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Abstract(s)
O estudo da vinculação em crianças adoptadas é de extrema relevância para a teoria da vinculação uma vez que permite avaliar a qualidade da vinculação e o seu desenvolvimento em famílias nas quais não há partilha da mesma informação genética nem da mesma história familiar.
A presente investigação teve como objectivo geral o estudo da vinculação na adopção. Pretendemos caracterizar as famílias adoptivas, a dinâmica familiar em torno da adopção e as relações de vinculação das crianças com os seus pais. Tínhamos ainda como objectivos principais avaliar se a representação da vinculação (MDI) da mãe adoptiva e se a idade da criança à data da adopção prediziam a qualidade da vinculação. Participaram neste estudo 106 crianças adoptadas e suas famílias adoptivas (N=106), de um universo de 540 crianças de 461 famílias que adoptaram no Distrito de Lisboa (excepto cidade de Lisboa) entre 1984 e 2004. Utilizámos a Entrevista sobre o Processo de Adopção – EPA (J. Palácios, E. M. Sanchez Espinosa y Sanchez Sardoval, Universidad de Sevilha, 1995) para caracterizar o processo de adopção, o AQS (Waters, 1995) para a caracterização da qualidade de vinculação criança-mãe, as Narrativas Maternas (H. Waters & Rodrigues-Doolabh, 2001) para aceder ao modelo interno da mãe e o Infant Characteristics Questionnaire –ICQ (Bates, 1980) para avaliação do temperamento.
Os resultados obtidos estão de acordo com acordo com Bowlby e Ainsworth quando referiram, ao longo dos seus trabalhos, o importante papel que a sensitividade materna tem na construção de uma vinculação segura e suportam um dos princípios básicos da teoria da vinculação, o conceito de transgeracionalidade, em que o modelo interno da mãe é tido como um factor mediador da qualidade da prestação dos cuidados/interacção que esta estabelece com o seu filho(a), o que se reflecte na qualidade de vinculação das crianças. Não foi encontrada relação entre a idade da adopção e a qualidade da vinculação. Estes factos sugerem que a adopção parece proporcionar às crianças cujos pais biológicos não quiseram ou não puderam assumir a parentalidade, um ambiente de suficiente qualidade, oferecendo-lhes novos modelos relacionais, que funcionam como factores de protecção contra o risco genético, e possibilitando o estabelecimento de relações de vinculação seguras, independentemente da idade da adopção e da sua história.
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Keywords
Adopção Vinculação Modelos dinâmicos internos
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Universidade Nova de Lisboa: Instituto Superior de Psicologia Aplicada