Browsing by Issue Date, starting with "2017-01-27"
Now showing 1 - 5 of 5
Results Per Page
Sort Options
- Subjetividade: Migrante: A importância da transmissão na construção e consciência de si e do outroPublication . Paulino, Teresa Paula Fernandes Portela; Marques, Maria EmíliaTomando como referência as linhas teóricas propostas pela clínica etnopsicanítica, a transição de um país de origem para um outro (desconhecido), coloca o sujeito numa situação vulnerável capaz de provocar consequências na forma como este irá integrar a experiencia ao nível psíquico. Na tentativa de aceder a um entendimento da sua vivência de migração, enquanto sujeito psicológico, recorre-se ao Método de Narrativas de Associação Livre (Hollway & Jefferson, 2000). Realizada uma entrevista a um homem nascido em Tomé e Príncipe, onde permaneceu até aos sete anos, tendo migrado para Cabo-verde, onde nasceram os seus pais, e onde permaneceu até aos dezasseis anos, idade em que imigrou para Portugal, faz-se uma análise profunda da narrativa recolhida, norteada pelas orientações da referida metodologia. Destacam-se da análise grandes temas, a destacar: a identidade, a filiação e a transmissão psíquica, cuja ligação é evidenciada enquanto problemática central. As representações que Francisco faz dos seus vividos, em lugares e tempos diferentes, como se da mesma experiencia se tratasse, são denunciadoras da sua impossibilidade de firmar uma identidade própria, a qual, numa fase ainda muito prematura do seu desenvolvimento, encontrou obstáculos, inscritos na incorporação de conteúdos psíquicos transmitidos pela geração precedente. Perante uma visão de si e dos outros, marcada por uma confusão clara entre tempos e lugares, tornam-se evidentes as dificuldades para construir um Eu, sentido como único, caracterizadas na inexistência de uma estrutura identitária necessária para conseguir aceder à alteridade, absolutamente necessária à (re)organização psíquica perante o diferente e o desconhecido.
- O cá e o lá: Um eu que se dissolve na equação: Narrativas de dois guineenses migrantesPublication . Rodrigues, Paula Margarida de Figueiredo Marinho Miranda; Marques, Maria EmíliaNo presente estudo aborda-se o tema da migração com todas as implicações que tocam quem experiencia um processo migrante. Os dois participantes neste estudo, João e Gabriela (pseudónimos) são dois irmãos Guineenses que migraram para Portugal em 2005. O tipo de estudo a que se recorre é o Estudo de Caso, que contribui de forma inigualável para a compreensão de fenómenos individuais e que cada vez mais vem sendo utilizado como método de pesquisa em Psicologia Clínica. Parafraseando Robert Yin (2001b), o estudo de caso preserva as características holísticas e significativas em acontecimentos da vida real. Para uma compreensão do sujeito psicológico que se movimenta de um lugar de origem, o “lá”, para um outro lugar novo e desconhecido, o “cá”, o conceito de subjetividade neste contexto torna-se fundamental, pelo que se recorre ao modelo de investigação qualitativo de livre associação, inaugurado pelos autores Wendy Hollway e Tony Jefferson (2000/2008), designado de FANI (Free Association Narrative Interview), como modo de aceder aos processos de intersubjetividade e investimento inconsciente do sujeito, possibilitando assim uma leitura compreensiva da (sua) subjetividade através dos dados recolhidas em duas narrativas. A passagem de um lugar para outro constitui-se como o reencontro ou desencontro consigo próprio, com inferências complexas ao nível da estruturação da identidade, tomado como um processo dinâmico e reatualizado ao longo da vida e vinculada a partir de então a duas culturas. Sentimentos de «não pertença» configuram problemáticas identitárias num processo que se afigura como utópico, onde os sujeitos se diluem na equação.
