamos a manipulação afetiva e, mais uma vez, descobrimos que ela promove mudanças confiáveis nos limites de ação percebidos pelos participantes. Isso ocorreu especialmente quando restringimos o tempo e os movimentos do corpo. Juntos, esses achados sugerem que os sentimentos têm um papel nas estimativas baseadas em ações e em nossos limites de ação percebidos. Estes dados estendem a abordagem do sentimento-como-informação aos julgamentos que acoplam percepção-ação. Estudos futuros devem esclarecer melhor a natureza desse papel.