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Auto-conceito e estatuto social da criança
dc.contributor.advisor | Santos, António José | por |
dc.contributor.author | Lopes, Carlos | |
dc.date.accessioned | 2011-07-06T19:39:51Z | |
dc.date.available | 2011-07-06T19:39:51Z | |
dc.date.issued | 2001 | |
dc.description | Dissertação de mestrado em Psicologia Educacional | por |
dc.description.abstract | O estatuto dos pares é correntemente utilizado para avaliar a qualidade de inserção social da criança na escola. Presume-se que as distinções de estatuto social reflectem as diferenças de competência e de experiências sociais significativas para o ajustamento social, não somente na escola mas também fora do meio escolar. Estas experiências deveriam igualmente ser associadas às percepções que as crianças têm de si próprias e da sua situação social. As crianças que mostram dificuldades nas relações com os pares, principalmente numa época em que são obrigadas a passar a maior parte do tempo junto deles, perdem um contexto extremamente importante para o seu crescimento pessoal. As suas percepções negativas acerca de si próprias parecem condicionar significativamente a forma como a criança encara as suas relações sociais, dificultando-as ou mesmo impedindo-as. Neste trabalho são estudadas as interacções entre a aceitação das crianças pelo seu grupo de pares (a Popularidade), considerando a organização sócio-estrutural de três turmas do 4o ano de escolaridade de uma escola (centralidade social), associadas às suas percepções de Auto Competência e às Hetero-Percepções dos Professores. O objectivo do presente estudo é, por um lado, (a) verificar as interacções entre a aceitação das crianças pelo seu grupo de pares (a popularidade) e as suas percepções de auto competência. Por outro lado, (b) verificar se as avaliações dos professores revelam perfis de funcionamento social distintos segundo os estatutos sociais e (c) verificar a presença de desvios nas auto-percepções das crianças face às dos professores segundo a popularidade; e (d), numa perspectiva dinâmica, verificar o nível de integração social das crianças no grupo (centralidade social) e as suas percepções de auto competência e as hetero-percepções dos professores. Participaram no estudo 68 crianças do 4o ano de escolaridade (34 rapazes e 34 raparigas). Foram utilizadas neste estudo duas metodologias complementares relativas ao ajustamento social das crianças em grupos de pares: (a) a primeira, centrada no indivíduo e nas suas características, conduziu à identificação de diferentes estatutos sociométricos das crianças no seio da sua turma de acordo com o modelo de Coie e Dodge (Coie & Dodge, 1983, 1988); (b) a segunda metodologia, centrada nas dinâmicas colectivas, permitiu identificar estruturas sociais (Cairns & Cairns, 1994; Cairns et al., 1995) na rede afiliativa da turma (unidade de análise). O grau com que cada criança se envolve nas relações afiliativas na sala de aula - centralidade social grupai - foi medido com procedimentos desenvolvidos por Cairns, Perrin e Cairns (1985) com a técnica metodológica dos mapas sócio-cognitivos. Os dados relativos às duas metodologias assinaladas foram obtidos através de entrevistas individuais que foram feitas na Primavera. Para avaliar as duas perspectivas do auto-conceito: auto-percepção das crianças e hetero-percepção do professor, foram utilizadas no nosso estudo duas escalas de auto-conceito de Susan Harter (Harter, 1985): (a) Self Perception Profile for Children (SPPC, versão portuguesa de Martins et al., 1995) administradas em grupo e (b) Teachers Rating Scale of Child's Actual Behavior (TRS) (Escala do Professor para Avaliação do Comportamento Actual da Criança de Susan Harter), administrada individualmente. No que concerne à competência percebida pelos alunos, os resultados indicaram que o nível de aceitação pelo grupo de pares parece não ter nenhuma influência no auto-conceito do indivíduo em todas as áreas especificadas. Quando consideramos a fonte do professor, os dados permitem concluir que o nível de aceitação pelo grupo de pares (popularidade) parece ter uma influência na forma como os professores avaliam o indivíduo em algumas áreas especificadas. Verificamos que as crianças Rejeitadas pelo grupo têm em média uma competência inferior no que diz respeito à Atitude Comportamental e ao nível da Aceitação Social face à das crianças Populares. A comparação dos desvios perceptivos das crianças e aqueles que são fornecidos pelos professores no âmbito da popularidade assinalaram diferenças significativas a nível da escala de Competência Escolar para os grupos Popular, Médio e Negligenciado e para o grupo dos Rejeitados no domínio da Competência Atlética. Quando consideramos uma abordagem sócio-estrutural, verificamos que o nível de integração social da criança e a sua implicação no grupo (centralidade social) não tem influência na competência percebida pelas crianças. Registou-se uma percepção diferenciada por parte dos professores nos domínios da Aceitação Social, Aparência Física e Competência Atlética para os três níveis de centralidade: Nucleares. Secundários e Periféricos/Isolados. Verificamos a existência de desvios semelhantes para a centralidade social, para os grupos dos Nucleares e dos Periféricos/Isolados no domínio da Competência Escolar e nos grupos Secundários e Periféricos/Isolados para a Competência Atlética. Estes resultados fornecem alguma evidência de que as relações com os pares estão relacionadas com a forma como os professores avaliam os alunos nos domínios do auto-conceito. Por um lado, os professores assinalam a presença de perfis distintos, sobretudo no caso das crianças Rejeitadas e com níveis de centralidade baixa (Periférico/Isolado) ao apresentarem um funcionamento social mais problemático, apesar das crianças Rejeitadas e Periféricas/Isoladas não se aperceberem como menos competentes. A discussão centra-se no significado destes resultados para a identificação das crianças Rejeitadas e Isoladas como grupos de risco. Algumas implicações teóricas e educacionais dos resultados obtidos são discutidas no final do trabalho. | por |
dc.identifier.uri | http://hdl.handle.net/10400.12/608 | |
dc.language.iso | por | por |
dc.publisher | Instituto Superior de Psicologia Aplicada | por |
dc.subject | Psicologia educacional | por |
dc.subject | Auto-conceito | por |
dc.subject | Comportamento social | por |
dc.subject | Desenvolvimento social | por |
dc.subject | Grupo de pares | por |
dc.subject | Sociometria | por |
dc.subject | Redes sociais | por |
dc.subject | Professores | por |
dc.subject | Educational psychology | por |
dc.subject | Self-concept | por |
dc.subject | Social behaviour | por |
dc.subject | Social development | por |
dc.subject | Peers | por |
dc.subject | Sociometry | por |
dc.subject | Social networks | por |
dc.subject | Teachers | por |
dc.title | Auto-conceito e estatuto social da criança | por |
dc.type | master thesis | |
dspace.entity.type | Publication | |
oaire.citation.conferencePlace | Lisboa | por |
person.familyName | Lopes | |
person.givenName | Carlos | |
person.identifier | N-6530-2013 | |
person.identifier.ciencia-id | 7916-AB38-9931 | |
person.identifier.orcid | 0000-0002-6440-4739 | |
person.identifier.scopus-author-id | 15074167200 | |
rcaap.rights | openAccess | por |
rcaap.type | masterThesis | por |
relation.isAuthorOfPublication | 1162f22f-dc46-4c05-a2c2-ac43ef602e07 | |
relation.isAuthorOfPublication.latestForDiscovery | 1162f22f-dc46-4c05-a2c2-ac43ef602e07 |