- E do monitor quem cuida? - Um estudo fenomenológico da experiência de ser monitor numa instituição de acolhimento de crianças e jovensPublication . Lobo, Joana Gaspar; Rodrigues, Vitor AmorimO presente estudo tem como objetivo principal, explorar e compreender a experiência subjetiva dos monitores que trabalham em instituições de acolhimento de crianças e jovens. Desta forma, é através da visão e dos sentimentos dos monitores, que se visa investigar o sentido da experiência deste fenómeno. A metodologia aplicada insere-se numa investigação qualitativa, de natureza fenomenológica. É utilizado o método de Amedeo Giorgi, para que seja possível conseguir uma descrição final com os constituintes essenciais e invariáveis desta experiência subjetiva. A amostra é constituída por 3 participantes, do sexo masculino e feminino, com idades compreendidas entre os 36 e 39 anos. Os resultados deste estudo indicam que estes monitores têm sentimentos positivos em relação às crianças e jovens institucionalizados, no entanto existe um sofrimento psicológico associado ao trabalho que desempenham. O cansaço físico e psicológico, e sentimentos de insatisfação/frustração estão relacionados não só com as crianças e jovens institucionalizados, mas também com as próprias instituições e com os colegas de trabalho. Existe também uma necessidade de apoio por parte destes monitores, e é sentido por estes que a vida profissional tem um impacto na sua vida pessoal. Por último, a crença de quem nem todas as pessoas podem desempenhar as funções de monitor e a mudança na forma de estar e ser no mundo após vivenciar esta experiência, representa outro constituinte essencial desta experiência
- Mudanças de segunda ordem em intervenções familiares em contexto comunitárioPublication . Gomes, Joana de Sousa; Cláudio, VictorA Teoria da Vinculação na idade adulta tem suscitado cada vez mais interesse e investimento na literatura científica, destacando a conceptualização fundamental entre as relações precoces na infância e a sua importância considerável nas relações interpessoais estabelecidas na adultícia. Embora a investigação na área da Vinculação seja abundante, o estudo das vicissitudes e idiossincrasias da Vinculação do Adulto é mais escassa. Este trabalho apresenta como premissas compreender a relação entre os estilos de vinculação na idade adulta e os esquemas precoces desadaptativos nas relações interpessoais, realçando características intraindividuais no contexto da interacção de casal. A amostra constituiu-se por um total de 150 participantes, perfazendo 75 casais heterossexuais, com idades compreendidas entre os 20 e os 40 anos. Foram administrados nove instrumentos, a saber, Carta sobre o Consentimento Informado, Questionário Sociodemográfico, Escala de Vinculação do Adulto (EVA), Inventário de Sintomas Psicopatológicos (BSI), Questionário de Esquemas de Young (YSQ), Inventário de Problemas Interpessoais (IIP-64), Nova Escala Multi-Dimensional da Depressão (NMDAS), Inventário de Ansiedade Estado e Traço – Forma Y (STAI-Y) e Inventário de Depressão de Beck (BDI). Com base nos resultados encontrados verificou-se uma congruência intracasal, relativamente aos estilos de vinculação do adulto. Observaram-se também diferenças significativas entre os estilos de vinculação do adulto e a utilização de esquemas precoces desadaptativos e entre os estilos de vinculação do adulto, mormente nos indivíduos inseguros, e os problemas interpessoais. Foram encontradas ainda diferenças entre os esquemas precoces desadaptativos e os problemas interpessoais. Não foram encontradas diferenças entre os estilos de vinculação inseguros e os esquemas precoces desadaptativos.
- Famílias em terapia: Um caso de violência conjugalPublication . Matias, Catarina Mateus; Pereira, Maria GouveiaO surgimento da terapia familiar contribuiu para uma mudança de paradigma relativamente à forma de pensar o indivíduo, considerado como parte de um sistema – a família – no qual estabelece interacções mútuas e relações complexas. A pertinência geral deste estudo assenta assim na importância de compreender os factores relacionais envolvidos num sistema como a família, como são o caso da comunicação e da estrutura familiares. Este trabalho tem então dois objectivos: analisar o funcionamento familiar de famílias que realizaram terapia, tendo por base contribuições teóricas relevantes como os axiomas da comunicação, o Modelo Circumplexo e o Modelo Estrutural; e realizar um estudo de caso, tendo em vista o aprofundamento da problemática da violência conjugal a partir dos modelos enunciados. O estudo desta problemática justifica-se pelo facto de, na literatura, ter sido amplamente analisada numa perspectiva de género, identificando-se lacunas relativamente à dinâmica relacional envolvida neste fenómeno. Para esta investigação participaram 7 famílias que realizaram terapia familiar e de casal numa sociedade científica portuguesa, apresentando diversas problemáticas (e.g. comportamentos disruptivos, dificuldades de relacionamento). Os instrumentos utilizados foram uma grelha de caracterização e análise do funcionamento familiar, sendo que para o estudo de caso foi adicionada a subescala da comunicação da Clinical Rating Scale. A análise dos dados foi feita através da técnica de análise de conteúdo. Os resultados são apresentados com base em três momentos do processo terapêutico, demonstrando uma evolução positiva do casal no decorrer da terapia, que alcançou mudanças significativas na comunicação e na definição de limites e regras familiares.