Browsing by Author "Santos, Paula Rita Gonçalves Freire dos"
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- Isolamento social, qualidade da vinculação e presença de indicadores depressivos em jovens adolescentes : Um estudo longitudinalPublication . Santos, Paula Rita Gonçalves Freire dos; Santos, António JoséO presente estudo pretende analisar a relação que existe entre o retraimento social, a segurança das relações de vinculação (ao pai e à mãe) e a ocorrência de indicadores depressivos, numa amostra de jovens adolescentes. Foram também analisados os efeitos do sexo para cada uma das variáveis. Este estudo é de caracter longitudinal: só foram incluídos no grupo experimental (retraídos sociais) os sujeitos que foram, em dois anos consecutivos, considerados pelos seus colegas como retraídos socialmente. Foi utilizada uma amostra de 219 sujeitos do 7º e 8ºanos de escolaridade, com uma idade média de 14 anos, que frequentavam escolas na área da grande Lisboa. Os dados foram recolhidos através do E.C.P. (avaliação que os pares fazem do funcionamento e a reputação social dos colegas), o C.D.I. (escala de autoavaliação da depressão) e o K.R.R. (aceder à qualidade das relações de vinculação). Os resultados mostraram que existem diferenças em termos do funcionamento social dos adolescentes retraídos socialmente, que são percebidos como menos agressivos, menos sociáveis/populares (principalmente as raparigas) e mais retraídos/tímidos e excluídos, quando comparados com o grupo de controlo. Também apresentam tendencialmente menos comportamentos pró-sociais. Quanto à qualidade da vinculação, também foram encontradas diferenças significativas, com o grupo de adolescentes retraídos socialmente a reportarem menor seguranças nas relações de vinculação, quer ao pai, quer à mãe, sendo tendencialmente as raparigas a reportarem valores mais baixos de segurança na vinculação ao pai. Foram ainda encontradas associações estatisticamente significativas entre o funcionamento social e a vinculação. A segurança da vinculação ao pai está associada negativa e significativamente à agressão e à sociabilidade/popularidade. Por outro lado, a segurança da vinculação à mãe está associada positiva e significativamente aos comportamentos pró-sociais. Quanto aos indicadores de sintomatologia depressiva também se encontraram diferenças significativas entre os grupos, com o grupo de retraídos sociais a reportarem menos problemas interpessoais, mais ineficácia e autoestima negativa quando comparados com o grupo de controlo. Tendencialmente também apresentam mais humor negativo. Verificou-se que existiam associações negativas significativas entre o comportamento pró-social e os problemas interpessoais, ineficácia, anedonia e no score total de depressão. Existem ainda associações positivas significativas entre a exclusão e auto estima negativa e a agressão e os problemas interpessoais, respetivamente. Por último, a exclusão também está relacionada positiva e significativamente com a autoestima negativa. Finalmente verificou-se que a segurança da vinculação quer ao pai, quer à mãe, está VI correlacionada negativa e significativamente com todos os indicadores de sintomatologia depressiva. Estes resultados estão de acordo com a literatura, refletindo as consequências negativas do retraimento social, mostrando que a persistência deste comportamento (dois anos consecutivos) pode conduzir a patologia, nomeadamente, depressiva. Por outro lado, também chamam a atenção para a importância das relações de vinculação na problemática do retraimento social